POV Anna Júlia

Eu definitivamente não conseguia entender o Bernardo, até pouco tempo atrás nem ligava pra mim, pouco se importava comigo. E agora de um hora para outra ele não largava do meu pé, sempre onde eu ia ele fazia gestão de ir também, sem contar que ele me mandava SMS o dia todo. Aquilo estava me deixando totalmente sem saber o que fazer ou o que pensar.

O último dia em João Pessoa para mim foi normal pois estava chovendo e com isso não tinha como ir em quase que lugar nenhum e mais legal seria fica dentro do quarto em baixo das cobertas, vendo um DVD e comendo brigadeiro. Nada melhor que isso!

E era exatamente isso que ia fazer, mais a minha falta de sorte sempre predominava em minha vida. A porta do meu quarto se abri e por ela entro o Bernardo. Quando eu o vi o susto foi quase que total, não esperava ali naquele momento e eu também não tinha ideia de como ele tinha conseguido entrar no meu quarto sendo que a portava estava trancada, mais eu tinha me esquecido que a irmã dele dormia comigo naquele quarto e que com certeza ela poderia ter emprestado a chave do quarto para que ele pudesse entrar no quarto.

– O que você quer? – Digo me levantando e cruzando os braços.

– Queria te ver! – Diz ele.

– Não podia esperar que eu descesse para sala de jogos? – Digo.

– Não porque eu sabia que você nunca iria descer! – Diz ele me olhando irônico.

– E quem te disse que eu não desceria? – Digo.

– Isso não importa! – Diz ele.

– Pode não importar para você, porque para mim importa! – Digo seria.

Bernardo se vira e fica de costas para mim. Ele começa a falar que nunca me quis que sempre tinha me usado, ainda mais por eu ser uma das mais concorridas do colégio, porque para alguém consegui ficar comigo era bem difícil, e isso eu concordava. E que quando ele consegui ficar comigo ele se sentiu o cara mais vitorioso do colégio. Mais para ele que sempre foi o galinha do colégio era difícil admitir para todos e para ele mesmo que era perdidamente apaixonado por mim. A cada vez que ele falava mais eu tentava acreditar, mais estava sendo difícil pois ele sempre foi muito ruim comigo e brincou demais com meus sentimentos. E então ele começou a falar que a cada vez que ele machucava meus sentimentos acaba machucando os dele também, mais ele fazia tudo aquilo por conta da fama de garanhão que ele tinha no colégio. Depois de te dizer tudo aquilo ele se virou para mim e com os olhos cheios de lágrimas terminou de dizer:

– Bom, depois que entregou para mim sua pureza eu não consegui mais conter e nem guardar meus sentimentos. E por um momento eu vi o melhor a fazer seria os mostrar para você, mais você ao contrário do que pensei se mostro totalmente receosa e começou a ficar distante e fria comigo. Me deixando sem saber como agir. E foi por isso que fiquei igual um louco atrás de você, porque sabia que você já não me queria mais. – Ele faz uma pausa. – Por isso vim aqui te falar isso e saber que se você realmente não me quer eu irie desistir definitivamente de você! – Ele termina.

Eu olhei para sem saber o que dizer. Fiquei muda olhando para ele de boca aberta. Fiquei perdida, o que eu sempre tinha sentido pelo Bernardo era grande demais até maior do que eu, maior que minha alma. E maior ainda do que o amor que eu sentia por mim própria. Eu tinha o amado muito! Mais hoje eu estava confusa eu já não sabia o que eu carregava em meu coração, porque ele estava destruído. Não pelo que o Bernardo tinha feito e sim pelo o que eu tinha feito comigo mesma. Eu tinha fechado meus olhos para o mundo, para mim e para todos que estavam a minha volta, tinha esquecido de tudo e a única coisa que eu via em minha mente e em meus olhos era o Bernardo.

Para mim saber que sempre tinha me amado foi ótimo. Mais ele nunca tinha demonstrado isso para mim, e aquilo me doía bastante. Por saber que meu amor tinha e não tinha sido correspondido ao mesmo tempo, e eu não conseguia entender nada! Eu estava muito confusa e perdida.

– Acho melhor eu ir embora! Seu silêncio já diz tudo! – Diz Bernardo.

Antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa ele se virou e saiu do meu quarto, e eu não tinha nenhuma reação a não ser ir atrás dele, mais quando cheguei no corredor ele já tinha ido embora por completo e eu não tive coragem de ir atrás, a única coisa que tinha coragem de fazer foi voltar para meu quarto, e me enfiar em baixo das cobertas e comecei a chorar.

Fiquei pensando em como seria difícil para mim compreender que o Bernardo tinha fingido aquele tempo todo, que ele sempre tinha gostado de mim, assim como eu dele, mais mesmo assim era estranho. Tipo você faz tudo pelo cara e ele nem aí, e então do dia para noite eu descubro que era tudo apenas fingimento.

Passei o resto dia em baixo das cobertas chorando sem parar, pensei até que ficaria desidratada de tanta lágrimas que saiam dos meus olhos. Eu não sabia o que pensava se eu ia ou não atrás do Bernardo. Ao mesmo tempo que queria ir atrás dele eu também não queria, não por ele mais por falta de coragem mesmo.

Levantei de um salto da cama, e crie uma coragem enorme para ir atrás do Be. Me olhei nos espelho dei uma ajeitada em meus cabelos e tentei enxugar as lágrimas, mais foi impossível. Sai do meu quarto e fui andando até a ala dos meninos. Cheguei lá e fui direto no quarto do Bernardo, bati na porta várias vezes e com bastante insistência e com certo custos a porta abriu e eu vi o Theo ele me olho de cima a baixo e disse:

– Bernardo não está! Foi para o bar!

E eu com isso? Te perguntei alguma coisa? Depois de dizer isso ele fechou a porta na minha cara e eu sai de lá um pouco desnorteada. Sai andando pelo hotel sem rumo primeiro porque eu não conhecia nada lá, muito menos o tal bar onde o Bernardo deveria estar. Fiquei andando pelo hotel por um bom tempo.

Quando cheguei na recepção do hotel vi Marcy, e ele estava puxando alguém que andava com muita dificuldade, e esse alguém não era ninguém mais que o Bernardo. Ele estava completamente bêbado, e eu sem saber o que fazer.

– Me ajuda aqui Anna Júlia! – ouço Marcy dizer.

Me aproximo dele e o ajudo a puxar o Bernardo até o elevador, ele estava muito mal e olha que nem era de tarde ainda, deviam ser no máximo umas 18:00 horas.

– Ele está assim por sua causa! – Diz Marcy assim que entramos no elevador.

Eu olhei para ele e não disse nada eu estava mal por tudo aquilo. Não queria que o Be tivesse bebido daquele jeito por minha causa, coitado! Ele gostava mesmo de mim e não queria enxergar aquilo.

– Eu posso cuidar dele se você quiser! – Digo.