–Alexy! O que significa isso? - minha mãe pergunta, franzindo o cenho.

–Filho... - meu pai começa uma frase e não termina.

–Eu...posso explicar. - sussurro, neste momento uma pequena lágrima escorre pelos meus olhos, e se eles não me aceitarem?

–Você... é gay? - meu pai começa a falar, ele estava espantado, mas não parecia bravo.

–Bem, sim. - respondo.

–E esse menino, ele é seu namorado, presumo? - continua ele, colocando uma mão no meu ombro.

–Ãh... - é a única coisa que consigo dizer.

–Sou sim, senhor. - Nathaniel fala, corando.

Viro meu rosto e o encaro, então era isso? Agora estávamos namorando? Isso era bom, pelo menos oficializamos as coisas.

–Alexy, você não pode fazer essas coisas na nossa casa... - minha mãe começa a falar.

–Beijar um menino? - pergunto, tristemente.

–Não...você sabe que te aceito como é. O que quero dizer é que não se pode transar na cozinha. Aliás vocês estão se protegendo? - minha mãe fala.

–O que? - meu rosto fica super vermelho - nós nunca.. nunca... fizemos nada disso.

–Bem, então tome cuidado. Esses amassos podem levar a outras coisas! - disse ela.

–Camisinhas sempre. - falou meu pai, seriamente.

De alguma forma acho que eles estavam se divertindo com nossas expressões de constrangimento. Meus pais eram malucos.

–Vocês... já sabiam que eu era gay? - pergunto - afinal, não ficaram tão "chocados" assim.

–Bem, se lembra de quando fomos te buscar daquela sua ida a diretoria? E você encontrou esse rapaz, Nathaniel, pelo que me lembro, seu (agora) namorado? Você gaguejou tanto e seu rosto ficou tão vermelho que era impossível não pensar que era! - meu pai responde.

–Nathaniel, não? Que tal você ficar para almoçar? - minha mãe pergunta sorrindo - hoje tem pizza no forno, pelo que vejo.

–Vocês estavam bebendo? - meu pai pergunta, bravo - vocês não tem idade ainda!

–Desculpe pai. - digo.

–Nunca mais façam isso! - ele continua, porém sei que não está bravo, afinal faltava seis meses para eu poder beber legalmente.

–Oi maninho! - diz Armin, chegando em casa - uow Nathaniel! Você por aqui?

–Oi Armin. - ele responde - eu irei almoçar aqui hoje.

–É, é sei... vocês estão é namorando, né? Ouvi a bronca de nossa mãe sobre proteção lá da porta - ele começa a rir.

–Pare de me encher Armin - lhe digo - meu namorado também não gosta dessas coisas!

–Seu namorado? Alexy e Nathaniel sentados embaixo de uma árvore se beijando - ele começa a rir.

–Armin! Pare de irritar seu irmão! - meu pai adverte - ou irei contar a ele sobre sua paixonite pela Iris!

–Iris? - começo a rir - você que sempre ficou nos videogames agora está prestando atenção nas garotas, heim?

Ele revira os olhos e sai da cozinha. Armin gostava de me irritar, mas as vezes conseguia dar o troco.

Depois de um tempo, minha mãe chamou Armin para comer pizza e todos nós nos sentamos e começamos a almoçar, meus pais pareciam ter várias perguntas para Nathaniel - que iam desde "o que você quer fazer na faculdade?", até "Como seus pais são? O que eles fazem", se ele já era "assumido", e outras perguntas, algumas embaraçosas outras muito toscas.

Enfim, tudo deu certo por agora, então quando chegou o final da tarde acompanhei Nathaniel até sua casa e lhe dei um beijo, longo, profundo, delicioso.

Até agora, tudo deu "certo". E eu estava feliz.