Sob um olhar mais Severo escrita por Céu Costa


Capítulo 20
Um pequeno plano - Fases 1 e 2


Notas iniciais do capítulo

Não acharam que as duas iam deixar por isso mesmo, acharam?



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Pov Belle

Não levou nem dois segundos para que nós duas traçássemos um plano perfeito e decidíssemos colocar em prática. O plano consistia em três partes simples: preparar, ajudar, fugir. Fácil de decorar, fácil de fazer. O que poderia dar errado?

Fase 1 : Preparar

Na manhã seguinte, nos certificamos de que os Carrow estivessem realmente ocupados. Percorremos quase toda a escola, à procura de alguma coisa que pudesse ser usada por nós. Quando entramos no Pátio de Transfiguração, Sophie me cutucou, e apontou para frente. Em um banco, debaixo de uma pereira, estavam Kellan e Andrew, os nossos queridos gêmeos. Eles conversavam entre si, mas pareciam um tanto agitados. Sophie me arrastou pelo pulso, com sua cara de sapeca, e nos escondemos ali perto dos dois.

— Mas, sabe... - Kellan disse - Eu não consigo compreender por que ela gosta tanto daquele grifinório idiota! Eu estou sempre por perto, pronto para ajudar, mas aquele otário sempre parece me superar! Odeio aquele nerd idiota!

— Ah, jura que você realmente não sabe? - Andrew retrucou - Ele nem precisa se esforçar muito pra chegar perto dela! Ele tem uma gangue! Gangue de benfeitores! Como você quer competir como ele?

— Eu queria ajudar ela! Eu! - Kellan continuou - Eu consigo fazer isso! Sou forte! Sou batedor! Sophie sentiria orgulho de ficar com um cara como eu!

— Quer me ajudar, docinho? - Sophie sacou sua varinha - Continue discutindo! Depulso!

— Ai! - Kellan se levantou, furioso - Escuta aqui, seu imbecil! Eu te chamo aqui para conversar e você fica de gracinha? Que droga de irmão é você?

Accio! — eu puxei a capa do Andrew.

— Ouch! - ele reclamou - Você é muito infantil! Sério isso? Fique longe de mim!

Sophie olhou para mim, rindo. Dá uma peninha trollar esses dois, mas é necessário.

Depulso! — conjuramos juntas, empurrando o Kellan.

Ele ficou furioso, segurou o irmão pela gola da veste e desceu o cacete nele. Nunca tínhamos visto nenhum dos dois brigando, ainda mais um com o outro, e olha, até que foi uma briga boa. Os alunos que estavam no pátio começaram a se aglomerar ao redor dos dois, e gritavam, rindo da cena.

Eu levantei, e arrastando a Sophie, corremos pelo corredor até encontrar os irmãos Carrow.

— Professores! - Sophie gritou.

Ambos se viraram, e nos encararam com um olhar que gelaria até a alma.

— Srta. Sullen. - Amico disse, um tanto educado - O que a faz nos incomodar deste jeito?

— Tem dois alunos brigando feio no Pátio de Transfiguração! - Sophie contou.

— Não me importa nem um pouco. Deixem que se matem. - Amico virou as costas - E não me incomodem.

— Perdoe-nos por incomodá-lo, professor... - eu falei, tentando ser fofinha - É que nós nos lembramos que vocês disseram que vieram para manter a ordem em Hogwarts, e decidimos recorrer a vocês, já que não sabemos o que fazer...

Sophie segurou minha mão, e eu podia sentir ela tremendo com o medo de tudo ir por água abaixo. Aleto virou-se para nós duas, e sorriu, tocando meu rosto com a sua mão esquisita e magra.

— Fez muito bem, querida. - Aleto sorriu, tentando ser confortadora - Pode deixar que vamos cuidar disso. Amico, prepare sua varinha.

Os dois passaram por nós, e eu vi Amico me fulminar com os olhos. Ficamos paradas até que eles desapareceram pelo corredor.

— Muito bem, Belle! - Sophie sussurrou.

— Obrigada! - eu sorri - Agora vamos!

Corremos pelas escadarias até que chegamos no andar das masmorras. A sala dos Carrow era a mesma sala que o Professor Snape tinha antes de se tornar diretor. Foi naquele lugar que eu entrei na mente dele, e vi suas lembranças mais profundas. Foi naquela sala que ele me deu o livro, que revelou quem eu era, e que me fez querer ajudar a Sophie. Tantas lembranças...

— Belle! - Sophie sussurrou, entrando na sala - Não temos muito tempo! Não viaja!

Sacudi a cabeça, e corri até ela. A sala estava bem diferente. Não tinha mais nenhuma mesa com fogareiros ou caldeirões, nem prateleiras com frascos e potes. Aliás, parecia mais um confortável escritório das trevas, com tapetes, poltronas, escrivaninhas, estantes com livros, tudo muito escuro e sombrio, mas com um toque sinistro e inesperado de classe. Aquele lugar tinha um bom rock'n'roll no estilo!

— Onde podemos colocar a poção? - ela tirou o frasco de Poção do Morto Vivo de sua saia.

Olhei em volta. Não havia nada de comer, de beber, nada que eles pudessem colocar na boca. Mas tinha uma lareira.

— E se a gente colocar na lenha? - eu disse.

— Quem é que lambe lenha seca? - Sophie riu.

— Não seja idiota! - eu retruquei, rindo também - Eu vi num filme uma vez que faziam isso. É só fechar a saída da chaminé, a fumaça vai ficar toda aqui dentro, e eles vão inalar a poção.

— Será que funciona? - ela perguntou.

— Vai ter que funcionar! - eu respondi.

Sophie correu, e despejou o conteúdo do frasco na pilha de lenhas secas, e eu fechei a saída da chaminé. Então demos a mãos e torcemos para funcionar.

Fase 2 : Ajudar

Quando deu exatamente meia noite, Sophie e eu corremos para o corredor de pedra perto do Pátio de Transfiguração, pegamos nossos kits de primeiros socorros de trás das pedras de esconderijo, e corremos para o andar das masmorras.

Com o coração aos saltos, nos aproximamos lentamente da sala dos Carrow. A porta estava aberta. A sala estava bem escura, e o ar lá dentro estava envolto em fumaça verde e cinza. Aleto estava sentada em uma poltrona, e Amico estava jogado sobre uma grande cadeira acolchoada de couro negro. Completamente apagados.

Wingardium Leviosa! — Sophie sussurrou, usando sua varinha.

Uma varinha saiu debaixo da casaca negra do Amico, e flutuou pela sala. Sophie graciosamente a guiou, fazendo-a flutuar, enquanto ria baixinho, e a escondeu sobre uma estante abarrotada de livros.

— Sua vez. - ela sussurrou.

Wingardium Leviosa! — eu conjurei.

Eu podia ouvir meu coração bater freneticamente, enquanto eu tomava todo o cuidado do universo para a Aleto não acordar. A varinha saiu do bolso da saia dela, mas eu tremi, e a varinha quase caiu, tocando de leve o rosto da megera. Ai Merlin, essa vaca vai acordar!

— Diabrete idiota... - Aleto esfregou o nariz e voltou a dormir, roncando baixo.

Sophie olhou para mim, rindo baixinho, e eu respirei melhor. Afastei a varinha dela, e a fiz flutuar até um canto mais afastado da sala, escondendo embaixo de uma cadeira qualquer.

— Vamos agora! - Sophie sussurrou, inaudível.

Andamos pelo corredor das celas, tentando esconder até o barulho de nossas respirações. No chão de pedra ainda era possível ver o rastro de sangue que se formou quando Amico arrastou o pobre garoto da Grifinória, quase morto. Seguimos este rastro até chegarmos a uma cela com portas de madeira cintilante. Sinal de feitiço de proteção.

Primori Finiti Incantatem. — Sophie conjurou, apontando sua varinha para a porta - Undo Praesidium.

A porta parou de brilhar, tornando-se opaca e suja.

Reversia Ilusionae. - ela continuou a conjurar.

Então pudemos ouvir os gemidos de dor de quem estava lá dentro.

AloHomora! — ela conjurou, e a porta se abriu.

A cela foi inundada pela fraca luz da Lua, nos dando pouca visibilidade e discernimento. Era um quarto de pedra, com um pequeno amontoado de feno e palha. Alguns diabretes e ratos saíram do escuro, assustados. Sobre a pilha de feno, reconhecemos o corpo quase morto do Miguel Corner.

Eu corri para dentro, e me ajoelhei ao lado dele. Toquei sua testa, e senti que ardia em febre. O seu sangue manchara quase todo o seu uniforme, e também a pilha de feno.

— Belle?... - ele sussurrou - Que faz aqui?... A porta tinha três camadas de feitiços de proteção...

— Eu e a Sophie viemos cuidar de você. Tente não falar muito, ou seremos pegas. - eu respondi, abrindo minha maleta - A poção que usamos nos Carrow só vai durar meia hora, então não nos denuncie.

— Por que estão nos ajudando?... - ele sussurrou, enquanto eu embebia um algodão com um pouco de poção Fecha-Corte e limpava a pele dele - Sonserinos não ajudam ninguém...

— Que se dane todas as casas! - eu o limpava - Existem coisas mais importantes agora.

— Obrigado... - Miguel tossiu - Por ajudar a gente... Neville adora vocês...

— Ele é um bom líder, e eu juro que logo tudo isso vai acabar. - eu sussurrei, tentando não me emocionar.

— Achei que vocês só nos ajudassem porque a Sophie tem um lance com o Neville... - ele tossiu.

Sophie olhou para mim, da porta. Ela estava concentrada, vigiando a saída, mas ao ouvir isso, pareceu revoltada.

— De onde tirou essa ideia? - ela rosnou - Acha que uma garota não pode se unir a uma causa simplesmente porque concorda com ela? Eu não sou interesseira, nem nunca fui!

Sophie estava doida para falar mais, mas eu a impedi. Miguel nem prestou atenção a revolta dela, e continuou a falar.

— Mas... Depois de ouvir como o Snape a torturou... - ele prosseguiu - E mesmo assim, vocês continuaram nos ajudando...

— Isso é o certo a se fazer. - eu respondi - Queremos que a justiça seja feita tanto quanto vocês. E vamos luatr por ela.

— Obrigado... - ele sorriu.

— Tem alguém vindo! - Sophie sussurrou, preocupada.

Eu me levantei para sair, mas o garoto segurou meu pulso.

— Você vai ficar bem. - eu assegurei. - Juro pra você, em nome de toda a justiça, vai ficar bem.

Ele sorriu, e depois me soltou.


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Notas finais do capítulo

Rewiews, cruzem os dedos pra fase 3!



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