Bésame Sin Miedo escrita por Dama do Poente


Capítulo 8
Felicidade Sem Medo


Notas iniciais do capítulo

Eu sumi, eu sei e peço desculpas!! Mas eu queria terminar logo antes de postar esse capítulo e eu consegui terminar a fic!!! O que é muito bom, porque comecei a faculdade essa semana e, apesar de estar tranquilo por enquanto, não sei como será daqui pra frente.
Muito obrigada aos comentários no capítulo passado, e espero que gostem desse tanto quanto do outro.
Esse aqui também terá looks, então prestem atenção e comentem depois o que acharam, ok?



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Reyna acordou em uma cama fofa demais e grande demais para ser a sua. Aliás, o quarto era organizado demais para ser o seu... A roupa que usava era confortável demais para ser seu vestido da noite anterior.

— Oh, Deus! — ela suspira, olhando para o próprio corpo coberto — O que aconteceu na noite passada?

— Você meio que comemorou mais do que o aniversariante e começou a passar mal... Como não sei seu endereço, a trouxe para cá! — a voz de Leo ressoa do canto do quarto, assustando-a. — Bom dia, Rey! — ele sorri.

— Bom dia, Leo! — ela boceja, sentindo uma pontada na cabeça. — Ai... Agora me lembro porque nunca gostei de beber: é maravilhoso no dia, terrível na manhã seguinte!

A declaração de Reyna faz com que Leo ria e se aproxime dela, beijando-lhe a testa.

— Eu fiz café para você... Mas não tenho idéia do que gostaria de comer, então pensei que poderíamos sair para tomar café fora...

— E enfrentar a multidão enlouquecida dos viciados em café de Manhattan? Não, muito obrigada, eu prefiro ficar aqui com você! — ela afasta as cobertas, maravilhando-o com a visão de suas belas pernas bronzeadas.

Leo tivera mais de uma chance de ver todo o corpo de Reyna na noite anterior, e por mais que quisesse e a garota insistisse, ele jamais tentaria algo enquanto ela estivesse bêbada. Ia contra o seu código de conduta!

— Leo, você vai descer ou não? — uma voz feminina grita do andar inferior, levando Reyna a arregalar os olhos.

— Me diga que estamos em seu apartamento? — ela pede assustada.

— Gostaria de dizer que sim, mas a verdade é que eu também não lembrava o meu endereço... — ele responde, corando — Olha, está tudo bem: minha mãe é uma pessoa legal, sabe?

— Tenho toda a certeza de que é, mas... Eu não posso conhecer sua mãe nesse estado... — ela estava descabelada, com a cara amassada de tanto dormir e sequer estava usando suas próprias roupas.

— Ela nos viu piores, acredite! — e se Leo achava que isso fosse acalmar Reyna, ele não poderia estar mais enganado. — Rey, fica calma! É só um sábado com ressaca.

— Não é um sábado com ressaca. É um sábado com ressaca na casa da minha sogra em potencial! — e sim, ela se arrependeu de ter dito tal frase assim que fechou a boca. — Oh, esqueça isso!

Reyna se levanta, tentando escapar do momento constrangedor — a janela era ali perto, talvez ela conseguisse escapar —, mas logo é puxada para o colo de Leo, que segura seu rosto com uma das mãos.

— Sogra em potencial? — ele sorria, feliz como uma criança na manhã de Natal — Isso significa que estou fazendo algo certo?

— Significa que eu deveria aprender a controlar minha boca... — Reyna suspira, olhando para tudo ao redor, exceto os olhos castanhos calorosos de Leo.

— Eu gosto bastante dela assim: descontrolada, sincera... Minha! — o rapaz sussurra, dispersando beijos pelo rosto corado da garota em seu colo.

— O que o faz pensar que eu sou sua? — ela pergunta, agora mais interessada em olhá-lo nos olhos.

— O fato de você estar aqui! E não ter me dispensado ainda! — ele afirma, levantando-se e pendurando as pernas dela ao redor de seu quadril.

— Isso não significa que eu seja sua, Leo Valdez! — ela diz, enrolando uma mecha do cabelo cacheado dele em seu indicador direito.

— Significa o que então? — ele não se moveria até que tivesse uma resposta.

— Significa que ¡eres mío! — e ela se move, para frente, juntando os lábios numa carícia lenta e sensual, como a dança da noite anterior.

Leo gostaria tanto de estar em seu apartamento no momento; gostaria tanto que os quartos dos irmãos não fossem lado a lado do seu... Gostaria que os irmãos e a mãe parassem de mandá-lo descer para o café porque queriam “conhecer la hermosa chica” de quem ele tanto falava.

— Então, você fala de mim para sua família? — Reyna pergunta, puxando o lábio dele. Ela amava puxar e mordiscar o lábio inferior de Leo.

— Com uma freqüência absurda! — ele responde, apertando as coxas da garota.

— E o que você diz para eles? — ela inquiriu com autoridade.

— O quão hermosa mi novia em potencial é! — ele responde com sinceridade.

Estavam saindo desde antes do Natal — inclusive trocaram presentes nessa época —, e inconscientemente ambos pensavam no mesmo futuro. Namorada em potencial, sogra em potencial... Estavam em uma sintonia tão boa, que já estavam pensando igual.

— Então... Acho que não devemos deixá-los esperando mais, não é? — ela dá um meio sorriso.

— Mas... Pensei que queria escovar o cabelo antes...

— Ah, é mesmo!

— Anotação mental: da próxima vez que trouxer Reyna para casa de meus pais, me certificar de que ela realmente saiba o que está acontecendo com a vida dela! — o rapaz suspira teatralmente.

— Vai ter próxima vez?

— Vão ter muitas próximas vezes! Prometo!

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O que Leo Valdez promete, Leo Valdez cumpre! Reyna passou as semanas seguintes visitando Esperanza Valdez e seu marido, Hefesto. Os irmãos de Leo já a tratavam como irmã também, e até se juntavam a ela para tentar pregar peças do “Elfo” — como eles carinhosamente apelidaram o irmão mais novo. —, ou lhe contavam sobre coisas constrangedoras sobre a infância do caçula.

Tal convívio obviamente acalmou Reyna que, agora enquanto esperava que Leo a buscasse para o baile de São Valentim da empresa, ela se sentia muito mais confiante em levá-lo para a festa e, conseqüentemente, conhecer sua família.

— Você não se cansa de mostrar que é divina, não é? — e essa foi a saudação de Leo naquela noite, quando ela abriu a porta do apartamento que dividia com a irmã.

— Sabe que, às vezes, até que canso? — ela brinca — Aí, nesses momentos, eu durmo!

— Ah, sim! Desculpe-me, eu nunca presenciei esse momento, sabe? Aí sempre fico admirado... E não é pra menos! — ele a toma pela mão, fazendo-a dar uma rodadinha.

Reyna usava um vestido longo, de busto preto tomara que caia e saia em um degrade de tons preto, roxo, lilás, rósea e creme, arrematando o look com jóias de ouro. O cabelo, preso num coque ornamentado, deixava o colo desnudo. E os lábios... Como ele queria beijá-los, mas temia estragar o batom cereja que ela usava.

— Quem sabe, num dia que a deusa em questão queira, talvez você não a veja em seu momento de relaxamento? — a garota sorri, inclinando-se para lhe dar um selinho. — Pronto para conhecer as outras mulheres da família?

— Na verdade, estou aterrorizado! — Leo confessa.

— Não tem pelo que ficar assim! — ela afirma, ajeitando a gravata dele.

— Diz a garota que teme a mãe e a irmã...

— Claro que temo: elas são, além de minha família, minhas chefas! Eu sou apenas a estagiária...

— Então, estagiária, vamos juntos ao encontro de Belona e Hylla? — ele lhe oferece o braço e ela aceita sorrindo.

E o braço de Leo foi a única coisa que manteve Reyna de pé durante as apresentações. Por mais gentil e engraçado que o garoto tenha sido, os olhares que sua mãe e sua irmã trocavam a deixavam nervosa. E tudo só piorou conforme os jogos da noite seguiam.

— Seu namorado é legal, Reyna! — sua mãe lhe segreda.

As duas estavam assistindo a uma ridícula disputa de karaokê coutry — porque karaokê normal já não é ridículo o bastante, os homens ainda tinha que ficar cantando Taylor Swift em início de carreira e Carrie Underwood —, na qual Leo estava se saindo muito bem ao cantar You Belong With Me

Dreaming about the day when you wake up and find (sonhando com o dia em que você vai acordar e descobrir)

That what you’re looking for has been here the whole time (Que o que você procurou esteve aqui o tempo todo)

— Ele não é meu namorado, mãe! — a garota responde, tentando manter a compostura ao notar que o rapaz em questão a olhava.

— E por que não? — a mãe a surpreende, soando carinhosa.

— Eu me pergunto a mesma coisa, mãe! — e Hylla se junta a elas.

Aquelas duas nunca demonstravam carinho. Eram mais implacáveis nos negócios do que os Três Grandes Empresários de Nova York pareciam ser... Nada nelas indicariam que fosse possível conversar sobre garotos — na verdade, talvez o vestido rosa claro, adornado de flores, que Hylla usasse até enganasse alguns, mas a irmã mais nova sabia que, assim como Belona, ela não era nada delicada.

Reyna não tinha como escapar. Não quando a mãe, elegante como estava em seu vestido negro, a encarava daquela forma.

— Eu não sei! — ela suspira — Eu gosto dele, sei que ele gosta de mim, mas... Considerando o histórico de nossa família, tenho medo de me entregar mais...

Toda vez que Reyna pensava em algum relacionamento, ela se lembrava do divórcio tumultuado dos pais. O que costumava ser uma grande família feliz transformou-se num caos completo, com direito a mãe se afastando de filhas, irmã fugindo e deixando a outra para trás e um pai constantemente bêbado que levava qualquer mulher para casa.

Certamente que a garota queria viver um romance, só queria ter certeza de que o viveria com o cara certo. Que a compreendesse com todas as suas manias e falhas, mas a congratulasse por suas conquistas.

If you could see that I’m the one who understands you (Se você pudesse ver que sou eu quem te entende)

— Paradigmas foram feitos para ser quebrados e transformados em outros, Reyna! — Hylla diz, dando-lhe um sorrisinho — Eu costumava ser como você, mas as coisas mudam, sabe...

E a irmã lança um olhar para o outro lado do salão, onde um rapaz alto ergue sua bebida em saudação.

— Sua irmã está certa, querida! — há anos que sua mãe não a chamava assim; parecia até que estava sonhando — Leo é um rapaz bom, engraçado e gosta de você ao ponto de ter os olhos brilhando mesmo de longe. E parece cantar especialmente para você! — e com essa deixa, Belona se afasta, indo cumprimentar alguns sócios

Leo continua com a música até o fim, recebendo a pontuação máxima, e volta para perto de Reyna sorrindo.

— Por que sinto que estavam falando sobre mim? — ele ergue uma sobrancelha, enlaçando-a pela cintura.

— Porque estávamos! — ela responde, dando-lhe um selinho.

— Coisas boas, eu espero! — ele a segura pela nuca, tentando não arruinar seu penteado, aprofundando o beijo.

— Sempre! — ela concorda, movendo os lábios em sintonia com os dele, sentindo na língua o sabor característico do chocolate e rum. — Elas acham que estamos num relacionamento sério!

— Eu também! — ele sussurra, e ela o afasta.

Leo estava sério — se bem que o rosto dele nunca assumia uma feição exatamente séria: ele tinha um sorriso brincando no canto dos lábios sempre —, e a encarava com intensidade.

— Leo...

— Reyna, eu sou quase uma versão masculina latina e gostosa da Taylor Swift: tenho uma longa lista de ex-amores, é verdade, mas jamais encarei o amor como um jogo. Sempre procurei sentir o que se descreve em livros ou se vê em filmes, e eu sinto isso quando estou com você! Quando estamos encolhidos no sofá do meu apartamento, discutindo mil teorias a respeito de Donnie Darko ou reprisando Vanilla Sky; quando saímos para jantar e acabamos em um rodízio de pizzas, porque quem precisa de pratos finos, quando se tem inúmeras opções de massa? Eu me sinto tão tranqüilo ao seu lado, tão mais calmo, que eu gostaria de ser capaz de pausar o tempo só para ficarmos juntos! — Leo pausa, tomando fôlego — O que quero dizer, Reyna, é que... Vamos Leo, não é tão difícil se declarar: você estava indo tão bem até aqui!

O nervosismo final de Leo a fez rir. Reyna se sentia leve quando estava ao lado de Leo, que era diferente de todos os outros caras que já conhecera — que não foram muitos —, ou já ouvira falar. Ele era paciente, gentil, engraçado, fofo e a fazia esquecer seu próprio nome constantemente. E, por mais chances que tivesse, nunca tentou ir muito além do que ela permitia, nem mesmo quando ela não estava no total domínio de sua mente.

A garota se inclinou na direção dele, selando seus lábios em um beijo que poderia descrever todo o caos dentro deles, mas também os sentimentos mais puros que tinham.

— Eu quero te fazer feliz, Reyna! Sem medo de nada! Porque amar não inclui sentir medo, e eu odiaria saber que tem medo de me amar! — Leo sussurra em seus lábios.

Ela tinha medo, verdadeiro pavor, de se entregar a um relacionamento e acabar saindo com o coração ferido. Mas Reyna sabia que começos não são necessariamente fins, ela sabia que se arriscar valia à pena.

E se arriscar com Leo era melhor ainda!


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Notas finais do capítulo

Onde está meu Leo para eu me arriscar com ele? Onde está meu Nico?... Ok, parei de surto!!
Mas então, o que acharam do capítulo? E dos looks? Eu to apaixonada por esses vestidos, especialmente o da Reyna, que eu gostaria de ter usado na formatura...
Espero ver vocês nos reviews!!
Beijoos



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