Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Hahahaha, olha quem voltou mais cedo do que deveria: EUUUUU. Bem, eu não sou a Incrível, acho que vocês já notaram, mas vocês me perguntam: 'então o que você está fazendo no capítulo 16?' Aí eu lhe respondo, caro leitor, eu invadi essa fic e tô postando no lugar dela. Mentiraaaaa, a Incrível me pediu pra postar... por que? Eu não sei. Brinks, eu sei, mas ela explicará melhor no capítulo 18, okay?????? Então, caraaaaa, obrigada pelos comentários e por todos favoritos. EU AMO VOCÊS, MUITO, DE VERDADE.



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Nessas três semanas, muita coisa mudou. É incrível como num curto espaço de tempo, tanta coisa possa acontecer. Primeiro ponto: eu e Leon nos aproximamos cada vez mais, apesar de não ser do jeito que eu queria, nos tornamos melhores amigos. Depois temos...

— Vilu!... Ei! Violetta Castilho, eu estou falando com você! — gritou Fran e eu me foquei nela, sendo retirada de meus pensamentos.

— Han... Desculpe, amiga. Estava distraída — falei.

— Percebi — riu pelo nariz.

Eu havia acordado cedo e convidei Fran para ir comigo ao Studio. Mas, como chegamos bem adiantadas, resolvemos conversar sobre nosso fim de semana que passamos separadas, por conta de minha querida amiga estar namorando com o Diego desde a semana passada. Disse dessa forma mas eu gosto muito de ver os dois juntos, minha amiga nunca esteve tão feliz e Diego era ótimo pra ela.

— O que dizia?

— Estava te contando sobre meu encontro com Diego, mas você não deve querer saber...

— Não mesmo, sei que vocês ficaram trocando saliva a maior parte do tempo — ri.

— Você fala como se não gostasse de beijar. Duvido que se recusaria a "trocar saliva" com Leon — provocou.

— Tem razão.

— O que? Você não vai contestar ou me provocar de volta? — indagou surpresa.

— Vai adiantar alguma coisa? É melhor eu dizer logo que gosto do Leon, pra você parar — sorri.

— Então admite que está apaixonada pelo Leon? — perguntou esperançosa.

— Sim, admito. Feliz agora?

— Muito. Mas você não parece...

— Por que eu ficaria feliz? Leon gosta da Ludmila e também tem a Cami que gosta dele...

— Acho que Leon não gosta de Ludmila. Quer dizer, ela é tão diferente dele. Pra mim, ele combina com você, Vilu. Fã cuble Leonetta eternamente — brincou, me fazendo rir. — Devia lutar por ele, Vilu.

— Como?

— Tira a Ludmila de cena.

— Ta, então eu a mato e jogo o cadáver num buraco? — ironizei.

— Eu ajudo a cavar o buraco — disse tranquilamente.

— Fran! — repreendi.

— O que? — indagou inocentemente. — Essa loura metida tira todo mundo do sério, não sei como ainda não coloquei as mãos nela!

— Relaxa, miga. Além do mais, tem a Cami também.

— Acho que Cami está cansando de ser rejeitada. Logo vai desistir de Leon, você verá — sorriu.

— Acho que não. A Cami é muito persistente.

— O que tem eu? — perguntou a garota ruiva, adentrando a sala.

Olhei pra Fran, pedindo socorro pois não sabia que desculpa dar.

— Nada. A Vilu só... Só estava dizendo o quanto você cantou bem sexta-feira — inventou de última hora.

— Quem me dera ser tão boa quanto vocês — comentou, se sentando no puff ao nosso lado.

— Você é muito boa, Cami. Igual a nós — defendi.

— Se fosse assim, eu estaria com um contrato do You Mix, assim como vocês.

Depois da nossa apresentação, Marotti veio falar comigo e Fran, nos oferecendo um contrato com o You Mix. Um imediato "sim" saiu de nossas bocas e agora, "trabalhamos" para o You Mix.

— Amiga, isso não significa nada — rebateu Fran. — Não viu os meninos? Eles são ótimos mas não tem contrato com o You Mix.

— Mesmo assim, Fran. Eles ganharam patrocínio, provavelmente rejeitaram uma oferta do You Mix. Eu tenho que ser melhor — falou, cabisbaixa.

— Você é ótima, Cami.

— Não sou.

— É sim!

— Não sou!

— É sim!

— Chega! — gritei. — Cami você é ótima e ponto final! Agora, por favor, vamos mudar de assunto.

— Ai, amiga. Não fala assim com a gente. Magoa — falou Fran, fingindo estar triste.

— As vezes parece que a única forma de falar com vocês é gritando — rimos.

— Tá, vamos falar sobre o namoro da Fran com o Diego — falou Cami.

— Ah não. Passei os últimos vinte minutos ouvindo sobre isso — disse e Fran fez careta pra mim. — Se deixar, a Fran fala o dia inteiro — rimos.

— Então melhor não. Hoje os meninos vão cantar e eu não posso deixar de ouvir — falou Cami.

— Verdade, vamos pro show, hoje! — falei, animada.

— Sim, to louca pra ouvir minha música favorita — bateu palmas Cami.

— Qual? Você acha todas as músicas perfeitas — riu Fran.

— A culpa não é minha se eles são perfeitos — defendeu-se.

— Somos mesmo — falou Maxi, aparecendo por trás de nós com um sorriso.

— Metido — disse Fran, jogando uma almofada nele e atingindo seu estômago.

— Ai! — gemeu Maxi, massageando a área enquanto eu e as meninas rimos.

— Mereceu por ficar ouvindo atrás da porta — falei e as meninas concordaram.

— Foi sem querer. Na verdade eu só vim avisar que a Angie já vai começar a aula e as senhoritas vão ficar atrasadas — falou, cruzando os braços sobre o peito.

— O que? Mas a aula da Angie não é nessa sala? — falou Cami, confusa.

— Sim, mas como está muito calor e o dia está muito bonito, Angie resolveu fazer uma aula ao ar livre.

— Ahhh — dissemos as três, em uníssono.

— Agora vamos lá! — chamou.

Caminhamos para fora do Studio e encontramos o pessoal sentados em roda no chão, sob a sombra de uma árvore. Angie estava com um violão no colo, sendo a única sentada em um banco. Minha tia realmente tinha razão, o dia estava lindo e merecia ser aproveitado e visto.

Pedimos desculpas pelo atraso e nos juntamos aos outros. Recebi um sorriso zombeteiro de Leon, já adivinhando seus pensamentos. Dessa vez, a atrasada era eu, e ele não ia perder a oportunidade de me zoar. Apesar de sermos melhores amigos, Leon ainda ama me irritar, mesmo eu já tendo ameaçado soca-lo até a morte. TUDO ele leva na brincadeira e eu não posso dizer que não me divirto com esse jeito dele.

— Bom gente, como todos já estão aqui, podemos começar — disse Angie com um de seus sorriso encantadores. — Como bons músicos vocês sabem que devem procurar inspiração para compor uma música de qualidade. Não pode haver inspiração melhor que um dia lindo como esse, não acham?

— Sim! — respondemos animadamente como se fossemos crianças no Pré-escolar.

— Então, hoje vamos buscar inspiração para compor, quero ver o que vocês são capazes de produzir. Vou tocar alguma melodia no violão e vocês vão escrever algum verso, estrofe, ou quem sabe até uma letra de música completa, que se encaixe na melodia. Tudo bem?

Quando todos assentiram, Angie ajeitou o violão no colo e começou a tocar.

Não consegui pensar em muita coisa, ao contrário de Leon que escrevia rapidamente ao meu lado, não parando um segundo sequer. Apesar da falta de criatividade, fiquei olhando Leon por alguns instantes e depois passei meu olhar para Ludmila, que admirava Leon do outro lado da roda, então consegui pensar em apenas uma simples frase: "Hablemos de una vez: Yo te veo pero tu no ves".

Angie pediu para nós cantarmos o que havíamos escrito. Todos haviam se saído muito bem e logo chegou a minha vez. Cantei rápida e resumidamente, recebendo um elogio de minha tia e um olhar indecifrável de Leon. Depois, foi a vez de Leon, que para a surpresa de todos, não cantou.

— Eu gostaria de terminar a letra e modificar um pouco a melodia, para depois apresentar pra você, Angie, se me permitir — justificou Leon, dando um sorriso.

— Nossa, parece que teremos uma música completa! Pode terminar a letra e modificar a melodia, Leon. Tenho certeza de que o resultado ficará incrível — permitiu. — Bom turma, estão dispensados! E na próxima aula ouviremos o Leon cantando.

Concordamos e fomos para a aula de Pablo. Não sabia porque, mas fiquei super curiosa para ouvir a música de Leon. Não podia perder a próxima aula de Angie.

As aulas passaram rapidamente e logo já estávamos no fim do dia. Depois de sermos dispensados, eu, Fran, Diego e Tomás fomos ao Restô. Na verdade, Fran e Diego haviam convidado somente a mim, mas como eu não queria ficar de vela e Leon parecia muito entretido com Ludmila, decidi chamar Tomás. Algo que Diego não gostou muito já que ele havia dado um soco em seu melhor amigo, três semanas atrás. Mesmo assim, Fran conversou com ele e Diego ficou calmo.

Tomamos suco e batemos papo por algum tempo, mas logo meu pai me mandou mensagem, mandando eu voltar pra casa.

— Quer que eu te acompanhe? — ofereceu Tomás.

— Não, tudo bem. Eu vou sozinha — garanti com um sorriso, enquanto levantava.

— Certeza?

— Claro! Tchau Diego, tchau Fran! — acenei para eles na outra mesa.

— Tchau, Vilu — acenaram de volta.

Saí do Restô e caminhei tranquilamente pelas ruas de Buenos Aires. Tinha que chegar logo em casa pois de noite, iria para o show dos meninos.

Como a banda havia ganhado patrocínios, ela estava começando a se tornar famosa em B.A. , os shows estavam começando a se tornar constantes. Os meninos haviam convidado todos do Studio, para assistir a esse show em específico, pois como a cidade era bem grande, esse era o primeiro show mais próximo.

— — — —

Estava me arrumando quando meu celular começou a tocar em cima da minha cama. Peguei-o e olhando no visor, vi que era Leon. Atendi:

— Oi, Leon. Aconteceu alguma coisa?

— Porque tem que acontecer alguma coisa pra eu te ligar? — riu levemente.

— Não, é que a essa hora você deve estar se preparando pro show.

— Ah, sim. Estou. Mas me deu essa vontade repentina de te ligar, já que nem nos falamos hoje — comentou.

— Muito atencioso de sua parte, mas ainda acho que me ligou para algo específico — ri.

— Você é boa! Admito que liguei para você pra pedir uma coisa, mas realmente queria falar com você.

— Se você diz... Bom, me peça o que queria.

— Sei que pode parecer estranho, mas... Posso usar a frase que você fez na aula da Angie, na minha música? — pediu.

Apesar de surpresa, eu gostei de ele querer usar minha frase.

— Vou ganhar direitos autorais? — fingi estar séria.

— Han... Eu não sei... É que... — dizia, desconsertado.

— Brincadeira — o interrompi. — Claro que pode usar! — falei, animada.

— Obrigado, Vilu! — agradeceu.

— De nada. Mas quero ouvir a música antes que os outros. Pode ser?

— Claro! Você tem todo o direito e eu ficarei muito feliz em te mostrar — falou e por alguns segundos ficamos em silêncio. — Bom... Tenho que ir...

— Já? — falei desapontada.

— Desculpe... A gente se vê no show.

— Tudo bem, a gente se vê, Leon. Tchau.

— Tchau, Vilu — se despediu.

Encerrei a chamada e voltei a me arrumar, muito feliz apesar de não ter motivo.

— — —

— Começa! Começa! Começa! — gritavam as meninas animadamente.

Estávamos no local do show, que só pra constar, era aberto. A noite, estava tranquila, exceto pelos gritos das meninas (menos o meu), enquanto o show não se iniciava.

Era estranho ver que toda aquela gente estava ali para ver os meninos. Realmente eles eram muito bons e estavam sendo reconhecidos por isso.

— Fran! Até você? — reclamei, começando a sentir meus tímpanos doerem.

— Desculpa, amiga. Mas meu namorado está lá — sorriu.

— Aproveita, Vilu — disse Cami, voltando a gritar.

— Vamos fazer assim: eu vou gritar junto pra eles começarem logo o show e essa gritaria parar — falei.

Comecei a gritar junto com as meninas o "começa!", por alguns minutos e logo os meninos começaram o show. O problema era que eu estava equivocada, pois assim que os meninos invadiram o palco, começando a tocar Are you ready for the ride?, a gritaria ficou ainda maior e ensurdecedora. Apesar disso, assim que avistei Leon, sorri e ele pareceu me localizar naquela plateia pois sorriu da mesma forma.

A partir da segunda música, Queen of the Dance Floor, eu me soltei mais, começando a dançar junto de todos e recebendo alguns olhares de Leon, mas nada muito fixo. No final da música, Tomás apareceu, o que me fez desconfiar muito.

— O que faz aqui? — perguntei, curiosa.

— Ah, sei lá, me deu vontade de vir. Eles convidaram e tudo mais... — falou, olhando pelo canto do olho para Leon, que agora começava a cantar Mi Princesa.

Olhei para Leon e percebi que ele nos olhava de forma preocupada, desviando o olhar poucas vezes. Estranhei sua atitude, mas voltei meu olhar para Tomás, o encontrando bem mais próximo de mim, com um sorriso nos lábios.

— O que foi? — perguntei inocentemente, sorrindo.

— Você é linda e eu vim aqui fazer uma coisa... — insinuou.

— O que?

— Isso — se aproximou mais, selando nossos lábios.

Tentei me afastar mas haviam pessoas por todos os lados, dançando, pulando e cantando. Seus lábios se moviam agressivamente sobre os meus enquanto seus braços me apertavam fortemente contra seu peito. Aquilo era forçado demais, sem nada do que um beijo deve ter, sem contar que eu não gostava de Tomás. O empurrei com todas as minhas forças e ele se afastou levemente, com um sorriso orgulhoso no rosto.

O encarei furiosamente, só então percebendo que algo na música estava errado. Olhei para o palco e vi Leon olhando furiosamente para Tomás, enquanto os garotos cantavam a música. Algumas pessoas ao nosso redor, se entre-olhavam, procurando o que atormentava Leon. Diego, cutucou Leon com a guitarra e o mesmo voltou a cantar, ainda olhando pra Tomás.

Apesar de não ter entendido a reação de Leon, resolvi lhe pedir desculpas com o olhar. Desculpas pelo que? Eu nem sabia, só permaneci assim.

— Vilu, eu... — dizia Tomás.

— Não quero escutar — o interrompi, sem desviar os olhos de Leon.

Leon, me olhou algumas vezes, mas sempre que o fazia, balançava a cabeça negativamente e me olhava tristemente.

A música acabou e outra coisa estranha aconteceu: enquanto todos aplaudiam e gritavam, uma pessoa da equipe técnica falou algo para Leon, que se enrijeceu na hora. Ele falou algo para Diego e saiu do palco pela parte de trás. Diego, prontamente foi para o centro do palco.

— Bom gente, queria cantar essa música que é uma composição minha: Yo soy así — falou, se sentando em um banco.

Percebi que ele tentava ganhar tempo para Leon. Algo estava acontecendo e eu sentia uma necessidade muito grande de seguir Leon. Assim o fiz, dando uma desculpa esfarrapada para as meninas e caminhando para o palco.

Dei a volta no palco e de lá consegui ouvir a voz de Leon e de um homem. Me aproximei mais, me escondendo em baixo da estrutura do palco. Vi que Leon estava de costas pra mim, enquanto um homem de olhos azuis escuros estava de frente pra ele.

— Como me encontrou? — falou Leon, raivosamente.

— Não foi difícil rastrear seu carro — falou o homem seriamente.

Leon tinha um carro? Mas ele era de menor... E como aquele homem havia rastreado seu carro? Quem era aquele homem? Muitas perguntas rodeavam minha mente mas resolvi prestar atenção à conversa.

— Por que rastreou meu carro, pai? — perguntou Leon. Então aquele era seu pai... Mas eles não se pareciam em nada. — Nem está tarde e eu sei me cuidar. Se tem uma coisa que você me ensinou direito, foi isso. Aliás, desde quando se preocupa comigo?

— Sempre me preocupo — disse, sem qualquer tipo de sentimento. — Além de que achei que estivesse terminando o trabalho sozinho.

— Ah, é pelo trabalho? Não, eu não seria louco de terminar sozinho. Jamais vou ser como você — cuspiu Leon.

De que trabalho, eles estavam falando? Não tinha sentido.

— Já to cansando de esperar você terminar isso, Vargas — se irritou, perdendo a postura calma.

— Eu vou terminar! Já falei!

— Quando? Devo te lembrar que seu prazo ta acabando?

— Eu sei muito bem quanto tempo tenho.

— Então é bom que entenda que se você não fizer nada, eu farei — ameaçou.

Suguei o ar, com medo. Sua postura era ameaçadora e ele olhava para Leon de forma fria. Não parecia ser o pai de Leon, tanto pela aparência quanto pelo modo como agia e falava com o próprio filho.

— Do que está falando? — falou Leon.

— Me diga você... — sorriu maliciosamente.

Escutando a música de Diego, notei que ela estava acabando. Leon tinha que voltar logo, então resolvi sair das sombras e chamar Leon.

— Han... Leon — chamei.

Ele pareceu se enrijecer ao ouvir minha voz, permanecendo de costas pra mim e virando seu rosto levemente na minha direção. Seu pai, ao me ver, olhou-me curioso.

— Desculpe interromper, mas você tem que voltar — falei.

— Quem é a sua amiga? — perguntou o homem.

— Eu sou Violetta, Violetta Castillo, senhor — falei, me aproximando, já que Leon não falou nada.

Ao ouvir meu nome ele sorriu largamente, e seus olhos brilharam, como alguém quando encontra um tesouro, avançando um passo em minha direção.

— Que prazer em conhecê-la, sou Carlos, pai de Leon — estendeu a mão.

Quando eu ia me aproximar mais e estender minha mão, Leon deu um passo para meu lado, ficando na minha frente, protetoramente. Sua mão esquerda, agarrou meu antebraço esquerdo fortemente, mas não ao ponto de me machucar, me impedindo de sair de perto dele. Seu pai o olhou repreensivamente, enquanto eu os olhava confusa. O que estava acontecendo ali? Leon estava me protegendo do próprio pai? Por alguns segundos, eles permaneceram se encarando, como se a qualquer instante fossem atacar um ao outro.

— Acho melhor você ir, Violetta — falou Leon, com voz sombria.

— Pode deixar, eu já estou indo — falou Carlos, começando a se afastar. — Nos vemos em casa, Leon.

— Claro — concordou Leon desgostosamente.

Somente quando não podíamos mais ve-lo, Leon soltou meu braço e se virou pra mim com olhos perturbados.

— O que foi tudo isso? — perguntei.

— Eu disse que não me dava bem com meu pai — riu, tentando mudar de assunto.

— Não imaginei que fosse tão ruim assim — falei séria.

— Você ouviu nossa conversa?

— Sim. E que estória é essa de você ter um carro? — cruzei os braços. — Você é de menor e seu pai te deixa ter um carro?

— Na verdade, não sou de menor. Tenho 19 anos, mas tive de mentir porque queria muito entrar pro Studio — explicou. — Isso é ruim?

Meu melhor amigo tinha 19 anos e eu não sabia? Meu melhor amigo tinha um carro! Então era por isso que eu o achava tão maduro (exceto quando queria me irritar).

— Não, isso é só um detalhe. Não é como se você estivesse mentindo sobre algo crucial, que poderia custar a minha vida — ri, mas Leon não achou graça e olhou pra todos os lados, menos pra mim. — O que você tem?

Segurei sua mão o observando preocupadamente. Ele olhou para nossas mãos unidas e balançou a cabeça negativamente, depois subiu o olhar até meus olhos e suspirou. Como se meu toque lhe fizesse mal.

— Nada. Tenho que voltar pro show — soltou minha mão. — E você também tem, para ficar com o Tomás.

— Porque eu ficaria com Tomás? Se ele chegar perto de mim é capaz de eu mata-lo com minhas próprias mãos depois de ele ter me beijado — falei.

— E não é isso que os namorados fazem?

— Quem te disse que eu e Tomás somos namorados?

— Ele. Disse que estão juntos desde ontem. Por quê? Vocês não são? — perguntou confuso.

— Claro que não — ri. — Nunca vou gostar do Tomás em sã consciência.

— Ahh, entendi — falou aliviado. Espera ai... Leon Vargas estava com ciúmes? Por isso havia parado de cantar quando eu e Tomás nos beijamos? Não... Não.podia ser. — Bom, melhor voltarmos.

— Tudo bem — concordei.

Voltamos para o show. Eu fui pra plateia e ele foi para o palco. À essa altura, Broduey cantava Te Fazer Feliz, para encobrir Leon. Quando ele subiu ao palco, eles começaram a cantar Ven con Nosotros, enquanto eu voltava para junto das meninas, recebendo um olhar flamejante de Ludmila a alguns passos de nós. Cami e Fran olhavam fixamente para o palco, e Tomás parecia ter ido embora.

O show transcorreu naturalmente e o tempo passou bem rápido. Papai veio me buscar e levou Cami e Fran para suas respectivas casas. Quando cheguei em casa, comi um sanduiche na cozinha e fui direto pra cama.

Assim que me deitei, recebi uma mensagem. Ao desbloquear a tela, vi que era de Leon:

"Amanhã vamos juntos pro Studio, e não aceito 'não' como resposta. Beijos."

Sorri involuntariamente com sua atenciosidade. Lembrei do show e meu coração gelou com a lembrança de Carlos Vargas me olhando, algo nele estava errado e me fazia arrepiar por inteiro. Por algum motivo, eu sabia que Leon sabia exatamente o porquê da minha reação.


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Notas finais do capítulo

O capítulo foi feito inteiramente pela Incrível, eu só estou postando. Bem, ela com toda certeza, agradeceria muito vocês, alias, ela me pediu para dizer: 'Obrigada pelo apoio galera' e claro, a assinatura dela '#Incrível'. Então, vamos mandar um beijão pra ela? Uhuuul, até amanhã, pessoal.



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