Transmudados escrita por Dafira M


Capítulo 2
Capitolo 2


Notas iniciais do capítulo

Então.... É, bem... Pra quem não sabe... Toda vez que eu começo uma historia alguma coisa técnica da problema.... E dessa vez não teve exceções, então desculpa pela demora mas porém todavia entretanto são conjunções coordenativas adversativas.... Opa espera.... Bom galera é isso que o estudo faz com a pessoa ^-^.... Boa leitura...



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Com o por do sol avermelhado, nós continuavamos a correr, sem nenhuma interrupção, como som apenas o ruído contínuo dos sapatos batendo na plataforma que sustentava os trilhos, erguidos sobre o mar. Logo depois que entramos nos trilhos a corrida passou a ser automática. Na verdade eu sempre fazia as coisas, depois que me acostumava com elas, no automático.

Inclusive nas funções sinônimo, para mim, de tédio. Os arquipélagos sempre são divididos em área residencial, comercial, industrial e militar. Só muda a forma que são organizadas no espaço que se tem, mas a maioria dos arquipélagos se dividem em ilhas, assim como o nosso. No total são 7 ilhas com espaços irregulares entre elas. As duas do centro, são as residenciais, nelas as pessoas moram em casarões, em média, de 6 à 9 andares, em cada andar tem 2 banheiros constituídos de 10 privadas e chuveiros. Os casarões também tem um refeitório no subterrâneo, e lotada de quartos que comportam 10 pessoas. Por casarão se tem mais ou menos 260 pessoas morando. Na área residencial também tem inúmeras praças e instituições educacionais,11 delas se não me falha a memória, e 8 hospitais.

A nossa área industrial ocupa apenas uma ilha, e a menor delas, lá as fabricas são operadas por um sistema automático, que quando tem erros ou falhas, passam a ser operadas manualmente pela central, onde ficam apenas os mais brilhantes, e o único lugar da ilha que tem pessoas trabalhando, lá quando não tem esses panes no sistema mencionado os cientistas ficam trabalhando em coisas revulocionarias, dizem eles, mas ninguém de fora sabe o que. Também é o único lugar que existem adultos.

A área comercial ocupa apenas uma ilha, com shoppings, restaurantes, e comércios a parte, não há muito o que se dizer sobre ela.

A área militar é a mais incomum de todas, ela não é uma ilha, mas sim a barreira que diminui a força das ondas, lá eles mantém tudo em segredo, dizem apenas que possuem vários andares cujo níveis vão descendo até o solo marítimo, e que possuem inúmeras defesas. De todos os arquipélagos o nosso é o único que a área militar funciona dessa forma.

Já devem estar se perguntando e as outras três ilhas? Como eu havia dito, todo arquipélago tem que ter áreas residencias, industriais, comerciais e militares, porém algumas tinham algo a mais: área de produção. A área de produção é um artigo de luxo. Geralmente, as fontes alimentícias são geradas através da área industrial, porém os alimentos são pouco saborosos e saudáveis comparados a área de produção ou como a maioria chama, primeiro setor. Ela consiste em um solo extremamente próspero e fértil, graças ao implante de uma mistura de restos organicos duplamente mais eficazes graças às áreas indústriais, em que qualquer planta cresce, mesmo com o clima desfavorável. Lá é criado animais para consumo e plantas de todos os tipos. Ou seja nossa fonte de alimento. Mas porque é chamada de "primeiros passos"? Graças ao sistema educacional do nosso arquipélago. Entramos na escola com 6 anos de idade, todos no turno de manhã e de tarde apreendemos esportes. Até os 8 anos ficamos na sala de aula aprendendo o básico, e de tarde praticando esportes, mas aos 9 anos os esportes são retirados e é colocado em seu lugar experiências de cada setor, reidencial, comercial, etc. Com exceção do industrial, que você pode entrar apenas através de testes de personalidade e inteligência. E nas salas de aula começam a aplicar matérias que os alunos escolhem, dependendo do tipo de conhecimento ele quer guardar. E tendo esse rodízio de experiências, você pode escolher o setor que quer trabalhar aos 10 anos, então começa a ter treinamento específico para aquele setor, durante duas horas do período vespertino, porém o resto do horário você obrigatoriamente deve exercer a função leve da área de produção. Por isso "primeiro passo". Quando você escolhe sua função, escolhe também os seus horários. Um corresponde ao outro, você pode mudar de função também, mas como se preparou para determinada função ao mudar, acaba ficando em uma patente, digamos assim, mais baixa até se especificar à ela.

A minha função é a primordial nela você trabalha na área de produção. Se você se atrasa ou falta em sua função é punido, de alguma forma, eu nunca passei pela experiência, mas por precaução não gostaria de passar, já que os primordiais são os mais afetados, por ela.

Quando tornei a me concentrar ao que se passava ao redor, percebi com certa dificuldade que já havia escurecido e que a única fonte de luz era a da lua, que por sinal emetiabrilho um brilho com o qual meus olhos já haviam se acostumado, sendo o suficiente para que não despenquemos 14 metros em direção ao mar, já que não havia grades de segurança, nem nada do gênero.

Corremos por mais alguns 10 minutos, até que eu comecei a ouvir um barulho como de um zumbido, parei estaquei e puxei Leon pelo braço, que me chingou.

—Cala boca e escuta...

—Não estou ouvindo nada! Vamos logo antes que fique mais escuro!

—Procure uma luz ao redor, e espere. - abaixei a orelha até os trilhos e comecei a ouvir o zumbido novamente só que dessa vez com um volume duplicado- escuta melhor irmos para debaixo dos trilhos, acho que o trem esta chegando perto - disse já me levantando.

—Você acha? - então apontou para a direção que olhava fixamente. A 100 metros o trem vinha veloz com faróis apagados, e mais silencioso do que o comum. Não havia tempo para conversa. E Leon entendeu isso antes de mim, já que começou a descer o corpo e a agarrar a estrutura abaixo dos trilhos com as pernas trêmulas, deixando seu tronco em cima dos trilhos. Olhei para ele, a silhueta de sua boca mexia velozmente enquanto ele me dirigia um olhar desesperado. Então entendi, estava momentaneamente surdo pelo espanto. O trem que já havia se aproximado demais, agora me assombrava, sem mais nenhum momento de exitação pulei em direção a parte superior do corpo de Leon e a agarrei junto a mim, e lancei nós dois ao mar.

Enquanto caiam os, meu fôlego foi sugado para fora, e minha barriga sentia um voraz frio, que dava a terrível sensação de que iria vomitar, os olhos enchergavam tudo em vulto, meu corpo ficando trêmulo e eu sentindo a minha boca empalidecer, tudo isso em questão de segundos cessado pelo choque do mar gélido contra nossos corpos. Larguei Leon assim que senti minha cabeça afundar. Assim que fiz isso ele começou a submergir, para isso chegou a dar um chute no meu rosto. O grito de dor sufocado pela a água ao redor só havia adiantado para que eu começasse a me afogar, então com desespero lutei para alcançar a superfície, tussi até tirar a pouca água que havia entrado pela minha boca.

—Que bosta foi aquela? - segui o trem com os olhos.

—Ahm.... Não sei onde eu aprendi isso, mas aquilo era um trem. - virei em sua direção pronto para ver ele sorrindo, mas tudo que vai foi ele com uma face distorcida pelo ar de perplexidade. A luz da lua batia no mar e voltava para seu rosto, deixando ele com um ar sombrio. Então congelei e comecei ao redor.- O que foi?

—Droga, droga.....

— O que foi? - disse segurando meus ombros enquanto se mantinha na superfície pelo trabalho extra das pernas.

— Olha pra mim droga!- agora já estava berrando.- A touca, que eu estava usando.... Não acho em lugar nenhum....

— Caramba, era isso? Sério....?! Tá legal, eu vou te ajudar a procurar, mas isso pode levar um tempo.... Pode atrasar o nosso "progresso"...

— Que se foda, vamos logo, quanto mais rápido começarmos mais rápido vamos terminar....

—Nunca vou te entender...

Por um determinado procuramos a minha touca. Ela era quase parte de mim, como um órgão externo removível, sem nenhum significado para as pessoas de fora... Na verdade, as vezes ate esquecia que ela existia, nunca notava ela em meus reflexos, mas felizmente, notava a sua falta... Sabe quando você está com medo de algo no meio da noite? Um barulho, ilusão causada pela escuridão..... E você enfia a cabeça embaixo do corbetor e por um motivo desconhecido, tudo volta ao normal? Nenhum cobertor do mundo proporcionava mais segurança, coragem, do que minha touca... E apesar de não saber o porque disso, eu reconhecia que sem ela a vida era menos encantadora... E cercado por meu próprio reflexo me lembrando de que não estava comigo, que agora eu estava vulnerável à "monstros", isso estava me deixando desesperado. Comecei a mergulhar, me afogando várias vezes.

— Mano! Pare ok? Está me assustando... Olha, você pode ter tirado no túnel...

—Eu não tiro ela da minha cabeça.

—Tá bom... Vamos nos apoiar em algo certo? Depois voltamos a procurar. Ela não vai afundar de qualquer jeito, então não faz sentido ficar mergulhando mar à fora. Anda, vamos lá... Tô realmente cansado de ficar chutando água parado aqui, no mesmo lugar.

—Não estamos parados.

—Ótimo para nós-remungou.

Parei por um instante, prendi a respiração e me forcei a ir a coluna mais próxima. Enquanto fazia isso Leon me encarava, com esperança. Cansado de discutir apenas disse para que ele me seguisse. Todo pilar, de nossa ilha tinha uma passagem embutida 7 metros abaixo da superfície, eram ocos, preenchidos apenas alguns centímetros por tijolos, e depois por escadas. Apontei para a direção da abertura, e Leon mergulhou, foi seguido por mim de bem perto. Então comecei a notar um movimento estranho em seus pés. Puxei a perna dele, e com certa resistência arranque sua bota. Fiquei encarando ela durante um tempo para confirmar minha expectativa. Imediatamente tive um acesso inédito de alegria, Leon que ainda tentava recuperar a bota, voltou a se dirigir à abertura.

Começamos a subir as escadas já ofegantes pela demora debaixo da água. Mesmo assim agarrei a escada com apenas as pernas e comecei a trabalhar na bota de Leon.

— Não podia ter esperado agente chegar aqui?

— E correr o risco de que estragasse? Sobe logo! Está pingando água na minha cara.

— Parece se importar mais com uma touca do que com um dos seus poucos amigos...

— Não tenho poucos amigos, e a touca é menos chata e mais útil que muitas coisas por ai...

— Vou enfiar essa touca no lugar que não bate sol...- com uma sonbrancelha arqueada, ou a tentativa de imitar uma, olhei pra ele- O que foi? A touca pode estragar se secar no sol, pode ate mesmo encolher enquanto estiver na sua cabeça e estrangular seu cérebro..... Não queremos que isso aconteça certo?

— Não estou tão certo de que VOCÊ não quer isso.... Consegui, te devolvo sua bota chulezenta lá em cima.

—Quando chegarmos a "armação", vamos fazer o que pra voltar para os trilhos?

— Subir pela lateral, eu te dou pezinho você sobe e volta pra me erguer também.

— Ou agente podia?

—O que?

— Nada, estava com esperança de não ter que voltar para os trilhos.

— Tudo bem... A única alternativa seria continuar nadando...- ele ergueu a sombrancelha, então como se pensasse na alternativa, balançou a cabeça em concordância- Leon, pare... Olha eu não tava falando sério OK? Vamos seguir pelos trilhos, é mais rápido menos exaustivo, e tal...

—Pode parar você! Eu vim com você até aqui, enquanto poderia estar dormindo... Você me deve essa, entao pode ir se preparando pra nadar...

— Eu não te obriguei a vir comigo! Veio porque quis! Vamos voltar pros trilhos, é a opção mais obvia!

—Ah cala boca! Cara, só hoje faça o que eu te peço OK? sem esperar pela resposta começo a ir em direção ao mar.

No final tive que ceder, se não, não sairiamos dali nunca. E até que não foi tão desconfortável quanto pensei. No mar Leon ficava mais descontraído, não tinha tanta tenção pairando sobre nós, a aguá estava fria, mas depois de alguns minutos, nos acostumamos com ela e apesar de não ser tão rápido quanto correr sobre os trilhos, nós mantínhamos uma velocidade suficiente, mesmo sendo mais desgastante. A lua já estava mais baixa quando avistamos os casarões. A única ilha que tinha praia era a comercial, portanto tivemos que escalar para chegar no topo. Quando finalmente chegamos em terreno plano, estávamos ofegantes, sujos e encharcados. Meus membros acostumados em nadar durante 3 à 4 horas seguidas, dificultavam minha caminhada. Leon sorridente, se separou de mim assim que começamos a seguir caminho por uma estrada de asfalto. Segui então, sozinho, até chegar finalmente na porta de dois metros idêntica a todas as outras, com exceção da fechadura, a única que eu tinha a chave. Digitei o código de números no aparelho ao lado da porta, peguei a chave escondida dentro da máquina agora aberta, abri a porta e guardei novamente a chave. Entrei e Fechei novamente a porta. Fui em direção ao meu quarto, que já deveria estar apilhado de garotos no sétimo sono.

Abri a porta destrancada, olhei ao redor brevemente, peguei uma toalha na gaveta da minha cama, e fui em direção aos chuveiros. Os corredores desertos passavam a cotidiana sensação de aconchego, mais agora do que nunca. Comecei a tremer pelo frio que fazia, até notar que vinha das minhas roupas encharcadas, que estavam molhando tudo em que encostavam. Um problema que resolveria amanhã. Tomei o banho, a água estava deliciosamente quente. Já limpo e aquecido, peguei minhas roupas e estendi, amanhã já deveriam estar secas para coloca las junto com as outras roupas sujas. Ainda pensando nisso apaguei as luzes, e voltei aos corredores, peguei um pano de chão e comecei a enxugar o piso de madeira. Estava quase terminando, quando notei uma sombra atrás de mim, levantei o rodo em direção a ela, quando notei que era Kevin o responsável pelo meu dormitório. Soltei o ar vagarosamente e dei meu sorriso mais convincente, o que, admito eu, não era muita coisa.

— Oi! Como vai?

— Não muito bem. - ele estava sério, e não tinha nenhum sinal de que deixaria essa passar, teria que convence lo, o que certamente não conseguiria, esse era o dom de Leon, não o meu. - Por que esta limpando o piso nessa hora da noite? E por que não estava aqui na hora que era para estar? Talvez tenha sido culpa do Leon de novo?

— Não, não foi... Ahm, digamos que nós perdemos o trem, eu ia dormir no túnel, mas tenho função, amanhã...

— Hoje, você quer dizer, já são uma hora da noite...

—É... Hoje tenho função, então viemos pelos trilhos, mas o trem partiu e nos alcançou, então descemos para o mar, e bem, aqui estamos... Não queria deixar o piso molhado com água salgada, portanto eu estou enchugando... Não estou limpando, sabe?

— Sei, você não costuma mentir, por isso, POR ENQUANTO, vou acreditar em você, e deixar passar. E então como foi o teste com o casulo?

— Eu não quis fazer.

— É obrigatório, sabe disso certo? Uma hora ou outra vai ter que fazer.

—Provavelmente, mas só quero dormir por enquanto, estou faminto, mas o sono da de dez na fome... Boa noite Kevin...

— Dormimos no mesmo lugar branquelo.

Finalmente pude deitar em uma cama, na minha cama. Finalmente pude sentir a sensação quente de estar em casa, como se nunca tivesse deitado ali, comecei a perder a consciência, a qualquer momento estaria em paz, depois desse dia tão desgastante. Por que era tão difícil lembrar que isso já acontecera antes? Todas aquelas vezes que me meti em encrencas, e fui castigado ou perdoado, e ao deitar aqui, sempre sentia como se estivesse tudo bem? E tendo a confortante sensaçao de que nada disso nunca mudaria, apaguei de vez, e imediatamente sonhei, sonhei e sonhei. Sonhei com mudanças e com tragédias, imagens passando em flashes, um sonho conturbado, mas quem se importava? Estava finalmente descansando.


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Notas finais do capítulo

Ahm.... Espero que tenham gostado.... desculpem pelo atraso e por qualquer coisa que vc não tenham gostado... Para fazer uma boa ação comentem o que precisa ser melhorado, oq mais gostaram, uma duvida.... Ou qualquer coisa que der na telha... Ahm, mais uma vez espero que tenham gostado.....



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