Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 12
Capítulo 11: O Oeste é a direção errada




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~~Wendy Darling~~

Segui Regina túnel a dento. Tochas nas paredes iluminavam o comprido corredor de pedra. Podia ver minha sombra a minha frente. Isso acelerou meu coração de modo que me fez lembrar de Peter. Sombras. Peter Pan. Lembro vagamente das coisas, mas, tenho certeza de que Regina me ajudará.
Uma luz no fim do túnel me cegou por uns instantes. O corredor nos levou a uma sala redonda cheia de malas antigas e bem trancadas por cadeados e correntes. Baús dourados e desgastados pelo tempo e uma estante cheia de gavetas. Cada qual, com um detalhe a vidro na frente, permitindo que eu veja uma luz vermelha e pulsante lá dentro.
Hesito antes de pensar em qualquer coisa precipitada. Podem ser apenas luzes. Ou, milhares de corações pulsantes que a Rainha Má colecionava.
– Está em minha cripta, Wendy. - Regida diz e assim que entro, uma porta de pedra se fecha bloqueando que eu saia. Ela se vira para mim. - Quer mesmo minha ajuda?
– Quero. - Respondo tentando não vacilar a voz.
Seus olhos castanhos e ameaçadores me encaram com certo brilho. Curiosidade. Ou, seria desconfiança?
– Por que eu? - Ela pergunta e se aproxima com os braços cruzados. - Por que preferiu a mim do que a Emma? Ou até mesmo o Pan?
Meu corpo se contraiu a menção em seu nome. Meu estômago embrulhou e pisquei algumas vezes para me manter no lugar e meu olhar ganhar foco novamente. Dei de ombros.
– Peter é cruel e frio. Mentiroso e covarde. Eu... Nem sabia da Emma e você - Respirei profundamente. - Eu confio em você. Não sei o por que mas, vejo o bem em você, Regina.
A prefeita sorriu de modo curioso até para mim. Seu sorriso tinha uma mistura de tudo. Ameaças, anos de vinganças, medo. Mas, também sorria satisfeita e como uma vencedora sorriria; sem falar no brilho de seus olhos que contavam tantas histórias sobre ela. Histórias que quem sabe, conseguia entender.

~~Regina Mills~~

– Wendy. Se vou te ajudar, não preciso apenas que você confie em mim. - Falei enquanto a sentava em um dos divãs de veludo vermelho. Sento-me a seu lado e procuro seus olhos. - Preciso que confie em si mesma.
– Eu confio. - Ela diz tentando ser firme, mas não consegue me enganar. Sorrio maternalmente e abro minha mão na altura de seu rosto. A poção do Gold está flutuando acima da minha palma e Wendy arregala os olhos assustada, mas curiosa.
– Isso - Digo olhando o pequeno frasco de cristal. - É magia. Tudo ao seu redor é magia.
A garota apenas olha o frasco. Há a sombra de uma pequena, frágil e indefesa menininha, que fora levada à Terra do Nunca com treze anos, no fundo de seus olhos. Então, percebo que naquele momento, consigo compreender por que fiz o que fiz. Consigo entender, que assim como ela vê o bem em mim, o vejo nela. Um bem arruinado por Peter Pan. Um bem, que costumava ser alegre e encantador, agora está triste e vingativo.
– Você, vai me fazer beber isso? - Wendy pergunta finalmente, me olhando. Sorrio de novo e abaixo a cabeça para o vidro em minha mão. Respiro e me recupero de meus pensamentos. Então, a olho.
– Só se você quiser. Wendy, escute. - Digo e ela me olha confusa. - Você passou por muita coisa. E não falo só do que viveu com sua família. Falo de tudo que viveu na Terra do Nunca, aqui em Storybrooke...
– Você não vai me ajudar, não é? - Ela pergunta irritadiça e com a ponta do nariz vermelha.
– Wendy. - Seguro seu pulso e mantenho ela sentada. - Eu sei que dói. Tudo o que aconteceu. E sei que relembrar o passado, pode abrir feridas que já foram a muito cicatrizadas. Então, aceite meu conselho. Esquecer, dói menos que lembrar.
Wendy me encarou por alguns segundos e uma lágrima escorreu pela sua bochecha. Meus dedos estavam coçando para secá-la, mas hesitei quando ela se levantou e virou de costas para mim, abraçando o próprio corpo.
O espelho encantado, que costumava manter Sidney preso, refletiu o rosto delicado da garota. Sabia que deveria afastá-la daquele espelho por muitos motivos mas, o principal era por que, a magia presente nele, nos mostra o que queremos ver. Entretanto, nos mostra as decisões erradas a tomar, que nos momentos difíceis, parecem certas.
Wendy se virou para mim. As bochechas e o nariz vermelho. Os olhos cheios de lágrimas que ela as secou na hora.
– A decisão é sua, Wendy.

~~Peter Pan~~

Como sou idiota. Quanto tempo eu achava que isso duraria? Devia ter feito ela beber aquela droga de poção antes que tudo isso começasse. Sinceramente, eu sempre quis matar aquela fada intrometida e não me faltam oportunidades e desejos para isso. Porém, se Sininho está aqui, deve ter um motivo.
A loira caminhava lentamente pela cozinha, analisando as prateleiro com o que sobrou da Verdinha do Oeste.
– Você ainda não me respondeu. - Falei com certa irritação mas, tentando me controlar ao máximo. Sininho se aproximou de mim e sorriu.
– Você não era assim Peter. O que aconteceu? - Ela pergunta ironicamente. - A Wendy te mudou? Cadê o menino cruel e frio...
– Não me provoque, Sininho! - Falei e a agarrei pelo braço.
– Olha só! Ele ainda está aí dentro! Mas, qual foi sua pergunta, Peter? - Ela diz e os pêlos de minha nuca se arrepiam ao vê-la dizer o meu nome daquela forma pela segunda vez. Do jeito que Wendy me chamava.
– Porque diabos, em nome de Merlim, você está fazendo aqui? - Refaço a pergunta.
– Tenho assuntos para resolver com uma certa bruxa. - Ela responde coloca alguns dos potes com ervas em sua bolsa verde feita de folhas.
A encarou enquanto pega o que quer para seja lá o que for. Sinto uma expressão confusa em meu rosto. Algo não está certo por aqui. Primeiro Wendy. Agora Sininho. Que mais?!
– Bom, tchau Peter! - Ela diz sorrindo e indo até a porta.
– Sininho, espere! - Grito e corro para alcançá-la lá fora; pronta para ir embora. - Que bruxa? - Perguntou apoiando-me no batente da porta de braços cruzados sobre o peito.
Um sorriso ameaçador se abre no rosto da fada. A muito tempo não a via sorrir desse jeito. Chego até me preocupar com a sanidade de Sininho. Ela me olha de um jeito e sei que ela sabe. Pensamos na mesma pessoa ao mesmo tempo. Droga Sininho! Tinha que se meter com ela?!
– O Oeste é a direção errada, Peter.
Seus olhos brilham e seu sorriso se abre ainda mais. Sininho se foi e agora, suas palavras ecoam em minha mente.


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