Sob um olhar mais Severo escrita por Céu Costa
Notas iniciais do capítulo
Não acharam que as duas iam deixar por isso mesmo, acharam?
Pov Belle
Não levou nem dois segundos para que nós duas traçássemos um plano perfeito e decidíssemos colocar em prática. O plano consistia em três partes simples: preparar, ajudar, fugir. Fácil de decorar, fácil de fazer. O que poderia dar errado?
Fase 1 : Preparar
Na manhã seguinte, nos certificamos de que os Carrow estivessem realmente ocupados. Percorremos quase toda a escola, à procura de alguma coisa que pudesse ser usada por nós. Quando entramos no Pátio de Transfiguração, Sophie me cutucou, e apontou para frente. Em um banco, debaixo de uma pereira, estavam Kellan e Andrew, os nossos queridos gêmeos. Eles conversavam entre si, mas pareciam um tanto agitados. Sophie me arrastou pelo pulso, com sua cara de sapeca, e nos escondemos ali perto dos dois.
— Mas, sabe... - Kellan disse - Eu não consigo compreender por que ela gosta tanto daquele grifinório idiota! Eu estou sempre por perto, pronto para ajudar, mas aquele otário sempre parece me superar! Odeio aquele nerd idiota!
— Ah, jura que você realmente não sabe? - Andrew retrucou - Ele nem precisa se esforçar muito pra chegar perto dela! Ele tem uma gangue! Gangue de benfeitores! Como você quer competir como ele?
— Eu queria ajudar ela! Eu! - Kellan continuou - Eu consigo fazer isso! Sou forte! Sou batedor! Sophie sentiria orgulho de ficar com um cara como eu!
— Quer me ajudar, docinho? - Sophie sacou sua varinha - Continue discutindo! Depulso!
— Ai! - Kellan se levantou, furioso - Escuta aqui, seu imbecil! Eu te chamo aqui para conversar e você fica de gracinha? Que droga de irmão é você?
— Accio! — eu puxei a capa do Andrew.
— Ouch! - ele reclamou - Você é muito infantil! Sério isso? Fique longe de mim!
Sophie olhou para mim, rindo. Dá uma peninha trollar esses dois, mas é necessário.
— Depulso! — conjuramos juntas, empurrando o Kellan.
Ele ficou furioso, segurou o irmão pela gola da veste e desceu o cacete nele. Nunca tínhamos visto nenhum dos dois brigando, ainda mais um com o outro, e olha, até que foi uma briga boa. Os alunos que estavam no pátio começaram a se aglomerar ao redor dos dois, e gritavam, rindo da cena.
Eu levantei, e arrastando a Sophie, corremos pelo corredor até encontrar os irmãos Carrow.
— Professores! - Sophie gritou.
Ambos se viraram, e nos encararam com um olhar que gelaria até a alma.
— Srta. Sullen. - Amico disse, um tanto educado - O que a faz nos incomodar deste jeito?
— Tem dois alunos brigando feio no Pátio de Transfiguração! - Sophie contou.
— Não me importa nem um pouco. Deixem que se matem. - Amico virou as costas - E não me incomodem.
— Perdoe-nos por incomodá-lo, professor... - eu falei, tentando ser fofinha - É que nós nos lembramos que vocês disseram que vieram para manter a ordem em Hogwarts, e decidimos recorrer a vocês, já que não sabemos o que fazer...
Sophie segurou minha mão, e eu podia sentir ela tremendo com o medo de tudo ir por água abaixo. Aleto virou-se para nós duas, e sorriu, tocando meu rosto com a sua mão esquisita e magra.
— Fez muito bem, querida. - Aleto sorriu, tentando ser confortadora - Pode deixar que vamos cuidar disso. Amico, prepare sua varinha.
Os dois passaram por nós, e eu vi Amico me fulminar com os olhos. Ficamos paradas até que eles desapareceram pelo corredor.
— Muito bem, Belle! - Sophie sussurrou.
— Obrigada! - eu sorri - Agora vamos!
Corremos pelas escadarias até que chegamos no andar das masmorras. A sala dos Carrow era a mesma sala que o Professor Snape tinha antes de se tornar diretor. Foi naquele lugar que eu entrei na mente dele, e vi suas lembranças mais profundas. Foi naquela sala que ele me deu o livro, que revelou quem eu era, e que me fez querer ajudar a Sophie. Tantas lembranças...
— Belle! - Sophie sussurrou, entrando na sala - Não temos muito tempo! Não viaja!
Sacudi a cabeça, e corri até ela. A sala estava bem diferente. Não tinha mais nenhuma mesa com fogareiros ou caldeirões, nem prateleiras com frascos e potes. Aliás, parecia mais um confortável escritório das trevas, com tapetes, poltronas, escrivaninhas, estantes com livros, tudo muito escuro e sombrio, mas com um toque sinistro e inesperado de classe. Aquele lugar tinha um bom rock'n'roll no estilo!
— Onde podemos colocar a poção? - ela tirou o frasco de Poção do Morto Vivo de sua saia.
Olhei em volta. Não havia nada de comer, de beber, nada que eles pudessem colocar na boca. Mas tinha uma lareira.
— E se a gente colocar na lenha? - eu disse.
— Quem é que lambe lenha seca? - Sophie riu.
— Não seja idiota! - eu retruquei, rindo também - Eu vi num filme uma vez que faziam isso. É só fechar a saída da chaminé, a fumaça vai ficar toda aqui dentro, e eles vão inalar a poção.
— Será que funciona? - ela perguntou.
— Vai ter que funcionar! - eu respondi.
Sophie correu, e despejou o conteúdo do frasco na pilha de lenhas secas, e eu fechei a saída da chaminé. Então demos a mãos e torcemos para funcionar.
Fase 2 : Ajudar
Quando deu exatamente meia noite, Sophie e eu corremos para o corredor de pedra perto do Pátio de Transfiguração, pegamos nossos kits de primeiros socorros de trás das pedras de esconderijo, e corremos para o andar das masmorras.
Com o coração aos saltos, nos aproximamos lentamente da sala dos Carrow. A porta estava aberta. A sala estava bem escura, e o ar lá dentro estava envolto em fumaça verde e cinza. Aleto estava sentada em uma poltrona, e Amico estava jogado sobre uma grande cadeira acolchoada de couro negro. Completamente apagados.
— Wingardium Leviosa! — Sophie sussurrou, usando sua varinha.
Uma varinha saiu debaixo da casaca negra do Amico, e flutuou pela sala. Sophie graciosamente a guiou, fazendo-a flutuar, enquanto ria baixinho, e a escondeu sobre uma estante abarrotada de livros.
— Sua vez. - ela sussurrou.
— Wingardium Leviosa! — eu conjurei.
Eu podia ouvir meu coração bater freneticamente, enquanto eu tomava todo o cuidado do universo para a Aleto não acordar. A varinha saiu do bolso da saia dela, mas eu tremi, e a varinha quase caiu, tocando de leve o rosto da megera. Ai Merlin, essa vaca vai acordar!
— Diabrete idiota... - Aleto esfregou o nariz e voltou a dormir, roncando baixo.
Sophie olhou para mim, rindo baixinho, e eu respirei melhor. Afastei a varinha dela, e a fiz flutuar até um canto mais afastado da sala, escondendo embaixo de uma cadeira qualquer.
— Vamos agora! - Sophie sussurrou, inaudível.
Andamos pelo corredor das celas, tentando esconder até o barulho de nossas respirações. No chão de pedra ainda era possível ver o rastro de sangue que se formou quando Amico arrastou o pobre garoto da Grifinória, quase morto. Seguimos este rastro até chegarmos a uma cela com portas de madeira cintilante. Sinal de feitiço de proteção.
— Primori Finiti Incantatem. — Sophie conjurou, apontando sua varinha para a porta - Undo Praesidium.
A porta parou de brilhar, tornando-se opaca e suja.
— Reversia Ilusionae. - ela continuou a conjurar.
Então pudemos ouvir os gemidos de dor de quem estava lá dentro.
— AloHomora! — ela conjurou, e a porta se abriu.
A cela foi inundada pela fraca luz da Lua, nos dando pouca visibilidade e discernimento. Era um quarto de pedra, com um pequeno amontoado de feno e palha. Alguns diabretes e ratos saíram do escuro, assustados. Sobre a pilha de feno, reconhecemos o corpo quase morto do Miguel Corner.
Eu corri para dentro, e me ajoelhei ao lado dele. Toquei sua testa, e senti que ardia em febre. O seu sangue manchara quase todo o seu uniforme, e também a pilha de feno.
— Belle?... - ele sussurrou - Que faz aqui?... A porta tinha três camadas de feitiços de proteção...
— Eu e a Sophie viemos cuidar de você. Tente não falar muito, ou seremos pegas. - eu respondi, abrindo minha maleta - A poção que usamos nos Carrow só vai durar meia hora, então não nos denuncie.
— Por que estão nos ajudando?... - ele sussurrou, enquanto eu embebia um algodão com um pouco de poção Fecha-Corte e limpava a pele dele - Sonserinos não ajudam ninguém...
— Que se dane todas as casas! - eu o limpava - Existem coisas mais importantes agora.
— Obrigado... - Miguel tossiu - Por ajudar a gente... Neville adora vocês...
— Ele é um bom líder, e eu juro que logo tudo isso vai acabar. - eu sussurrei, tentando não me emocionar.
— Achei que vocês só nos ajudassem porque a Sophie tem um lance com o Neville... - ele tossiu.
Sophie olhou para mim, da porta. Ela estava concentrada, vigiando a saída, mas ao ouvir isso, pareceu revoltada.
— De onde tirou essa ideia? - ela rosnou - Acha que uma garota não pode se unir a uma causa simplesmente porque concorda com ela? Eu não sou interesseira, nem nunca fui!
Sophie estava doida para falar mais, mas eu a impedi. Miguel nem prestou atenção a revolta dela, e continuou a falar.
— Mas... Depois de ouvir como o Snape a torturou... - ele prosseguiu - E mesmo assim, vocês continuaram nos ajudando...
— Isso é o certo a se fazer. - eu respondi - Queremos que a justiça seja feita tanto quanto vocês. E vamos luatr por ela.
— Obrigado... - ele sorriu.
— Tem alguém vindo! - Sophie sussurrou, preocupada.
Eu me levantei para sair, mas o garoto segurou meu pulso.
— Você vai ficar bem. - eu assegurei. - Juro pra você, em nome de toda a justiça, vai ficar bem.
Ele sorriu, e depois me soltou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Rewiews, cruzem os dedos pra fase 3!