Um Eragon diferente escrita por Dark And Black


Capítulo 3
Capítulo 2- Sem amigos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! É meio pesado esse cap, muitas coisas ainda serão omitidas mas ao longo da historia eu explicarei elas.



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Eragon acordou com batidas na porta do quarto em que havia dormido, ele esperava acordar e não estar mais ali, naquele reino onde as pessoas eram frias e aterrorizantes. O garoto voltou a dormir quando as batidas pararam, essa foi uma decisão péssima para ele.

A porta quarto dele foi derrubada, mas ele não acordou porque havia dormido poucas horas de sono e estava muito cansado da viagem que havia feito com seu pai. Alguma coisa arranhou sua mente, porém ele ignorou e continuou dormindo, se Palancar quisesse que ele acordasse, que ele mesmo fosse lá.

Ele sentiu algo na bunda, em seguida nas costas, e aos poucos esse algo se transformou em uma dor aguda, ele acordou e tirou a cara do travesseiro, sentou de pernas cruzadas na cama e esfregou os olhos, tentando tirar o sono que o atormentava, sentiu dor em mais dois lugares nas costas e ouviu um rosnado.

“Não bata nele!” Eragon ouviu na mente de Saphira.

Ao perceber o que realmente se passava ele se levantou da cama em uma pulo, pisando no chão duro e frio de pedra, dessa vez sentiu a dor na perna, e viu o que pelo que tinha sido atingido. O chicote que estava nas mãos do rei Palancar pegou na bunda dele novamente, o garoto começou então a chorar:

–Não chore Eragon. Se você não soubesse pelo que tinha sido atingido, não estaria chorando. – Palancar disse suavemente com um sorriso no rosto.

–Porque? Porque você está fazendo isso comigo?

–Porque eu pedi para você acordar várias vezes, você não ouviu, então tive que partir para o segundo plano.

“Matar ele? “Saphira perguntou.

“Tome cuidado ao falar com ele, você não se lembra o que aconteceu ontem?”

–Saphira foi descuidada ao falar comigo por tentar invadir minha mente, se vocês quiserem falar mentalmente comigo, podem. Não há nenhum perigo.

Eragon se acalmou e parou de chorar, o rei era perigoso, e era melhor ele obedecer a todos ali, senão acabaria morto antes mesmo de descobrir o porquê de estar ali .

–Vamos tomar um café da manhã? - Palancar perguntou, mais ordenando do que convidando.

–É claro- Eragon respondeu sem muita cerimonia.

Eles foram para a mesma sala em que estavam no “dia” anterior, dessa vez a mesa estava cheia de frutos, tinha uma jarra com leite, e outra com água. Eles se sentaram nas mesmas posições em que haviam se sentado da última vez:

–Se você for beber leite, então beberá apenas ele, não comerá mais nada, e se for beber água então poderá comer de tudo, menos beber leite. - Palancar disse autoritário.

Eragon permaneceu em silêncio, preferiu não questionar o rei, para evitar tomar outro rala, ou então até mesmo apanhar. Palancar olhava para ele curioso:

–Pelo que eu vejo você deixou de ser curioso- o rei disse amistosamente- mas sei que tem uma dúvida em mente, então responderei. Daqui a vinte minutos seu treino começará, se você tiver comido leite e frutas, sua barriga poderá rejeitar a combinação e você não dará conta de treinar.

Tudo isso deixava claro ao garoto que ele iria treinar depois do café da “manhã”. Ele continuou em silêncio, mas assentiu com a cabeça, o rei abriu um sorriso de admiração para Eragon, porém ele continuou com a cara fechada, afinal havia acabado de apanhar de um homem, e esse mesmo homem estava se fazendo de bonzinho agora.

–Você está aprendendo muito rápido como se comportar, estou realmente impressionado. – Palancar disse.

Em seguida houveram duas batidas vindas da mesma porta a qual Eragon entrou naquela sala, Palancar disse:

–Seu treino está prestes a começar Eragon. – disse ele num tom de voz baixo, mas em seguida aumentou- Entrem, por favor!

Dois elfos entraram com um ar divertido, pela primeira vez desde que chegará ali o garoto conseguiu sentir um pouco de alegria, mas esse sentimento logo se dissipou quando os elfos olharam no rosto do rei e trocaram o sorriso que tinham nos lábios e nos olhos por uma expressão carrancuda e fechada:

–Nós estamos prontos para partir, meu rei. – disse um deles.

–Muito bem, apenas aguardem Eragon terminar de comer e arrumar as coisas.

Eragon terminou de comer o mais rápido possível juntamente com Saphira, ele foi no quarto em que havia dormido e pegou a única coisa que possuía: a espada de Brom. Ao sair de seu quarto, ele foi levado por um elfo a sala do trono, onde o rei estava sentado em seu trono, os dois elfos se encontravam ajoelhados perante o rei.

Sem querer correr riscos Eragon e Saphira se ajoelharam também, não sabiam o que fariam, nem para onde iriam, mas sabiam que tinham que respeitar o rei.

–Vocês irão correndo para Midgard, não tenham dó do garoto, qualquer erro ou deslize de algum de vocês dois poderá resultar em morte. Entenderam Crossley e Imer?

–Sim- os dois responderam juntos, depois se levantaram e olharam para Eragon- Siga-nos garoto.

Cavaleiro e dragão seguiram os elfos, estes entraram em um corredor que levava para o sul, no corredor as paredes eram feitas de pedra e haviam portas e mais portas, no fim dele chegaram em uma bancada semelhante a do quarto em que Eragon tinha passado a noite, em frente a essa estava a cachoeira, eles não tinham visão para o horizonte.

No lado esquerdo da escada havia uma escada íngreme que levava para baixo:

–Será que ele aguenta, Imer. – Crossley perguntou a seu companheiro.

–Consegue garoto, ou prefere que nós te joguemos daqui de cima? – Perguntou Imer com a cara séria.

–Daqui de cima? – Perguntou o garoto gaguejando – Aguentar o que exatamente.

Os dois elfos explodiram em risadas, não eram como os sorrisos do rei, eram verdadeiros e traziam felicidade a quem ouvia.

–Não se preocupe, não te jogaremos daqui, mas seria uma opção melhor do que ter que descer as escadas correndo, é quase uma milha garoto. – Crossley disse controlando a risada- Então, vamos?

Eragon estava com medo de que eles apenas quisessem fazer com que ele o que o rei fazia. Hesitante ele começou a descer as escadas na ponta dos pés, o mais rápido possível, lá de trás um dos elfos gritou para ele:

– Te vemos la embaixo Eragon, se eu fosse você não me apressaria, pois são muitas escadas e você tem que fazer tudo correndo, guarde energia, pois além dessa milha você terá que correr mais nove.

Eles pularam do lugar onde estavam mesmo, se eles morreram ou não ele não sabia, mais resolveu seguir o conselho que lhe deram e passou a descer com menos velocidade, em alguns minutos ele sentiu as panturrilhas começarem a doer, em seguida as pernas doíam, isso era muito pouco comparado ao cansaço que sentia nos pulmões, a respiração ofegante e alta.

Durante alguns minutos seguintes aguentou essas dores, morrendo de cansaço ele chegou ao fim das escadas, logo do lado tinha um rio, sem ponte e com uma correnteza que conseguiria levar tranquilamente um cavalo. Do outro lado do rio a floresta se estendia sem limites, pelo menos aos cálculos que o garoto fez na bancada antes de dormir. Do outro lado do rio estavam os dois elfos acenando e gritando:

–Você terá que atravessar o rio.

Eram quase dez metros de comprimento e água veloz, sem hesitar o garoto pulou, não sabia nadar, mas seu medo de se afogar era bem menor do que o de tomar outro castigo severo. A água era mais forte do que ele pensava, e ele acabou se surpreendendo com a força do rio, este era muito frio.

Rapidamente os pequenos músculos de Eragon relaxaram, ele bebeu muita água, o máximo que pôde antes de se afogar, sentiu a água penetrando friamente seu nariz, sua boca e seus ouvidos, deixando tudo frio e o deixando perdido.

“Irei te salvar” Saphira disse em sua mente.

“Você...” Eragon tentou dizer ao seu dragão que ela iria se afogar também, porém a água impediu.

Ele sentiu algo forte segurando seu corpo e sentiu o ar morno da superfície novamente, tentou respirar, mas não conseguia, os pulmões estavam cheios demais, e ele mal conseguia abrir os olhos para ver quem o tinha salvado. Uma pressão surgiu no peito e toda a água que estava ali subiu rapidamente e ele a sentiu passando e saindo da sua boca que estava aberta e tentava, descontroladamente, respirar junto com o nariz.

A força dele parecia ter aumentado de uma hora para outra e ele se levantou assustado:

“Eles são confiáveis, bons amigos, te salvaram, mas não quiseram te esperar” Saphira disse com alegria. “Siga-me que te mostrarei a direção que eles tomaram.”

“Obrigado” Disse ele a ela.

“Me disseram que é para você correr sem preservar energia, ou até sentir um pouco de cansaço, nesse ponto você já terá alcançado eles, afinal, saíram não faz nem cinco minutos.”

Saphira voou até uma pequena e quase invisível trilha que ficava floresta adentro, logo ele começou a correr e ela a voar. As forças dele pareciam cinco vezes maiores, era como se ele não tivesse descido as escadas pela manhã, as dores que ele tinha sentido antes demoraram se revelar de novo, mas a respiração tinha se tornado menos pesada.

Ele correu por quase duas horas com Saphira ao seu lado, seguiam sempre para o sul, e começaram a pensar que estavam perdidos, como se toda a dor que ele sentirá mais cedo nunca tivesse desaparecido, ela voltou rapidamente, surpreendendo Eragon, o pulmão queimava e parecia um peso em seu peito, os braços estavam dormentes, cada parte das pernas doía, com exceção das unhas do pé, e ele começou a sentir tonturas e cabeça doía também.

Ele já não aguentava mais, toda a energia tinha sido cortada repentinamente e ele estava cansado de tudo aquilo, as vistas reclamavam de sono.

“Eu posso te ajudar” Saphira disse “posso doar um pouco de minha energia, nunca usei dela mas posso tentar usar.”

–Nem se atreva a dar de sua energia para ele- Imer disse- Se fizer isso estará acabando com tudo.

“Minha energia foi bloqueada, Eragon, não consigo acessa-la.” Disse ela desesperada.

–Fizeram o que com ela? – O garoto perguntou furioso, pensando em como tinha sido enganado por aquele elfo que ele julgava ser amigo.

–Acalme-se, foi para o bem de vocês dois, no futuro entenderão, mais não hoje.

Eragon tentou lutar e resistir, encarar aqueles elfos, mostrar para eles que mesmo não fazendo muito tempo que ele estava ali, ele estava cansado e enjoado, ele não conseguiu mais lutar e desmaiou.

–--- ‘ ----

Eragon sentiu cutucadas de leve em seu corpo, ele não acordou com muita energia como da última vez, mas não sentia dores no corpo. Ao abrir os olhos ele viu o rosto de Imer, bem próximo ao dele, ele estava sendo carregado nos braços do elfo.

“Finalmente acordou” Saphira disse alegre.

“Quanto tempo fiquei desacordado?” Ele perguntou.

“Três horas”

Os elfos conversavam em voz alta:

–Isso não vai sair bom pra você Imer, nossas ordens foram não ajudar ele em momento algum. – Crossley disse apreensivo.

–Eu fiquei com dó dele, nunca tive um filho, você sabe, ele é a única criança que nós vemos em milênios. – Imer respondeu com calma.

–Não quero interromper, mas eu já acordei- Eragon disse sorrindo e sendo recolocado no chão.

–Nós estamos a menos de cem metros de Midgard, é bom que você corra um pouco para mostrar que está um pouco cansado da viagem. – Imer alertou Eragon.

–O que é Midgard? – Ele perguntou iniciando uma corrida bem leve.

–Um centro de treinamento, em breve você verá.

“Para que você iria treinar? Não estamos enfrentando nenhum perigo.” Saphira disse se intrometendo na conversa.

“Você já ouviu a história a respeito de um rei tirano... “Imer começou mas foi interrompido por seu amigo.

“Não devemos contar nada, por mais que seja idiota ou estupida esta profecia, não devemos de forma alguma falar sobre ela com o garoto.” Crossley interrompeu.

“Não sei se confio em vocês ou não, uma hora são amigos e na outra escondem segredos de nós.” Eragon entrou na conversa.

–Nós apenas podemos lamentar pelo modo que você tem sido tratado, nossa raça não foi sempre assim.- Imer disse suspirando- Agora corra bem rápido Eragon, hora que for para parar nós falaremos.

Vários segredos eram escondidos dele, e ele sabia disso, ninguém queria contar, mas um dia ele descobriria. Ele correu pela trilha que se seguia em frente a ele o mais rápido que suas pequenas pernas permitiam, aos poucos a vegetação se tornou densa e ele continuou correndo por um trecho sinuoso, até chegarem em um grande lago, este era límpido, e era possível ver até o seu fundo, que era formado por uma areia branca, aquilo dali não parecia ser Midgard, e nem mesmo algum centro de treinamento.

–Pode parar agora. – Crossley ordenou.

–Acho que estamos no lugar errado. – Eragon disse.

–Não, estamos no lugar certo- Crossley respondeu sorrindo- Você sabe nadar?

–Um pouco, posso tentar na sorte, treinei um pouco com meu primo Roran quando nós íamos pescar com meu tio Garrow.

–Já deve ser o suficiente, você irá nadar até o fundo do lago e tentara achar alguma abertura embaixo da areia que cobre o fundo do lago- Disse Crossley.

Eragon pulou de roupa e tudo mais, sem esperar novas ordens, e deixou seu corpo cair levemente no fundo do lago, este era grande porém raso, apenas três vezes o tamanho de dele, mal conseguiu chegar ao fundo ele perdeu o folego e voltou para a superfície:

“Posso te ajudar pequenino, tenho mais folego que você.” Saphira ofereceu ajuda.

–Ela pode ajudar, Crossley? – Eragon perguntou sem esperança, já esperando um não de resposta.

–Ela não espera que você faça tudo sozinho, espera? É claro que sim garoto, ela pode ajudar. - Crossley sorriu.

“Antes de pular desesperado analise a situação, ele quer que nós achemos uma abertura no lago, uma passagem para Midgard provavelmente, nessa abertura o ar será sugado, então haverá uma leve borbulhação na agua, como meus ouvidos são melhores que os seus, então posso ouvir.”

“Boa ideia, então eu apenas vou esperar você achar, e quando isso acontecer eu abro a passagem.”

Saphira começou a planar sobre o lago, enquanto isso os elfos e Eragon observavam em silêncio, eles demonstraram surpresa com a estratégia de Saphira. Ela demorou meia hora para achar a passagem, Eragon mergulhou dessa vez com mais folego e disposição, ele tirou a areia que estava por cima de uma tampa de ferro que ele apenas retirou, foi rapidamente puxado para dentro do buraco por causa da agua que entrava freneticamente.

Ele caiu em uma espécie de lago subterrâneo que era bem mais fundo que o outro, atrás dele os elfos e seu dragão também entraram, Crossley e Imer caíram na água também, porém Saphira apenas voou para dentro da caverna que ficava abaixo do lago, a caverna era toda iluminada com tochas, o lago ficava no meio dela.

Em cada um dos quatro cantos da caverna haviam armas diferentes, em um deles haviam espadas brancas e negras, em outro haviam arcos e flechas, lanças em outro dos cantos e catapultas no último deles.

Eram quase cem metros de altura e mais de quinhentos de comprimento, segundo os dois elfos, o maior salão de treino que existia. Eragon nadou até chegar em terra firme:

–A partir de agora seu treino se inicia, nós vamos treina-lo, mas no primeiro desafio quem vai te treinar é outra pessoa, lembre-se, faça de tudo para passar. Enquanto isso vamos treinar um pouco Saphira. –Imer avisou correndo rapidamente até os arcos, pegando um e uma aljava com vinte flechas, correu na direção das catapultas e começou a lançar flechas e pedras nela.

–Venha comigo Eragon. – Crossley disse.

Eles seguiram na direção de uma porta que tinha entre a parte dos arcos e das espadas, esta porta levou a duas outras, Crossley mandou ele entrar na direita sozinho e ele entrou. Dentro da pequena sala que o garoto entrou havia apenas uma tocha iluminando, por isso pouca coisa era visível, apenas um elfo de cabeça baixa e que segurava firmemente uma espada era visível.

Eragon pegou com dificuldade a espada de seu pai para se proteger:

–Acalme-se garoto, seu único objetivo aqui é tirar essa espada da minha mão, caso consiga ela será sua. – Disse o elfo, a espada que ele segurava era preta, aparentava ser de um material muito resistente e refletia a imagem dele.

Sem pensar ele atacou com toda a força a espada preta e não conseguiu nem mesmo fazer com que ela tremesse, ela continuou estática, como se estivesse cravada em uma pedra, Eragon usou o mesmo processo várias vezes sem obter sucesso. Ele resolveu parar de usar a espada, e jogou ela no chão, como o elfo não o atacava, ele pensou que poderia ficar indefeso e não aconteceria nada.

Com as mãos ele tentou puxar a espada pela parte mais chata e que não era afiada da espada, porém também não obteve sucesso, tentou puxar os dedos do elfo, puxava um com sucesso, mas não conseguia segurar por muito tempo, pois a força do elfo era grande, seu dedos eram muito quentes, mais um motivo para ele não conseguir.

Ele se sentou no chão da pequena sala e começou a refletir:

“Tudo está dando errado, no momento tudo o que eu tenho é a Saphira e a espada inútil do meu pai, tenho que sair daqui.”

Ele procurou a maçaneta da porta, torceu ela com toda a força, chutou a porta, se jogou nela, só não explodiu porque não era possível.

“Droga, agora vou...” ele se lembrou que Saphira tinha lhe dito para analisar a situação.

Ele parou para pensar e viu que se ele quisesse a espada teria que fazer o elfo soltar. Em seguida lembrou-se da dica que Imer tinha lhe dado de fazer de tudo para vencer. Ele pegou a espada no chão e começou a bater no elfo com ela, sem corta-lo, usando apenas o lado chato da espada:

–Solte, solte, por favor! Senão irei fazer algo pior. – Eragon ameaçou.

Ele começou a fazer pequenos cortes no braço do elfo, mas este não demonstrou reação, ele começou a ficar irritado, levantou a espada acima da cabeça e abaixou com toda a velocidade e força que tinha visando acertar o pulso daquele que segurava espada negra.

A espada de Brom cortou os dois pulsos do elfo e as mãos dele caíram no chão, Eragon atacou furioso as duas mãos que estavam grudadas na espada, em seguida desgrudou elas, pegou a espada, que era leve, com facilidade e levantou ela comemorando.

–Agora mate-me senão eu te matarei- disse o elfo se mexendo pela primeira vez, com um sorriso vingativo no rosto.

Cansado de tudo aquilo e sem pensar, o garoto passou a espada negra pela cabeça do elfo e este caiu no chão. Aporta se abriu e Imer entrou abraçando o garoto, que chorava freneticamente, com duas espadas em mão.

No exato momento em que matou ele percebeu o que havia feito e começou a chorar, mas se lembrou do conselho do pai:

Ou os bons morrem, ou os maus, qual você acha que é melhor.

Imediatamente ele parou de chorar, se livrou do abraço do elfo e saiu da sala voltando a caverna:

–Vamos treinar, estou pronto. –Eragon disse sem medo.

–Mas você acabou de matar, não come a muito tempo, dê uma descansada. – Crossley disse.

Sem discussão eles começaram a treinar, Eragon não se saiu bem em nenhuma das atividades que ele praticou, ele mal tinha força para fazer alguma coisa, mas treinou dando o máximo de si mesmo, com a espada ele procurava sempre defender e se desviar, com o arco e as flechas ele havia aprendido apenas como pegar corretamente no arco, porque a mira estava um desastre.

As lanças não voavam por uma distância maior do que dez metros e a catapulta era impossível para ele no momento, pois não tinha força nem tamanho para manusear. O garoto tinha vontade de crescer e estava dando o máximo de si mesmo para isso.

Quando ele terminou de usar todas as armas eles saíram daquele centro de treinamento subterrâneo por uma porta que dava em um arbusto. Eles voltaram para o castelo do rei andando, Eragon não tinha energia nem mesmo para comer e acabou sendo carregado em uma parte da viagem, Saphira tinha vários arranhões que os elfos curaram, e custava voar.

Faltando apenas uma milha para chegar no castelo, com a cachoeira já visível, Eragon desmaiou. O garoto acordou com fome, abriu os olhos e viu que estava no mesmo quarto do castelo em que havia passado a última noite, Saphira estava deitada ao seu lado. A porta estava escorada, ele se levantou e abriu a porta.

Entrou na mesma sala em que tinha jantado e tomado o café da manhã, tinham pães e carne na mesa, e o rei sentado em uma das cadeiras, Imer estava em outra.

–Junte-se a nós Eragon. –Palancar convidou. – Imer estava me contando como você se cansou nos treinos, ele falou que você se esforçou muito. É verdade?

–Sim. –Eragon se sentou em uma das cadeiras e olhou para Imer.

–Porque você carregou ele, Imer?

–Ele não tinha energia, você devia ter um pouco de dó dele, é apenas uma criança humana. – Imer disse nervoso.

–Galbatorix também era...- Palancar disse sorrindo. – Você sabe que as pessoas pagam pelos erros não é Eragon?

Ele apenas afirmou com a cabeça, alguma coisa ia acontecer ali, e o garoto sentia medo.

–Você vai mesmo fazer isso comigo? Eu sou seu melhor guerreiro. – Imer reclamou.

Palancar se levantou de sua cadeira e caminhou até a que Imer estava, colocando uma faca de mesa no pescoço do outro elfo, este estava apreensivo:

–Você não é um rei. – Imer disse.

–Se aproxime Eragon, ouvi dizer que você matou um elfo sem hesitar.

–Fiz o que era necessário – Eragon disse se aproximando.

–Segure esta faca para mim então.

Ele pegou na faca, já percebendo uma parte do que aconteceria, o rei começou a empurrar a faca que Eragon segurava levemente sobre o pescoço de Imer, uma pequena linha de sangue já escorria da garganta. Palancar parou com a pressão e sentou em sua cadeira:

–Mate-o – o rei ordenou.

–Seja rápido garoto. – Imer disse.

Eragon começou a chorar silenciosamente e passou a faca o mais rápido que pode.


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Notas finais do capítulo

Se tiverem leitores fantasmas, por favor se revelem e deixem um review. E o proximo cap só nas férias, vai ficar gigante, mas infelizmente só nas ferias la pelo dia 9.



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