Um Eragon diferente escrita por Dark And Black


Capítulo 2
Capítulo 1- Elfos Negros


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Eles viajaram por quatro dias, passando pelo deserto Hadarac e viajando pelas montanhas Beor. Eles haviam desviado de todas as cidades que haviam no caminho, apenas em Orthíad Brom se atreveu a entrar. Eles precisavam de alimentos e a cidade dos anões seria perfeita para conseguir.

A cidade era uma das mais desprotegidas do reino dos anões, pesar de se esconder dentro de uma montanha sua entrada era visível a qualquer um que passasse por ali, grandes portões de madeira eram a entrada da cidade, nos portões haviam sempre três ou quatro guardas.

Os guardas deixaram Brom entrar sem nenhuma pergunta, por dentro a cidade mais parecia uma feira, estava cheia de anões e humanos, afinal era a cidade que ligava os anões e humanos pela sua proximidade com Surda. O cavaleiro se dirigiu as barracas que vendiam carne:

–Quero a carne mais barata que você tiver- Brom pediu ao homem que aparentava ser o dono da barraca.

–Quantos quilos? - perguntou o atendente barbudo.

–Três.- Brom pediu.

–É melhor comprar carne em grande quantidade mesmo meu senhor, afinal, as coisas parecem que vão piorar.

–Por que você diz isso ?

–A maior esperança de todos, o ovo que Brom o cavaleiro havia roubado, parece que os elfos perderam ele.

–Sério? Como?- Brom perguntou fingindo estar surpreso com o roubo do ovo, e também para descobrir como um grupo de quase cinco elfos poderia ter sido derrotado por um só homem.

–Arya era a elfa responsável pelo transporte do ovo, segundo oque dizem, ela estava distraída com seu melhor amigo, Fäolin, os dois estavam fazendo sexo, melhor dizendo. O ovo estava na bolsa dela, e Morzan chegou e pegou o ovo sorrateiramente, os outros três elfos que estavam no grupo localizaram e perceberam a presença dele, tentaram derrota-lo, acabaram mortos. Parece que os dois elfos foram punidos. Aqui está sua carne.

–Obrigado- Brom disse surpreso, nunca imaginaria que algo assim poderia acontecer, ainda mais vindo da princesa dos elfos.

Ele se retirou daquele cidade após comprar pão e se encontrou com Saphira e Eragon, este havia criado um grande fascínio pelo ovo azul, não largava a pedra em nenhuma circunstância. No quinto dia de viajem eles pararam para descansar na última das montanhas Beor ,que existiam antes da enorme floresta dos elfos negros, em uma pequena caverna que tinha espaço apenas para os humanos.

Saphira acabou tendo que dormir do lado de fora, ela bloqueava a entrada da caverna durante a noite, impedindo que ficasse muito frio do lado de dentro. Brom estava indeciso a respeito de suas decisões, ele não sabia se era o certo, e havia passado a questionar Saphira constantemente sobre oque fazer ou não.

“Acho que você estava certa. Estou tomando decisões muito precipitadas.” Disse Brom se entregando a seu a dragão.

“Para falar a verdade eu estava começando a acreditar na história dos elfos negros, se eles realmente existem, são provavelmente muito poderosos, a magia que existe naquele lugar é muito mais poderosa que a dos dragões. E lembre-se do que eles disseram: quando chegar a hora você saberá oque fazer. Parece que a hora chegou.”

“E se ele não tiver nascido para ser um cavaleiro, acho que se nós voltarmos agora ainda poderemos ser considerados heróis por ter derrotado Morzan e recuperado o ovo, Oromis poderia treinar o novo cavaleiro, e este com a minha ajuda derrotar Galbatorix.”

“Típico de você querer fugir do perigo. Até agora suas idéias deram certo, tenha perseverança pequenino, mas agora durma.”

Já era de noite quando a conversa deles acabou, Brom , que estava muito cansado, dormiu rapidamente sobre a mochila que ele estava levando consigo na viagem, Eragon estava deitado no único travesseiro que eles tinham, este por sua vez não dormia, apenas observava o ovo.

Quando ele pegou o ovo pela primeira vez, ele pensou que fosse um brinquedo, mas horas amis tarde sentiu como se um amigo fosse sair de la para brincar com ele. Nos últimos dois dias o ovo tinha começado a esquentar , e o garoto mal conseguia pegar nele. Naquela noite ele escondeu o ovo debaixo das cobertas para evitar que seu pai percebesse o brilho que era emitido do ovo e lhe tomasse seu novo amigo.

O garoto se levantou e foi verificar se seu pai dormia, em seguida tirou o ovo de debaixo das cobertas. Ele se assustou, porque a casca havia perdido seu brilho, ele pensou em chamar Brom, mas desistiu, ele queria descobrir sozinho oque iria acontecer.

Ele passou a mão pelo ovo e começou a sentir vibrações, a casca que antes não possui nenhuma fissura, agora apresentava pequenas rachaduras. No período de vinte minutos a situação piorou, as pequenas rachaduras haviam se transformado em grandes e profundas fissuras, e as vibrações aumentaram muito.

Em pouco tempo o ovo se abriu, e os pedaços dele se espalharam por toda a coberta do garoto, mas isso não era nada para o garoto, oque mais atraía a atenção dele era a Saphira em miniatura que tinha acabado de nascer.

Sem nenhum medo Eragon passou a mão na cabeça do dragão, e tentou pega-lo com as mãos , mas na hora que foi fazer isso a criatura avançou em sua mão direita e mordeu ela. O garoto desmaiou no mesmo momento.

“Acorde, pequenino” uma voz chamava na cabeça de Eragon “Você me falou ontem que se eu saísse nós iríamos nos divertir muito.”

“É você Saphira? Não me lembro de ter lhe feito essa promessa, mas nós poderemos brincar amanhã se você me deixar dormir é claro.” Eragon disse ainda dormindo em resposta a consciência que falava com ele.

“Saphira? Gostei do nome, sim ,meu nome é Saphira , e você é meu cavaleiro. Não se lembra do que me disse ontem quando eu ainda estava no ovo?”

Eragon não conseguia compreender oque se passava, por isso voltou a dormir. Ele acordou com algo quente e úmido sendo passado no rosto dele, ao abrir os olhos ele viu que era um pequeno dragão azul que lambia seu rosto, pulou do lugar onde estava deitado rapidamente.

–Não sei quem está mais surpreso ,Eragon, eu ou você. Quando o ovo se quebrou?- perguntou Brom.

–Foi ontem a noite, mas não entendi muita coisa , ele mordeu minha mão e eu entrei em um sonho em que eu estava conversando com Saphira mentalmente e ela me pedia para acordar para brincar com ela.

A surpresa de Brom foi enorme, já foi algo raro seu filho de apenas cinco anos ter se tornado cavaleiro, sendo que os cavaleiros costumavam conseguir que o ovo abrisse para eles apenas aos dez anos no mínimo, e mais raro ainda era um dragão conseguir no primeiro dia de vida já usar a mente para se comunicar.

–Meu filho, você sabe oque eu sou?

–Meu pai? Amigo da Saphira?- respondeu na inocência o garoto com perguntas.

Brom riu da situação do seu filho, ele teria que explicar toda a história para Eragon:

–Eu sou um cavaleiro de dragão , meu dragão é a Saphira, você também é um cavaleiro agora, e pelo que parece daquela pequena dragoa ali- disse Brom apontando para Saphira- Ela não é apenas uma amiga sua, ela sua companheira, a qual você se ligará pelo resto da vida. Entendeu?

–Sim...

“Você não vivia sonhando em se aventurar como seu pai?” perguntou a Saphira mais velha entrando na conversa” agora você terá uma companheira e uma ajuda para isso, daqui a um tempo você poderá voar nela”

–Agora entendi - disse o garoto animadamente.

–Não é apenas isso... Você gostaria de ouvir toda a história a respeito do dragões?

–É claro- respondeu ele se aproximando do pai dele para ouvir melhor a história.

–Os elfos chegaram na Alagaësia não haviam humanos aqui, os únicos que habitavam essas terras eram os dragões e os anões. Os anões viviam em paz com os dragões, porém os elfos chegaram interessados nas escamas dos dragões, nessa época os elfos ainda não tinham as orelhas pontudas, eles eram como os humanos em todos os aspectos, guerras foram travadas entre as duas raças, e com o tempo suas quantidades diminuíam.

“Vamos nos revesar Brom, contando tudo assim de uma vez você acabará esquecendo de fatos importantes, tenho certezo de que o garoto vai querer fazer perguntas.” Disse a Saphira mais velha.

“Tudo bem, seu turno.”

“Eragon, nenhuma das duas raças se respeitava, os dragões não sabiam falar como os humanos, o modo deles de se comunicar era através de gestos, e os elfos não eram tão rápidos nem fortes , mas possuíam a magia.”

–Um jovem chamado Eragon, encontrou em um certo dia andando pelo floresta um ovo de dragão. Ele pegou o ovo e cuidou dele e do dragão que dele saiu. Ao verem oque o jovem fazia os elfos resolveram copiar e se aproveitar dessa idéia, eles resolveram conversar, e ter pela primeira vez uma conversa civilizada com os dragões.

–Ele era como eu?- perguntou Eragon.

–Não, você é mais bonito, mais esperto e tem um pai bem melhor-Brom respondeu rindo.

“Sim, ele era como você, e a conversa que os elfos tiveram com os dragões acabou gerando um acordo entre os dois grupos. Os elfos dariam a capacidade de falar e se comunicar aos dragões, e estes dariam aos elfos força , velocidade e alguns ovos.”

–Porque os ovos? Eles seriam inúteis ,não?-Eragon perguntou.

“Pense direito Eragon” respondeu a companheira do garoto.

–Pra falar a verdade Eragon esse foi o melhor presente, através dele o elo entre os cavaleiros e os dragões foi estabelecido, e isso é válido até nos dias de hoje. Desde que esse pacto foi estabelecido , os cavaleiros protegem a Alagaësia.

–Porque não existem muitos?

–Nos dias atuais não existem, mas até cem anos atrás existiam muitos, porém aconteceu algo que mudou toda a história.

“Um cavaleiro chamado Galbatorix saiu para se aventurar sem ter completado o treinamento, seu dragão e seus companheiro foram mortos por urgals nessa missão, ele foi o único que sobreviveu. E quando voltou para casa ele pediu para os mestres um novo dragão.”

–Eles recusaram, e Galbatorix fugiu, treinou muito , e roubou um dragão para ele com a ajuda de um cavaleiro chamado Morzan, logo ele começou a reunir seguidores, treze no total, então ele começou a atacar os cavaleiros, eu e Saphira tentamos avisar para os outros cavaleiros oque estava acontecendo, mas eles achavam que eram poderosos e não ligaram para os avisos, Galbatorix matou a todos eles e assumiu o trono, e hoje é ele quem manda na Alagaësia.

“ E você Eragon será o responsável por derrotar esse rei tirano...”

“ Saphira, não passe dos limites, não ainda” Brom alertou Saphira falando com ela em particular.”

–Se os elfos usavam magia eu também posso usar?- perguntou Eragon.

–Pode , mas existem várias restrições para o uso de magia, se você não obedece-las pode acabar morto-Brom respondeu- Agora que seu dragão já nasceu nós podemos continuar a viagem.

Se Brom não terminasse o assunto Eragon acabaria fazendo mais perguntas, e quanto mais tarde eles saíssem daquela caverna, menor seria o tempo para achar os elfos.

–Viajaremos para onde?- perguntou o garoto.

–Um lugar bem legal.

Assim o assunto se encerrou, eles arrumaram suas coisas, fizeram um pequeno almoço de carne e pão e partiram daquela caverna no mesmo dia. Após cinco horas voando sobre algumas montanhas , o solo cheio de neve começou a dar lugar para um solo verde e cheio de grama

Começaram a voar sobre a misteriosa floresta pouco tempo depois, eles não queriam se aventurar por ela, por isso apenas voaram em busca das contruções que indicavam os elfos negros.

Por vinte dias eles voaram para o horizonte, sem parar uma só vez, não encontraram nada. Tudo oque existia eram árvores, não havia nem mesmo um rio onde pudessem beber água, e os alimentos começaram a ficar escassos.

Brom teve a idéia de pararem de voar e começarem a andar pela floresta, depois de a Saphira mais velha arrancar algumas árvores e formar uma pequena clareira onde ela poderia esperar por Brom eles partiram em meio as árvores, a dragoa de Brom não poderia acompanha-los pois não passava entre as árvores.

Nos primeiros cem metros de caminhada Brom voltou a sentir oque havia sentido muitos e muitos anos atrás. A floresta estava impregnada com uma magia muito forte, que Brom podia sentir até mesmo no ar em que respirava, porém ele não conseguia absorver a magia.

O chão era coberto de folhas pretas e mortas, algo naquela floresta era muito estranho, Brom tentou usar um feitiço para iluminar melhor a floresta , não funcionou:

“Saphira não consigo lançar feitiços” disse Brom em busca da mente de sua dragoa, porém não teve resutado.

O cavaleiro mais velho se desesperou, Eragon percebeu a preocupação do pai:

–Saphira me falou para nós sairmos daqui, ela disse que está com muito medo pai, eu também estou, por favor vamos embora, até mesmo você parece desesperado.- pediu Eragon.

–Nós não estamos perdidos, e eu não estou desesperado, o único problema é que eu não consigo falar com minha companheira .- disse Brom tentando fazer com que a situação parecesse controlada. Sem que Eragon pecebesse ele fez a curva voltando pelo mesmo caminho em que haviam entrado na floresta.

Eles ficaram horas andando, não havia saída, era como um sonho do qual Brom não conseguia sair, ele subiu em algumas árvores e tudo oque via eram mais árvores, em todas as direções. Ele não sabia se era noite ou dia, o céu estava sempre acinzentado, como se estivesse prestes a chover.

Em tanto tempo viajando não acharam nenhuma construção ou algo do tipo. Mesmo não estando de noite eles pararam para dormir depois de doze horas de viagem.

–Estou gostando dessa aventura pai. As sombras não estão mais me assustando, Saphira disse que pode me proteger se acontecer alguma coisa.- Eragon disse confiante.

– Ela ainda é meio pequena filho, tente não depender tanto dela. Se um dia você precisar de ajuda use uma espada e corte a cabeça de seus inimigos- Brom disse bravo.

–Sei que você está com medo pai, mas não desconte em mim- Eragon pediu.

–Cala a boca, você não sabe de nada , nem mesmo como sair desse lugar maldito.

– Sei sim , eles me disseram , eles são muito espertos, mais que você pai.

– Eles?

–As vozes, você não ouve?

Brom explodiu de alegria e se desculpou com o filho, ele agirá de cabeça quente, como qualquer criança , Eragon perdoou o pai. Para o azar de Brom apenas Eragon podia ouvir as vozes.

–Pergunte a eles porque não posso ouvi-los.- Brom pediu ao filho. Este rapidamente perguntou:

–Eles disseram que você não é digno, perguntaram também se você está disposto a me deixar aqui. Por favor pai, diga que não, não quero ficar sem você.

–Eu o deixo aqui, junto com a dragoa dele.- Brom disse com muita dificuldade, sem saber oque o filho dele teria que enfrentar.

–Disseram que você tem cinco minutos para se despedir de mim, e que não sabem quando você voltará a me ver.- o garoto disse já chorando.

Brom abraçou o garoto, e chorou no ombro dele:

–Me perdoe , filho- disse ele chorando- aceite minha espada como um presente para seu treinamento, dê um novo nome para ela e use-a. Agora eu tenho que ir .-Brom largou o filho e começou a correr em qualquer direção da floresta.

Quando Brom se deu conta ele estava na clareira que sua dragoa tinha feito, ela estava deitada no mesmo local onde havia estado quando ele partiu.

Brom desabou em lágrimas:

–Ele se foi, os elfos levaram ele, eles são muito poderosos, disseram que não sabem quando irão devolver Eragon.

“Vocês voltaram rápido...”

POV Eragon

O garoto viu seu pai correndo entre as sombras das arvores e desaparecendo, ele segurou as lágrimas e chamou pelas vozes que fizeram com que ele perdesse o pai:

–Está satisfeito?- perguntou o garoto num tom de ignorância.

–Sim- uma voz respondeu e rapidamente uma corpo se materializou em frente ao garoto.

Era um homem alto, usava uma capa preta com um capus, seu cabelo era preto e ele tinha orelhas pontudas como a dos elfos, todas as roupas dele eram pretas, seu rosto era triangular e no pescoço veias negras se mostravam.

O elfo negro se aproximou rapidamente de Eragon, mais do que ele julgava ser possível e agarrou o pescoço do garoto, olhou atentamente ele com seus olhos verdes e falou:

– Você até que se parece um pouco com Brom, você sabe o porque de estar aqui?

–Não.

–Então siga-me.

O elfo saiu caminhando pela floresta, sem parar nenhuma vez e sem olhar para trás, reclamou varias vezes do garoto, falando que sem ele , eles já teria chegado a muito tempo.

Quando Eragon perguntava aonde o elfo queria chegar, ele era ignorado. Em uma hora eles alcançaram algumas construções feitas de pedra polida, as arvores haviam sido substituídas por várias delas, haviam também ruas, e nas ruas vários elfos praticamente iguais ao que acompanhava Eragon.

“Não confio neste lugar, Eragon, aqui não tem dia nem noite, e as pessoas vivem sombrias e silenciosas, até agora ninguém olhou para nós, é como se estivessem mortos”

“Se não fosse pelo fato de eles estarem em pé e andando eu diria que estão mortos.” Eragon pensou tentando se descontrair.

“Calem a boca” pediu a voz do elfo que guiava eles.

Eles desistiram de conversar e continuaram seguindo elfo, este entrou em um edifício que tinha grandes portas e lhes disse para que esperassem do lado de fora, as portas se fecharam e dois elfos ficaram de guarda.

Eragon e Saphira aguardaram ansiosamente, por mais de meia hora eles ficaram parados em frente as grandes portas, quando elas se abriram um elfo chamou-os e os guiou até um trono.

–Sejam bem vindos, cavaleiro e dragão- disse o elfo que estava sentado no trono.

Aquele era o único entre os elfos que não usava nenhuma roupa preta, muito pelo contrário, ele estava com roupas brancas, a capa dele não possuía capuz e ele aparentemente não tinha veias pretas.

–Se ajoelhem e cumprimentem o Rei Palancar. – disse o elfo que tinha trazido eles até o trono.

Sem fazer questionamentos, Eragon e Saphira se ajoelharam e cumprimentaram o Rei Palancar:

–Ó Rei Louco- Eragon começou a dizer- Saphira e eu lhe mandamos nossos cumprimentos. - Eragon disse na maior formalidade possível.

Logo antes de terminar de falar, um elfo passou a espada no pescoço de Eragon e perguntou:

–Quer que eu mate ele por te insultar meu Rei?

–Fique calmo, Rayzan, ele é apenas uma criança. Será que você poderia se retirar?

O elfo se retirou silenciosamente, sem reclamar, e o Rei ficou sozinho, apenas com cavaleiro e dragão.

–Eu conheci seu pai Eragon, anos atrás, eu não achei ele muito inteligente.

–Você é o mesmo Rei Palancar das histórias? - Eragon perguntou.

–Sim, aquele que todos consideravam louco, os elfos me expulsaram dizendo que eu estava louco por matar todas as crianças que nasciam, eu era na época um agente infiltrado dos elfos negros e tinha um objetivo ali... Mas isso é um assunto para outra hora. Era bom viver com os humanos, eles eram bobos e inúteis. Está com fome? Claro que sim né, venha, me acompanhe e traga seu dragão.

Palancar se levantou do trono com uma velocidade que Eragon julgou não ser possível para alguém tão velho, ele entrou em uma porta que ficava do lado esquerdo do trono, essa porta deu em uma pequena sala que revelava mais três portas, na esquerda, na direita e na frente.

O rei entrou na porta esquerda e nessa sala havia uma mesa retangular, com um cadeira em cada ponta, e cinco em cada lateral, totalizando doze cadeiras. A mesa estava repleta de alimentos, carnes de frango, porco, vaca e peixe. Tinham todos as espécies de vegetais e frutos que Eragon conhecia e também mais alguns. Pão, tortas e bolos também eram presentes.

Um elfo apareceu e serviu vinho para Palancar, ofereceu um pouco para Eragon, porém o rei não deixou que o garoto bebesse.

–Pode se servir Eragon, Saphira, alguns servos meus trarão carne para você, não tente responder em minha mente, senão você se arrependerá.

Saphira tentou entrar na mente dele para agradecer, porém tudo oque encontrou foram trevas e escuridão, pensamentos de um louco.

"Eragon ele é..." a dragoa tentou falar, porém se sentiu muito fraca e não conseguiu.

–Oque você fez com ela?- Eragon perguntou com medo.

–Foi apenas um castigo por ela me desobedecer.

Palancar se sentou em uma das cadeiras da ponta da mesa, colocou alguns pedaços de carne em seu prato, alguns vegetais e ficou observando Eragon comer. O rei não tocou na comida em momento algum.

Muito curioso com o porquê do rei não estar comendo ele perguntou:

–Por que não come? Está delicioso.

–Você sabe o porquê de estar aqui, meu jovem? – Palancar perguntou abrindo um sorriso.

–Não.

–Amanhã descobrirá- disse o Rei abrindo um sorriso não muito caloroso.

Eragon terminou sua refeição e perguntou para o rei oque ele deveria fazer agora, para onde iria, afinal o garoto estava perdido, sem pai e sem destino.

–Vou mandar alguns elfos arrumarem uma cama para você, permaneça aqui, nesta sala, não saia dela, um elfo virá te buscar.

O rei se retirou daquela sala pela mesma porta que havia entrado, e meia hora depois dois elfos vieram buscar Eragon e levaram ele pela mesma porta que ele tinha entrado, um dos elfos carregou Saphira.

Dessa vez eles foram para a porta da frente, essa conduzia eles a uma escada em espiral, a escada levava a corredor com três portas , cada uma bem longe da outra, Eragon foi levado a primeira juntamente com Saphira.

Os elfos deixaram ele la sozinho com Saphiira desacordada. Era um quarto, tinha uma cama de casal, e em um canto varias almofadas estavam jogadas no chão , formando um ninho para Saphira. Com muita dificuldade Eragon levou-a até ele e depois deitou na cama que lhe fora designada.

Ele ficou deitado por quase duas horas tentando dormir, porém não conseguia por havia feito isso pouco tempo atrás, com Brom, o garoto chorou, tentou abrir a porta do quarto, porém essa estava trancada.

Ele acabou se dirigindo a uma bancada a qual o quarto dele levava, ele viu que bem de baixo da bancada passava-se uma cachoeira, e a cachoeira descia por muitos metros e acabava em um lago que ficava dentro de uma floresta.

Eragon conseguiu ver tudo isso apenas por o céu não estava, nem ficava escuro. Ele acabou voltando para a sua cama, e mergulhou em pensamentos, tudo parecia estar errado para ele, sua companheira estava desacordada, seu pai tinha fugido, ido embora e o céu não ficava escura nem claro.

O garoto estava com saudades de seu primo, Roran e com seu tio Garrow. Meses atrás o garoto ainda vivia com eles, porém Brom chegou e assumiu que era pai do garoto. Apesar dos avisos de Garrow que Brom poderia estar mentindo, o garoto partiu escondido do tio em uma viagem com Brom, e desde então nunca mais voltou a ve-los.

Algum tempo depois Saphira acordou, e mandou Eragon ir dormir:

“Durma pequenino, tenho a impressão que amanhã não será um dia bom nem para mim nem para você”

“Você acha que ele voltará para me buscar?” Eragon perguntou se referindo a Brom.

“Acho que não, mas não se preocupe com ele, tenho certeza de que ele não te deixou a aqui por um motivo qualquer.”

“Mas ele me abandonou...”

“Você viu o quanto ele chorava? Ele te amava, muito mais do que você pensa.”

“Você está certa , me desculpe por estar bravo com ele, é que eu não estou conseguindo aceitar tudo isso”

“Eu estou com você, não se preocupe, estarei sempre com você. Agora durma em paz pequenino, e esteja preparado para qualquer coisa.”


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Notas finais do capítulo

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