Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 11
Capítulo 10: Sininho




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~~Wendy Darling~~
Peter não gostou muito do que eu pedi. Afinal, liberdade faz bem às vezes e liberdade é uma coisa que ele não me deixa ter. Eu precisava de uns momentos sozinha comigo mesma e meus pensamentos - talvez, memórias- para ler aquele livro.

A casa, ou o esconderijo dele, é maravilhosa. Grande e escondida no meio da floresta, ninguém acharia sem a ajuda dele. Parecia que pertencia a outra pessoa, pois tinha vidros com líquidos coloridos dentro e certas ervas em potes no armário; não consegui reconhecer nenhuma delas.

– Essa casa era de alguém antes, não era? - Perguntei enquanto verificava se o livro estava inteiro.

Havia um pouco de lama na capa, mas foi fácil de limpar. Algumas folhas amassaram e isso terei de explicar para Bella, mais tarde. Mas, o livro não foi o pior. Minha calça jeans rasgou no joelho direito e eu o ralei; e minhas mãos estão vermelhas, pois, quando caí, me apoiei nelas.

– Era. - Peter respondeu me entregando um pano com água. Passei levemente no corte do joelho. - Mas, isso não interessa agora. Você está bem?

– Estou. - Respondi com certo cansaço. - Você não gostava da pessoa que morava aqui? Por isso não quer falar sobre ela ou... ele?

– O nome dela era Zelena. - Peter pegou o pano de minha mão e se abaixou a minha frente. - A casa também não era dela, mas, ela morou aqui por um tempo. Um tempo curto, mas o suficiente para conseguir o que queria e falhar.

– Zelena? Tipo, O mágico de Oz? A bruxa má? - Perguntei sorrindo de um modo irônico. Peter só podia estar brincando comigo. Ele me olhou como se não tivesse entendido minha pergunta ou a ironia em minha voz. - Qual é, sabe o que eu quis dizer. Primeiro Henry te chama de Peter Pan e você confirma isso e agora, você diz que a moradora dessa casa era Zelena; que eu conheço bem de que conto ela vem. E pra terminar, relaxe, fica pior; Storybrooke não aparece nos mapas. O que há de errado com essa cidade?

– Não há nada de errado. Storybrooke é uma cidade minúscula no Maine e talvez não seja importante para aparecer em mapas. - Ele respondeu tentando parecer calmo, mas com um pouco de tensão na voz. - Pronto! - Disse ele erguendo-se quando acabou de limpar meu machucado.

– Obrigada. - Agradeci verificando a situação do meu joelho arranhado. - Peter, posso te fazer uma pergunta?

– Fala.

– Eu tive sensações, pequenos espaços de tempos passando em minha mente. Mostrando cenas. só que eu... não sei se são sonhos, ou lembranças. Então -Fiz uma pausa procurando as palavras certas para a minha pergunta. - Por que você está sempre no lugar em que eu estou? Você estava na rua de minha casa quando eu cheguei.

–Coincidência. - Respondeu ele.

– Mas, e a lanchonete da vovó? - Perguntei.

– Eu também gosto de chocolate quente. - Retrucou ele com a maior calma possível.

– A casa de Regina? Você parecia aflito e estava me procurando. E, tem a saída da biblioteca? - Retruquei insistindo.

– Eu queria saber se você estava bem. E, a biblioteca, de novo, coincidência.

– Por que? Eu estava bem, mas não é isso. E, não são coincidências demais? Por favor, Peter, o que está acontecendo? Por que todo mundo nessa cidade parece suspeito ou estranho, mas ao mesmo tempo familiar para mim? - Perguntei sentindo a necessidade de obter respostas. Peter não respondeu. Ficou em silêncio e isso bastou para mim. Ele não responderia. Me levantei da cadeira e peguei o livro. - Tá bom.

– Não. Wendy... - Ele me parou surgindo a minha frente. - Espera.

– Olha, se vai me dizer alguma coisa, diga agora. Senão, eu não vejo o por que de eu ficar aqui sem ter nenhuma resposta que esclareça as poucas coisa que eu vi nos sonhos ou... lembranças; que seja! Mas, se não vai me contar nada então, me deixa passar. - Dei um passo para a direita mas, ele me bloqueou. Bufei e revirei os olhos; Peter estava começando a me irritar.

– Acha mesmo que se eu pudesse contar alguma coisa, eu já não teria contado? Acredite, seria bem mais fácil para você se soubesse, mas, também seria doloroso. - mudei a posição da perna esperando ele continuar. - Wendy, sinto muito, mas não posso. Não posso deixar você se machucar com lembranças que ficaram no passado. Não posso dizer nada, por que vai me odiar para sempre. Sei que vai. E, eu não quero... eu não posso ficar longe...

Um estrondo. O chão tremeu por alguns segundos e me segurei na parede para não cair. Olhei para Peter e ele também estava confuso; mas, não mais do que eu.

~~Peter Pan~~

Parou. Alguns vidros caíram do armário e quebraram deixando os líquidos escorrerem para debaixo do piso de madeira. Wendy me encarava pedindo alguma explicação. Mais uma vez, eu não podia dizer. Não podia, por que eu não sabia o que estava acontecendo.

– Fique aqui dentro. Eu vou ver lá fora ver o que aconteceu. - Falei enquanto ela se recuperava e tentava se afirmar novamente ao chão.

Atravessei a cozinha e a copa e passei pela sala. Abri a porta e me certifiquei de que eu a fechei depois que saí. Olhei para o céu e ele estava normal. As nuvens ainda trovejavam e deixavam escapar algumas gotas geladas e a grama também continuava molhada e verde clara como sempre. Virei-me de costas e a casa continuava a mesma e o porão estava trancado como eu havia deixado.

Vire-me novamente para analisar a floresta silenciosa e havia alguém na grama. Uma garota. Suas roupas verdes se misturavam ao tom da grama fazendo-a se camuflar. Seu cabelo loiro em um coque se destacava e naquele momento eu quis que fosse qualquer um, menos ela.

– Ui! Mas, o que foi essa tremedeira toda? Foi só uma teletransportação normal! - Resmungou ela levantando-se rapidamente. Seus olhos azuis me avistaram e ela bufou. - Sério universo? Não podia ter caído em outro lugar?

– Olá Sininho. - Falei fazendo a mesma cara que a dela. - Então, isso foi você quem causou?

– Olá, Peter. Não é um prazer vê-lo novamente. - Respondeu ela pegando a varinha do chão e guardando-a nas vestes. Ela se aproximou observando a casa.

– Acredite, para mim também não. Da última vez, você me traiu e fugiu da Terra do Nunca com Henry e a turma do príncipe encantado e meus meninos perdidos. E quem mais mesmo? Ah, é, meu filho e Beaufire. E ainda; me impediu de reforçar minha magia! - Eu disse dando alguns passos aleatórios. Parei de costas para a casa com Sininho a minha frente. - Então me diga, por que eu não te mataria agora? - Ela sorriu sorrateiramente.

– Wendy. - Falou ela ainda sorrindo. A encarei sem entender o por que de ela ter dito esse nome. Ela abriu mais o sorriso e acenou para a casa. - Como vai, Wendy? Quanto tempo, não acha?!

Me virei cautelosamente. Droga! Wendy estava congelada na varanda em frente a porta. Estava chocada e em choque com o que escutara. Droga, Sininho! Por isso que eu odeio fadas! Voltei o olhar para a loira irritante e depois para Wendy novamente.

– Wendy! Eu posso...

– Não! não pode! - disse ela assustada e se afastando quando comecei a me aproximar.

– Por favor, me de uma chance! Eu ia contar! Wendy... -Fiz menção de toca-la, mas ela se afastou negando com a cabeça.

– Não... Não me toque! Não encoste em mim! - Gritou ela descendo os três degraus da varanda e indo para longe de mim e de Sininho. - Era verdade! - Seu olhar tinha fúria e ódio. Lagrimas começaram a se acumular e a ponta de seu nariz a ficar rosada. - Henry tinha razão! Você... é... você... mentiu!

– Viu? Era por isso que eu não queria dizer nada! - Disse tentando me aproximar, mas ela se afastou de novo. - Eu sabia que essa seria sua reação. Que me odiaria assim que contasse!

– Está certo! - Gritou ela se afastando mais. - Eu te odeio! E te odeio mais, por ter descoberto isso sozinha! Me esquece, está bem! Não me siga e não me procure mais!

~~Wendy Darling~~

Ódio. Era o que eu sentia naquele exato momento. Um turbilhão de memórias voltava e girava na minha cabeça. Um quebra-cabeça enorme para se montar. Muitas peças, sem encaixes. Quem era Sininho? Tudo é verdade! Henry estava certo! Aquele Peter que eu achava que conhecia, não era o verdadeiro. Aquele era Peter Pan. O menino que se recusou a crescer e que sequestrava meninos perdidos e que levara... Henry para a ilha. A Terra do Nunca! Não era da minha imaginação, esse lugar existe, e Sininho, Peter, todos os outros já estiveram lá. Eu já estive lá.

Preciso de ajuda. Preciso me lembrar. Corro entre as árvores e logo avisto o resto da cidade. Storybrooke. Por isso não aparece nos mapas. Ela não "existe" Foi criada de algum modo e todos os personagens dos contos de Henry vivem aqui. Por isso, Mary me pareceu familiar, por isso a macieira na casa de Regina me deu algumas lembranças. Por isso, quando toquei no livro de Henry, me lembrei de algumas coisas. Fora tudo apagado de minha mente por alguma coisa ou para alguma coisa.

Regina. Avisto a casa da prefeita e a macieira carregada de frutas vermelhas. As luzes estão acesas e o céu está escurecendo. Percebo que há uma movimentação na casa. Toco a campainha três vezes rapidamente. Logo, Regina está a minha frente chocada e preocupada com o meu sumiço na biblioteca. Ela me olha e depois me deixa entrar.

– O que houve com você? Onde se meteu? - Perguntou ela fechando a porta com a chave.

– Eu preciso de ajuda. Por favor, Regina! Preciso me lembrar de tudo. - Falei rapidamente e tremendo. - Você é a Rainha Má e sei que tem magia. Então, me faça lembrar ou procurarei alguém que faça! - Ela sorriu como se fosse algum tipo de vencedora que vencera uma aposta, por um segundo e depois mudou o sorriso para maternal.

– Venha comigo, Wendy. Posso te ajudar.


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