Amores de Ensino Médio escrita por Pedro Campos


Capítulo 3
Sem Amores


Notas iniciais do capítulo

Eae galerinha, venho trazendo mais um capítulo direto do forno, espero que gostem e continuem acompanhando.
Boa leitura.



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Eu não sabia o que fazer, eu não podia correr atrás dela eu não estava forte o suficiente ainda para isso, ligar para ela seria o mesmo que ligar para uma linha cortada, ela nunca me atenderia. Giovana foi atrás dela, mas voltou alguns minutos depois com um olhar nada animador.

– Que mancada em. – Falou ela se sentando de novo na minha cama, eu estava com as mãos no rosto pensativo.

– Isso é terrível, eu tenho que falar com ela.

– Pedro, cá entre nós, se isso não tivesse acontecido você nunca teria conseguido terminar com ela, mesmo não a amando você é bonzinho demais para machucar o coração dela, então se olharmos pelo lado bom você evitou meses de tortura a mim, a Esther, a Lucas e ao Davi, fomos poupados de um drama de terminar ou não terminar.

– Isso por algum acaso foi uma maneira de me animar? – Pergunto a fitando.

– De jeito nenhum, isso foi um jeito de animar a mim e aos outros. – Ela sorriu e se levantou saindo do meu quarto.

...

Os pesadelos ainda eram a pior parte do sono, eu acordava de 30 em 30 minutos por causa deles, e eram sempre a mesma coisa, o dia em que fui baleado, as vezes eu misturava partes do coma com as partes reais e acordava ainda mais assustado, a maior semelhança entre o real e o imaginário era que eu nunca conseguia ver o rosto do atirador e isso era o que mias me assustava, eu só via uma mancha negra.

Naquela manhã acordei suando frio depois de mais um pesadelo, já haviam se passado dois dias desde o incidente com Nathalia, e eu ainda não havia conseguido falar com ela. Tomei um banho gelado para despertar e tomei um café forte, eu iria precisar estar bem acordado.

Sai assim que o restante da família acordou, todos perguntaram se eu queria companhia já que seria a primeira vez que eu iria à rua sozinho depois do coma, o medo era de matar, mas eu precisava vencer isso, tudo que eu menos queria me transformar era em um ser deprimido cheio de medo que se tranca em casa. Não aceitei nenhuma companhia, mas assim que coloquei o pé na rua me arrependi dessa escolha, todos os sons pareciam mais altos e assustadores, as cores pareciam mais fortes, as pessoas pareciam me encarar a todo o momento, meu primeiro extinto era correr de volta para casa, mas:

Eu não podia correr.

Eu tinha que vencer aqueles medos.

Eu já disse que não podia correr?

Comecei a andar devagar, tentando não encarar nada além do chão, em todos os passos as cenas antes de levar o tiro se repetiam em minha mente, era aterrorizante, mas continuei, eu só precisava de mais quatro minutos e chegaria ao meu destino.

Foram os quatro minutos mais longos da minha vida.

Mas quando cheguei já pude sentir seu cheiro, ele entrou pelo meu nariz de forma convidativa, o segui como se seguisse a coisa mais importante para mim, o que de certa forma era quase verdade, parei no balcão e fiz meu pedido, alguns minutos depois lá estava ela, linda, formosa, como se fosse a coisa mais bela do mundo, uma das coisas que eu mais amava nesse mundo, a lasanha de peito de peru, a comi como se não comesse nada a séculos.

Assim que terminei a quinta me levantei e prossegui para a segunda parte do meu plano, não demorou muito e eu já estava na casa de Nathalia, toquei a campainha e seu irmão atendeu seu olhar não era de muitos amigos assim que me viu, mas suspeito que em algum lugar ali dentro ele se lembrou do que havia acontecido comigo e o remorso o atingiu então seu olhar logo mudou.

– Eu duvido que ela vá querer falar com você. – Falou logo tentando disfarçar.

– Não importa, eu tenho que tentar, não diga que sou eu inventa algo, por favor. - Supliquei.

– Eu vou tentar, mas não garanto nada, e só estou fazendo isso, pois sei que você não é uma má pessoa e deve ter alguma boa explicação.

– Obrigado cara, serei eternamente grato.

Ele entrou, minhas esperanças estavam à flor da pele.

Alguns minutos depois ela apareceu, por algum motivo ela não estava surpresa com a minha presença.

– Oi. – Falou ela com um tom duro. – O que você quer?

– Nathy, por favor, preciso que me escute.

– Estou ouvindo Pedro.

– Me desculpa, não era para eu ter dito aquilo...

– Antes que continue com isso que sabemos que não vai nos levar a lugar nenhum quero que saiba que não vou te perdoar, eu passei dois longos e dolorosos meses esperando você acordar, me culpando a cada momento, pois você levou o tiro depois de me encontrar e quando eu estava quase perdendo as esperanças você finalmente acorda. O garoto dos meus sonhos, o garoto que eu amava, e quando eu fui à sua casa, louca para te ver eu escuto você falando que queria terminar comigo, acha mesmo que merece meu perdão?

– Nathalia, eu te amei como nunca amei ninguém, sei que esse discurso é clichê, mas ele é real, e por ter te amado dessa forma não quero te machucar por causa dos meus sentimentos confusos, hoje eu não te amo da mesma forma que amava antes, eu não posso retribuir esse amor que você pode me dar e posso isso quero terminar, não quero fingir amar você, se for pra ser tem que ser de verdade, me desculpa, mas essa é a verdade, não espero que me perdoe, mas espero que saiba que só estou fazendo isso para não machucar você mais tarde.

– E isso justifica me machucar agora Pedro? – Lágrimas começaram a cair de seus olhos, ela começou a se afastar mais a puxei e a abracei, forte, ela não tentou se soltar. – Eu te amo cara.

– Desculpa.

– Você é um idiota sabe disso né? – Ela continuava chorando.

– Claro que eu sei disso, me desculpa mesmo, quem sabe possamos tentar de novo em outro tempo.

– Você diz como se o amor você um tipo de fruta que só da em certa época. – Ela se afastou um pouco e olhou em meus olhos. – Eu não vou te perdoar, mas eu entendo, mas se você quiser voltar lembres-se que meu amor pode ter data de validade caso não seja usada.

– Me lembrarei disso. – Sorrio olhando em seus olhos também, eram castanhos da mesma cor que os meus e tinham um efeito bacana quando entravam em contato com o Sol.

...

Ok, vamos à lista:

Eu havia acabado de acordar de um coma. Confere.

Eu comi lasanha como se não houvesse amanhã. Confere.

Terminei com a garota mais espetacular que eu poderia ter encontrado. Confere.

Provavelmente nunca terei chance com uma garota dessas de novo. Confere.

Eu não estava mais apaixonado por ninguém. Estranho. Confere.

Era como se eu tivesse um vazio no peito, minha vida havia sido definida por uma série de paixões, uma atrás da outra, normalmente poucos dias antecediam uma nova paixão, mas normalmente eu já conhecia a garota e antes de me apaixonar eu já tinha alguma ideia de que isso aconteceria, mas agora nada.

– Então o número de paixões é zero? – Perguntou Davi.

– Sim.

– Será que isso é alguma sequela do coma?

– Provavelmente.

– Isso pode ser um sinal do Apocalipse.

– Isso é muito estranho. – Continuou Quezia.

Por algum motivo eu nunca havia visto os dois juntos, mas nós dois a encontramos em uma lanchonete e resolvemos nos juntar a ela, o que acabou nos levanto a esse assunto.

– Vocês não cansam de dizer isso? – Perguntei.

– Pedro, estamos falando de você. – Prosseguiu Quezia. – Desde que te conheço e isso faz muito tempo, eu nunca te vi não apaixonado por alguém.

– Ela esta certa. – Concordou Davi.

– Eu sei que é estranho, eu sinto como se houvesse um vazio aqui dentro, mas realmente eu não sinto nada.

– E os pesadelos? – Perguntou Quezia.

– Continuam cada vez mais forte, sempre com o mesmo começo, e o mesmo final. – Ao me lembrar disso as cenas voltam a passar na minha cabeça, mas dessa vez fortes o bastante para parecer que eram reais, que aquilo estava acontecendo de novo.

Quando voltei a mim já era tarde demais eu já estava perdendo a consciência no chão da lanchonete.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo, lembrem-se que estou a ouvidos de:
— Sugestões.
— Reclamações
— Fofocas

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