POV Anna Júlia

Eu sinceramente não podia acreditar que além de ter que ver o Bernardo todos os dias na escola agora eu teria que ficar depois da aula com ele organizando a biblioteca, tudo isso só porque eu quis ser uma boa pessoa e cuidar de alguém que estava bêbado por minha causa!

Quando o sinal tocou anunciando o fim das aulas, coloquei meu material bem lentamente na mochila sem animo nenhum! Com tudo pronto sai de sala, fui andando devagar até a cantina peguei um sanduiche e um copo de suco de laranja e depois fui andando mais devagar possível até a biblioteca que ficava do outro lado da escola.

Chegando lá não encontrei o Bernardo e a porta estava trancada, era só o que me faltava. Me sentei no chão perto da porta e terminei de beber meu suco. Pouco tempo depois Bernardo chegou e eu levantei rápido.

— Pensou que eu não viria? – Disse Bernardo com um sorriso de lado.

— Não! – Digo olhando para baixo.

— Sei... Tinha ido buscar a chave! – Diz ele balançando a chave.

Bernardo passa por mim e abre a porta da biblioteca, e depois me olha em seguida volta a olha para dentro da biblioteca eu sigo o olhar dele e vejo a bagunça que a biblioteca estava, não teríamos só que organizar aquilo ali teríamos mesmo era que dar uma geral. Estava tudo bagunçado, empoeirado e pelo jeito todos os livros estavam em estantes que não correspondiam seus gêneros literários.

— Cara essa diretora quis ferrar com a gente mesmo viu! – Disse Bernardo.

Não digo nada e entro na biblioteca. Se eu soubesse que querer cuidar de alguém bêbado iria me trazer um problema daqueles com certeza eu teria pensando melhor e não teria levado o Bernardo para o meu quarto e desobedecido as ordens da Marta.

— Por onde começamos! – Disse Bernardo.

— Não tenho a mínima ideia! – Digo balançando a cabeça.

Olhei em volta e comecei a pensar por onde eu ia começar a arrumação. Depois de muito pensar resolvi arrumar os livros em seus prateleiras. Me aproximei de uma que estava etiquetada por ficção cientifica. Começo a separar os livros, a maioria deles não eram de ficção cientifica e sim de outros gêneros. Enquanto o Bernardo ficava me encarando e não fazia nada.

— Ei você vai ficar aí parado me olhando e não vai fazer nada? – Digo o encarando.

— Ah desculpa! – Disse Bernardo.

Bernardo se aproxima de mim e começa a me ajudar a separar os livros. Pela nossa agilidade só iriamos terminar aquilo no máximo em um mês ou mais. E olha que estávamos só no começo e eu já estava com vontade de sair correndo dali para minha casa, tomar um ótimo banho bem refrescante, porque aquela biblioteca estava um forno de tão quente.

***

POV Bernardo

Eu não conseguia fazer nada, a não ser ficar encarando a Anna Júlia! Ela estava linda com os cabelos presos em um coque alto presos com o próprio cabelo, sentada no chão arrumando uma prateleiras com livros. Cansada de ficar fazendo as coisas sozinhas ela me adverte e eu me aproximo dela, e começo a ajuda – lá.

Os livros estavam todos fora de ordem ali naquela prateleira era ficção cientifica e tinha mais romance não conseguia entender a desordem daquelas pessoas, e também porque da diretora não colocar uma bibliotecária naquela escola.

Quando conseguimos colocar aquela prateleira em ordem já era bem tarde e eu estava morto de cansaço e de fome. Não via a hora de poder ir para casa, e só de pensar que ainda teríamos várias e várias prateleiras para organizar. Levanto – me e começo a andar para fora da biblioteca.

— Onde você vai? – Disse Anna Júlia se levantando.

— Vou ao banheiro! – Digo.

Anna Júlia assente com a cabeça e eu saio da biblioteca, vou ao banheiro faço minhas necessidades e em seguida vou a cantina. Pego dois sanduiches e dois sucos de laranja e volto para a biblioteca.

— Até quem fim você voltou! – Disse Anna Júlia assim que eu entrei na biblioteca.

— Que foi? Demorei tanto assim? Ou ficou com medinho de ficar sozinha? – Digo rindo.

— Não! – Disse ela pegando um suco da minha mão e bebericando um pouco do mesmo.

— Sim, um dos sucos era pra você! – Digo.

Anna Júlia revira os olhos e volta a bebericar o suco. Estendendo o sanduiche para ela que o pega e começa a comer, mordendo pedaços pequenos. Ela era muito delicada e meiga. Comemos em silêncio, por mais que tentasse me aproximar da Anna Júlia eu não conseguia algo parecia me impedir, me privava! Eu não conseguia entender o motivo daquilo que me deixava intrigado. Logo que era um cara muito comunicativo com as mulheres com a Anna Júlia eu travava.

— Vamos embora! – Disse Anna Júlia. – Amanhã a gente continua, estou muito cansada e tenho que estudar para prova de amanhã. – Ela termina de dizer.

— Tá certo, vamos sim. – Digo.

Pegamos nossas mochilas e saímos da biblioteca eu tranco a porta e coloco a chave no bolso as minha bermuda. Vamos andando um do lado do outro sem dizer nada, assim fomos até a saída da escola.

— Tchau! – Disse Anna Júlia me dando um beijo na bochecha.

— Tchau! Até amanhã! – Digo.

Anna Júlia acena com a cabeça e continua andando mais desta vez fazendo o caminho para casa dela, enquanto eu continuo no mesmo lugar olhando ela se afastar de mim lentamente.