Hell on us escrita por Sami


Capítulo 30
Um novo lugar para todos nós


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEUS QUERIDOS! SIM, ESTOU LITERALMENTE GRITANDO AQUI PORQUE EU ESTOU MUITO FELIZ MESMO!!

Bom, o motivo da minha felidade é por ter recebido uma mensagem aqui na minha conta do Nyah dizendo que Hell On Us está concorrendo ao prêmio de melhor fanfic de the walking dead. Vocês podem votar por aqui http://emmyawardstwd.blogspot.com.br/

Gente isso realmente me deixou muito feliz e até espantada porque eu nem sabia que existia esse tipo de coisa.
Estou mais surpresa ainda por saber que estou concorrendo com fanfics realmente excelentes e até mesmo melhores que a minha, dentre elas tem duas que eu estou acompanhando e estou até mesmo um pouco envergonhada com isso kkk.

Pois bem, aproveitem o capitulo!



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[...]

Assim que saímos do carro me deparei com um lugar realmente grande e completamente cercado por um muro muito alto que deixava todo o lugar seguro dos mortos do lado de fora, Alexandria, como Aaron disse que o lugar se chamava era muito semelhante com um condomínio; bom, pelo menos do lado de fora era. O muro alto e até mesmo o imenso portão do lugar só fizeram com que eu me sentisse um pouco estranha por estar prestes a entrar em um lugar completamente desconhecido com pessoas também desconhecidas. Sentia um estranho frio na barriga enquanto permanecia parada ali, eu já havia passado tanto tempo na estrada que fazer parte de grupos novos era algo que realmente me deixava um pouco nervosa; até mesmo quando cheguei à prisão me senti desse jeito e não era diferente naquele momento com Alexandria. 

Todo o grupo já estava reunido do lado de fora do lugar na frente do imenso portão esperando apenas que Aaron nos desse permissão para entrar, enquanto isso notei que alguns dos membros ainda pareciam um pouco incertos sobre isso; um deles era o pai de Carl que, desde que fomos surpreendidos pela chegada surpresa de Aaron e Eric têm se mostrado quase tão desconfiado quanto Daryl.  Aos poucos o portão começou a se abrir e quase como se fosse um movimento quase que automático, rapidamente pousei minha mão sobre o cabo da faca que carregava comigo desde que saímos da igreja do padre Gabriel. Aaron não parecia alguém perigoso, muito menos seu namorado Eric, porém aquelas pessoas poderiam ser perigosas e depois do que passamos com os moradores de terminus conseguir confiar cem por cento em pessoas desconhecidas era realmente algo complicado de ser feito. Conforme o portão se abria já era possível ver um pouco de como era o lugar do lado de dentro, vi algumas casas que pareciam estar em bom estado e ouvi diversas vozes, dentre elas algumas pareciam ser de crianças? 

—Bom, sejam todos bem vindos a Alexandria! —A voz animada de Aaron me tirou de meus pensamentos fazendo com que eu o olhasse no mesmo instante, ele e seu namorado já estavam na nossa frente e dizia alguma coisa sobre o lugar enquanto um rapaz que parecia ter quase a mesma idade que Glenn se aproximava. 

Notei que aquele rapaz assim que nos viu pareceu mudar um pouco seu olhar, parecia estar nos avaliando mentalmente enquanto olhava para cada um ali parado e assim que chegou a Rick pareceu olhá-lo com certa reprovação. Fiquei realmente incomodada com aquele olhar que o estranho nos lançou, principalmente quando olhou para onde eu e Carl estávamos. Provavelmente por estarmos todos sujos e quase tão imundos quantos os errantes. Os três moradores de Alexandria nos deu passagem para entrarmos, respirei fundo antes de dar o primeiro passo para aquele lugar completamente novo e desconhecido, Carl se aproximou um pouco mais de mim e segurou minha mão também parecendo um pouco nervoso com aquilo. Apertei a mão dele tentando formar um sorriso no meu rosto, mas tudo o que eu consegui fazer naquele momento foi respirar fundo outra vez. 

Começamos a caminhar juntos, demos os primeiros passos para dentro de Alexandria e assim que finalmente entramos pude ter uma visão um pouco mais ampliada daquele lugar novo, arregalei meus olhos ao ver que todo o interior daquele lugar se assemelhava e muito a um condomínio fechado, todas as casas que eu conseguia ver ali estavam em perfeito estado e além da grama que estava bem aparada havia também algumas árvores pelo lugar. Aquilo não podia ser real, era como se o mundo no qual estávamos vivendo nos dias atuais não existisse ali dentro, vi pessoas caminhando sobre as calçadas e notei que todas que estavam ali não estavam carregando armas, ou por acharem que estando ali dentro não era algo necessário ou por acharem que ali era cem por cento seguro e livre dos errantes. 

Minha mão novamente se moveu até o cabo da minha faca, dessa vez eu queria me garantir que a mesma continuava presa ali no meu cinto e assim que a senti ainda ali foi como se todo o meu corpo ficasse um pouco mais leve e menos tenso do que ele se encontrava há alguns minutos atrás. 

—Se vocês forem ficar terão de ser desarmados! —Assim que a ouvi uma voz desconhecida fui novamente tirada de meus pensamentos e não me surpreendi ao ver que se tratava do estranho que nos olhou com desaprovação que havia dito aquilo. 

Continuei olhando para todo o lugar em que eu me encontrava no momento e me assustei quando vi que Rick estava dando alguns passos para frente diminuindo a distância que havia entre ele e aquele estranho.

—Não tomamos a decisão ainda! —Ouvir a voz de Rick praticamente pela primeira vez desde que chegamos a Alexandria foi estranhamente reconfortante, desde que começamos a pequena viagem até aquele lugar o pai de Carl não havia dito muita coisa e quando dizia alguma coisa não passava de duas poucas palavras. 

—Está tudo bem Nicholas — Aaron rapidamente cortou aquele breve momento de tensão. —Se eles fossem mesmo nos atacar eu tenho certeza que já teriam feito isso ou não estaríamos tendo essa conversa agora. 

O rapaz de nome Nicholas revirou os olhos e nos olhou uma última vez antes de começar a se afastar de onde estávamos.

—Já era hora. —Falei baixo olhando o rapaz enquanto ele desaparecia aos poucos do meu campo de visão.

—Bom, eu acho que já é hora de vocês conversarem com Deanna. —O namorado de Eric novamente começou a falar com a mesma animação de antes. —Tenho certeza que ela ficará feliz em conhecer todos vocês!

...

Era a minha vez de ter uma conversa com a real líder de Alexandria, Deanna era uma mulher que possuía cabelos curtos um pouco escuros e seu rosto já continha algumas rugas em certos pontos do seu rosto mostrando que sua idade já era um pouco mais avançada do que aparentava, a mulher vestia roupas simples, porém elas estavam limpas muito bem passadas; algo completamente diferente de como eu estava naquele momento. Suja e com minhas roupas amassadas e um pouco rasgadas por causa do longo tempo que eu passei usando apenas elas. Estando perto da líder de Alexandria eu me senti um pouco desconfortável, pois eu estava parecendo uma mendiga perto dela, acho que isso ficou ainda pior quando ela focou a câmera de vídeo na minha direção para filmar toda a nossa conversa.

Eu vou ser honesta, ter uma câmera focada em mim num lugar onde eu praticamente não conhecia ninguém estava me deixando muito incomodada, vez ou outra eu me pegava olhando para aquela mesma câmera torcendo mentalmente para que Deanna percebesse o quanto eu estava incomodada com ela e a desligasse logo. 

—Então, Ayla não é mesmo? —Ela perguntou novamente chamando a minha atenção outra vez fazendo com que eu voltasse a olhá-la. —Está há quanto tempo com Rick Grimes e seu grupo?

—Já tem um tempão. —Respondi tentando manter meu olhar focado apenas em Deanna. —Não sei exatamente quanto tempo faz, mas posso dizer com certeza que tem um bom tempo.

A mulher balançou a cabeça devagar como se estivesse estudando cada palavra que eu havia dito segundos atrás, ainda sentada na poltrona pouco confortável em que eu estava troquei de posição novamente olhando rapidamente para a câmera focada em mim e sem perceber comecei a balançar os pés sentindo meu nervosismo crescer a cada segundo que eu continuava ali sentada na frente dela. Apesar da líder daquele lugar possuir um olhar um pouco intimidador que mais parecia que conseguia ler minha alma, ter aquele aparelho me filmando era o que mais me incomodava naquele momento. Eu queria sair dali o quanto antes e ficar o mais longe possível daquela mulher.

—Ayla? —Falou meu nome outra vez tornando a chamar minha atenção como a segunda vez que ela havia feito. —Não precisa se preocupar com a câmera querida, eu sei que parece estranho estar sendo filmada enquanto temos essa conversa, mas acredite em mim, isso é realmente necessário.

Respirei fundo outra vez tentando manter-me calma então voltei a olhar para a mulher sentada na minha frente, mesmo sendo encarada por alguém tão desconhecido como ela, confesso que foi menos intimidador do que olhar para a câmera.

—Como conheceu Rick e seu grupo? —Perguntou num tom quase curioso demais.

—Eu tive um pequeno problema com uns errantes e por algum milagre divino dei de cara com Rick e Daryl que me ajudaram com eles. —Falei rápido demais até mesmo para mim. —Eu estava sozinha então eles me chamaram para fazer parte do grupo deles, foram legais comigo!

Deanna balançou novamente sua cabeça como se me compreendesse.

—Você é muito nova para estar sozinha pelo mundo afora, Ayla. —Ela pareceu um pouco preocupada comigo. —Sempre esteve sozinha ou...

Ela não terminou a frase, pois não era algo realmente necessário já que eu sabia muito bem o que ela queria dizer com aquela pergunta, sim eu sabia que era nova para ficar sozinha em um mundo tão louco como aquele de agora, porém estar sozinha não foi algo do qual eu consegui escolher. Aconteceu e foi da pior forma que poderia acontecido.

—Quando toda essa loucura começou, eu e meus pais conseguimos escapar com segurança, naquela época estavam dizendo que Atlanta era o único lugar seguro e então fomos para lá. —Falei. —Porém assim que chegamos vimos que a merda era ainda pior do que pensávamos, meus pais acabaram sendo mortos pelos errantes e eu meio que fiquei sozinha por um tempo.

—Até encontrar Rick Grimes? —Deanna perguntou.

—Não. —Respondi. —Encontrei um grupo de pessoas que estavam saindo da cidade e fiquei com eles por uns meses até que outra merda aconteceu e muita gente acabou morrendo, depois de um longo tempo eu encontrei o David que praticamente me salvou de uma bela enrascada e como nada que é bom nesse mundo dura para sempre, ele também acabou sendo morto. Meses depois eu estava com Rick.

Assim que terminei de fazer o resumo da minha vida depois que o apocalipse começou percebi que eu não deveria ter feito aquilo, me lembrar dos meus pais e até mesmo de David não era o tipo de memória do qual eu gostava de compartilhar com qualquer um que eu encontrava por aí – ainda mais quando se tratava de alguém desconhecido –, mas por outro lado foi bom me lembrar deles três, mesmo que as últimas lembranças que eu tinha deles fossem ruins.

—Eu imagino que ter perdido essas pessoas não deve ter sido nem um pouco fácil para alguém tão nova quanto você, — A voz calma de Deanna cortou o silêncio que sem querer havia se formado ali dentro daquela sala. —porém, eu quero que saiba que estando aqui em Alexandria junto conosco será o melhor não só para você, mas para todos vocês que acabaram de chegar aqui. Eu posso imaginar como um mundo assim te fez mudar e perder quase metade da sua adolescência, hoje você tem o quê... Uns quinze anos?

—Dezesseis. —A corrigi. —Se bem que, eu acho que já devo ter completado meus dezessete.

Ela sorriu.

—Pois bem, eu quero que você saiba que fazendo parte desse lugar você não terá que se arriscar tanto quanto você se arriscava antes, temos comida, água e tudo o que já tínhamos antes do mundo enlouquecer com essa epidemia. —Deanna fez uma pausa. —Eu sei que perder pessoas tão queridas nunca é fácil, porém, aqui você não precisará dizer adeus para ninguém mais! Se quiser fazer parte do que temos aqui, quero que saiba que você terá uma vida, claro que não será como antes, mas mesmo assim será melhor do que estar lá fora.

—Pode parecer estranho dizer isso, mas, de certa forma eu meio que me acostumei a viver dessa maneira — Suspirei. —Já vi tanta gente morrer por causa de pessoas ruins e por causa dos errantes, eu vi do que o ser humano é capaz de fazer com outras pessoas para conseguir continuar vivo. Pode parecer duro dizer isso a você, mas não existe lugar seguro nesse mundo, Deanna.

...

Depois da longa e estranha conversa que eu tive com Deanna me encontrei com Carl, Rick e mais algumas pessoas do grupo para que Aaron pudesse mostrar a casa em que iríamos dormir e chamar de nossas a partir daquele dia, estávamos na frente de duas casas aparentemente grandes e que iriam servir para todos nós do grupo, o namorado de Eric dizia mais algumas coisas sobre o lugar dizendo que não tinham água quente –ainda- mas que já estavam cuidando desse assunto. Ele conversava com Rick sobre mais algumas coisas enquanto eu e Carl continuávamos parados na frente da nossa nova casa, sem dizer nada ele abriu a porta da mesma entrando em total silêncio dentro do imóvel e eu o segui. Era estranho entrar em uma casa sabendo que eu não teria que usar alguma coisa para bloquear a porta ou ter que correr para a cozinha na procura de alguma comida, na verdade era muito estranho entrar numa casa sem precisar sentir um certo peso na consciência por estar invadindo um lugar que não te pertencia. Seria um pouco difícil me acostumar com aquela nova rotina. Rick entrou por último, enquanto eu e Carl explorávamos um pouco mais o lugar o pai do projeto de xerife parecia estar surpreso com tudo aquilo que via; bom, ele não era o único que estava se sentindo assim naquele lugar.

Subimos para o segundo andar da casa e nela havia exatamente três quartos, um dos quartos era de casal; cômodo do qual provavelmente iria pertencer a Rick. Entrei em um dos quartos e vi duas camas, ambas bem arrumas e com algumas peças de roupas em cima de cada uma, caminhei para me aproximar de uma delas e olhei para as peças de roupas que estavam em cima daquela cama, as roupas estavam limpas e até mesmo um pouco cheirosas. Será que em Alexandria eles tinham sabão em pó?

Sacudi a cabeça para afastar aquele pensamento besta da minha cabeça e olhei mais para o quarto em que eu estava, tudo nele estava muito bem arrumado e limpo, em nada se parecia com as casas das quais eu já havia invadido para passar noite ou procurar por comida e roupas limpas para vestir. Tudo aquilo que estava sendo apresentado em Alexandria estava realmente me deixando muito surpresa e mesmo estando um pouco insegura por estar num lugar com muita gente estranha e desconhecida, eu estava me sentindo bem por estar ali. Acho que a última vez que me senti assim foi quando estava na prisão.

—Pode ser a primeira a tomar banho. —Levei um susto quando ouvi a voz de Carl dentro daquele cômodo e no mesmo instante me virei para olhá-lo, ele estava parado na porta me olhando um pouco mais animado do que estava antes. —Está parecendo um errante suja desse jeito.

Ele riu.

—Você por acaso já se olhou no espelho? Tá pior que eu! —Retruquei com deboche.

Carl fez uma careta.

—Vai querer ser a primeira ou não? —Perguntou novamente persistindo em ter uma resposta, o olhei por alguns segundos e depois voltei meus olhos para a muda de roupas em cima da cama. Eu estava mesmo precisando de um banho e mesmo que a água estivesse gelada eu não iria perder tempo em finalmente tomar um banho descente depois de tanto tempo.

—Eu vou. —Falei pegando algumas peças de roupa. —E você tome um banho também, porque eu não estou agüentando ficar perto do seu fedor.

Antes que ele pudesse responder alguma coisa corri para fora do quarto com algumas peças de roupas nas mãos e fui até o banheiro da casa, assim que entrei fiquei um pouco mais surpresa por ver um lugar mais limpo que toda a casa. Acho que era o primeiro banheiro realmente limpo que eu via depois de muito tempo na estrada.

Tirei minha roupa suja e velha deixando-as em um canto e abri o chuveiro, quando senti a água fria cair sobre meu corpo levei um susto, pois realmente estava muito gelada, porém era delicioso saber que eu teria um banho descente e iria finalmente me lavar da forma correta. Lavei todo o meu corpo sentindo-o ficar até mesmo um pouco leve, era como se além de toda a sujeira que havia se acumulado em mim saíssem juntamente com a água que escorria. Eu estava realmente me sentindo mais leve naquele momento e isso era uma sensação maravilhosa.


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