Amores de Ensino Médio escrita por Pedro Campos


Capítulo 10
Confiança


Notas iniciais do capítulo

Segredos serão revelados, confianças quebradas, muito drama e fogo.
Fogo?
Fogo.



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Eu sabia que havia vacilado.

Assim que abri os olhos esse foi meu primeiro pensamento. Giovana estava sentada em uma poltrona ao lado da minha cama e devia estar no décimo sono com a cabeça inclinada para o lado, me perguntei há quanto tempo ela estava, eu a amava por isso, não importava a situação, ela sempre estaria comigo.

Tentei me levantar, minha cabeça doía um pouco, mas fora isso eu estava bem, porém estava no hospital, o que de fato era ruim. Quando me mexi mais Giovana acordou e se levantou no momento em que percebeu que eu havia despertado.

– Pedro, eu vou te bater tanto quando sairmos daqui que você vai desejar nunca ter saído daquele coma. – Falou ela com voz firme, mas olha preocupado. – Que droga, será que nem para um encontro eu posso deixar você ir que você já se mete logo em um hospital?

– Encontro... – Demorei a assimilar. – Hope!

– O que tem ela?

– Como ela está?

– Extremamente preocupada com você, ela está lá fora faz horas, alias ela pediu para chama-la quando você acordasse, e é melhor eu avisar aos médicos também.

Depois de enfrentar uma bateria de exames fui liberado para receber visitas. Primeiro meus pais que proibiram varias coisas, mas isso fica para depois, Hope entrou logo depois que eles saíram. Ela foi rápida, entrou se apoiou em minha cama e me beijou, eu fiquei de olhos arregalados com a surpresa, depois ela se afastou e me deu um soco forte no peito.

– Ai. – Reclamei. – Você é bem forte sabia?

– Você quase me matou de susto seu idiota. – Ela deitou em meu peito e começou a soluçar.

– Ei, fica calma, eu estou bem. – Falei enquanto acariciava seu cabelo, ela tinha um cheiro engraçado de avelãs.

– Eu fiquei desesperada, você caiu do nada, eu te chamei, mas você estava com o olhar vidrado, eu tentei te mostrar o livro, mas não funcionou. – Eu devo ter feito algum movimento involuntário, pois ela parou de falar e secou as lágrimas. – Não era ele né?

– Não era o que Hope?

– O livro, ele não era sua âncora, você mentiu para mim. – O olhar que ela fez foi como ter uma faca entrando no meu peito. – Pedro, você mentiu para mim?

– Sim. – Eu não queria mentir de novo, então não tive escolha.

– Por que você fez isso?

– Eu não tive coragem de contar qual minha verdadeira âncora.

– Então resolveu mentir para mim? E se você tivesse morrido com essa crise, como você acha que eu me sentiria?

– Desculpe Hope. – Falei envergonhado, mas estava começando a perder a paciência.

– O que é tão importante assim para você não poder me dizer o que era?

– Eu...

– Que droga Pedro, era para você confiar em mim.

– Seus olhos Hope! – Falei mais alto do que esperava e ela se calou. – Eu não sabia que você me amava, eram seus olhos que me traziam de volta, mas eu tinha medo de te afastar dizendo isso. Ontem de noite estava escuro demais para eu conseguir enxergar seus olhos, por isso não consegui me focar. Satisfeita?

– Meus olhos?

– Sim.

– Você podia ter me contado Pedro. – Pelo seu tom de voz dava para ver que ela estava magoada. – Eu tenho que ir.

– Não Hope, espere! – Ela saiu do quarto correndo, eu tentei levantar, mas vários fios estavam grudas em meu corpo, eu ignorei as consequências e soltei todos correndo atrás de Hope, mas quando consegui sair do quarto ela já tinha sumido.

Parabéns Pedro, você perdeu “A Garota”.

...

Um mês depois•

Bem, eu poderia dizer que melhorei depois daquilo, ou que Hope me perdoou e voltamos a nos ver todo dia, bem até que nos víamos todo dia na escola, mas ela me evitava de todas as formas possíveis, e eu só piorei.

Nas consultas com Dr. Miguel ele tentava me ajudar, mas eu não queria ser ajudado por ele, eu queria ela. Segundo o que ele dizia o caso dela também estava regredindo, ela estava menos estável e tinha ataques de raiva em quase todas as consultas, eu estava ficando preocupado.

Mas não adiantava, tudo que eu fazia era inútil, ela não me queria mais na vida dela.

Voltando ao meu estado, eu tinha crises quase todos os dias, quase não saia mais de casa, minhas notas voltaram a cair na escola e parecia que Hope não dava a mínima, tudo bem que eu errei, mas ela não precisava levar isso tão longe, chegando a um ponto em que eu estava começando a sentir raiva dela por se afastar assim.

...

– Ela ainda não quer falar comigo. – Falei para Dr. Miguel em uma das consultas.

– Vocês dois são meu caso mais delicado. – Falou ele dando um pequeno sorriso, depois largou a prancheta e se aproximou mais de mim. – O que você sente por ela Pedro?

– Raiva, ela entrou na minha vida e agora está me abandonando.

– Mas e abaixo dessa raiva, o que você sente por ela?

Pensei um pouco na pergunta.

– Eu a amo.

– Imaginei. – Ele voltou a encostar-se em sua poltrona. – Eu fiz essa mesma pergunta a ela, sabe o que ela respondeu?

– O que? – Perguntei demonstrando mais curiosidade do que gostaria.

– A mesma coisa que você, mas ela ainda está magoada com você e muito, então de um tempo a ela, uma hora ela vai te escutar e vocês vão voltar a se falar como antes.

– Isso é animador, mas não sei se quero acreditar nisso agora doutor.

– É uma escolha sua Pedro, só pense em como essa briga está fazendo mal para os dois.

– É eu sei disso.

– Então pense nisso.

...

“Pense nisso”

Eu pensava nisso o dia inteiro, eu não conseguia tirar Hope da minha cabeça, perde-la era como perder uma parte de mim, eu não conseguia sentir-me completo.

Então veio a grande ideia. Eu precisava ver a Hope, precisava falar com ela, então fui para o único lugar onde eu sabia que ela estaria, a biblioteca.

Foi a melhor ideia que tive, ou não, mas se eu não tivesse pensado nisso não teria visto o fogo antes de todo mundo.


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Notas finais do capítulo

Fogo?
Fogo.

Vejam no próximo capítulo.



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