Estava em um barco, no convés havia sangue por toda parte, sangue e ossos. Nada parava de balançar, meu corpo lutando contra o instinto aleatório de vomitar, e saltar do barco. Não queria resistir, mas precisava, as ondas enlouquecidas e os céus começavam a escurecer. Agarrei o mastro da embarcação como se disso dependesse minha vida. Estava tremendo, e o terror que sentia era insuperável. Nada poderia se comparar aquilo. Mas o medo cessou, por um instante o mar também, com uma sensação fria, avistei a costa terra finalmente e na hora certa" . Fui então em direção ao mar, saltei nele, e com o mar agora silencioso avançava. Foi então que olhei com atenção o meu pedaço de salvaçao, aquilo estava errado. Puxei o ar com força e continuei. Mas estaquei, assim que as percebi. Criaturas com bocas enormes, como as de um lobo, porém eram escamosas e melequentas. As escamas negras brilhavam terrivelmente, chamando a atenção. Do focinho das criaturas saiam um véu de uma fumaça amarelada, então uma das criaturas abaixou o focinho em direção as plantas de forma predatória. Paralisado eu encarei a planta apodrecendo lentamente, e virando pó, que quando encostava no chão nascia novas plantas. A visão daquilo era assustadora. Todas as criaturas começaram a fazer o mesmo. Notei a cor do pó: vermelho escarlate. Logo tudo ao redor estava avermelhado, agora era lindo. E foi surgindo plantas novas, e belas. Brilhantes como a lua, sorri involuntáriamente, e segui em direção à beleza. Então anjos começaram a cair do céu, matando tudo e a todos, os lobos reptilianos começaram a se defender, as plantas agrediam os anjos com suas ramificações, e os anjos eram intocáveis e cegantes. Matança por toda parte, então uma onda gigantesca me levou ao fundo do mar. Sem conseguir respirar tentava voltar a superfície mas algo me agarrava: havia chegado o meu fim.