Amores de Ensino Médio escrita por Pedro Campos


Capítulo 4
Monstros


Notas iniciais do capítulo

Hey Galerinha!!!
Os problemas do Pedro parecem só aumentar, depois do que aconteceu no último capítulo ele recebe um notícia não muito boa.



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A última coisa que eu queria era voltar para um maldito hospital.

Percebi que esse desejo havia sido ignorado quando acordei na cama da ala de emergência no hospital, tentei me levantar, mas fui parado por uma enfermeira.

– Calmo ai, você não pode se levantar assim, pode ter outro desmaio. – Falou ela gentilmente.

– Eu estou bem, me deixa ir isso não vai acontecer de novo. – Tentei implorar.

– Seus pais estão assinando a papelada e logo você será liberado, seu médico foi chamado ele vira antes de você sair.

– Tudo bem. – Cedi.

– Já cheguei. – Anunciou Doutor Gustavo, ele que me auxiliou durante e depois do coma. – Bem Pedro tenho uma noticia boa e uma ruim, qual quer ouvir primeiro?

– Eu odeio quando vocês fazem isso, comece pela que achar melhor. – Eu não responderia alguém assim em uma situação normal, mas eu já estava de saco cheio de estar ali.

– Tudo bem senhor nervos, a boa é que nos exames que fizemos com você não mostram nenhuma anomalia ou efeito colateral do coma.

– Ok, agora a ruim.

– A ruim é que o diagnóstico que posso dar a você é crise pós-traumática, sabemos que você passou por uma situação bastante delicada e esteve a poucos passos de um destino pior, então esse é o único diagnóstico aceitável para o seu problema.

– Certo. – Eu não precisava de muita explicação para entender o que estava acontecendo comigo.

– Irei encaminhar você para um psicólogo e você recebera terapia cognitiva comportamental.

– Como é que é?

– É um tratamento que esperamos que reverta o seu caso, em noventa e nove por cento dos casos funciona.

– E nos um por cento?

– Conduzimos para outros tipos de tratamento.

– Certo isso soa muito encorajador.

– Entenda Pedro, se você continuar com essas crises você pode acabar se machucando de verdade, dessa vez foi em um restaurante, da próxima pode ser enquanto você atravessa a rua ou cozinha. Você precisa desse tratamento se quer voltar a ter uma vida normal.

– Tudo bem. – Suspiro. – Eu entendo.

– Assim que se fala. – Ele sorriu para mim. – Vou liberar você, já passou tempo demais em um hospital para o meu gosto e aposto que para o seu também.

– Com certeza. – Tentei forças um sorriso.

– Qualquer coisa entre em contato tudo bem?

– Sim doutor.

...

Um pouco depois fui liberado. Recebi várias novas regras dos meus pais, agora eu não podia mais ficar sozinho, minha irmã dormiria no meu quarto, ótimo, e eu não poderia ir sozinho para a escola. Falando em escola só faltava uma semana para eu voltar, como eu estava de férias e em repouso eu não havia perdido tanto, somente um bimestre inteiro, o que eu esperava recuperar no próximo, mas não era isso que me deixava mais nervoso, eu não sabia como seria a minha recepção de volta ao colégio, eu odiaria ser rodeado por vários curiosos, pra mim o melhor seria não ter nenhuma atenção, mas provavelmente isso não aconteceria afinal eu era o garoto que havia tomado um tiro, entrado em coma, andando pelas margens da morte e voltado aos vivos, sério, isso chama muito a atenção.

Assim que cheguei em casa fui direto para o meu quarto, esperava ficar sozinho, mas não era bem assim que a banda tocava, Esther estava me esperando. Além das minhas irmãs que eram bastante abusadas em relação ao meu quarto mais ninguém entrava ali, bem essa regra podia muito bem ser ignorada pela minha melhor amiga. Era engraçado, eu amava aquela garota, mas não de forma que eu sentia atração por ela, mas como um laço criado entre irmãos, ela me conhecia melhor que qualquer outra pessoa, sabia meus segredos mais profundos, meus medos mais sombrios, e eu sabia os dela, acho que se fomos programados para sermos irmãos, mas algo deu errado no meio do caminho e acabamos sendo só amigos mesmo.

– E aí Bela Adormecida. – Brincou ela. Estava sentada na minha cadeira de estudo olhando minhas fotos – Não cansa de dormir não é?

– Você diz como se eu tivesse escolha Gasparzinha. – Digo enquanto me jogo em minha cama, esse havia sido um apelido que dei para ela há muito tempo atrás, na real nem sei mais o motivo dele.

–Bem você pode simplesmente tentar ficar de olhos abertos, já pensou nisso?

– Já, mas não tá funcionando.

– O que o médico falou?

– Terei que visitar um psicólogo.

– De novo? Lembra-se da última vez?

– Lembro, ele não me aguentou nem um dia.

– Sua mente é complexa demais para a ciência atual.

– Concordo.

– Mas o que você tem afinal.

– Crise pós-traumática, parece que o coma não foi o único efeito colateral.

– Não me surpreendo você passou por momentos difíceis. – Ela sentou na beira da minha cama. – Mas você vai superar isso, você sempre supera.

– É, mas acontece que eu nunca havia levado um tiro antes.

Ela ficou em silêncio.

– Eu não sei o que está acontecendo comigo, às vezes estou normal, e do nada as visões voltam e é como seu eu estivesse vivendo aquele momento de novo e os pesadelos, cada noite estão mais reais.

– Pedro, lembra aquela vez, quando éramos bem mais novos e vimos um filme de terror e eu fiquei com medo, com tanto medo que não conseguia nem dormir de noite?

– Lembro.

– Lembra o que você me falou?

– Não, o que foi?

– “Os monstros estão na nossa mente, só precisamos transforma-los em coisas boas.” Aquilo me tranquilizou e eu nunca mais tive aqueles pesadelos. Sei que ai dentro da sua cabeça foram criados novos monstros, mas você só precisa transforma-los em coisas boas.

Aquelas palavras haviam me confortado, quando fui dormir estava mais relaxado, imaginei que não teria nenhum pesadelo.

Eu nunca estive tão errado.

No meio da noite acordei gritando, minha cama estava coberta de suor, eu estava chorando, Giovana se sentou ao meu lado e me abraçou dizendo que tudo ficaria bem. Algum tempo depois dormi naquela posição mesmo, com ela me abraçando. Eu sabia que estava mal, e estava piorando.

Mal sabia eu que aquilo era só o começo dos meus problemas.

E ao mesmo tempo, a forma com que eu iria conhecê-la. A pessoa que mudaria tudo.

A minha esperança.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado do capítulo.
Peço desculpas pela demora para posta-lo eu simplesmente esqueci que ainda não havia postado ele kkkk
Logo estarei trazendo mais capítulos.



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