Sob um olhar mais Severo escrita por Céu Costa


Capítulo 21
La phase treux


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, queria dizer que esse capítulo ficou assim porque nessa semana em particular eu estou muito triste, e acabei por descontar minha frustração no capítulo. Desculpem.



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Pov Sophie

Fase 3: Fugir

Fechamos a porta da cela, morrendo de tristeza por deixar o pobre mas corajoso Miguel Corner ali. Mas nós não viemos para tirá-lo dali, e sim para cuidar das feridas e dar esperança a ele. Mas é bem difícil partir sabendo o que os Carrow poderiam fazer com ele.

Subimos as escadas com cautela, tendo o cuidado de olhar novamente para dentro da sala dos Carrow. Ainda estava escura, mas agora havia ainda mais fumaça lá dentro, que não nos permitia enxergar nada. Decidimos não arriscar, e continuamos a subir as escadas, primeiro caminhando, depois correndo. Estávamos loucas para sair daquele lugar, sem sermos pegas.

— Vamos Sophie! Estamos quase no Pátio de Transfiguração! - Belle me incentivou.

Eu sorri, animada. Mas então, senti um comichão forte na minha cicatriz, que foi crescendo até se tornar torturante.

— Sophie! - Belle me amparou, assustada - Ora vamos, agora não é hora para isto!

Eu me ajoelhei no chão, tentando não entrar em pânico. Minha cicatriz latejava sob a luva, dolorosamente.

Ele caminhava pelos jardins frios, sua capa negra esvoaçando com o vento gelado.

— Ele está aqui em Hogwarts! - eu sussurrei, alarmante - Eu posso vê-lo! Ele está aqui!

— E onde ele está? - Belle perguntou - Onde ele está, Sophie?

Snape caminhava ao lado dele, como se fossem velhos e queridos amigos. Aquilo me causava repulsa. Eles estavam conversando! Conversando e passeando aqui, em Hogwarts, com centenas de alunos inocences sendo colocados em risco!

— Agora, caro amigo, - ele se pronunciou - deixe-me a sós. Eu mesmo vou até ele.

— Sim, milorde. - Snape disse, voltando para o castelo.

— Ele estava com o diretor. - eu contei - Ele vai procurar alguma coisa, e ele quer fazer isso sozinho...

— Mas o que ele está procurando? - Belle perguntou outra vez.

— Eu não sei... - eu respondi - Mas é algo que ele quer muito... Poderoso... E o... - apontei para o meu colar de coração, indicando o Harry - ... Ele sabe o que é.

Ele caminhou, contornando suavemente o Lago Negro, deslizando e observando as grandes torres do castelo sendo refletidas nas águas turvas. Então, bem ali na beira do lago, estava o lugar que ele queria chegar.

— O túmulo de Dumbledore... - eu sussurrei.

— Mas o que ele pode querer em um túmulo? - Belle torceu o nariz - Vai roubar a dentadura do velhinho?

— A dentadura não... - eu respondi - Ele está roubando a varinha...

E então, trovões fizeram tremer o chão, e faíscas vermelhas riscaram os céus, tingindo as paredes de pedra do castelo. Meu corpo se arrepiou com a mera possibilidade daquela coisa vir para dentro do castelo, e do que ele faria com certeza. Belle me abraçou, temerosa, fixando seus olhos nos céus. Eu sentia ela tremer. Era um prenúncio. Coisas piores virão.

— Acho melhor sairmos daqui! - Belle sussurrou, depois que aquilo tudo passou.

— Belle? - ouvimos uma voz, que fez nosso coração disparar.

Belle se levantou do chão lentamente, e depois me ergueu. Respiramos fundo, e começamos a inventar mentalmente algumas boas desculpas para falar para seja qual for o aluno que iria nos dedurar naquele momento.

— Eric? - Belle sussurrou, confusa - Que faz acordado a essa hora?

— Eu precisava falar com você... - Eric começou - Eu sei que ficou um clima estranho entre a gente, mas agora eu entendo o que você queria falar naquela noite, e...

— Eric... - eu o cortei - Sem querer ser rude, mas não estou interessada na história de vocês agora...

Eric deu uma boa olhada em nós duas, e franziu a testa, desconfiado.

— No que vocês se meteram dessa vez? - ele cruzou os braços.

— Sem tempo pra explicar! - eu puxei a Belle pelo pulso - Temos que voltar para o salão comunal agora mesmo!

— Tudo bem, vamos! - Eric concordou.

Eric correu na frente, e nos guiou no trajeto de volta. De repente, milhares de coisas idiotas passaram pela minha cabeça, e eu me esqueci completamente do perigo que estávamos correndo.

— Imagine só, Belle! - eu recriminei - Insinuar que eu só estava ajudando porque estava de olho no Neville! Que insulto! Que audácia! Como se eu fosse uma mera adolescente interesseira!

Belle não dizia nada, apenas ria da minha indignação. Do Pátio de Transfiguração, corremos até a Torre do Relógio, na frente do castelo. O ar estava bem frio, e as grandes portas de madeira estavam fechadas.

— "Um lance com Neville"! De onde ele tirou essa ideia? - eu ri, cínica.

— Ele não seria o único... - Belle sussurrou.

— Do que está falando? - eu perguntei, assustada.

— Ora, Sophie! Só você que não nota! - Belle retrucou - Todo mundo vê vocês dois sempre conversando, os esforços que você faz para proteger ele, e ele a você... Todo mundo já notou.

— Mas... - eu sussurrei - São apenas boatos... E ele gosta de outra garota...

— Ele disse isso pra você? - Belle riu - Vê se cresce, Sophie! Ele gosta é de você!

Eu fiquei um pouco atordoada. Neville gosta... De mim? De repente aquilo pareceu sufocante e pesado demais. Não pode ser verdade. Quer dizer... Ele gosta de outra garota, certo? Mas ele nunca me disse isso...

— Eu não tenho dúvidas de que o coração dele pertence a uma garota! - eu corri atrás deles, esbravejando - Já o vi corar diversas vezes! Eu me lembro bem!

— E ele corava sempre que você estava por perto para ver? - Belle riu - Ora, Sophie! O coração dele pertence a uma garota sim, e pelo visto, tudo indica que é você!

— Pare de insinuar isso! Você está mentindo! - eu gritei, furiosa - Eric, diga que ela está mentindo!

Naquele momento percebi que havia mesmo algo errado. Eric estava quieto durante todo o trajeto. Não que ele fosse muito de falar, mas geralmente ele defendia a Belle de algum modo em nossas discussões de amigas. Mas desta vez, ele não disse nada. Absoluto silêncio.

Olhei ao meu redor, e então percebi onde ele estava nos levando. Estávamos entrando no corredor do segundo andar, e sei bem aonde ele leva no final. Estava muito escuro, mas ainda assim eu sabia exatamente onde a gente estava indo.

— Eric... - Belle chamou suavemente, com medo - Onde está nos levando?

— Belle, temos que sair daqui... - eu a puxei pelo pulso. - Temos que sair daqui agora!

De repente, ouvimos passos ecoando, vindo da escuridão. Meu coração disparou com força, e a Belle paralisou.

— Ora, ora, ora... - ouvimos a voz de Aleto ecoar no corredor - Olha só o que o vento trouxe... Bom trabalho, Eric! Garanto que sua recompensa será bem... interessante...

— Eric?... - Belle olhou para ele, incrédula. As lágrimas já molhavam seu rosto.

— Eu sinto muito, Belle... - ele sussurrou.

Antes mesmo que ele terminasse a frase, Belle deu um estalado tapa na cara dele. Eric virou o rosto, e sua bochecha ficou visivelmente vermelha, mesmo na escuridão.

— TRAIDOR! - Belle gritou, furiosa. - Se a gente morrer, a culpa é sua!

— Eu sinto muito, Belle... - Eric chorava.

— É melhor que sinta mesmo! - Belle esbravejou - Eu nunca deveria ter confiado em você! Nunca!

— Parem logo com essa ladainha! - Amico desceu as escadas da Torre do Diretor - Ele está esperando!

Meu coração parou naquele instante. Eu sabia que deveríamos entrar. Eric tinha o rosto inundado pelas lágrimas de culpa, mas de forma alguma eu conseguia sentir pena dele. Um amigo de verdade jamais faria isso.

— Sophie... - ele olhou para mim, suplicando perdão.

— Volte ao salão comunal. - eu mandei, tentando não chorar de pavor - E implore aos céus e aos espíritos patronos que a gente volte para lá. O que você fez, pode nunca ter perdão.

— Ele fez o que era certo. - Aleto riu - E por isso ganhará uma boa recompensa. Agora vamos vocês duas!

Aleto se aproximou de nós duas para nos segurar, mas eu fiz que não, e ela incrivelmente concordou. Belle segurou minha mão, e entrelaçou nossos dedos. Eu podia sentir o quanto ela estava tremendo. Ficamos ao pé da escada, e a grande gárgula que guarda a torre do diretor esperou pacientemente que alguém se pronunciasse.

Dumbledore. — Aleto sussurrou, com sua voz enjoada.

A gárgula continuou imóvel.

— Você não disse direito. - Amico repreendeu.

— Eu detesto esse nome! - Aleto rosnou - Ah, está bem! Humpf! Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore!

Então a gárgula rangeu, com o barulho de uma enorme pedra se arrastando em outra, e as escadas começaram a subir.

Aleto empurrou a nós duas, para irmos na frente, e Belle sussurrou uma frase profunda que ficou marcada em meu coração e jamais vou me esquecer:

— Mas em que p*#¢@ foi que nos enfiamos?!


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Notas finais do capítulo

Hey, leitores fantasmas, eu estou vendo que vocês estão lendo os caps e esquecendo de comentar heim! Vou contar pro tio Snape! Brincadeiraaaa! Mas sério, cada capítulo que vocês leem e não comentam, um panda morre heim! Pensem bem!



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