Hermione passou a olhar ao redor, tentando pensar em algo que pudesse tirá-la daquela situação, mas nada parecia vir a sua mente.

– Lucius, querido, deixe de ser rude. – Narcissa sorriu, batendo levemente no ombro do marido. – Desse jeito, você irá deixá-los constrangidos.

– É verdade. Bem, vamos deixá-los sozinhos agora. – o loiro assentiu com um sorriso polido e todos passaram a se dispersar pelo salão.

– Sua mãe é uma heroína. – Hermione suspirou, aliviada.

– Até parece que não está louca para me beijar. – provocou, um sorriso altamente sarcástico surgindo em seus lábios.

– Oh, não seja tão iludido. – a castanha riu e logo depois pousou a mão em cima da bunda do garoto. – É você que está louco por mim e não quer admitir.

Draco assistiu, totalmente incrédulo, a garota apertar sua bunda levemente e depois sumir no salão.

–-x—

– Nossa, vocês viram como o Draco está? – Hermione arqueou uma de suas sobrancelhas ao passar por um grupo de garotas. – Um gato!

– Me pergunto se ele tem namorada. – outra garota comentou, olhando de maneira maliciosa para o loiro.

– Ouvi dizer que ele tem uma noiva e que a trouxe para cá! – a terceira garota encolheu os ombros.

A castanha pensou em se intrometer na conversa e falar que ela era a noiva dele. Bem, ela não, mas a Jessica. Porém, preferiu deixar quieto e fingir que não tinha escutado nada.

– Olha! Ele está vindo para cá! – a primeira garota estava quase tendo um ataque e podia cair dura a qualquer momento.

– Ele deve beijar muito, muito bem. – a segunda garota mordeu seu lábio inferior encarando a boca do garoto.

Por alguns instantes, Hermione não conseguiu evitar se imaginar beijando Draco, no entanto, logo voltou a si e maneou a cabeça negativamente.

– Olá Draco, lem-

– Jessica, amor, por onde esteve? Estou te procurando há um tempo. – além de interromper, Draco ignorar as garotas e parou em frente de Hermione com um sorriso sarcástico camuflado.

– Estava te procurando também, amor. – Hermione sorriu de forma irônica, ainda que somente Draco pudesse perceber isso.

– Que ótimo. Tem algumas pessoas que querem te conhecer. – Draco passou a andar e Hermione o seguiu, sendo fuzilada com o olhar pelas três garotas.

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Estava sentada em uma das luxuosas poltronas distribuídas no salão quando viu uma senhora loira sentar-se ao seu lado. Ela segurava uma taça com vinho.

– Você é uma garota de sorte. – comentou, provocando um franzir de sobrancelhas da castanha. – Ser noiva do Draco é muito bom. Ele é um garoto de ouro.

– Que? – Hermione deixou a indagação escapar por seus lábios. Ele não conseguia acreditar no que aquela mulher estava falando.

– Minha filha namorava-o. Já faz um bom tempo, quando eles ainda estudavam em Hogwarts. – Enquanto a senhora falava, Hermione sentiu-se nostálgica ao lembrar-se das aventuras na escola. – Mas, apesar dele ser ótimo com ela, minha filha sabia que Draco gostava de outra garota.

Hermione tentou lembrar-se do loiro nos últimos anos da escola. Ele estava diferente, dificilmente zombava dos grifinórios e tinha parado de ficar com várias garotas ao mesmo tempo. Sorriu irônica, lembrando-se que, até ela tinha passado por um época em que era apaixonada pelo Malfoy.

– Você deve ter a conhecido. – a senhora trouxe a castanha de volta a realidade. – O nome dela era diferente.... Herm... Her...

– Hermione? – indagou sem ao menos acreditar que estava fazendo aquilo.

– Isso! Hermione! – a senhora sorriu por finalmente se lembrar do nome da garota, deixando Hermione desconcertada. – Ele era apaixonado por ela, mas sabia que não era correspondido.

– Como ele poderia saber? – Hermione indagou, não conseguindo evitar perguntar. Aquilo parecia surreal demais para ela.

– Minha querida, a gente sente quando nosso amor é correspondido ou não. Talvez, você ainda não tenha encontrado um amor assim para comparar, porém o dia que o encontrar, saberá a diferença. – sorriu, levantando-se da poltrona e se distanciando.

– Qual o nome da sua filha?

– Você já sabe, querida. Não se preocupe, em algum dia, você entenderá o que quero dizer. – piscou um de seus olhos. Hermione observou a mulher se perder entre outras inúmeras pessoas com mil coisas borbulhando em sua mente.

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A festa já estava quase acabando, várias pessoas já tinham ido embora, mas como os Malfoys eram os anfitriões, não podiam simplesmente abandonar o local.

Hermione sentia seus pés doerem pelo tanto de tempo que estava usando seu salto alto. Definitivamente, aquela vida não era para ela. No final das contas e apesar de tudo, tinha sido aprovada como Jessica Bakers e noiva de Draco Malfoy. Os sócios simplesmente amaram-na.

Já passava das seis da tarde quando Narcissa anunciou que iriam embora e voltariam para o centro de Londres. A castanha nunca se sentira tão feliz no dia. Precisava de um tempo sozinha para pôr seus pensamentos em ordem. Restavam apenas alguns casais no local e pelo que ela entendera, eles iriam juntos no trem.

Porém, ao colocarem os pés para fora do salão, o tempo mudou repentinamente e uma tempestade se fez presente, com direito a trovoadas e relâmpagos. Todos voltaram de imediato para dentro do salão, temendo pegarem algum resfriado.

– O que faremos agora? – uma mulher ruiva indagou, arrumando seus fios e tentando colocá-los em ordem. Hermione franziu o cenho, de onde havia surgido tantos ruivos?

Depois, fitou Narcissa, também bastante interessada na pergunta. Não estava em seus minuciosos planos ter que passar a noite ao lado do Malfoy. Ainda mais depois da conversa sinistra que tivera com a senhora mais cedo.

– Teremos que ficar por aqui, pelo menos, até que a chuva pare. É impossível aparatar com esse tempo, a não ser que queiram morrer ou perder algum membro durante o processo.

– Realmente, ótimo. – Hermione murmurou, irritada consigo mesma por ter aceito a proposta de Cissa.

Ao seu lado, Draco estava pensativo. Internamente, ele se perguntava se realmente tinha sido uma boa ideia ter aceito que Hermione fosse sua noiva de aluguel.

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Quando conseguiram chegar à casa onde os pais de Lucius moravam, foram designados em casais aos quartos restantes, já que eram poucos.

– Eu espero que você não ronque ou faça algo de estranho durante a noite. Eu realmente estou cansada e preciso dormir. – Hermione arrumou a cama, usando um cobertor como divisória.

– Relaxa, Granger. Eu não sou que nem você que parece uma motosserra. – Draco sorriu, sarcástico e recebeu como resposta uma escovada nas costas.

– Eu não ronco! E devolve minha escova! – exclamou, estendendo a mão em direção ao loiro.

– Você que jogou em mim, sua doida! – resmungou com uma expressão irritada. Pegou sua toalha e foi em direção ao banheiro, jogando a escova para a garota no caminho.

Hermione sentou-se na cama, após escutar o som do chuveiro ser ligado. Encarou o chão por alguns minutos, enquanto se deixava viajar por suas recordações.

– Sobre o que vocês estão falando? – indagou ao chegar perto das meninas de sua casa.

– Draco Malfoy está namorando. Ficou sabendo? – Lilá anunciou com um bico, enquanto Hermione tentou não parecer triste com a notícia. – O mais gato da escola não está mais solteiro.

– Se bem que, ultimamente, ele nem ligava muito para as garotas. – Parvati comentou, frustrada. – Tentei seduzi-lo outro dia, mas ele parecia muito diferente.

– Diferente como? – Hermione indagou, não conseguindo conter sua curiosidade.

– Ele não quer mais apenas sexo. Bem, de qualquer jeito, você nunca saberá o que é isso, Herms. – Lilá riu, sarcástica.

– Diferente...? – murmurou, sentindo uma sensação estranha invadir seu peito.

– Por que você simplesmente não nos deixa em paz? – questionou, a respiração oscilante, os punhos cerrados e os dentes trincados. – Não é o bastante ganhar da Grifinória, precisa ir esfregar a vitória em nossas caras?!

– Não é nada disso, Hermione! Eu só quero conver-

– Não me chame de Hermione, Malfoy. – interrompeu-o com brusquidão e saiu do local, deixando um loiro totalmente frustrado para trás.

– Por que você está com essa cara de pensativa? – foi tirada de seus devaneios ao escutar a voz de Draco. Ele estava apenas com uma toalha enrolada em sua cintura.

– Ah! Seu tarado! – tampou seus olhos com as mãos, sentindo-se envergonhada.

– Que foi, Granger? Nunca viu um homem pelado? – provocou, aproximando-se da jovem cada vez mais.

– O-O que? Claro que vi! Quer dizer, isso não te interessa! – exclamou de forma atrapalhada e levantou-se da cama ao sentir o cheiro do loiro, mostrando que ele estava por perto. Ainda com os olhos fechados, tentou se guiar até o banheiro e acabou puxando algo que não devia.

– Nossa, Granger! Você faz o maior escândalo ao me ver apenas de toalha e resolve tirar ela? – zombou ao ver a face da garota tornar-se vermelho e ela correr em direção ao banheiro segurando a toalha que antes estava usando.