Bad Romance (Black Iron) escrita por Bruna


Capítulo 8
Fear


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, desculpe mesmo pelo atrasinho, o plano era postar ontem, mas a minha vida está uma bagunça. Sorry.

Estou sentindo falta de alguns leitores que comentavam :( Mas adorei ter novos leitores, amei os comentários, e sobre as dicas de músicas de vocês: In love completamente! Muito obrigada mesmo amores *--*
Vai ser só entrar em férias que eu vou me ajeitar melhor, mas eu já comecei algumas ideias de ones, lindos *0*

Sem mais delongas, tomara que gostem do capítulo, me desculpem qualquer erro, não consegui revisar muito bem. Boa leitura >
Beijos s2



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Se lembra daquelas paredes que construí?

Bem, querido, elas estão desmoronando

E elas nem sequer resistiram à queda

Elas nem sequer fizeram barulho

(Beyoncé - Halo)

Realmente eu poderia ficar apenas perdida naqueles lábios, todavia o destino não quis isso.

– Sr. Stark, há um homem requisitando sua presença. – A voz com aquela irritante calma soou acima de nós.

Nós nos separamos com certa resistência, mas finalmente, já separados, pude olhar em seus olhos, e ele nos meus.

Aquilo era estranho, eu sentia uma urgência em desviar o olhar e me afastar, todavia, ao mesmo tempo, queria poder ficar ali, congelar aquele momento.

Seu olhar sobre o meu parecia me queimar completamente, era tão intenso quanto o que eu estava lhe lançando, afinal porque ainda estávamos agarrados?

Afastei meu corpo do seu e logo quis voltar, seria apenas um desejo momentâneo ou eu realmente queria estar perto de Stark? Ou eu havia ficado louca...

– Acho que eu deveria ver o que querem comigo... – Stark disse finalmente quebrando aquele silêncio que havíamos criado.

– Acho que sim...

Tony ainda ficou parado, me encarando, e eu a ele, ninguém movia nem um músculo. E para falar a verdade, mesmo que eu nunca fosse dizer isso, eu não queria que ele se afastasse, não queria sair de perto de Tony.

Seu toque era tão quente e urgente, mas ao mesmo tempo, tão calmo e... Carinhoso?

Porque afinal eu estava pensando essas coisas, foi apenas um beijo idiota em uma festa idiota!

Nota mental: Nunca mais ir a festa alguma com Tony Stark.

– Bom, até mais. – Tony me lançou um ultimo olhar, eu poderia estar realmente ficando louca ou ele realmente queria ficar? Por quê?

Quando ouvi o som da porta batendo suspirei cansada, me apoiei no parapeito da sacada e fiquei olhando o céu a minha frente.

A noite escura sendo iluminada pelo brilho da lua e com várias estrelas para enfeitar. Um vento frio passou pelas minhas costas que estavam expostas por causa do vestido e me lembrei do toque de Stark, as sensações que ele havia me proporcionado eram quase indescritíveis.

Seu aroma continuava o mesmo da noite em que ele me abraçou e me protegeu dos pesadelos, doce e amargo.

Seu beijo foi como despertar de um sonho que eu nem sabia que estava, mesmo que eu não quisesse admitir, não havia sido apenas um beijo. Havia sido bem mais que isso.

Meu corpo ansiava por aquele beijo bem mais do que eu achei que seria possível suportar, e eu havia descoberto isso hoje. Cada segundo que meus lábios tocaram os de Tony, eles tinham me levado para outro mundo, mais do que esquecer meus problemas e pesadelos, me deixaram em um paraíso, ele havia me deixado em um paraíso.

Não havia sido apenas um beijo.

Se tivesse sido apenas um beijo, eu não teria sentido o que eu senti.

Eu não havia apenas saciado um desejo, eu tinha despertado, senti uma coisa que eu nunca senti em toda a minha vida, será que eu estou exagerado de mais e, na verdade, havia sido apenas um beijo?

Não havia sido apenas um beijo.

Bufo frustrada comigo mesma, desisto de olhar para lua e entro em meu quarto, está tudo escuro, vou direto para o banheiro e tomo uma ducha rápida. Já vestida com uma camisola preta de seda, vou para minha cama, deito minha cabeça no travesseiro e simplesmente não consigo dormir.

Inúmeros pensamentos afloram na minha cabeça e, infelizmente, todos sobre Tony.

Seu toque, seu cheiro, seu beijo, tudo sobre Stark parece trazer memórias e sensações ao meu corpo.

E a pergunta que não saia da minha cabeça era: Por quê?

Se era apenas desejo, por que isso martelava tanto na minha cabeça?

Bom, para essa pergunta eu já sabia a resposta, não era apenas por desejo, não importa o quanto eu tente pensar isso.

Desde que eu havia me mudado para a casa de Tony as coisas estavam diferentes.

Por incrível que pareça, Tony Stark, esse idiota, convencido, egocêntrico, havia se tornado importante para mim, mais importante do que ele já era.

Ele me fazia esquecer meus problemas, me tornar alguém normal, viver o momento, sem me preocupar com quem eu era ou o que aconteceria.

O dia em que vimos Batman e depois tivemos uma guerra de água, como duas criancinhas, havia sido um dos dias mais divertidos.

Mesmo com todos os problemas daquela festa em que ele me levou, ele conseguiu novamente me fazer esquecer meus problemas, mesmo que eles tenham voltado em dobro depois.

Todavia, naquela noite, ele havia se aberto comigo, mesmo estando um pouco bêbado, mas completamente são.

E quando os pesadelos voltaram, ele havia sido meu porto seguro, um conforto que eu há anos eu não experimentava.

Involuntariamente, eu havia me aproximado muito mais de Tony. Em todas as vezes que eu ria de suas piadas, aceitava suas brincadeiras, dançava com ele, olhava dentro dos seus olhos, me reconfortava em seu abraço, pedia por seu toque, me tornava viciada em seu aroma, beijava seus lábios...

Não havia sido apenas um beijo.

A prova disso era o fato de eu não conseguir desviar meus pensamentos para outro assunto que não seja Tony Stark e seu maldito beijo perfeito!

Passo, o que acredito serem horas, rolando de um lado para o outro na cama. Eu estava em um sério conflito comigo mesma. Parecia que tudo o que tinha haver com Stark ficara confuso.

Eu estava com muito medo de admitir que tudo sobre ele havia ficado confuso, porque eu estava começando a nutrir sentimentos por ele, sentimentos perigosos.

Depois de muito me debater na cama, acabo caindo em um sono profundo e sem pesadelos, ou sonhos.

. . .

Acordo e olho para minha cômoda, já eram duas horas da tarde.

Sento na cama rápido e logo me arrependo, minha cabeça lateja e por um momento minha visão fica turva, volto a deitar. Respiro fundo algumas vezes e decido por ir a cozinha comer algo, estou quase chegando à cozinha quando paro bruscamente no meio da sala.

E se Tony estiver lá?

Como eu vou encarar ele depois de ontem?

O pior nem havia sido o beijo e sim o fato de eu ter passado horas pensando no beijo.

Puxo o máximo de ar que consigo, tomo coragem e entro na cozinha, que para a minha sorte, está vazia. Solto o ar aliviada.

Mas que criancice Natasha! Vocês estão na mesma casa, uma hora ou outra, querendo ou não, vocês vão se cruzar. E conversar sobre isso!

Não, não íamos.

Balancei minha cabeça de leve, talvez esses pensamentos fossem em bora com esse ato, ou eu estou ficando louca.

As duas opções me pareciam prováveis.

Como uma lasanha instantânea e depois volto para meu quarto, assisto um pouco de TV, mas logo fico entediada e acabo caindo no sono.

. . .

Um barulho extremamente irritante estava ressoando por todo o meu quarto, fazendo com que eu me acorde do meu soninho.

– MAS QUE RAIOS É ISSO, STARK?!

– Nossa, mas já acorda com um mau-humor... – Agora é a voz de Stark que preenche o quarto. – E para a sua informação era apenas um despertador, sua escandalosa.

– E você vai escutar, apenas, o barulho das suas armaduras sendo esmagadas se fizer isso de novo.

– Se continuar a ser vingativa assim, já mudo de ideia quanto a dar carona para você.

– Como assim? Carona para que? – Levanto da cama e entro no banheiro, era realmente estranho falar com as paredes e o teto, literalmente.

– Não me diga que você esqueceu?

– Esqueci o que? Fala logo Stark!

– Do casamento da agente 17, Caren Johnson. E eu aqui achando que vocês duas eram amigas.

Paro o movimento de jogar água em meu rosto com a surpresa.

Droga! Eu havia esquecido completamente da existência desse casamento.

– Segundo o meu relógio, que está sempre certo, você tem em torno de uma hora, uma hora e meia, para se arrumar. E a corrida começa... Agora!

Dai-me paciência, Senhor!

. . .

Devidamente arrumada em tempo recorde, vestindo um vestido roxo solto e simples, com o cabelo já seco e arrumado, maquiagem feita, saltos pretos já postos, joias em seus devidos lugares, faltava apenas mais um desafio, o mais difícil:

Enfrentar Tony Stark.

Eu sei que era meio idiota, mas eu não estava me sentido muito corajosa naquele momento.

Desci as escadas e entrei na sala, nada de Stark. Nem na cozinha, varanda, garagem.

Fechei os olhos e contei até dez.

Já sabendo onde ele estava me dirigi até as escadas do seu laboratório, todavia esbarrei em alguém, e esse alguém era Tony.

– Se queria me agarrar era só pedir, Ruivinha. – Iria responder de imediato, mas fechei a boca. Se ele lembrava-se de ontem, por que estava fazendo uma brincadeira tão descarada e rápida como essa. – Aproposito, você está linda.

Em uma situação normal, aquilo era apenas uma brincadeira e um elogio, mas não, aquela não era uma situação normal.

Seria careta demais eu falar que senti “borboletas no estômago”?

Provavelmente ele achava que havia sido apenas um beijo.

– Obrigada... – Consegui sussurrar enquanto íamos em direção ao carro.

Tony abriu a porta do carro para mim e sorriu, nossos rostos ficaram próximos, próximos demais. Entrei logo no carro e ele fechou a porta. Coloquei toda a minha concentração na estrada.

Tony tentou puxar conversa algumas vezes, todavia eu apenas dava uma resposta rápida e desconversava.

Eu sentia uma enorme pressão em cima de mim, como se eu estivesse carregando um peso de mais de cem quilos.

Não conseguia falar com Stark, nem olhar para ele, nem agir normal perto dele agora. Tudo por causa de um maldito beijo!

Não, eu tinha que aceitar, não era, apenas, por causa do beijo.

Eu estava com medo.

Pelo simples fato de Tony estar conseguindo atravessar barreiras que ninguém nunca havia conseguido passar.

Eu estava com medo.

Ele havia conseguido fazer com que os muros, que eu levei anos para construir, caíssem sem nenhuma resistência. Como se fossem feitos apenas de areia.

Em poucos dias, Stark tinha se aproximado, se tornado importante para mim, me feito feliz.

Eu estava quebrando as minhas próprias regras, não estava usando nem um pouco à razão.

Ele havia se tornado como um anjo para mim, me levando ao paraíso apenas com toques e poucas palavras.

E o pior era que eu rezava para que isso não acabasse e que ele não se afastasse.

Eu estava com medo.

– Vamos Ruivinha? – Despertei com a voz de Tony.

Ele me encarava com um sorriso de canto, assenti levemente coma cabeça e sai do carro.

. . .

– E eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.

Essa era uma frase clichê de filme, e o mais clichê era várias pessoas chorando ou com lágrimas nos olhos. O estranho era eu estar com lágrimas nos olhos.

Depois de se beijarem o casal foi caminhando no meio dos bancos da igreja até a porta. A cena passava em câmera lenta para mim.

O vestido branco de Caren era lindo, a deixava mais bonita do que já era, fazendo seus cabelos pretos se realçarem. Ela não parecia uma agente que já trabalhou na SHIELD, que já matou.

Isso trazia um pingo de esperança, se ela conseguiu esquecer o passado e ter um futuro, por que eu não poderia?

Talvez porque o seu passado é um pouco, muito, diferente do dela.

Com isso, toda a esperança se esvaiu, levando consigo as lágrimas.

Voltei minha concentração novamente para o casal e voltei a sorrir, Caren jogou o buque que parou nas mãos de Hill. Ela olhou para os lados e caio na gargalhada, eu ri junto.

– Vejo que já está mais feliz, perfeito. Esse é que o clima para uma festa. – Tony indagou colocando seus braços em cima do meu ombro e me guiando para a saída.

– Festa?

– Sim, festa, nunca foi a um casamento? Sempre depois da cerimônia temos um festão, você está meio desinformada na vida querida. – Revirei os olhos.

Deixei meu corpo ser guiado por Tony, entrámos no carro e ele deu partida, estávamos indo em direção à festa e o meu subconsciente entrava em colapso. Luzes vermelhas piscavam e um barulho de sirene tocava. A nota mental que eu havia guardado aparecia freneticamente tentando impedir que eu cometesse mais um erro:

Nunca mais ir a festa alguma com Tony Stark.

Tony estacionou o carro na frente de um grande salão e desceu, logo em seguida abrindo a porta para mim.

Suspirei e pensei seriamente em desistir da festa, que claramente era mais um erro, e ir para casa. Todavia, eu não conseguia controlar.

Mais uma vez ignorando meu subconsciente, saio do carro e sigo Stark para dentro do salão.


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