Amores de Ensino Médio escrita por Pedro Campos
Notas iniciais do capítulo
Hey galerinha,
Depois de um breve hiato as histórias do Pedro estão de volta :D
Foram os olhos dela que me acalmaram.
Seus olhos eram de um verde escuro que prendiam sua atenção, olha-los era como olhar para o universo, vasto e misterioso. Enquanto eu pensava nisso comecei a me acalmar. Aos poucos as coisas voltaram ao normal, Hope percebeu isso.
– Está bem? – Perguntou comum tom preocupado.
– Acho que sim. – Respondi depois de um tempo pensando na pergunta.
Eu não estava nem perto de estar bem.
– Pedro, não minta, eu sei que você não está bem.
– Você está certa.
– Viu, foi tão difícil dizer a verdade?
– Foi.
– Eu sei. – Ela sorriu e me abraçou, o que provavelmente me fez corar violentamente, pude até sentir meu rosto queimando.
– O que está fazendo? – Perguntei tentando não soar indelicado.
– Todos precisamos de abraços em um momento de nossas vidas. – Ela se afastou e sentou na cadeira ao meu lado. – Eu sei o que aconteceu, você foi baleado e perdeu bastante sangue, depois entrou em coma.
– Mas como? – Olhei para ela com as sobrancelhas arqueadas.
– Eu perguntei a sua irmã.
– Você tem contato com a minha irmã? – Aquilo estava ficando mais estranho a cada momento.
– Já esbarrei com ela por ai, garota maneira ela. – Hope estava rindo das minhas expressões.
– Isso é estranho.
– Como é? Sabe, quando você está tendo ataques, o que acontece?
– Tudo fica escuro ou turvo, então as coisas começam a ficar assustadoras e meu coração começa a acelerar, é como se eu perdesse o controle do meu corpo.
– Eu começava a tremer e suar frio, ficava olhando para tudo como se até minha sombra conspirasse contra mim.
– Você já teve isso?
– Faz mais de um ano que não tenho, começou um pouco depois que vim para o Brasil. Sabe já era difícil ter que me adaptar a um novo país, uma nova língua, uma nova cultura e a coisa ficava ainda mais complicada com esses ataques. As pessoas se afastavam de mim quando descobriam, como se eu tivesse uma doença altamente contagiosa.
– Que terrível. – Nesse momento sem percebermos estávamos criando uma forte ligação. – Mas como você conseguiu parar?
– Grande parte da ajuda foi do Miguel, ele me fez perceber que eu não precisava ter medo de fantasmas que não existiam. Então eu comecei a ficar forte, e parar o ataque antes que ele viesse, com o tempo eles diminuíram, até acabar completamente.
– Eu tenho que aprender essa técnica ninja. – Nós dois rimos.
– Você acabou de aprender.
– Como assim?
– Você parou o ataque. – Só quando ela falou percebi que eu realmente havia parado um ataque. – Como você o parou?
– Eu não sei. – Na verdade eu sabia, mas como iria dizer que parei o ataque por causa dos olhos dela? Isso não é coisa para um terceiro encontro.
– Pensa direito, você tem que descobrir o que te traz de volta e usar isso toda vez que sentir que vai começar.
– O que te trazia de volta? – Ela demorou um pouco para responder.
– Eu mesma. – Olhei para ela com um olhar confuso e ela continuou. – Como eu disse, eu parava o ataque, quando eu os sentia vindo mudava meu pensamento e aguentava firme até sentir ele indo embora.
– Nossa isso é incrível.
– Doutor Miguel dizia que eu era forte o suficiente para não precisar de nada externo para me controlar, somente minha força de vontade já era o suficiente.
– Você é quase uma lanterna verde. – Falei rindo.
– E você é um bobo. – Replicou rindo. – Enfim, temos que ir, está ficando tarde.
– Verdade, eu provavelmente vou levar uma bronca quando chegar em casa.
...
– Vocês deram alguns beijinhos? – Perguntou Giovana da forma mais inconveniente o possível.
– Giovana! – Exclamou Esther que começou a rir junto com Quezia.
Estávamos nós quatro e Lucas em meu quarto enquanto um filme qualquer passava na televisão, mas o foco era meu “encontro” com Hope.
– Vocês pressionam demais o garoto, assim ele vai acabar desmaiando de novo. – Brincou Lucas enquanto lia um dos meus livros.
– Não vou desmaiar. – Falei rindo, mesmo estando um pouco constrangido por isso. – E também não nos beijamos.
– Então não rolou nada? – Perguntou Quezia. – Vocês só foram para o esconderijo secreto dela e ficaram conversando?
– Exatamente. – Respondi.
– Meu garoto. – Brincou Lucas.
– E acha que ela está ajudando com seu tratamento? – Esther era a mais curiosa sobre esse ponto, era engraçado como Esther às vezes fazia o papel de minha irmã melhor do que as minhas duas irmãs de verdade.
– Acho que sim... – Eu não havia contado para eles sobre meu ataque de pânico e a forma como Hope me salvou.
– Acho que Pedro está se apaixonando pela ancora dele. – Lucas largou o livro para falar.
– Eu já disse que não estou me apaixonando.
– Pedro, todos aqui nesse quarto sabem o quanto você é tendencioso a se apaixonar, você acha que não consegue se apaixonar só porque finalmente abriu os olhos e percebeu que Yas não é a garota certa e a Naty foi só um amor passageiro, mas isso não quer dizer que você não consegue se apaixonar. – Ele parou e respirou. – Você só não encontrou a garota certa para isso, e agora que Hope está entrando na sua vida eu aposto que você está cheio de dúvidas como sempre se é ou não amor, e cara, você só vai descobrir isso se você largar de ser esse mané de sempre e der uma chance para ela.
Todos ficaram quietos, até que Giovana quebrou o silêncio.
– Eu já disse o quanto Lucas é incrível?
– Todas as noites antes de dormi. – Respondi sem pensar e Giovana corou.
– Pedro! – Ela jogou algo pesado em mim que logo descobri que era o celular dela.
– Aí! Essa doeu. – Acabamos todos rindo, mas acho que só eu percebi os olhares que Gi e Lucas trocaram.
Aquilo sim era muito estranho.
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Espero que tenham gostado do novo capítulo ;)