Finalmente chegara Sexta-Feira, o dia do aniversário de namoro de Ed e Winry e também o dia de que saberiam o resultado do exame. Ed estava esperando ansiosamente pelo horário de saída para buscar Winry em casa, olhava incansavelmente para o relógio. Nesse momento, Riza entrou na sala e se dirigiu à Roy:

"Coronel, tenho um assunto muito importante para tratar com o senhor. A sós." Roy deixou escapar um leve sorriso pelo canto dos lábios.

"Eu também tenho um assunto importante para conversar com você Tenente Hawkeye, mas depois trataremos disso."

"Mas coronel, é muito importante..." Riza disse começando a se desesperar.

"Depois conversaremos com mais calma Tenente." Roy lhe deu uma repente, do nada, Riza começou a chorar. Nem ela mesma sabia o motivo de estar chorando. Ninguém na sala entendeu o que se passava e Roy tentava consertar o estrago, sem saber exatamente o que havia feito:

"Ri...quero dizer, Tenente Hawkeye, não chore. Desculpe, não quis ofendê-la. Eu posso conversar contigo agora, se quiser."

Ed, no início, pensou em ajudar, mas ver o coronel Mustang tentar acalmar a Tenente Hawkeye era realmente impagável, por isso, ele e os outros soldados preferiram apreciar a cena.

"Ai meu Deus. Vocês não vão me ajudar não?" Roy se virou para os outros soldados ali presentes.

"Mas nós estamos ajudando, Coronel. Estamos dando todo nosso apoio daqui." Disse Havock arrancando risos dos outros soldados.

Roy lançou um olhar mortal para seus subordinados e disse:

"Tudo bem. Eu vou levar a Tenente Hawkeye e tentar acalmá-la. Terminem o serviço de vocês e estão dispensados!"

Roy saiu da sala com Riza e assim que fechou a porta, todos caíram na gargalhada.

"É, sei muito bem como ele vai acalmar a Tenente..."Comentou Breda maliciosamente.

"Como assim? Do que é que você 'tá falando?" Perguntou Ed.

"Vai dizer que você ainda não percebeu, Ed?"perguntou Falman.

"Percebi o que?"

"Que a tenente Hawkeye e o coronel Mustang estão tendo um caso." Disse Havock.

"Ah, vocês devem estar brincando. A tenente Hawkeye nunca iria cair na lábia do coronel."

"Pode até ser, mas o fato é que faz alguns meses que o coronel não sai com nenhuma garota e outra vez eu vi ele ignorar um convite pra sair. Além do que, ele e a tenente estão sempre tendo conversas particulares, e eu tenho certeza que não são assuntos do exército."Continuou Havock.

"Bem, olhando desse ponto de vista, até que essa teoria não é tão ridícula..."Disse Ed pensativo. "Mas seja o que for, é melhor não nos metermos e eu já tenho muita preocupação pra hoje" Disse Ed e, discretamente, tirou uma caixinha preta do bolso.


Roy estava andando junto com Riza para levá-la ao carro e, felizmente para ele, ela tinha parado de chorar. Roy abriu a porta do banco do carona para Riza e sentou-se no banco do motorista.

"Roy, sou eu que devo dirigir."Contestou Riza com os olhos ainda inchados pelas lágrimas. Quando estavam a sós, chamavam-se pelos próprios nomes, sem toda a formalidade do exército.

"Não nessas condições. Eu dirijo por hoje."Roy respondeu com um pouco de preocupação na voz, ao contrário da sua voz autoritária de quando se dirigiu aos soldados.

Roy deu partida no carro e dirigiu até um local tranqüilo onde pudesse conversar com Riza e que não corressem o risco de serem pegos por alguém do exé o carro e se virou para Riza:

"Riza, antes de mais nada eu quero saber se daria para sairmos hoje à noite?"

"Roy, você ficou louco? Você sabe muito bem os riscos que corremos quando decidimos sair. Podemos ser pegos por alguém." Contestou Riza olhando nos olhos de Roy.

"Não no restaurante que eu escolhi, garanto."

"Tudo bem, nós íamos pra casa hoje mesmo...Só depois não diga que eu não avisei..."

"Agora, Riza, o que está acontecendo com você? Na quarta você faltou e hoje chegou atrasada. E ainda agora começou a chorar de repente. Estou ficando preocupado, você não é assim..."

Riza suspirou e começou a contar:

"Na quarta eu não estava me sentindo muito bem e fui ao médico..."

"Riza, por que não me avisou? Estamos juntos a quase 6 meses, você devia ter me contado."

"Roy, deixe-me continuar, por favor."

"Então continue..."

"A doutora me mandou fazer um exame e fui buscar o resultado hoje, por isso cheguei atrasada."

"Que tipo de exame, Riza?" Roy estava ainda mais preocupado.

Riza suspirou fundo novamente e respondeu:

"Um exame de gravidez..."

Roy estava um pouco pálido e temeroso, mas conseguiu reunir coragem para conseguir perguntar:

"Q-q-qua-qual foi o re-resultado?"

"Eu peguei o envelope e fui direto pro Quartel, ainda não olhei." Riza mexeu na bolsa, tirou um envelope dali de dentro e o estendeu para Roy "Aqui está!"

Roy pegou o envelope e leu o nome de Riza nele. Estava tremendo para abrir o envelope.

"Roy, não é melhor eu abrir? Você não parece estar muito bem para fazer isso." Comentou Riza, que não deixou de se divertir um pouco com cena.

"Não, Riza! Eu já fiz inúmeras coisas perigosas, não vou temer abrir um envelope."Disse Roy, porém ainda estava pálido e trêmulo. Por fim, conseguiu abrir o envelope e, ao ler o resultado, desmaiou.

Roy acordou em uma cama no apartamento que dividia com Riza. Ela estava sentada na poltrona lendo um livro intitulado Nomes para bebês.

"Ai meu Deus, tinha esperança de que fosse um sonho."Resmungou Roy.

Riza desviou a atenção do livro, se levantou da poltrona e sentou-se na cama. Deu um beijo na testa de Roy e cochichou em seu ouvido:

"Que bom que acordou, já estava ficando preocupada."

"Riza, você sabe muito bem como eu fico quando você cochicha em meu ouvido." Disse Roy maliciosamente. Riza sorriu:

"Eu nem precisei olhar o resultado, pela sua reação, já deu pra saber."

"Mas como isso pôde acontecer?"

"Bem, quando o pai e a mãe..." Riza começou a falar como se estivesse explicando para uma criança como se fazem os bebês.

"Riza, eu sei muito bem como se fazem os bebês."Interrompeu Roy amargurado.

"Então pra que perguntou?"Disse Riza risonha.

"Você sabe muito bem o que eu quis dizer. Nós não nos previnimos nenhuma das vezes?"

"Acho que não."Riza pareceu pensar um pouco. "Não, definitivamente não!"

"Você não estava tentando se lembrar de todas as vezes, estava?"

"E qual o problema?"

"O problema é que foram várias vezes, é impossível conseguir se lembrar de todas." Roy olhou surpreso para Riza.

"Mas eu lembro!"Respondeu Riza indignada.

"Tudo bem. Mas, agora eu tenho uma duvida:Como você me trouxe pra cá?"

"Bem, no carro, eu consegui colocar você no banco traseiro e quando cheguei aqui, pedi pro porteiro do prédio arranjar alguém pra me ajudar a te trazer pra cá."

"Não era mais fácil ter me acordado?"

"Bem que eu tentei, mas foi muito difícil. Eu até atirei do seu lado, mas você não acordou"

"Nunca imaginei que eu tivesse um sono tão pesado. E onde conseguiu o livro?"

"A Winry me emprestou ontem."

"Mas por que a Winry teria um...? Peraí, a Winry 'tá grávida também?"Perguntou Roy surpreso.

"Bem, ela também foi buscar o exame hoje e, pelo visto..."

Roy caiu na gargalhada e dizia entre risos:

"O...huahuahua...Edward...huahuahua...vai ser pai! Huahuahuahua!"

"E qual o problema? Você também vai ser!"

"Mas Riza, quando o filho dele nascer, provavelmente vai ser maior que ele até recém-nascido. Huahuahuahua."

Riza pegou o travesseiro e bateu em Roy com ele.

"Ai, por que você fez isso?" Perguntou Roy indignado.

"Só assim pra você parar de rir."

"Ah, é assim, é?" Roy agarrou Riza pela cintura e a jogou deitada na cama, logo, ele ficou em cima dela, olhando-a nos olhos.

"Não importa o que aconteça, Riza, vamos enfrentar tudo juntos."

Riza apenas assentiu com a cabeça e os dois se beijaram apaixonadamente.

Continua...