Bad Romance (Black Iron) escrita por Bruna


Capítulo 6
Stay With Me


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoinhas! Aqui está mais um capítulo, tomara que gostem!
Amei seus comentários, sério, não paro de sorrir kkkkkk E para alguns leitores fantasmas, eu adoraria ver seus comentários também *0*

Beijos s2



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Por que estou tão emotivo?

Não, não dá pra ficar assim

Preciso de auto-controle

E lá no fundo eu sei que isso nunca funciona

Mas você pode deitar aqui comigo para que não doa

(Sam Smith - Stay With Me)

Depois de algum tempo sentados apenas em silêncio, decidi que deveríamos ir embora, se iriamos ficar chafurdando em tristeza e arrependimento, pelo menos faríamos isso em casa.

Mesmo Stark não estando realmente bêbado, ele havia consumido muito álcool, o que além de perigoso era ilegal, então eu que dirigi.

A viagem até em casa foi feita em um completo silêncio, nós dois perdidos em nossos próprios pensamentos. Tony mantinha um olhar vago para as ruas, alguns poucos pingos de chuva escorriam pelo vidro do carro.

Chegamos em casa, entrámos, subimos as escadas, cada um entrou em seu devido quarto, tudo em silêncio. As palavras que foram ditas, e até aquelas que não haviam sido, pesavam de mais. A dor que eu sentia Tony também sentia, e agora eu compreendia isso.

Nessa noite, descobrimos que temos mais em comum do que qualquer outra pessoa que já tenhamos conhecido. Tudo isso por causa do passado, de escolhas que não tivemos e de erros que cometamos.

Todas as pessoas vão montando quem realmente são, não pelo tempo de vida, e sim por experiências. Se alguém partir o nosso coração, não confiaremos como antes. Se nos tirarem a liberdade, aprenderemos a sobreviver. Sempre aprendemos com nossos erros, sempre arranjamos algum jeito de continuar a lutar, e é assim que formamos quem nós realmente somos.

Na base da felicidade, do medo, do amor, da tristeza, do arrependimento.

E mesmo que você ache que descobriu quem você realmente é, sempre estamos mudando, por que a vida não para, e nem as pessoas.

Mas depois de tanto viver, de passar por tantas coisas, você começa a se perguntar se o que você faz e fez é certo.

E quando se tem um passado como o nosso e as nossas experiências, você tem certeza que não fez o certo e também tem certeza que nunca irá se livrar de tudo isso.

Seco algumas lágrimas, vou em direção do meu guarda-roupa e pego um conjunto de pijama qualquer. Uma blusa de alça de seda e um short.

Deito na minha cama e sinto um vento frio passar por todo o meu corpo, me encolho e abraço minhas pernas. Está frio, escuro e solitário. Alguém como eu já deveria ter se acostumado com isso, mas nem com tudo o que eu já vivi, eu deixei de sentir medo.

Minhas lágrimas não demoram a encharcar o travesseiro. Choro em silêncio.

Talvez eu ter saído com Tony tenha sido um erro, talvez ter aceitado vir para cá tenha sido um erro e talvez eu nunca tenha feito nada certo em toda a minha vida.

Não sei quanto tempo eu passo apenas chorando, a grande parede de vidro agora mostra o nascer do sol, tão lindo. Adormeci. Não sei por quanto tempo eu dormi, quando eu acordei ainda tinha sol, todavia eu não sentia vontade nenhuma de levantar. Nem sei se eu teria forças para isso. Volto a dormir.

Estou correndo por um corredor branco, olho para os lados e não vejo nenhuma porta e nenhuma pessoa. Quanto mais adentro no corredor, mais estreito ele fica. Ouço Hulk correndo atrás de mim, quebrando as paredes e urrando. Penso em Clint, como eu queria que ele estivesse aqui e que me ajudasse. Como eu queria que alguém viesse ao meu auxílio. E mais uma vez só o que tenho a fazer é correr em vão e chorar.

Acordo, dessa vez já está escuro de novo, e só agora eu noto que passei o dia inteiro deitada na cama. Levanto e sinto uma dor em toda a extensão do meu corpo, ignoro e vou para o banheiro.

Toma um banho rápido e visto o mesmo pijama. Só agora paro me olhar no espelho. Eu estou com uma cara horrível, olheiras em baixo os olhos e um cabelo bagunçado. Mas o que me prende em toda a minha visão é eu mesma.

Por muito tempo o que eu fazia não era importante, nem para quem eu fazia ou quem eu matasse. Todavia, depois que passou a importar eu não havia me olhado, realmente, olhado para mim e para o meu interior. E agora ali, sozinha, no silêncio que eu mesma havia criado, eu pude enxergar tudo.

E visão que eu tinha de mim mesma era horrível.

Tudo vem à tona, KGB, mortes, assassinatos, assassinos, Nova York, inocentes, família, sedução de homens, Soldado Invernal, Vingadores... Tudo.

Começo a me desesperar e chorar. Tampo meu rosto com as mãos, eu não suportava mais ver aquela imagem. Era horrível.

Volto para o quarto ainda chorando, olho para minha cama, os lençóis e os travesseiros que tanto tinham suportado minhas lágrimas e tristezas agora pareciam repugnantes para mim. Pelo simples fato de eu tê-los usado.

Sinto um medo crescer e se impregnar dentro de mim.

Pego tudo que está na cama e jogo no chão, minha visão está completamente embaçada por lágrimas. Minha respiração se torna urgente e descompassada. O ar começa a escapar dos meus pulmões enquanto fleshes de memória ainda pairam na minha cabeça.

Estou sozinha, ninguém pode me ajudar, como da vez em que eu quase morri nas mãos do Hulk...

Começo a hiperventilar, um nó se forma na minha garganta e sinto um forte sentimento de estar sufocando. Eu vou morrer.

Quanto mais eu choro, mais ar me falta, mais me sinto perto de desmaiar. Sinto uma tontura e uma fraqueza, tento me apoiar na parede, mas não consigo, caio de joelhos no chão.

Quero gritar por ajuda, mas não consigo, minha voz sumiu. Todos as minhas forças foram tiradas de mim, só me resta o desespero.

As batidas do meu coração são altas, todavia, escuto a porta do meu quarto sendo aberta, ouço uma voz, entretanto não compreendo suas palavras, o barulho de passos na minha direção me faz encolher e chorar ainda mais.

Alguém para na minha frente, sinto a pessoa segurar meus braços com força. Vão me matar!

Debato-me com toda a força, grito, choro, soluço, faço de tudo para me soltar. Até sentir novamente uma forte dor de cabeça seguida de uma tontura. Finalmente desisto. Se quiserem me matar, não será tão ruim. Já não aguento mais viver do jeito que eu vivo.

Paro de me debater e apenas soluço baixinho, a pessoa na minha frente fala várias coisas que ainda não fazem sentido. Quanto mais vou me rendendo, mais as lágrimas saem do meu campo de visão dando lugar à imagem da pessoa que está na minha frente. Que por sinal não era um assassino, era Stark.

– Natasha! – Tony grita para mim, seu semblante é preocupado e desesperado, ele que segura fortemente meus braços, me balançando levemente. – Natasha...

Não consigo responder, finalmente olho diretamente para seus olhos, sei que estou demonstrando medo, que é o que eu sinto naquele momento, todas as minhas fraquezas ficaram a mostra, todavia, não me importa mais com isso, apenas precisava de alguém.

– Vai ficar tudo bem. - Tony olha para mim e em seguida me abraça, seus braços rodeiam as minhas costas e meus ombros, uma das suas mãos afaga levemente meus cabelos. – Vai ficar tudo bem...

Tento me controlar e voltar ao normal, mas sei que não vou conseguir, volto a chorar. Abraço Tony de volto e coloco minha cabeça em seu ombro.

Eu era horrível, como alguém ainda poderia querer tocar em mim?

Eu havia agido feito uma criança, era como que me sentia naquele momento, chorando por causa de medo.

Afasto todos esses pensamentos que poluem minha mente e apenas paro para absorver o momento.

O calor de Tony se transporta para o meu corpo, seu abraço é tão quente e bom, o cheiro do seu cabelo é contagiante, doce e ao mesmo tempo amargo. Aperto mais ele contra o meu corpo e ele faz o mesmo, o carinho que ele faz no meu cabelo é relaxante.

Nesse momento me sinto segura. Sei que ninguém pode me machucar, por que ele está aqui, sei que Tony não deixará nada ruim me acontecer.

Ele ainda sussurra que irá ficar tudo bem, sua voz soa como uma canção de ninar, tão reconfortante. Vou parando de chorar aos poucos, todavia, ainda estou longe de me sentir segura o suficiente para me separar dos braços de Tony.

Sei que ele entende tudo o que estou passando, sinto que ele compreende, ele me passa isso, ele me passa calma e confiança.

Tony me ajuda a levantar devagar, mas mesmo assim não me afasto dele. Ele me pega delicadamente no colo e vai em direção à cama, me colocando deitada lá. Se fosse qualquer outra pessoa em qualquer outro dia, eu teria gritado e brigado, mas não naquela noite, não aquela pessoa.

Stark pega uma travesseiro, que no desespero eu joguei no chão, e coloca em baixo da minha cabeça, quando ele faz menção a sair seguro seu braço.

– Fica comigo... Por favor– Levanto meus olhos para Tony que me encara com carinho e pena.

Tony deita na cama ao meu lado e me puxa para perto dele, deito em seu peito e o abraço. Sua pele quente em contato com a minha me aquece.

– Sempre.

Então eu fui adormecendo em seu abraço, não sinto frio, ou medo ou desespero, por que sei que Tony está comigo, e que vai me proteger.

Naquela noite eu havia descoberto conforto e segurança nos braços mais improváveis que eu poderia imaginar.


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