Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 40
Ciúmes de Pai




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/624120/chapter/40

Samuel: Seu pai se incomodaria se eu ligasse para você agora? Quero ouvir sua voz.

Já fazia um bom tempo que eu e Sammy continuávamos a conversa por mensagens, tanto é que Gavin e Achyle já tinham voltado para nossa mesa, ela com um mal humor dos infernos -- se bem que ela era sempre assim e talvez a roupa que estava vestindo tivesse alguma influência. -- e ele com uma expressão nada amigável. Se eles tinham brigado de novo eu não sabia, mas tinha algo a mais ali. Bem, esse não é o ponto, vamos voltar a Samuel. O caso é que todos já estavam me encarando, não sei se pela minha falta de educação por estar conversando descaradamente pelo celular com uma pessoa que estava do outro lado do oceano, mais do que prestando atenção neles, ou se pelo fato de as vezes eu estar soltando risadinhas e corando. Aí ele me vem com uma dessas.

–- Ela corou de novo. -- disse Mikaelle como se estivesse prendendo o riso.

–- A conversa com o Sam deve estar boa. -- completou Gabriely com um sorrisinho.

Estreitei os olhos para as duas. Tá certo, eu estava gostando de que Mikaelle pudesse estar se distraindo de seus próprios problemas, mas isso não significava que ela tinha que se aliar a minha prima para fazerem de mim a piada do jantar.

–- Que Sam? -- papai perguntou como quem não quer nada.

Que lindo.

–- Samuel Hunter. -- falei e peguei uma colherada do sorvete que eu tinha pedido como sobremesa. O quê? Não posso tomar sorvete só porque está de noite? Dane-se.

–- Meu irmão. -- acrescentou Wendy.

–- Fiquei sabendo que ele viajou para Nova Iorque a pouco tempo. -- comunicou papai.

Quase engasguei com o sorvete e espiei o celular em minhas mãos, louca para responder a mensagem, mas sem ter uma resposta concreta.

–- Você o conhece? -- perguntei.

–- Notícias se espalham no meio empresarial, filha. -- explicou. -- E não. Eu não o conheço, mas conheço o pai de Wendy. Já usei os serviços da empresa deles antes.

–- Ah -- eu parecia uma lesada naquele momento. -- Tá bom.

–- Mas eu não fazia ideia da que você mantinha uma amizade tão forte com Samuel.

Depois que ele disse isso Achyle deu uma risada baixinho, finalmente dando sinais de humor. Mais uma vez as coisas saíam as minhas custas, mas ao menos ela estava melhor. Infelizmente papai pareceu interpretar aquela risada como um sinal para erguer a sobrancelha e me encarar com curiosidade.

Ótimo. Maravilhoso mesmo.

–- Ele é meu melhor amigo, pai. -- decidi ser sincera. Mais ou menos já que não estava contando nem um décimo do que Sammy significava para mim de verdade. Afinal, nem eu sabia direito. -- Nós ficamos muito próximos depois que deixei de odiá-lo.

–- Uma relação de amor e ódio, realmente. -- se intrometeu Gabriely, não ajudando nem um pouco.

A ignorei.

–- Quero dizer, eu não o odiava de verdade, o senhor sabe como eu sou. -- mais ou menos. -- Sammy me ajudou muito depois que me mudei. -- mais ou menos. E com isso eu queri dizer: Ele me ajudou sempre que não estava rindo dos meus escândalos e trapalhadas. -- E é só isso.

Não é só isso nada!

–- Eu gostaria de conhecê-lo futuramente já que ele significa tanto para você.

Wow, wow, wow. Fui só eu, ou alguém mais notou que essa frase parece esconder algum outro significado?

–- Pai, não se deixe levar pelo que Gabriely diz, por favor. -- pedi.

Ele murmurou algo ininteligível.

Legal, pensei ironicamente. Ciúmes de pai. O que deve estar se passando pela cabeça dele agora?

Como eu não queria deixar Samuel esperando por muito tempo resolvo perguntar o que ele queria a papai.

–- Bem, ele quer falar comigo agora e...

–- Vocês já estão se falando. -- disse o que já era óbvio.

–- Sim, mas ele perguntou se o senhor se encomodaria se ele me ligasse.

–- Que bom que ele teve a consideração de perguntar.

Ficamos alguns segundos em silêncio.

–- E então...? -- indaguei.

–- É claro que ele pode. -- papai sorriu, mas seus olhos brilhavam de uma maneira que mais parecia que ele estava pronto para lidar com o inimigo. -- Mas eu quero falar com ele.

Oh.

Deus.

Qual é?! Samuel nem é meu namorado, não tem porque papai agir como se estivesse tentando proteger minha honra!

–- Pai!

–- Filha, ligue para ele e comunique minha decisão. Estou ansioso para conhecer o amigo da minha filha.

Meus olhos se arregalaram e olhei para cada um dos traidores na mesa que estavam nos assistindo como se fizessemos parte de uma novela mexicana. Enquanto Wendy e Mikaelle eram mais tímidas e sutis, Gabriely e Achyle pareciam achar a desgraça alheia -- no caso a minha. -- muito divertida. Não vou nem falar dos garotos.

Eu: Ele quer conversar com você.

Apoiei meu queixo em uma das mãos e atendi o celular assim que ele tocou.

–- Juro que não foi ideia minha. -- me defendi antes que ele falasse algo.

Samuel riu.

–- Passe para ele, Little Witch.

–- Você parece estranhamente animado.

–- Heather, não tem problema. Nos falamos depois, eu prometo.

–- Foi escolha sua. Eu lavo minhas mãos.

Bufei e passei o celular para papai, que, para minha desgraça se levantou e saiu rapidamente da sala.

–- Que. Droga. -- falei.

Cruzei meus braços sobre a mesa e deitei minha cabeça sobre eles. Vou interrogar Samuel depois, ou meu nome não é Heather Victória Sharpe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!