POV Ayla

[...]

Não era preciso ser um gênio para ver com clareza que todos nós estávamos literalmente apavorados com tudo aquilo, imediatamente David e Rick se posicionaram na nossa frente como se tivessem combinado tal movimento, os dois rapidamente sacaram suas armas também as apontado para a direção dos homens; Rick mantinha sua mira no loiro que havia nos abordado.

Michonne já estava pronta com sua katana e até mesmo eu e Carl estávamos com nossas armas prontas para uso, foi realmente muito estranho o modo como simplesmente tirei minha arma do cinto apontando-a para um dos homens que nos olhava como se fôssemos um pedaço de carne e apesar do medo que eu sentia por aquela situação acabar da pior forma possível, uma parte dentro de mim de certa forma parecia me ajudar a manter-me firme ali. Olhando mais atentamente para todos os quatro homens ali parados na nossa frente o que parecia “mandar” neles estava a uns cinco passos na frente deles e possuía uma posição firme e autoritária; realmente parecia ser o líder deles.

—Então vamos começar. —O loiro com uma barba quase tão grande quanto a de David e seu cabelo todo jogado para trás lentamente começou a abaixar a arma; porém os outros capangas permaneceram do mesmo jeito. —Primeiro, eu quero que todos vocês abaixem essas malditas armas e até mesmo essa katana aí! —Ele lançou um olhar rápido para Michonne. —E segundo, eu quero que nos dê tudo o que vocês têm!

Rick moveu a cabeça soltando uma breve risada debochada.

—E o que te faz pensar que vamos realmente fazer algumas dessas coisas? —Ele perguntou ainda com claro deboche em sua voz.

—Eu vou deixar algumas coisas claras aqui chefia. —O loiro deu alguns passos para frente se aproximando de Rick. —Caso você seja burro ou retardado o nosso grupo é bem maior que o seu e temos armas o suficiente para acabar de uma só vez com todo mundo! Então ao menos que não queira correr o risco de ser morto na frente da pirralhada que está com você eu sugiro que me obedeça!

Houve-se silêncio durante alguns segundos até que lentamente, Rick deu exatamente dois passos para frente se aproximando também do homem loiro ficando a pouquíssimos metros de distância dele. Os dois possuíam praticamente a mesma altura.

—E se eu não concordar com isso? —O pai de Carl tornou a perguntar usando o mesmo tom de puro deboche em sua voz olhando diretamente para o loiro que, apenas riu mostrando os dentes amarelados em sua boca.

—Você vai mesmo bancar o fodão na frente deles não é? —Ele olhou para Rick com um sorriso largo em seu rosto. —Cara, você é mesmo burro pra caralho!

Dito isso o loiro levou dois dedos para sua boca assobiando logo em seguida e em poucos segundos a porta do supermercado foi literalmente derrubada dando assim passagem para mais homens saírem; os mesmos que eu e David havíamos visto antes através do vidro. Como se fossem soldados ou alguma coisa parecida, os restantes daqueles homens se colaram ao lado do homem loiro rapidamente levantando suas armas para nós e as destravando logo em seguida.Eu dei um passo para o lado me aproximando um pouco mais de Carl e conseguia ouvir a respiração alterada dele naquele momento, parecia até que ele tinha corrido em alguma maratona ou coisa assim.

—Peguem a garota! —Mandou o loiro com autoridade.

Dois homens assentiram ao mesmo tempo e guardaram suas armas enquanto caminhavam na minha direção, logo os senti me segurar pelos ombros e com muita facilidade começaram a praticamente me arrastar até o possível líder daqueles homens; olhei rapidamente para Carl notando sua expressão adquirir um ar de preocupação, seus olhos pareciam levemente arregalados e suas duas sobrancelhas estavam erguidas mostrando surpresa e ao mesmo tempo medo.

Rick e David tentaram reagir e logo foram barrados por dois homens que possuíam o dobro do seu tamanho, os dois deixaram os canos de suas armas próximos a seus peitos e um deles acenou lentamente um não para que nenhum deles tentasse nada.

Eu fui colocada de pé ao lado do loiro que me olhou como se me estudasse e rindo outra vez ele olhou para a direção de Carl.

—Tragam o moleque também!

Tudo o que havia acontecido comigo se repetiu com Carl e logo ele estava ao meu lado também, havia um homem atrás de cada um de nós nos segurando pelos braços e nos impedindo que fizéssemos qualquer coisa. Rick já estava se mostrando completamente alterado, seu olhar agora possuía uma fúria da qual eu só tinha visto quando estávamos na estrada um pouco antes de chegarmos em terminus. David e Michonne também estavam com raiva, porém nem de perto se comparava com a raiva que Rick estava sentindo naquele momento.

—Eu realmente não quero ser forçado a fazer isso — O loiro começou a dizer com a voz calma. —mas todos aqui estão de prova de que o único culpado aqui é o chefia aí que quer se dar um de fodão dessa porra toda!

Ele riu.

—Eu não sou fã de matar criança, mas você não quer colaborar. —Ele então tirou sua arma de seu cinto e a destravou deixando-a mirada na nossa direção. —Eu vou pedir mais uma vez as suas coisas e se você me der a resposta errada, eu juro pela vadia da minha mãe que estouro os miolos dos dois de uma só vez!

Eu respirei fundo sentindo meu coração começar a disparar numa velocidade que estava machucando meu peito já, olhei novamente para Rick e os outros e todos já estavam abaixando suas armas e as colocando no chão; assim como havia sido mandado.

—Agora sim estamos indo no caminho certo. —O loiro fingiu animação em seu tom de voz. —E agora eu quero que vocês passem tudo o que têm pra cá. Agora!

Rick semicerrou seus olhos por breves instantes lançando um olhar quase que assassino para o homem loiro, ele moveu o pé empurrando suas duas armas que estavam no chão um pouco para frente sem tirar os olhos do homem na sua frente por um único segundo. Michonne e David fizeram o mesmo e assim como o pai de Carl, eles em momento algum tirou seus olhos do loiro. Mordi o lábio ao perceber todo o clima tenso que cresceu naquele lugar e fechei meus olhos por alguns instantes para respirar fundo e tentar me manter calma; mesmo que não fosse ser nem um pouco fácil naquele momento. Enquanto eu ainda estava de olhos fechados imagens do sonho que eu tive imediatamente apareceram na minha mente como se fossem aquelas cenas de filmes que acontecem em câmera lenta e assim que vi o rosto do Carl daquele jeito tenebroso que foi mostrado no sonho eu rapidamente tornei a abrir meus olhos para afastar aquela cena da minha cabeça.

Senti meu coração disparar ainda mais rápido com aquilo, nem mesmo num momento de merda como aquele o sonho me deixava em paz, sacudi minha cabeça para afastá-lo da minha mente e me concentrei em tudo o que estava acontecendo naquele mesmo momento bem na minha frente. Rick e o homem loiro ainda estavam se encarando como se fossem matar ao outro; eu não duvidaria que Rick não estivesse pensando nisso naquele momento.

—Eu quero que você, pegue todas as armas e as tragam diretamente pra cá. —O loiro novamente estava com a palavra. —E eu nem preciso dizer o que vai acontecer se você não fizer o que eu mandei né?

Ele olhou diretamente para Rick que lentamente assentiu.

—Ótimo. —Falou sorrindo. —Agora anda logo, ainda temos muitos assuntos a tratar!

Rick pareceu respirar fundo naquele momento enquanto começava a se movimentar para pegar as armas do chão, ele caminhou na nossa frente nos lançando um olhar bastante significativo e rapidamente virou o rosto para começar a ir à direção de David. O pai de Carl se abaixou pegando as duas armas do chão e as segurando, logo ele voltou a caminhar agora indo diretamente para Michonne que mantinha seu olhar focado no loiro e como na outra vez, ele se abaixou pegando sua katana do chão e a segurando com a mão direita.

—Ótimo, é exatamente disso que eu estou falando! —O loiro bateu palmas. —Eu tenho certeza de que Negan adoraria te conhecer chefia!

Assim que o loiro disso aquele nome David imediatamente ergueu o rosto olhando-o como se tivesse visto um fantasma, seus olhos se arregalaram imediatamente mostrando uma clara surpresa por ter ouvido aquele nome e como se estivesse complemente desconfortável ele mudou de posição ficando agora com o corpo totalmente reto e firme.

Rick por outro lado nem parecia abalado com aquilo, apenas olhou por breves segundos para o homem mantendo o mesmo olhar assassino de antes, ele agora caminhava perto de alguns de seus homens e moveu a katana alguns centímetros deixando sua lâmina um pouco erguida para o alto. Eu só queria que tudo aquilo acabasse logo, tudo aquilo poderia ser resolvido sem mortes e sem confusão e quem sabe assim eu não ficasse um pouco mais tranqüila e esquecesse de vez o sonho que tive na noite passada.

Estava tudo acontecendo de forma calma, até que tudo o que poderia dar errado começou a acontecer naquele mesmo instante, Rick de uma só vez levantou a espada de Michonne para o alto fazendo com ela um único movimento em U e assim conseguindo cortar os braços de pelo menos três dos homens que estavam por perto, eu não consegui acreditar naquilo que estava vendo. Meus olhos imediatamente se arregalaram no mesmo segundo diante daquela cena terrível e então eu ouvi algo que seria um tipo de grito vindo de um deles.

Eu fiquei sem saber como reagir diante de tudo aquilo, foi como se o momento que Rick estivesse cortando os braços dos homens acontecesse muito lentamente de uma forma que até pareceu torturante.

Os três homens caíram no chão ao mesmo tempo e então as coisas realmente começaram a ficar piores do que já estava; se é que isso era possível.

Tudo ali começou a acontecer de uma forma muito rápida para que eu pudesse conseguir associar de uma só vez, os dois homens que estavam mantendo eu e Carl imobilizados assim que perceberam que aquilo daria uma grande merda nos arrastaram para trás nos tirando do meio de toda aquela confusão que começara em poucos segundos enquanto gritava alguns palavrões. Houve um momento em que eu ouvi o mesmo grito que havia escutado no meu sonho e aquilo imediatamente fez todo o meu corpo se arrepiar na mesma hora, não demorou mais do que uns dez segundos para que eu começasse a ouvir tiros, uma troca de tiros começou no mesmo segundo e então havíamos voltado para o mesmo cenário quando algo semelhante aconteceu na prisão.

POV Carl

Os disparos começaram de uma forma muito semelhante a uma guerra, aquilo era uma verdadeira confusão e tudo o que se passava na minha cabeça foi que tínhamos que sair logo dali de perto ou acabaríamos sendo mortos também. Os dois homes que nos seguravam nos soltaram para que pudessem pegar suas armas e assim poder revidar, porém assim que fizeram isso dois tiros os acertaram na cabeça os derrubando com rapidez e assim nos deixando livres deles. Não tivemos nem tempo de ver o que aconteceu, quando vi os dois corpos caídos no chão mais alguns tiros começaram a serem disparados na nossa direção e já desesperado para sair do meio de tudo aquilo eu apenas procurei por sua mão e assim que a segurei a puxei para que ela começasse a correr. Houve mais um tiro disparado e esse foi muito perto de onde estávamos, sem olhar para trás eu apenas movi minhas pernas para sair dali o quanto antes e então algo me parou.

—Ai! —Ouvi Ayla gritar e assim que me virei ela tinha uma das mãos sobre o ombro, ela lentamente a afastou revelando um buraco de bala e com os olhos arregalados ela me olhou com espanto. —Meu Deus eu fui... —Ela ergueu a própria mão olhando para a palma que já estava completamente coberta com seu sangue, ela então começou a ficar apavorada, seus olhos pareceram se arregalar ainda mais que antes e sua mão começou a tremer; como se ela estivesse com frio.

Eu não soube exatamente como agir diante de tudo aquilo, Ayla estava sangrando muito no ombro e ver ela tão apavorada daquele jeito começou a me deixar também muito apavorado. Sem ter ideia do que fazer naquele momento eu tirei minha blusa e logo a coloquei sobre seu ombro cobrindo todo o lugar onde ela havia levado o tiro, Ayla ainda olhava para sua mão com o mesmo olhar surpreso e espantando de antes, porém dessa vez ela ter entrado em pânico total.

Tudo então começou a ficar bagunçado na minha mente, Ayla estava ali na minha frente com um tiro no ombro, meu pai, David e Michonne estavam batalhando contra aqueles loucos que provavelmente faziam parte do grupo dos Salvadores e todo aquele tiroteio que havia começado iria acabar atraindo errantes para aquele lugar uma hora ou outra. Tudo de errado estava acontecendo naquele momento e eu não tinha a mínima ideia do que iria fazer com Ayla daquele jeito.

—Droga! Droga! —Gritei quando ouvi mais tiros, ergui o pescoço para ter uma noção de toda a situação naquele momento e não muito longe de onde eu e Ayla estávamos escondidos pude ver o carro que usamos para chegar naquele mercado, a distância até ele não era tanta assim e se déssemos sorte conseguiríamos chegar ali e assim conseguiríamos nos proteger um pouco mais daquela confusão toda.

Respirei fundo e devagar comecei a afastar minha blusa do ombro de Ayla para que pudesse ter uma noção de como estava; não que eu soubesse ou entendesse de alguma coisa e assim que fiz isso toda área do ombro onde ela havia sido baleada estava manchada de sangue, eu não soube dizer se havia mais sangue no local onde a bala havia acertado ou se era na minha blusa. Só sei que tinha muito sangue ali.

—Aí tá doendo! —Ela gritou trincando os dentes. —Que bosta! Que grande monte de bosta!

Ela continuou gritando me deixando mais apavorado do que era possível, respirei fundo e passei uma das mangas da blusa em volta de braço e então a amarrei deixando-a um pouco apertada contra o buraco da bala; eu não fazia ideia do que estava fazendo, mas talvez aquilo adiantasse de alguma coisa.

—Ayla, vamos ir para o carro! —Falei sentindo minha própria voz sair desesperada naquele momento.

Ayla me olhou com seus olhos ainda arregalados e concordou rapidamente começando a se levantar devagar com um pouco de dificuldade, eu a ajudei ainda um pouco apavorado com tudo aquilo e então começamos a caminhar de volta para o carro que usamos para chegar ali. A cada passo que dávamos ela reclamava cada vez mais por causa do tiro que levou, não vou mentir, eu estava preocupado com o que poderia acontecer com ela, afinal, ela havia levado um tiro. Um tiro no ombro e estava perdendo sangue. Se não voltássemos logo para Alexandria algo pior poderia acabar acontecendo com ela.

Nem pense em ser pessimista xerifinho! Eu praticamente ouvi a voz de Ayla falar isso na minha cabeça, foi estranho mas de certa forma pareceu me deixar um pouco mais seguro de que conseguiríamos sair daquela situação.

Assim que conseguimos chegar ao carro vi dois errantes se aproximando de nós, Ayla fez menção de querer matá-los porém como ela estava machucada eu não a deixei fazer isso. Peguei um pedaço simples de ferro que estava no chão e os derrubei matando-os logo em seguida, voltei para Ayla e então abri o carro para que ela entrasse. Sentando-se no banco de trás ela forçou a mão sobre o ombro assim que a mancha de sangue começou a ficar maior, ela começou a gritar alguns palavrões enquanto tentava respirar fundo para manter-se calma. O que não estava adiantando de nada naquele momento.

Ela fechou os olhos por um longo tempo, respirava fundo a cada segundo ainda com a mão forçando sobre seu ombro e então aos poucos ela começou a ficar um pouco mais pálida do que ela já era. Senti um grande medo naquele momento pelo quê poderia acontecer com ela caso a gente não saísse dali logo, eu não podia perder ela também.
Prendi minha respiração por alguns segundos a soltando com calma, eu precisava fazer alguma coisa antes que... antes que alguma coisa alguma acontecesse com ela. Sai de dentro do carro procurando por meu pai e os outros, ainda ouvia os tiros, porém dessa vez também havia um voz alta gritando várias vezes algo meio sem sentido. Conforme os tiros começavam a cessar foi então que eu pude ouvir com clareza o que estava sendo gritado por apenas uma única pessoa.

—Negan saberá disso. Negan saberá disso!

Senti um leve tremor em meu corpo e precisei piscar algumas vezes para afastar aquela voz da minha mente, logo eu vi meu pai e os outros correr em direção ao carro onde eu e Ayla estávamos e imediatamente eu me senti um pouco mais aliviado por estar vendo eles.

—Rápido! —Gritei apressando-os. —A Ayla levou um tiro!

POV Ayla

Abri meus olhos ainda sentindo uma vontade enorme de continuar dormindo, eu sentia todo o meu corpo cansado e meus músculos não que eu tivesse algum doloridos. Reparei que eu estava num quarto diferente do que agora pertencia a mim e estranhei um pouco aquilo, apesar de parecer apenas mais um quarto comum, havia duas estantes grandes encostadas na parede ao lado da única janela cheia de livros e uns dois enfeites só.

Olhei em volta até ver de um lado Carl, ele estava sentado em uma cadeira e tinha metade do seu corpo quase que encostado por completo na parede. Notei que ele estava dormindo e que sua camiseta estava um pouco suja de sangue; assim como as suas mãos. Virei meu rosto e então vi David com metade do seu corpo praticamente deitado sobre a cama em que eu estava, ele também estava dormindo e assim como Carl, suas roupas também estavam sujas de sangue.

Tentei forçar meus braços para poder me sentar na cama e assim que fiz um movimento simples senti uma dor em meu ombro esquerdo, olhei para ver o que era e vi um grande curativo que cobria boa parte do meu ombro e tentei me lembrar do que havia acontecido depois que eu entrei no carro que acabou me levando até aquele quarto. Eu não me lembrava de muita coisa, só de ter visto Carl e os outros entrar no carro e depois tudo era um apagão. Que droga.

Com o braço que ainda estava bom levei minha mão até meu rosto e comecei a me massagear, bocejei ainda sentindo um pouco de sono e quando me ajeitei para talvez voltar a dormir vi David se levantar devagar até ficar sentado na cadeira; que diga-se de passagem parecia ser bem desconfortável.

—Hey dorminhoco. —O olhei sorrindo. —Parece que teve uma péssima noite de sono.

Ele concordou com a cabeça fazendo uma leve careta ao se espreguiçar.

—Nem me diga. —Falou. —Me lembre de nunca mais dormir numa cadeira como essa.

—Já está anotado. —Respondi. —Então, o que houve desde que saímos do mercado? Não me lembro de muita coisa.

David parou de se mover por um tempo me encarando enquanto parecia pensar na resposta que daria, ele se arrumou na cadeira ficando numa posição que parecia ser um pouco mais confortável para ele.

—Ele deixou todos nós desesperados quando disse que você tinha levado um tipo. —Ele sorriu brevemente. —O moleque metido a cowboy parece se importar com você.

Senti meu rosto esquentar no mesmo segundo.

—Não muda de assunto. —Falei séria ainda o olhando. —Me conta o que aconteceu depois!

—Quando entramos no carro você já estava desmaiada, provavelmente por causa do tiro que levou e por ter pedido bastante sangue —Ele fez uma pausa. —O pai dele saiu em disparada quando você ficou pálida parecendo um fantasma e assim que chegamos levamos você pra doutora loirinha e depois disso, bom, você só acordou hoje. Dormiu bastante desde ontem.

Balancei a cabeça.

—David, eu posso te perguntar só mais uma coisa? —Eu ergui meu rosto para olhá-lo novamente. Ele assentiu. —Quem é Negan?