Amores de Ensino Médio escrita por Pedro Campos
Notas iniciais do capítulo
E aí galerinha,
Finalmente o tratamento do Pedro começa, será que ele vai conseguir melhorar?
Hoje seria minha primeira visita ao psicólogo, claro que eu estava um pouco nervoso, quem não estaria?
– Não precisa ficar nervoso, você vai se sair bem. – Falava Giovana de minuto em minuto no carro.
– Eu estou bem. – Repetia todas as vezes que ela tentava me tranquilizar.
– Você está mais pálido que o normal e está suando, sendo que nem está quente.
– Giovana eu já estou nervoso, se você ficar me mandando ficar calmo eu só vou ficar mais nervoso.
– Ok, eu só queria ajudar.
– Obrigado.
– Mas não fique nervoso ok?
– Tá bom.
Bem, esse diálogo foi repetido mais algumas vezes até que chegamos ao consultório, meu pai ficou de me buscar assim que a consulta acabasse e foi para o trabalho, Giovana entrou comigo.
O lugar era bem menos assustador do que eu imagina, era bem descontraído, com um estilo antiquado feito em madeira, a sala de espera consistia em dois sofás, uma estante de livros, e um balcão onde a recepcionista mexia no computador, mais tarde fui descobrir que ela passava a maior parte do tempo jogando cartas online.
– Ah olá. – Falou ela quando finalmente nos viu. – Estão aqui para consulta?
– Eu não. – Falou rápido Giovana e apontou para mim. – Ele é o louco.
– Giovana! – Falei rindo.
– Podem se sentar ai no sofá e esperar, o doutor Miguel está em consulta e logo irá te atender.
– Ok. – Eu e Giovana sentamos e esperamos pelo que pareceu ser quase uma hora.
E então de repente uma garota abriu a porta da sala do doutor, ela parecia estar com raiva, mas essa não foi à parte que tomou minha atenção. Ela era linda, sua pele era clara e seu cabelo era castanho claro, seu olhar de irritação a deixava um pouco mais bonita, assim que ela olhou para mim desviei o olhar, Giovana riu de mim, então provavelmente eu havia corado. Então a garota saiu batendo a porta do consultório, logo depois doutor Miguel saiu de sua sala e foi até a recepcionista.
– Essa garota não tem jeito em. – Falou a moça.
– Claro que tem todos eles tem, ela só precisa de um pouco mais de tempo. – Ele sorriu, parecia ser um cara bem legal. – Você é o Pedro certo?
– Sim sou eu. – Falei me livrando do transe que a garota havia me deixado.
– Vamos então?
– Claro. – Me levantei e olhei rápido para Giovana, ela piscou pra mim e me deu um empurrãozinho para que eu fosse logo. Então eu entrei na sala junto com ele.
– Então Pedro, você já deve saber isso, mas vou lembrar mesmo assim, sou doutor Miguel, mas pode me chamar só de Miguel. – Falou ele enquanto sentava em uma poltrona e apontou para outra de frente para a dele para que eu sentasse e foi o que eu fiz. – Te peço desculpas pela cena quem acabou de presenciar, aquela era uma paciente com um estado um tanto delicado, sempre que ela se irrita sai daquele jeito.
– Mas não seria bom ligar para alguém para avisar isso? Tipo os pais dela, ou algo do tipo?
– Infelizmente não podemos falar com os pais dela, mas minha secretária já sabe o procedimento e já ligou para os responsáveis dela, não precisa se preocupar.
– Ah tudo bem então.
– Pelo que posso ver você se preocupa com as outras pessoas, isso é bom.
– Obrigado, eu acho. – Falei sem jeito.
– Então, deixa ver o que temos para hoje, seu caso é de TEPT ou transtorno de estresse pós-traumático. Vamos tentar encontrar uma forma de evitar usar medicamentos, vamos optar primeiro pela terapia cognitiva comportamental, acredito que seu médico já tenha falado dela com você.
– É ele comentou.
– Então, qual a nossa finalidade com esse tratamento? É provocar uma mudança de padrões de pensamento, vamos fazer você lutar contra o seu medo e dominar ele, a ponto de viver sem problemas com ele e até fazer com que ele deixe de existir.
– Acho que isso seria bom.
– Sim, então vamos dar inicio ao seu tratamento, mas antes eu gostaria de lhe propor um acordo.
– Um acordo? De que tipo?
– Bem, eu estou criando uma nova técnica de tratamento para casos como o seu, ela se chama tratamento socioprático, consiste na interação entre dois ou mais pacientes com o mesmo caso, para que os dois juntos consigam entender os problemas um do outro e assim tentar vencer os seus próprios problemas. E eu gostaria de saber se você gostaria de ser um de meus voluntários.
– Ah. – Pensei um pouco, era uma boa proposta e não me custaria nada ajudar o cara que estava tentando me ajudar. – Tudo bem.
– Sério? Você aceitou com mais facilidade que meus outros pacientes, na verdade foi o único que aceitou até agora. – Ele riu como se aquilo tivesse alguma graça, me permiti rir com ele para não fazer feio.
– Não vai me custar nada, e se isso ajudar a me curar seria melhor ainda.
– Tudo bem, assim que eu arranjar outro voluntário irei lhe avisar e começar esse teste, mas agora vamos voltar ao seu tratamento principal.
...
A sessão em si durou cerca de uma hora, mas eu ainda fiquei mais um tempo conversando com doutor Miguel, ele era um cara legal, gostava dos mesmo livros e histórias em quadrinhos que eu, o que era bem estranho para um cara da idade dele, mesmo ele parecendo não ter passado dos quarenta ainda.
Quando sai da sala dele outro paciente entrou e Giovana que parecia já estar morta de tédio pulou do sofá e foi ao meu encontro.
– E ai como foi? Vai ter que levar choque? – Perguntou ela de forma sutil e carinhosa como sempre.
– Giovana!
– O que foi? Eu vi isso em um filme.
– Foi legal e não, eu não terei que levar choque... Não ainda pelo menos. – Dei um sorriso para que ela entendesse o sarcasmo. Mas vamos, em casa eu te conto mais.
...
Minhas consultas eram feitas uma vez por semana, portanto tive uma semana de descanso e ansiedade até a próxima consulta, em três dias eu voltaria a frequentar a escola então minha ansiedade de conhecer a pessoa que testaria o tratamento comigo e a de voltar à escola se uniram e criaram uma bola de ansiedade no meu peito. Dessa vez fui para a consulta sozinho, meu pai só me levou até lá, quando entrei no consultório fui direto para o sofá, a secretária deu um pequeno sorriso para mim e depois voltou ao seu trabalho, eu fiquei olhando para o ambiente vivendo o tédio que minha irmã viveu na minha última consulta, isso responde porque de ela não querer vir comigo dessa vez. Após vários minutos a porta da sala do doutor Miguel finalmente se abriu, eu esperava aquela garota revoltada saindo de lá novamente, mas dessa vez foi o doutor, assim que me viu abriu um sorriso.
– Olá Pedro. Como vai? – Perguntou.
– Bem e o senhor?
– Estou bem também obrigado. Olha tem alguém que quero que você conheça, será que poderia me acompanhar?
– Tudo bem. – A ansiedade explodia dentro de mim enquanto eu levantava. O segui até sua sala e quando entrei tive uma surpresa, sentada em uma das poltronas estava a garota revoltada, ela estava tão linda quanto quando eu a vi pela primeira vez, seu cabelo castanho estava solto o que dava a ela um ar puro, o que a deixava bem diferente de quando eu a vi na última consulta, ela não parecia estar irritada. Mas enquanto eu observava isso acabei não notando que doutor Miguel fechou a porta atrás de mim, deixando só eu e ela ali dentro. Com toda a certeza eu estava corado.
– Você está vermelho. – Ela riu. Ela tinha um sotaque diferente. – Relaxa, eu não mordo.
– Ah tudo bem. – Tentei sorrir, eu ainda estava na porta da sala, não conseguia me mexer. Às vezes eu não sabia o que dava em mim eu simplesmente travava. – Er... Meu nome é Pedro.
– Olá Pedro, meu nome é Hope.
– Hope? Tipo R-o-p-e? – Soletrei.
– Não, H-o-p-e, mas sim no começo tem som de r. – Ela rio de novo, encantadora. – Muitos cometem esse erro. Não é um nome muito comum aqui sabe.
– É eu nunca tinha o ouvido antes.
– Então Pedro, pronto para me aguentar pelos próximos três meses?
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Espero que tenham gostado do capítulo e da nova personagem :D