Bésame Sin Miedo escrita por Dama do Poente


Capítulo 6
Uma Chance


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, mas não estava conseguindo escrever nada para cá e para algumas outras histórias que tenho! Minha ansiedade tá no nível máximo e me desconcentra horrores.
Mas, enfim, hoje eu consegui escrever e aqui estou o/ Quero agradecer a todos que comentaram e desejar que curtam esse capítulo.



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Ele apenas dirigia, esperando que Reyna lhe pedisse que parasse ou esperando a si próprio tomar coragem para lhe pedir desculpas. Mais uma vez a beijara sem permissão e nem ele mesmo sabia por que fizera aquilo.

Sim, ele queria vê-la de novo. Sim, ele queria provar daqueles lábios mais uma vez. Não, ele não queria que fosse daquela forma.

— Me desculpe... — os dois começam ao mesmo tempo, e acabam sorrindo sem graça.

— Primeiro as damas! — Leo comenta, acendendo a luz do carro

— Desculpe ter sido rude... É que... Aquele homem me dá arrepios... E não pense que eu sinto medo de tudo, só que...

— Reyna, quem tem que se desculpar sou eu, ok?! Mais uma vez eu lhe beijei sem permissão... E você tem direito de sentir medo, criatura! Você é humana!

E, para seu deleite, a garota sentada ao seu lado riu. Foi apenas uma risada curta, mas suficiente para fazê-lo relaxar... Até que a risada deu lugar aos soluços e Reyna, enfim, se pôs a chorar.

Leo, apesar de já ter estado em um curto relacionamento e de ter muitas amizades no meio feminino, não sabia como lidar com lágrimas. Não sabia se devia abraçá-la, se devia deixá-la chorar em silêncio ou lhe pedir que se acalmasse e lhe explicasse o que a levara a sentir medo do tal homem.

Torcendo para que estivesse fazendo o certo dessa vez, Leo estaciona o carro e solta o cinto de segurança que o envolvia, virando-se no banco. Temerosamente, leva sua mão até os cabelos longos que caíram ao redor do rosto bronzeado de Reyna, e o afasta.

Seu coração falha uma batida ao vê-la assim, tão frágil, porém ainda bela. Até mesmo uma rainha fraquejava às vezes.

E ele? Ele era apenas mais um plebeu que dera a sorte de cruzar com tal bela criatura. Mas isso não queria dizer que, talvez, por misericórdia divina, ele não fosse capaz de ajudá-la.

Ergueu seu olhar, como quem pede ajuda aos céus, e prontamente foi atendido: ali, do outro lado da rua, havia uma pequena sorveteria — vazia, já que o tempo em nada favorecia o comércio.

— Um sundae por seus pensamentos! — ele sussurra para a garota, seus lábios tão próximos de sua pele que poderia sentir seu sabor.

Ela não lhe responde com palavras, mas um pequeno sorriso se estampa em seus lábios e ele entende aquilo como sim. Sorrindo também, deposita um beijo na têmpora dela e sai do carro, dando a volta para abrir a dela.

Minutos depois, estavam sentados na última mesa da sorveteria, cada qual com seu sabor favorito, encarando-se em silêncio. Aquele tipo de quietude que incomoda, principalmente se a pessoa for hiperativa... Como Leo.

— Obrigada, Reyna! — ele diz, despertando-a de seus devaneios.

— Pelo o quê? — ela questiona, com as sobrancelhas franzidas.

— Por não me bater dessa vez! — ele sorri, recebendo um sorriso em resposta.

— Bom... A situação era outra... E às vezes eu tendo a exagerar um pouco na defesa pessoal!

— Você não estava errada em ter me batido naquele dia, Reyna! Mal nos conhecíamos, e, sei lá, talvez você não quisesse tal coisa...

Ela não tinha certeza se, naquela época, queria ser beijada por Leo. Mas desde que fora, conseguira parar de pensar em seu melhor amigo como potencial futuro namorado, e agora encarava Jason apenas como isso: um amigo! Um ótimo amigo que, se de fato quisesse algo mais sério com ela, não fingiria que não entendia seus sinais.

Enquanto isso havia Leo, que parecia ler sinais que nem mesmo ela sabia que dava.

— Eu não deveria ter feito aquela encenação hoje! Deveria ter apenas te tirado de lá e te levado para casa. — o rapaz murmura arrependido. Suas bochechas estavam vermelhinhas, mostrando o quão constrangido estava.

— Ele não acreditaria que era meu namorado se não me beijasse, você sabe disso! — ela tenta aliviar a pressão.

— Bem, sim... Mas, em todo caso, acho que nos coloquei em uma situação bem chata! — ele ergue as sobrancelhas e só então ela nota onde ele queria chegar com todo aquele assunto.

Depois de tê-la beijado ali, na frente do “admirador nada secreto” de Reyna, Leo havia iniciado um ciclo vicioso: a partir de então, ela seria conhecida como a garota do namorado hispânico, o que levantaria perguntas não só dos colegas de trabalho, mas também da família. Eles teriam que fingir que estavam namorando, e Reyna era péssima em mentiras... Assim como Leo.

Porém, se havia algo em que Leo era bom, era em consertar coisas... E situações.

— Eu continuo achando que não deveria tê-la beijado sem permissão duas vezes seguida, Reyna, mas a verdade é que não me arrependo de ter feito tal coisa. Faria de novo, e de novo, o quanto fosse necessário, porque, vai parecer patético, mas eu estou encantado! Sim, encantado, porque é a única palavra que me vem à mente desde que te conheci naquele dia em frente à universidade! — ele suspira — Eu odeio mentiras, e odeio ir contra a vontade dos outros, então, ao invés de dizer que estou disposto a continuar com essa farsa para lhe proteger, quero lhe perguntar algo.

— O-o quê? — quem diria: Reyna Avila Ramírez-Arellano, a rainha da confiança, gaguejando...

— Você me daria uma chance de transformar essa farsa em realidade?

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Jason Grace estava confuso e enciumado! Não porque tinha interesse romântico em uma das partes, mas porque nenhuma delas lhe contara nada e ele teve de descobrir sozinho o que estava acontecendo há mais de uma semana.

— Pelo amor de Deus, desfaça esse bico, criatura! — seu irmão mais velho resmunga, passando-lhe um prato de waffles

Ele gostava de conversar com Apolo quando estava se sentindo assim. O irmão já passara por maus lençóis e sempre parecia ter o que dizer. Apesar de ter optado pela medicina, Apolo Grace nunca abandonara o lado poeta.

— O dia começou cedo por aqui hoje! — a única voz feminina naquele apartamento se faz ouvir, reclamando como sempre fazia pelas manhãs de dias letivos.

— E alguém acordou do lado errado da vida, né? — Apolo puxa a filha para perto e a abraça forte por um tempo, apesar dos resmungos da menina — Eu amo você, ok?

— Eu também te amo pai, mas amo mais quando me deixa faltar em seus dias de folga. — Allegra murmura, indo se sentar ao lado de Jason — O que faz aqui, tio?

— Seu tio veio resmungar porque descobriu que os melhores amigos estão saindo juntos e não lhes contaram, e ele agora está com medo de ser a vela da relação! — Apolo responde à filha, entregando-lhe um copo de suco de laranja.

— Laranja? Laranja causa celulite, pai! Celulites e bailarinas não combinam!

— Cala a boca e toma logo esse suco, Allegra Grace! Laranjas são excelentes fontes de vitamina C, cálcio, potássio, magnésio, ácido fólico, fósforo e ferro, ou seja: é bom pra você e você vai tomar! — o loiro mais velho sorri, e se vira para o irmão, ignorando os xingamentos da filha — Agora me conte o que está acontecendo!

E Jason contou como Reyna lhe informara sobre a estranha situação com um colega mais velho de trabalho, que lhe assediava na maior cara de pau, e de como fora tenso o dia em que a seguira até o ponto de ônibus. Reyna lhe dissera que chegou a pensar que seu fim seria ali, que o homem a seqüestraria e faria Deus sabe o quê com ela, mas no momento em que tudo parecia perdido, eis que Leo surge, dirigindo o Porshe de Nico, e se finge de namorado dela e a salva.

Isso os faria ter que mentir para todos, mas Leo não queria tal coisa. Leo se sentia atraído por Reyna e, apesar de ser um fracasso em tentativas de flerte — Quione e Thalia eram exemplos vivos disso —, o rapaz reunira coragem o suficiente para lhe pedir uma chance. Nem que fosse somente um encontro. E Reyna aceitara.

— Eles estão se encontrando há semanas! E não tiveram nem a decência de me contar ou de falar: “Ei, vou ter que te deixar fazer o trabalho sozinho porque vou sair com seu melhor amigo que, aliás, pediu pra avisar que não vai mais ao jogo contigo”...

— Nossa, tio, pare de ser tão eu! — Allie revira os olhos, terminando suas torradas

— É! Pare de ser tão Allegra e fique feliz! — Apolo diz — Ok, muito chato seus amigos estarem se pegando e não te contarem, também me senti assim quando Ártemis começou a sair com aquela criatura que ela chama de namorado.

— Eu ouvi isso, Apolo! — e a expressão confusa de Jason não poderia estar mais cômica ao ouvir a voz de Ártemis vindo do quarto de Apolo.

— Você me ama! Fica quieta!

— Você que me ama!

— Amo mesmo! Até cedi minha cama para você e tive que me encolher na de Allie!

— Pode ficar com aquela se quiser e me dar a do seu quarto: nunca dormi tão bem na minha vida! — a filha afirma.

— Sem chances, princesinha! Enfim, voltando, Jason, o melhor que tem a fazer é apoiar seus amigos! Você sabe que os dois são ótimas pessoas, e você quer apenas o melhor para eles porque os ama, certo?

— Bem, sim! — o rapaz responde.

— Pois então: consegue pensar em um cara melhor para ficar com sua melhor amiga, do que o seu melhor amigo?!

Pensando por aquela perspectiva, Apolo estava completamente certo! Reyna era uma garota doce, gentil, porém muito travada; nas últimas semanas, no entanto, era possível até mesmo ouvi-la caçoando dos professores da faculdade, ou tirando uma da cara de Frank, que tinha medo de Nico. E, quanto a Leo, ele parecia mais focado e mais calmo... Definitivamente os dois eram benéficos um para o outro.

— Se você diz coisas tão belas assim para seu irmão, por que não apóia meu namoro com Órion? — Ártemis surge na cozinha, interrompendo o fluxo de pensamentos de Jason.

— Porque, minha querida, eu sei que ele não é o melhor para você! — Apolo a puxa para seu colo, e a beija na bochecha.

Jason e Allegra trocam olhares e se levantam ao mesmo tempo da mesa. Os dois médicos ficavam naquele chove e não molha há anos, e ninguém mais agüentava tal situação.

— Papai tem razão, tio! — Allie murmura, já no elevador — Se seus amigos estão felizes, isso é o mais importante!

— Eu sei Allie, mas me preocupo da mesma forma! E se algo de ruim acontecer entre eles, e eu tiver que escolher um lado?

— Tenho quase certeza de que isso não vai acontecer! — a menina afirma — Eles vão estar lá hoje?

Era dia 28 de janeiro, aniversário de Nico. Todos haviam combinado de ir comemorar no novo pub de Dionísio e, apesar dos esforços de todos, Allegra conseguira convencê-los a deixarem-na ir. Nem que fosse para ficar por um tempo.

— Provavelmente!

— Então você verá como eles reagem juntos, e vai saber se eles ficam ou não bem juntos! — a sobrinha sorri, dando de ombros — Agora vamos, porque estamos atrasados!

— Como consegue ser tão jovem e ter ótimos conselhos?

— Tenho a ligeira impressão de que de nada me adiantará tal coisa quando for a minha vez de ficar confusa...

— Por favor, pare de crescer agora, Allie! — ele ri, abraçando os ombros da sobrinha — Preciso de minha amiguinha sempre comigo!

— Se o senhor arranjar uma namorada, e me esquecer, eu vou transformar sua vida num inferno...

Namorada... Isso o fez se lembrar das falhas tentativas de conseguir marcar algo com a irmã de Silena. Se ao menos Thalia e Silena estivessem se falando...

— Não se preocupe: pelo visto, isso nunca vai acontecer! Não tem a menor chance!


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Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro, por favor me avisem: não deu tempo de revisar esse capítulo.
E então? O que acharam? Com pena do Jason? Surtinhos pelo que ele contou?
Digam tudo nos reviews! Vamos conversar sobre o que está acontecendo e o que vai acontecer.
Aaah, antes que eu me esqueça: temos um grupo no FB! É só procurar por Dama do Poente - Fanfics, e vocês vão me encontrar lá, ou ir no meu perfil e clicar no link no topo da página.
Espero que tenham gostado!
Beijoos



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