Hell on us escrita por Sami


Capítulo 26
Péssimos momentos


Notas iniciais do capítulo

Oie oie gente, bom, postei esse capítulo meio que correndo porque ainda tenho mais dois para postar ainda nessa semana então me perdoem por qualquer erro e também pelo tamanho desse capítulo.



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POV Ayla

[…]

Eu acordei com um som alto de alguma coisa batendo contra a outra, acordei um pouco assustada porque fui despertada assim do nada e quando vi era Daryl e Tyreese tirando um dos bancos que estavam no fundo da igreja e o levando para fora. As portas da igreja estavam ambas abertas, permitindo que a claridade do lado de fora entrasse também no lado de dentro da igreja e isso pareceu funcionar, o interior do lugar já estava bem mais iluminado que antes.

–Finalmente acordou! –Carl apareceu ao meu lado quase gritando no meu ouvido logo cedo. –Não sei como conseguiu dormir com essa baderna.

–Eu estava cansada demais pra ter notado. –Falei o olhando rapidamente. –Mas por que eles estão fazendo isso se vamos todos para Atlanta? E afinal, o que eles estão fazendo?

–Meu pai disse que eu, você, o Padre Gabriel e Michonne vamos todos ficar aqui esperando eles voltar. –Carl disse aquilo num tom um pouco decepcionado, ficou muito óbvio que ele queria ir e confesso que eu também queria ir junto. –E isso o que eles estão fazendo é pra reforças as janelas e as portas da igreja.

Dessa vez Rick e Daryl entraram e juntos levaram mais um banco para fora, o Padre apareceu logo em seguida que eles saíram e quando viu o que estava acontecendo com sua igreja ele nem precisou dizer nada naquele momento, por um segundo pensei que ele iria chorar ao ver sua congregação sendo quase destruída – por uma boa causa, talvez –, mas ele pareceu segurar a si mesmo para não fazer isso. Em silêncio ele caminhou até nós e sussurrou alguma coisa que nem eu e nem Carl conseguimos ouvir direito por causa das fortes batidas que vinham das janelas.
Michonne apareceu e nos chamou para também ajudar com os reforços que eles estavam fazendo, sem dizer nada eu e Carl caminhamos juntos até o lado de fora. Assim que sai cobri meus olhos com a mão até que eles se acostumassem com a forte claridade daquela manhã ensolarada, caminhamos até onde Noah; o rapaz que Daryl havia ajudado e que conhecia Beth estava e começamos a ajudá-lo.
Noah me deu o martelo e explicou como eu deveria fazer para conseguir pregar a madeira na janela, enquanto isso ele e Carl erguiam o pedaço de madeira até a mesma. Noah me entregou um prego e mais uma vez explicou como eu deveria fazer aquilo, comecei a martelar o prego devagar até que finalmente consegui prender uma parte da madeira na parede, fiz a mesma coisa mais três vezes e então passamos para outra janela e repetimos o processo.

–A Beth está bem? –Ouvi Carl perguntar se virando para olhar Noah, reparei que o projeto de xerife era um pouco menor que o rapaz negro.
Noah não o olhou, parecia concentrado no que estava fazendo e balançou a cabeça em positivo.

–Está sim. –Respondeu esperançoso. –Nunca tinha conhecido uma garota tão durona como ela!

Eles dois continuaram conversando entre si enquanto fazíamos os reforços nas janelas, olhei em volta vendo o que restou do grupo também ajudando a deixar a igreja mais segura. Eu não queria ficar ali quando quase todo mundo iria para Atlanta, pensei em dizer a Rick que eu queria ir junto, mas pensei melhor e decidi deixar isso de lado, pois eu sabia o que o pai de Carl iria dizer e além do sermão que eu ouviria ele não iria me deixar que eu fosse junto com eles.

Quando finalmente terminamos de reforçar as janelas e as portas da igreja do Padre Gabriel, Rick e os outros começaram a arrumar suas coisas para a viagem que iriam fazer até Atlanta para resgatar Carol e Beth do hospital que haviam pegado elas duas. Rick pediu para que nós evitássemos sair da igreja enquanto eles estivessem fora para não chamar a atenção de errantes e disse também que tentaria fazer esse resgate o quanto antes para que pudéssemos seguir viagem até Washington e nos juntar com o restante do grupo.
Carl parecia não estar muito de acordo com tudo aquilo, depois que havíamos terminado com os reforços para a igreja ele literalmente fechou sua cara por completo mostrando o quanto não havia gostado de saber que teria que ficar também enquanto seu pai estaria resgatando a irmã de Maggie e Carol.
Não vou mentir, eu também não gostei nem um pouco de ficar de fora de tudo aquilo, eu queria ir junto com eles e achava que seria melhor se todos fossem até Atlanta. Mas eu entendia o motivo pelo qual Rick não queria que nós também fossemos com eles; poderia ser perigoso para nós e acho que ele não iria querer que seus filhos se machucassem durante esse resgate.
Com tudo já pronto para a ida até Atlanta, vi Rick conversar durante uns minutos com Carl, provavelmente estava tentando fazê-lo entender do por que deveríamos ficar o projeto de xerife apenas concordava com a cabeça com aquela mesma cara de “eu não concordo nem um pouco com tudo isso, mas eu vou ficar para não te preocupar”. Eu estava com Judith no colo quando Rick caminhou até mim, provavelmente para dizer a mesma coisa que ele havia dito para o xerifinho.

–Ayla. –Ele me chamou. –Acha que consegue ficar de olho em Carl caso ele tente bancar o esperto e saia daqui escondido?

–É claro. –Respondi sorrindo. –Não vou tirar meus olhos dele. –Depois que eu disse aquilo, Rick pegou Judith do meu colo e um pouco antes de se despedir de mim ele deu um beijo na testa da filha mais nova se despedindo dela também e logo saiu indo até a van que Daryl e Noah haviam usado para voltar até a igreja.

Quando eles partiram, fechamos a igreja e usamos o único banco que não havia sido usado para os reforços nas janelas para bloquear as portas e assim impedir que alguém do lado de fora entrasse para o lado de dentro. Depois que entramos vimos o Padre de joelhos no chão, ao seu lado estava um balde um pouco amassado e enferrujado com um pouco de água dentro dele e em uma de suas mãos estava uma esponja, ele estava a usando para tentar tirar a mancha de sangue que havia no chão e esfregava a mesma com força tentando tirá-la dali a todo custo. Eu olhei para Michonne que estava ao meu lado e ela apenas olhou para aquilo e foi sentar, enquanto isso Carl começou a colocar no chão todas as facas que tínhamos conosco ali e por último colocou sua arma ao lado de todas.
Me sentei também ficando ao lado de Michonne e deixei Judith sentada ao meu lado, fiquei olhando para o Padre enquanto ele continuava esfregando o chão aumentando a velocidade com que esfregava a esponja no piso. Ele deveria saber que a mancha não iria sair assim tão fácil, ainda mais naquela área onde ela estava, Padre Gabriel parecia convicto de que iria conseguir tirar a mancha dali então decidi não interrompê-lo naquele momento.
Carl se agachou ficando na mesma altura que o padre e moveu uma mão mostrando todas as opções de armas para ele e isso pareceu ter sido a única coisa que o fez finalmente parar de esfregar o chão de forma inútil para tirar a mancha de sangue que continuava ali mesmo depois dele ter esfregado o lugar com força. O padre olhou para Carl como se não tivesse entendido o que ele queria dizer com aquilo.

–Escolha uma. –O projeto de xerife falou ainda olhando para o padre. –Você precisa aprender a se defender, sabe que podemos ensiná-lo!

Padre Gabriel ergueu o rosto para Carl o olhando entristecido, estava da mesma forma quando viu o que estávamos fazendo com a sua igreja.

–Me defender? Eles só queriam que saíssemos! –Falou o Padre. –Nada disso precisava ter acontecido!

Carl riu com deboche.

–Eles nos queriam mortos! –Falou num tom firme do qual eu nunca havia o visto usar antes. –Estávamos apenas nos defendendo deles. –Carl fez uma pausa. –Você teve sorte isso sim, sua igreja durou por muito tempo, mas não pode ficar aqui para sempre, sempre vai aparecer pessoas que vão querer destruir tudo o que tem e quando isso acontece, você precisa estar preparado para se defender!

O padre pareceu pensar no que Carl havia dito, ele olhou para as facas e então se inclinou um pouco pegando um dos facões e o segurou como se ele sentisse nojo de tudo aquilo que via.

–Boa escolha. –Carl falou agora num tom um pouco mais gentil que antes. –Mas está segurando errado, às vezes as cabeças não são moles e você precisa…

–Não! –O Padre falou soltando o facão que ele havia pegado e logo se levantou. –Eu não consigo fazer isso e-eu...

O Padre não conseguiu terminar a frase, saiu antes mesmo que Carl pudesse dizer alguma coisa e se trancou no quarto sem dizer nenhuma palavra. Carl olhou na nossa direção como se não tivesse entendido o que aconteceu ali e olhou para a porta do pequeno quarto onde o Padre Gabriel havia se trancado.

–Qual o problema dele? –Perguntou bufando e arrumou o facão deixando-o no mesmo lugar de antes.

–Eu faço essa mesma pergunta pra você, qual o seu problema? –Falei alto fazendo Carl e Michonne me olharem. –Por que disse aquelas coisas a ele?

–Ele precisa aprender a se defender dos mortos, Ayla! –Ele quase gritou. –E eu tenho certeza de que ele não vai conseguir fazer isso sendo esse covarde que ele é!

Eu me levantei.

–Carl, tudo isso é um pouco novo para ele e falar assim com ele não vai ajudar em nada. –Cruzei meus braços ainda o olhando. –Não pode ser tão duro assim com ele, pelo menos não agora!

Carl abriu a boca para falar alguma coisa e foi interrompido por Michonne que se levantou num único movimento pedindo para que nós dois se calasse. Sua mão estava já sobre o cabo de sua katana e eu sabia que havia algo errado, tirei Judith do chão e a segurando no colo. Carl pegou um dos facões que estavam no chão e me entregou um deles e logo em seguida pegou um também.
Ouvimos um barulho estranho parecendo um pouco com uma batida consideravelmente forte, não soubemos de onde aquela batida veio, mas foi o suficiente para deixar a nós três em alerta total naquele momento. Definitivamente havia alguma coisa errada ali.

Michonne agora já estava com sua katana em mãos quando o mesmo barulho tornou a se repetir, dessa vez um pouco mais alto e mais forte que antes, as batidas estavam vindo do mesmo quarto onde o Padre havia se trancado antes e isso pareceu preocupar Michonne.

Ela correu até a porta do pequeno quarto onde ele havia se trancado antes e forçou entrada, Michonne tentou fazer a mesma coisa umas três vezes e não conseguiu abri-la. Gritou pelo Padre e não obteve nenhuma resposta dele além de mais uma batida forte que veio também lá de dentro.

–O que está acontecendo ai dentro? –Carl perguntou num tom evidente de preocupação em sua voz.

–Eu não sei. –Respondeu respirando fundo. –Mas ele deve ter feito alguma coisa!

Quando as batidas pararam, Michonne guardou sua katana e tentou abrir a porta do quarto em que o Padre estava trancado mais uma vez, ela dessa vez pareceu usar mais força em seu corpo e fez o mesmo movimento pelo menos mais cinco vezes até finalmente conseguir arrombar a porta daquele pequeno cômodo.
Ao entrarmos o quarto estava vazio, o Padre Gabriel não estava mais ali dentro, andamos um pouco mais até ver uma parte do piso que estava faltado algumas madeiras. Michonne se agachou onde a madeira faltava e se inclinou um pouco mais para conseguir ver o que havia ali em embaixo.

–Ele deve ter fugido. –Falou se levantando logo em seguida. –Ele não está mais aqui!

–Ele fugiu? –Perguntei surpresa. –Mas, por que ele faria isso se ele tem medo do quem lá fora?

Ela deu de ombros.

–Eu não sei, mas se ele saiu vamos precisar tomar cuidado para que nada do que a gente não queira entre aqui!

...

Estávamos de bobeira ali dentro, como não tínhamos muito que fazer além de ficar apenas esperando pelos outros ficamos sem muitas opções de passatempo, Michonne estava cuidando de Judith mantendo-a distraída ao máximo que podia enquanto eu e Carl preparávamos alguma coisa para que ela pudesse comer. Ouvimos uma voz distante gritar por ajuda e não demorou muito para que logo a identificássemos com a voz do Padre, ele parecia estar ainda desesperado por ajuda – bem mais quando o encontramos na floresta – e pedia desesperadamente para que nós o deixasse entrar.

–Socorro! Eles estão por perto! –O Padre gritou mais alto. –Por favor, me deixem entrar!

Levantamos-nos na mesma hora que ele começou a bater na porta, ouvimos os grunhidos dos mortos se misturarem com os berros de desespero do padre Gabriel.

–Eu precisava ver, mas agora eu sei! –Continuou gritando. –Me deixem entrar, por favor!

Carl correu para a porta que havíamos bloqueado com o banco e um pedaço grosso de madeira, ele começou a puxar ou pelo menos a tentar puxar o banco, corri para ajudá-lo e então começamos a fazer isso junto e não estava adiantando muito. Michonne correu até nós para também ajudar e contou até três para que puxássemos o banco ao mesmo tempo, quando a contagem chegou ao três fizemos força e então ele começou a se mover um pouco mais que antes.
Michonne repetiu a mesma tática até que finalmente conseguimos tirar o banco de frente à porta, Carl novamente se colocou na frente e começou a tentar tirar a madeira que bloqueava as duas portas. Estava difícil conseguir se concentrar em tudo aquilo quando os gritos do padre Gabriel se misturavam com os grunhidos desesperados dos errantes; tudo aquilo estava deixando a situação ainda mais desesperadora.

–Se afaste! –Michonne precisou gritar para que Carl conseguisse ouvi-la com clareza e assim o fez, Carl se afastou vindo ao meu lado e então Michonne ergueu um machado e logo começou a usá-lo para conseguir tirar o bloqueio da porta.

O padre não parava de gritar por um único segundo, tudo bem que ele estava desesperado e com medo de ser mortos pelos errantes, mas, ele deveria saber que quanto mais ele gritasse mais mortos iriam ser atraídos até ele e aí sim a situação iria ficar ruim não só para ele, mas para todos nós ali.
A madeira que bloqueava a porta estava quase totalmente partida ao meio, Carl e eu corremos para pegar os facões para nos defender dos mortos que com certeza iriam entrar na igreja e quando Michonne finalmente conseguiu desbloquear as portas tudo de ruim que poderia acontecer estava acontecendo naquele momento.

Assim que o Padre entrou vários errantes também entraram junto com ele, na verdade atrás dele havia exatamente uma horda imensa de mortos se aproximando. Como apenas um homem consegue atrair tantos deles de uma só vez? Pensei assustada quando vi toda aquela quantidade absurda de errantes que estava vindo na nossa direção.
O padre correu até ficar atrás de nós e então começamos a matar os primeiro mortos que conseguiram entrar, Carl logo começou a atirar fazendo mais barulho e atraindo mais deles para nós. Realmente estávamos numa situação péssima ali.

Continuamos matando até que nada daquilo que fazíamos parecia estar dando certo, eles eram muitos e apenas nós três não iria conseguir dar conta de todos eles ali. Michonne começou a recuar e fizemos os mesmo tomando mais distância, ela continuou matando os errantes enquanto Carl atirava nos que estavam mais distantes de nós, Padre Gabriel me puxou pelo braço falando para entrarmos no quarto e foi isso que fizemos, corremos até o cômodo que ele usara para escapar e fechamos a porta usando uma cadeira para bloqueá-la por um tempo.
O padre apontou para o chão onde havia o buraco que ele havia feito para fugir e disse para usarmos ele fazer o mesmo, olhamos para Michonne que assentiu na mesma hora.

–Saiam daqui e levem a pequena com vocês! –O padre gritou enquanto segurava a porta para que os errantes não entrassem. –Rastejem até os fundos, foi assim que eu consegui escapar!

Michonne me entregou Judith e Carl correu para pegar as facas, ela me ajudou a descer e assim que consegui comecei a rastejar até o local onde o padre havia falado, passar por ali era realmente algo muito difícil de conseguir, era apertado e estava cheio de pó ali. Além da pouca claridade que entrava ali.

Continuei até chegar em uma parte onde havia outro buraco, provavelmente também feito pelo padre para conseguir fugir dali, antes de sair completamente dali de dentro olhei para o local querendo ter certeza de que não havia errante ali por perto que pudesse atrapalhar quando estivéssemos saindo dali. Tomei cuidado quando comecei a me arrastar para fora, evitei ao máximo não machucar Judith durante esse processo até que finalmente consegui sair.

Carl saiu logo em seguida e ficamosesperando por Michonne e o Padre, dois errantes apareceram e Carl foi rápido em logo conseguir matá-los e nos deixar livres de problema. Pelo menos por enquanto.

Michonne finamente apareceu e Carl correu para ajudá-la a sair dali, o Padre também apareceu logo em seguida e segurava um facão com sua lâmina manchada de sangue. Ele se levantou suado, parecia que tinha corrido por muito tempo e estava suado e sujo.

–Eu... Eu não aguento mais correr. –Ele falou ofegante enquanto limpava a testa com a mão livre.

–Não vamos precisar correr por enquanto. –Michonne falou o olhando sem muita emoção. –Vamos.

Michonne e Carl foram na frente matando o restante dos errantes que estavam ali fora, assim que voltamos para a frente da igreja todo o caminho já estava quase todo liberado. O padre e Michonne foram até a porta e a fecharam usando um pedaço de ferro para deixá-la bloqueada. Carl matou alguns dos mortos que estavam presos no cercado.

–O que vamos fazer agora? –O padre perguntou ainda um pouco ofegante.

–Esperar. –Ela respondeu. –Não podemos sair daqui sem que eles tenham voltado.

–O que? –Ele tornou a perguntar dessa vez parecendo surpreso. –E se mais deles aparecer? O que vamos fazer se isso acontecer?

Assim que ele disse isso nós três olhamos para Michonne ao mesmo tempo.

–Vamos esperar por eles mesmo assim. –Respondeu no mesmo tom de voz. –Vamos ficar todos bem!

Respirei fundo olhando para Judith que não parecia estar nem um pouco assustada com tudo aquilo que havíamos passado, agora que a igreja estava enfim tomada pelos errantes se Rick e os outros não voltassem logo iria ser perigoso ficar ali fora quando anoitecesse; ainda mais depois de hoje que tivemos problemas com aquela horda.
Estavamos todos encostados no cercando quando Michonne se aproximou do Padre, ao ver que ela se aproximava ele pareceu ficar um pouco incomodado com aquilo; com certeza sabia o que ela iria lhe dizer.

–Aonde você foi? –Michonne perguntou num firme em sua voz fazendo-o se virar para olhá-la.

–Até a escola onde aquele grupo estava. –Respondeu com a voz baixa. –Eu precisava ver e saber do que eles eram capazes!

Eu não culpava o padre por ser tão medroso daquele jeito, mas por causa dele tivemos problemas e agora ele e todos nós estavamos sem ter onde ficar para nos proteger de possíveis ameaças. Aquela invasão só aconteceu por causa dele e eu esperava que ele soubesse disso e que estivesse ciente de que sua igreja já não era mais tão segura como era antes de chegarmos.

Os errantes que foram presos dentro da igreja começaram a empurrar as portas, eles eram muitos e conforme forçavam mais para conseguir abri-la o pedaço de ferro que usamos para bloqueá-la já não seria mais o suficiente naquele momento. Carl e Michonne se colocaram na nossa frente, os dois pareciam já estar se preparando para matar os mortos que possivelmente iriam conseguir sair dali.

–Meu Deus! –Exclamou o padre com o mesmo tom de desespero em sua voz quando estava fugindo dos mortos.

Michonne deu alguns passos para frente sendo seguida por Carl que repetia quase os mesmos movimentos que ela, eles já estavam se preparando para atacar quando ouvimos o som alto de uma buzina de caminhão. Seguimos o som até que vimos um caminhão de bombeiros se aproximando e indo em alta velocidade até a entrada da igreja, quando o mesmo foi estacionado acabou destruindo uma parte da igreja e ao mesmo tempo deixando a entrada bloqueada para que os errantes não saíssem.

A porta do motorista foi aberta e então Abraham desceu do caminhão, Maggie e Glenn desceram logo em seguida e por último Tara e Rosita desceram ao mesmo tempo. Quando os vi não soube dizer se ficava feliz com isso ou se me preocupava, afinal, eles estavam indo até Washington e até onde eu sabia pelo menos um dia de viagem não era o suficiente para chegar até lá. Alguma coisa havia dado errado.

–Vocês voltaram! –Michonne os cumprimentou com animação. –Mas...o que houve?

Glenn nos olhou cabisbaixo.

–Eugene mentiu. –Falou num suspiro. –Não existe cura, ele nem mesmo sabe como acabar com tudo isso!

Arregalei meus olhos no mesmo instante que ouvi aquilo, Eugene de fato estava mentindo sobre a tal cura. Mas, por que ele faria algo assim? Por que mentir sobre isso?

–E os outros? Onde eles estão? – Maggie perguntou olhando em volta. – Aconteceu alguma coisa?

– Beth está viva! – Anunciou Michonne. – Umas pessoas a levaram para um hospital em Atlanta. Rick e os outros foram resgatá-la!

Assim que Maggie ouviu isso, um sorriso enorme se formou em seu rosto.

–Ela...Meu Deus! –Ela abraçou Glenn. –E vocês sabem que hospital é?

–Grady Memorial. –Falou.

–Bom, vamos nessa então! –Tara falou com animação em sua voz. –Vamos lá salvar sua irmã!

...

A viagem para Washington foi ainda mais surpreendente do que eu pensava que poderia ser, depois que a cidade foi completamente tomada pelos mortos continuar na cidade era algo realmente perigoso. A cidade já não parecia ser mais a mesma de antes, todo esse tempo em que aquele apocalipse estava acontecendo foram o suficiente para deixar Atlanta como um cenário de filme de terror.

As cidades estavam completamente desertas e apenas os mortos continuavam caminhando pela a ruas, não se via mais nenhum sinal de vida ali humana ali.

Quando chegamos ao hospital o cenário ali não parecia tão terrível quanto a cidade, ali parecia mesmo ser o único lugar onde ainda haviam pessoas que eram loucas o suficiente para continuar vivendo naquele lugar. Ao sairmos do caminhão se bombeiros notei que o lugar era ainda maior do que parecia, o estacionamento do lugar estava com alguns corpos mortos de errantes e um pouco de lixo, porém mesmo assim parecia ser o único lugar que ainda continuava em um estado melhor do que o restante da cidade. Glenn e Michonne mataram alguns errantes que surgiram do nada e continuamos seguindo. Maggie passou a caminhar um pouco mais rápido até ir na nossa frente, uma ansiedade estranha começou a crescer dentro de mim; eu estava ansiosa para rever Beth. Sentia falta dela.

Vi Rick e os outros saírem de uma porta que provavelmente seria ou a entrada do local ou a saída do hospital, sorri ao ver que todos pareciam estar bem. As coisas pareciam enfim estarem começando a dar certo pelo menos uma vez.

Daryl foi o último que saiu por aquela porta, notei que ele estava com alguém em seus braços, não consegui ver direito quem era porque os outros membros do grupo estavam na frente, mas assim que eles foram se dispensando aos poucos até que eles liberaram o caminho. Arregalei meus olhos quando vi quem estava nos braços de Daryl, tudo então voltou a mesma merda de antes só que dessa vez estava ainda pior.

Maggie começou a chorar descontrolada e a gritar quando viu Beth sendo carregada por Daryl com um tiro em sua cabeça. Todos paramos sem conseguir acreditar naquilo que estávamos vendo naquele momento. Mais um membro do grupo estava morto, havíamos perdido mais uma pessoa querida para nós.


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