Bad Romance (Black Iron) escrita por Bruna


Capítulo 3
Jealous


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, estou aqui de novo e quero dizer amei os comentários, e novamente dizendo que adoraria saber a opinião dos leitores fantasminhas ;)

Esse capítulo vai ser mais concentrado na relação do Clint e da Nat, e o vazio que o nosso Gavião causará na Viúva. E esse vazio pode estar vindo a ser preenchido por alguém que vocês conhecem muito bem, só que mais para frente. Além disso, esse capítulo respondera algumas perguntas que vocês estavam curiosos para saber.

Esperem pequenos gafanhotos, o tempo Black Iron virá *0*

Desculpem qualquer erro.
Beijos s2



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It's hard for me to say, I'm jealous of the way you're happy without me.

É difícil para mim dizer, eu tenho inveja da maneira que você é feliz sem mim.

(Labrinth - Jealous)

Provavelmente em algum momento da sua vida você irá se deparar com algum problema simples que, entretanto, não possui uma forma simples de ser resolvido. A questão é extremamente clara.

Você sabe a resposta, todavia não quer que aquilo seja resolvido dessa maneira.

Você quer proteger a si mesmo, fazer o melhor para você, mas não pode por que sabe que não é a coisa certa a ser feita.

A única pessoa que me fazia pensar assim, que me deixava com essas dúvidas era Clint. Por ninguém mais eu desenvolvi sentimentos assim e com mais ninguém eu pude pensar em mim, no que eu queria.

Sei que Clint não está se mudando e que provavelmente o verei em algumas semanas, além de que agora estou dividindo a casa com mais outras três pessoas, todavia, suas palavras me atingem como um soco, me deixando paralisada. Não havia pior momento para Clint se afastar do que esse. Não sei como vou conseguir superar os pesadelos sem ele.

– Vai me deixar aqui sozinha? – Só consigo pronunciar essas palavras e saem quase como um sussurro.

– Vai ser só por algumas semanas, sei que você entende.

Sim, eu entendia completamente, aquela era a família de Clint, eu não poderia pedir para ele ficar aqui comigo em vez de ficar com eles.

– Manda um beijo para todos eles. – Falo sorrindo, fazendo força para guardar todas as lágrimas dentro de mim, pelo menos até ele sair.

– Com certeza. – Clint coloca os braços no meu ombro e me guia para dentro do quarto. – Vamos descer para janta?

– Não, obrigada, eu estou realmente exausta.

Falo isso e Clint me fuzila.

– Nat, não me faça forçar você a comer e ligar para o Stark o mandando bancar o seu pai.

A ideia de isso acontecer já fez com que eu feche a cara.

– Clint, eu juro solenemente que vou me cuidar. – Falo mecanicamente colocando uma mão para cima. – Só que agora eu estou realmente querendo deitar naquela cama incrivelmente macia e dormir.

– Tudo bem Nat. – Clint beija a minha testa e anda em direção à porta.

– E se você falar para o Stark bancar qualquer coisa minha, eu juro que coloco fogo nessa casa com todos dentro e depois persigo você!

– Tenta querida. – Clint fala rindo.

– Não me desafie Gavião, posso fazer parecer um acidente.

Quando Clint fecha a porta do quarto meu sorriso se desmancha e eu me desfaço.

Sozinha de novo.

E agora posso dormir tranquila com a notícia de que Clint vai embora. A única pessoa com quem eu sempre contei e sempre me ajudou. Deito na cama e abraço meu corpo enquanto olha pela janela.

Eu não queria ficar sem Clint, ficar apenas com pesadelos. Todavia, mesmo sendo fria, seria impossível ser também tão egoísta a ponto implorar para ele me escolher, para ficar comigo, ao invés de sua família.

Mas eu não podia esconder, já havia vestido uma máscara por tempo demais naquele dia. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, seguida de várias outras.

Era difícil saber que Clint tinha uma vida completamente perfeita fora das missões, que não dependia de mim como eu dependia dele. Sempre reprimo o sentimento de antipatia que sinto quando vejo ou ouça falar da sua família. Eu os adorava, todavia, aquela era a vida que eu desejava. Que eu sonhava.

Eu sabia no momento em que eu e Clint nos tornamos próximos que nunca poderíamos ficar juntos. Não posso culpar ele por isso. Eu não tenho como dar uma família para ele, eu não tenho como dar segurança e conforto a ele.

Quando Clint veio com a notícia que Laura estava grávida eu sorri e o abracei, enchi os dois de elogios e parabéns, quando finalmente fiquei sozinha eu chorei. Chorei por não poder ter essa vida e chorei por ter perdido Clint definitivamente.

Na verdade, é triste admitir isso, mas Clint nunca me pertenceu. Mas uma parte de mim sempre pertenceria a ele.

Sorrio irônica. Estou deitada no escuro, chorando, por uma simples e terrível... Inveja. Essa era a verdade. Eu sempre teria inveja da maneira como Clint era feliz sem mim.

Não sei como iria conseguir achar a saída, no escuro, do labirinto que eu mesmo havia criado em volta de mim. Sem Clint para guiar e iluminar o meu caminho como ele sempre fazia, sem mesmo notar.

Apesar de tudo isso, eu sempre desejei e sempre desejarei o melhor para Clint. Não posso culpa-lo por nada, eu deveria lhe agradecer por tudo o que ele já fez por mim. Eu pude ser amada, eu pude me sentir segura, eu pude realmente acreditar no melhor. E é por isso que eu seria eternamente grata a ele.

O melhor que eu podia fazer naquele momento era aceitar. Fechei meus olhos e me deixei ser guiada pelo sono que eu sabia que iria ser acompanhado por pesadelos. Mas a essa altura eu já deveria estar acostumada.

O vento frio da floresta faz com que eu abrace meu corpo. Olho para os lados e não encontro nada além de árvores. Estou sozinha. O silencio é quebrado pelo barulho de alguns passos. Sinto meu corpo se paralisar e meu sangue gelar. Olho para os lados, todavia enxergo apenas o escuro. Dou alguns passos para trás por que sei que ele está lá, me vigiando, esperando para dar o seu bote. Como das outras vezes, ele vem correndo em minha direção fazendo com que eu fuja. Medo e tristeza. Lágrimas e soluços. Seria pedir demais uma noite tranquila? Seria pedir demais eu dormir apenas uma vez sem pesadelos? Tento pensar em uma forma de acordar, entretanto meu subconsciente está dividido entre a realidade e esse sonho. Finalmente cansada de correr e sentir medo aceito o que tenho que fazer para acordar. Caio de joelhos no chão e espero ele se aproximar o suficiente para terminar com tudo aquilo. Vejo seu punho sobre mim e fecho meus olhos já sentindo a dor que vai vir...

Acordo assustada por um barulho, já sentando na cama. Impressão minha ou estava tocando Rock?

– Mas que droga de música é essa?

– Highway to Hell, do AC/DC. – A voz de Jarvis ressoa pelo quarto.

– E por que raios você colocou essa música?

– O Sr. Stark pediu para tocar essa música como despertador para a Srtª.

Bufo e reviro os olhos, mas por dentro eu teria de admitir que ele tinha me feito um favor, não ser esmagada pelo Hulk, pelo menos uma vez, era bom.

– Algum motivo em especial para ele fazer isso, Jarvis?

– Ele disse que não queria que a Srtª. perdesse a partida de Barton.

Levo um susto. Eu havia me esquecido completamente que Clint iria embora. Levanto da cama rápido já ajeitando os meus cabelos.

– Onde eles estão?

– Na cozinha...

Nem espero Jarvis terminar sua frase e já saio correndo em direção as escadas, quando chego perto da cozinha para de correr e respiro fundo.

– Bom dia. – Anuncio.

Clint e Tony olham para mim enquanto me sento na cadeira do lado de Clint.

– Bom dia, ruivinha, gostou do despertador? – Tony fala enquanto come uma torrada.

Lanço um olhar frio na sua direção fazendo com que o mesmo apenas sorria.

– Da próxima vez que você fizer isso, uma das suas armaduras vai pagar.

– Você fique bem longe dos meus bebês e acho que eu deveria ganhar um elogio, você não ia querer perder a despedida do seu namorado, não é?

– Nós não somos namorados! – Eu e Clint falamos juntos fazendo o sorriso de Tony aumentar ainda mais.

– Que fofo, falam juntinhos e tudo!

Bufo e largo o garfo pesadamente no prato.

– Cadê a Pepper? Só ela para aguentar você!

Por um momento um silencio desconfortável pairou sobre toda a cozinha. Eu olhei para Clint e ele passava o garfo sobre o prato, já Tony olhava para um ponto fixo da mesa.

– Ela deve estar trabalhando. – Tony se levanta indo em direção à escada. – Com licença.

O que aconteceu aqui?

– Ele e a Pepper tem passado por alguns... Problemas. – Clint respondeu como se ele pudesse ler meus pensamentos.

No mesmo instante me arrependi do que havia dito, provavelmente as minhas palavras haviam pesado mais do que eu queria.

– Que horas você viaja? – Perguntei tentando mudar de assunto.

– Logo depois do café.

– Okay. – Consegui apenas pronunciar essas palavras.

. . .

Vi Clint colocar as suas ultimas malas no carro já com um peso dentro de mim. Depois de fechar o carro ele veio em minha direção.

– Vai ficar bem?

Eu poderia dizer naquele exato momento o quanto eu precisava dele e não conseguiria ficar bem sem ele, será que isso seria tão ruim assim?

– Vou. – Dei um pequeno sorriso, então Clint me abraçou.

Abracei-o de volta o mais forte que eu pude, coloquei minha cabeça no seu pescoço e pude sentir seu perfume, era um cheiro forte e ao mesmo tempo tão confortável. Meus olhos arderam e senti que minha respiração iria começar a ficar falha, todavia respirei fundo, tentando ao mesmo tempo guardar todo o seu cheiro e engolir quais fossem os sentimentos que quisessem sair naquele momento.

Nos separamos. Steve e Bruce se despediram de Clint também. Todos sabiam do motivo por ele estar viajando, bom, todos menos Stark.

– Perdi muito da despedida em família? – Tony exclamou já vindo em direção a Clint.

– Ainda aceito alguns milhões para levar comigo, Stark. – Clint fala rindo enquanto “abraça” Tony.

– Dá próxima vez, Legolas.

Antes de entrar no carro Clint me lançou um olhar significativo, acompanhado de um sorriso. Não pude não sorrir de volta. Depois de ele entrar no carro, eu, Tony, Steve e Bruce, ficamos parados encarando o carro desaparecer pela estrada. Bruce foi o primeiro a entrar, seguido de Steve que foi atender uma ligação, deixando apenas eu e Tony parados na porta.

– Com certeza você sabe então vou perguntar logo. – Tony se virou para mim sério. – O que ele foi fazer?

Encarei a estrada a minha frente, ela estava vazia, nenhum carro ou pessoas.

– Foi ver a sua família. – Falo com calma. – Beijar sua esposa e abraçar seus filhos.

Sei que reação Tony teria por isso continuo fitando a estrada a minha frente.

– Espera ai um pouquinho... Esposa e filhos? – Stark perguntou intrigado. – São codinomes para outros agentes?

Sorrio com seu comentário.

– Os agentes tem vida fora das missões, você sabia? – Finalmente o encarei ainda sorrindo.

– Quer dizer que depois de matar algumas pessoas, a Viúva Negra chega em casa, faz um jantar e espera um pretendente? – Tony arregala os olhos fazendo uma falsa cara de espanto. – Não vai me dizer que você tem um marido e filhos?

Poderia ser apenas uma brincadeira, mas aquelas palavras trouxeram imagens terríveis a minha cabeça, logo seguidas por imagens de Clint e seus filhos. Senti meus olhos arderem, mordi meu lábio fortemente me censurando por dentro.

– Não posso ter filhos, Stark, você sabe. – Falei fria, entrei em casa já subindo as escadas.

Teria entrado no meu quarto se não tivesse esbarrado em Steve.

– Desculpa, Nat.

– Eu é que deveria pedir desculpas, estou muito distraída.

– É por causa do Barton. – Olhei para Steve de forma fria.

– Acho que não lhe devo satisfações não é Capitão?!

No momento em que essas palavras saíram da minha boca quis pega-las de volta. Steve pareceu surpreso e desapontado.

– Desculpe, não quis ser intrometido. Bom, eu preciso ir falar com Bruce, licença. – Steve já ia saindo quando segurei seu braço.

– Desculpa Steve, é que eu não gosto de falar nesse tipo de coisa. – Suspirei cansada, Steve pareceu entender e me deu um sorriso acolhedor.

– Sei disso, Natasha.

– O que anda fazendo com Bruce?

Steve parecia meio receoso, todavia suspirou e me encarou.

– Fomos chamados para uma missão.


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