Bad Romance (Black Iron) escrita por Bruna


Capítulo 5
Drinks, tears and true love


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, estou trazendo mais um capítulos para vocês!

Tomara que gostem e eu estou muito afim de saber a opinião de alguns leitores fantasmas!! kkkkkk estou adorando os comentários que estou recebendo, amores



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“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.”

(William Shakespeare)

Depois da loucura de Tony em me convidar para uma festa, e mais loucura ainda de eu aceitar, estou terminando de passar o meu batom vermelho. Coloquei um vestido de regata preto simples que ia até metade das minhas coxas. Coloco um salto preto também e me olho no espelho. Acho que está legal. O batom vermelho se destaca, deixando meus lábios mais volumosos, marquei meus olhos com delineador preto e deixei meu cabelo ruivo curto solto, sem nem um enfeite.

Pego uma pequena bolsa preta e saio do quarto, começo a descer as escadas e já escuto a voz de Tony da sala.

–Finalmente ruivinha, achei que iria ter que ir sozinho... – Termino de descer as escadas e Tony fica me encarando. Sorrio de canto, acho que acertei na roupa.

– Só por que você está sempre pronto para uma festa, não significa que eu também tenho que ser profissional nesse quesito. – Minhas palavras parecem acordar Stark de seus devaneios.

– Você está... Incrível! – Ele sorri. – Parece que escolhi a parceira certa para está festa.

Stark para ao meu lado enganchando seu braço junto ao meu.

– Você também não está nada mal. Mas afinal, que festa é essa?

– Como você sabe muito bem, eu sou um bilionário famoso e o Homem de Ferro. – Tony falou se gabando. – Além de muito bonito e charmoso é claro.

Revirei os olhos, Stark abriu a porta do carro para mim, depois de entrar no carro também, ele continuou.

– Recebo muitos convites para festas, algumas eu vou, muitas não. Hoje é o aniversário do lugar aonde nós vamos, acho que são dez anos... – Tony falou distraído.

– Faz tempo que eu não vou a uma festa por diversão.

– Apenas para seduzir e matar homens? – Stark olha para mim com um sorriso malicioso.

– Claro, meus favoritos são bilionários egocêntricos e convencidos. – Lanço para ele um olhar intenso.

– Minha noite de sorte então. – E com essas palavras Tony acelera seu carro pelas ruas.

. . .

Stark estacionou o carro preto na frente de um grande prédio, a entrada da festa era por um pequeno tapete vermelho, envolto por várias pessoas curiosas e fotógrafos, havia também um fila do outro lado onde várias pessoas esperavam impacientes para entrar.

Tony saiu e depois atravessou o carro para abrir a porta para mim. Desci e logo notei várias pessoas já fotografando.

– Espero que não se importe de aparecer em algumas revistas e sites amanhã ruivinha. - Tony sussurrou em meu ouvido fazendo os pelos da minha nuca se arrepiarem.

Tony enganchou novamente seu braço ao meu e me guiou em direção ao tapete que levava a entrada. Posso ter tido um nervosismo no momento, mas estar com Tony ao meu lado era estranhamente reconfortante.

– Vou pegar bebidas para a gente. – Stark sumiu no meio da multidão em direção ao bar.

O lugar por dentro era ainda mais bonito do que por fora, o espaço era praticamente todo branco, dando espaço apenas para alguns detalhes em preto ou cinza. Várias pessoas dançavam loucamente no meio do salão, me aproximei mais e vi que o salão possuía vários andares onde as pessoas também dançavam, se agarravam e se apoiavam no parapeito de vidro apenas para espiar.

– Toma aqui. – Tony depositou um pequeno copo que continha um líquido transparente.

– O que é isso? – Franzi o cenho.

– Vai por mim, é ótimo.

Revirei os olhos, mas mesmo assim tomei. O gosto amargo passou por toda a minha boca e deixou uma ardência na minha garganta, entretanto era bom.

– Isso é realmente bom.

– Eu lhe disse. – Tony virava o seu segundo copo de bebida. – Vem, vamos pegar mais algumas bebidas.

Sem esperar pela minha resposta Tony me puxa para o meio das pessoas, chegamos ao bar, nos sentamos e ele já vai pedindo.

– A moça linda está acompanhada? – Um homem alto de terno sussurra ao meu ouvido.

Em todos os lugares em que eu ia, infelizmente ou felizmente, vários homens chegavam jogando inúmeras cantadas para cima de mim, isso era muito bom em missões, já que era um jeito extremamente fácil de conseguir o que eu queria, todavia, em situações como essa de hoje à noite, isso se tornava insuportável.

Abri minha boca para responder, mas Tony foi mais rápido:

– Muito bem acompanhada. – Tony colocou as mãos nas minhas costas me fazendo olhar para frente de novo.

– Não se cansa de ser convencido, não? – Pergunto irônica, logo em seguida entorno mais um copo.

– Só quando você cansar de ser extremamente sexy. – Stark me olha intenso.

Por um momento me sinto atraída pelos seus olhos e seus lábios, a tensão que havia ali era palpável.

Natasha Romanoff você está fincando louca?

Não era possível eu estar atraída por Tony Stark, é claro que ele era charmoso e nos últimos dias ele estava sendo um amigo muito legal. Amigo. Mesmo não podendo ficar bêbada, tinha quase certeza que eu estava.

Depois de vários copos de bebidas e conversa jogada fora, Stark finalmente havia ficado bêbado.

– Então ruivinha... – Tony se levantou e me pujando para pista de dança. – Vamos dançar?

Stark me olhava intensamente, apesar de estar meio bêbado ele mantinha seu mesmo olhar em mim, e a tensão entre nós também continuava. A música que tocava era cantada em espanhol e possuía uma batida forte. Tony colocou uma das suas mãos na minha cintura, seu toque me fez prender a respiração, ele pegou a minha outra mão e começou a me guiar ao ritmo da música.

Seu toque era tão forte e sua pela era quente, em contato com a minha fazia todos os pelos do meu corpo se arrepiarem, minha respiração começa a ficar descompassada e quando eu finalmente olho para Tony, ele analisa todo o meu rosto parando seu olhar diretamente em meus lábios. Todo o resto parece sumir, apenas ouço a musica e me deixo ser guiada por Tony. Sinto sua respiração, poucos centímetros dividem nossos lábios, até que noto que eu estou com a boca aberta, chegando cada vez mais perto de Stark.

Eu consegui por algum milagre ficar bêbada?

Volto a mim naquele momento, continuo próxima de Tony, todavia, dessa vez eu estava no controle e sabia exatamente o que estava acontecendo. Stark por outro lado já estava em outro mundo. Mesmo assim ele conseguia me atrair inexplicavelmente, talvez fossem as bebidas, os ares da festa, as luzes, mas eu estava seriamente considerando o beijar e esquecer por uma noite quem ele era e quem eu era.

Toda a festa ao meu redor, todas as ideias na minha cabeça, como eu estava me fizeram viajar para outra época, uma época bem próxima na verdade.

Minhas idas as festas eram, praticamente, sempre com Clint. Eu com um vestido provocante e Clint com um terno preto. A primeira dança era para nos monitorarmos o perímetro, e era uma ótima distração. Muitas vezes durante a dança nós provocávamos um ao outro, Clint sempre teve o poder de me tirar do foco. Mas era apenas como uma brincadeira, ele tinha uma família, não trocaria por uma noite com uma mulher que seduz qualquer homem que for mandada.

Aquelas memorias fazem minha garganta se fechar, eu estava até surpresa de demorar tanto para voltar à realidade. Paro de dançar e Tony me encara confuso:

– Com licença.

Volto para o bar e sento na cadeira mais distante do meio da festa. Peço alguns copos de bebida desejando com todas as forças poder ficar bêbada. Meus olhos ardem e eu mordo meu lábio inferior com força.

Porque eu não podia ter uma vida normal? Por que eu não podia deixar meus fantasmas do passado para trás e apenas seguir em frente?

Tony não era um alvo, como eu poderia pensar em passar uma noite com ele apenas para me distrair? Eu seria tão horrível por dentro a ponto disso?

Essas eram perguntas que martelavam com toda força na minha cabeça, fazendo meu estômago embrulhar. Queria ter Clint aqui comigo, ou melhor, queria poder esquecer ele. Simplesmente esquecer os momentos em que eu, a famosa Viúva Negra, tão fria e rude, cedeu para alguém, demonstrando todos os seus sentimentos, mesmo sabendo que nunca ficaríamos juntos. E, além disso, queria esquecer as missões, não ser tão fraca.

Eu tinha que tomar o controle, de verdade, novamente. Respirei fundo, limpei algumas lágrimas que insistiram em cair e depois entornei um ultimo copo de bebida.

Volto para o meio da multidão que dança como se o mundo fosse acabar, as luzes ficaram mais escuras e a música eletrônica poderia deixar qualquer um surdo.

Procuro em todos os cantos, começo a ter a ideia de ir sozinha para casa e deixar Stark, mas não podia, não com ele naquelas condições. Quando estou quase desistindo, subo as escadas vejo um corredor ao lado de outro bar, decido procurar lá.

O corredor levava para uma porta, entrei e me deparei com uma enorme sacada. A noite escura era iluminada pela lua, que estava enorme. Olho para o lado e vejo Stark sentado no chão com as suas costas apoiadas na parede.

Suspiro aliviada, entretanto noto que ele possui um olhar vago, seus olhos estão vermelhos, que eu tenho certeza que foi por chorar, e ele segura um copo vazio em uma das suas mãos. Vou em sua direção e sento ao seu lado.

– Tudo bem? – Ele não responde de imediato, continua fitando o céu a sua frente em silencio.

– Não, não está.

A sua sinceridade me pega de surpresa, desvio o olhar para frente.

– Tem alguma coisa a ver com a Pepper? – Tony parece pensativo, não sei se ele está tomando a decisão de me contar ou o efeito o álcool está afetando seu raciocínio.

– Eu sempre achei que a Pepper fosse a minha alma gêmea, isso é cafona, eu sei, mas tudo que tinha a ver com ela despertava um lado meu que eu não achei que pudesse ter. – Suas palavras são profundas e estranhamente me lembram de uma pessoa. – Ela sempre suportou a minha personalidade, sempre me ajudou e eu sempre a amei.

Era bonito pelo menos ouvir sobre esse tipo de amor, amor verdadeiro, como chamam por ai, mas mesmo os relacionamentos assim podiam ter data de validade, e parece que o de Tony era assim.

– Mesmo com os acontecimentos em Nova York, e depois o Mandarim, ela sempre me perdoou e esteve ao meu lado. Eu consegui superar meus pesadelos, ela me ajudou. Eu achava que ela era o meu amor verdadeiro... – Tony ri irônico, sua voz rouca embargada de tristeza. – Eu não podia estar mais enganado. Aquele sentimento de “amor verdadeiro” acabou bem rápido depois de um tempo, eu quase não a via mais, sempre trabalhando, e ela achava que eu dava tempo demais as minhas armaduras, começamos a brigar e ela se tornou fria e distante. Eu não tentei mudar nada e quando eu acordei para realidade, já era tarde de mais, tinha perdido a coisa mais maravilhosa que tinha me acontecido. Mas eu não tinha mais aquele amor por ela, era inútil, eu não nasci para amar, casar, ter filhos ou um relacionamento que dure por anos. Eu fui e sempre vou ser isso, um homem que vai a festas, fica com várias mulheres e tenta ficar bêbado, só para esquecer seus problemas. – Tony jogou o copo com força na sacada, fazendo o mesmo se estilhaçar em vários pedaços.

Só agora noto que lágrimas escorrem do meu rosto. Eu entendia até bem de mais o que Tony estava passando, parece que não era só que tinha problemas com quem era e sua vida. Olho para o lado e vejo que ele também está chorando em silêncio.

– E o pior de tudo é que mesmo salvando o mundo, eu sempre serei lembrado por mim mesmo de todas aquelas pessoas inocentes que, por causa do que eu produzia nas minhas indústrias, morreram. Eu achei que tivesse superado, mas acho que quando eu estava com a Pepper o meu passado desparecia e como ela se foi, faz sentido que os pesadelos voltem.

– Eu sei como é isso e, pode acreditar, eles nunca vão embora. Mesmo depois de anos de ajuda, eles sempre continuaram na espreita, esperando o momento certo para atacar. Achei que Clint tinha me ajudado, mas mesmo junto dele, eu nunca esqueci do meu passado, as coisas só ficam piores quando estamos sozinhos.

– Acho que você tem razão.

Depois dessas palavras um silencio se instala, não há o que falar naquele momento. Apenas choro e Tony também. Naquela noite descobri que nós dois tínhamos em comum muito mais do que imaginávamos. Não se tratava de filmes que gostámos, ou comidas, e sim quem nós somos de verdade.

Nós dois tínhamos fantasmas que iriam nos perseguir para sempre.

Nós dois tínhamos pesadelos que não podemos nos livrar.

E nós dois estamos fadados a nunca encontrar o nosso amor verdadeiro.


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