Bad Romance (Black Iron) escrita por Bruna


Capítulo 20
Talking too much




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Tão puro como a criança inocente que bate em outra criança é o segredo bem guardado por justa causa.

(Antonielson Sousa)

A viagem até Nova York foi totalmente silenciosa, eu não sabia se Tony estava quieto por que quis ou se ele estava magoado. Mantive silêncio também. Chegamos ao aeroporto e pegamos um táxi até o local marcado.

Chegamos à base improvisada da SHIELD, que era em um prédio comercial qualquer. Nos dirigimos ao elevador e fomos para o décimo sétimo andar, que era o combinado.

As portas do elevador se abriram dando espaço a visão de um corredor, o número 17 estava gravado em letras grandes e cinzas nas paredes. Saímos do elevador, e como fomos instruídos, nós dirigimos ao lado esquerdo até uma porta de madeira comum. Nela estava escrito “Escritório de inteligência”, batemos quatro vezes na porta. Um homem alto de terno abriu a porta e deu espaço para nós passarmos, entrámos no local, ele era até que grande para uma base improvisada. Tinha a mesa de recepção e corredores dos dois lados.

– Oi, missão 4273.

A mulher que estava concentrada no computador nos encarou e depois sorrio, abriu uma gaveta e pegou dois crachás, logo depois nos entregando.

– O quarto de vocês é o 6 e o 7, Fury espera vocês na sala 8 1, esses crachás vão permitir que vocês tenham livre acesso a parte do local.

– Obrigada. – Respondi já virando para o lado esquerdo e andando pelo corredor.

– Eu fico com o 7 e você com o 6, tudo bem? – Tony fala, encaro ele. – Gosto mais de números ímpares. – Reviro os olhos sorrindo.

– Claro.

Depois dessas poucas palavras trocadas, cada um entra em seu respectivo quarto.

. . .

– Finalmente vou poder dormir. – Falo em meio há um bocejo.

Eu e Tony estávamos voltando da longa reunião com Fury, onde discutimos toda a missão, como seria feita, onde e mais outras várias coisas. A missão seria amanhã a tarde, Steve chegaria pela manhã.

– Queria dormir com você. – Tony me puxa para perto dele. – Não sei mais dormir sozinho.

– Vai ter que aprender então. – Afasto-me de Tony, já abrindo a porta do meu quarto.

– Não vai nem me dar um beijo de boa noite?

– É claro que não, eles vigiam tudo aqui Tony.

– Você é fria como gelo. – Tony fala, colocando a mão no peito.

– Sei disso, boa noite. – Sorrio uma última vez antes de fechar a porta.

Tomo um banho rápido, apago as luzes e deito na cama.

É inevitável não sentir falta de Tony, eu também não sabia mais como dormir sozinha, o que era estranho e engraçado, já que eu passei a minha vida toda sozinha.

Eu estava me sentindo muito bem naquele momento, fazendo uma missão zen, estando junto com Tony, com as expectativas de voltar para casa e poder ter alguém comigo. Isso era bom.

Dormi com esses pensamentos e sem nenhum pesadelo.

. . .

Acordei, vesti meu uma roupa leve e sai em direção ao “refeitório”, que não passava de uma cozinha e uma sala de jantar. Quando cheguei, poucas pessoas estavam no local, tomei meu café rapidamente. Quando ia saindo trombei em alguém, levantei meu rosto e era Steve.

– Nat. – O loiro fala em seguida me abraçando.

– Steve, há quanto tempo.

– Verdade, como você está?

– Estou ótima. – Esboço um sorriso grande o suficiente para chamar a atenção de Steve.

– Qual o motivo de tanta alegria?

Não deixo transparecer, mas por dentro todo o meu sorriso morre e eu fico paralisada. Por um tris eu não falo de Tony, já que o motivo de eu estar tão feliz era eu estar com ele.

– Err... Só estou de bom humor.

Steve parece aceitar a explicação, quando finalmente me afasto, dou um suspiro de alívio. Não seria muito bom se ele descobrisse sobre a gente, ainda mais assim.

Eu não me sentia muito bem mentindo, ou melhor, omitindo alguma coisa de Steve, ele era meu amigo e tão inocente e bom, não gostava de esconder alguma coisa assim dele, mas era preciso, afinal, eu e Tony nem sabíamos o que tínhamos de verdade. Além de que não era tão boas as reações que nós imaginávamos que as pessoas teriam ao saber sobre o nosso relacionamento.

. . .

Tudo já estava pronto para começar a por a missão em prática. Eu estava com uma rouba ao mesmo tempo normal para me misturar com os executivos, mas ao mesmo tempo eficiente caso eu precisa dar um jeito em alguém. Ou seja, sem saias, ou saltos absurdamente grandes, só um pouquinho.

Nós estávamos em uma sala, pequena, onde computadores e telas filmavam todo o prédio em que íamos entrar. Como a missão era pequena, as únicas pessoas ali dentro eram eu, Tony e Steve. Apenas eu iria sair em campo, quem iria cuidar de tudo era Stark e Steve, mais Stark.

– Pronta? – Ouço o loiro perguntar, viro para ele e sorrio.

– Eu sempre estou pronta.

– Sei. – Tony exclama.

Reviro os olhos.

– Já vou indo. – Falo e já saiu da sala.

Antes que eu termine o corredor sinto alguém puxar meu braço, logo depois sinto braços envolvendo o meu corpo.

– Toma cuidado.

– Eu sempre tomo. – Abraço Tony de volta rapidamente.

. . .

Quando estaciono o carro na frente do prédio respiro fundo, dou uma última ajeitada em meu cabelo e saio do carro. Entro no prédio e já me mistura com o mar de gente que circula dentro e fora, todos usando roupas formais, ternos, a maioria ostentando a cor preta, branca e cinza.

Vou em direção aos elevadores e pressiono o botão para o vigésimo terceiro andar. A cada vez que as portas do elevador se abriam, mais gente entrava e saia. Já estava ficando impaciente, até que finalmente chego em meu andar.

Siga pela direita no corredor. – A voz de Tony chega aos meus ouvidos, fazendo meus passos seguirem pelo lado direito do corredor. – Entre na porta número trinta.

Olho atentamente as portas do corredor, algumas pessoas passam apresadas por mim, talvez nem notando minha presença. Chego na porta número trinta e entro na sala.

É uma pequena sala de descanso, com poltronas, mesa de centro, uma televisão, balcões com livros e uma máquina de café.

Vejo uma porta fechada e outra entreaberta, a porta com um vão aberta dá uma imagem do que está guardado lá, computadores. Dirijo-me até lá, tento não mover em nada, apenas sento na cadeira, tiro as luvas guardadas na minha pequena pasta e as coloco.

– Certo, tudo pronto, qual a pasta que está guardada as informações?

Pasta número 707, gastos banais, a informação está escondida por baixo dos gastos com algumas coisas da impressa, como comida, banheiro e etc.

– Okay. – Falo já abrindo a pasta com o número certo.

Analiso rapidamente toda a pasta, procurando dentro dela algo irregular, acho uma com a codificação muito parecida da HYDRA, abro ela e estou certa, as informações estão todas guardadas lá.

Estou prestes a abrir, mas uma imagem de aviso aparece na tela, exigindo senha.

– Aqui pede uma senha Stark.

Deixa eu ver... – Espero por alguns segundos, até Tony voltar a falar. – Coloque o código chave de tempo, até o computador notar a falha e o erro na senha correta, você já terá baixado tudo, 0298461728, pegou?

– Sim... – Digito a senha e o aviso desaparece.

Insiro rápido o pen-drive e já começo a copiar. A pasta é gigante, o que faz o carregamento levar alguns bons minutos.

– Consegui. – Exclamo fechando a pasta.

Ótimo, agora é melhor sair dai, um homem com cara de mal está indo para o lado dessa sala, ele parece carregar uma arma, tem a maior cara de vilão.

Reviro os olhos, todavia, uma pasta me chama a atenção. Usa números e caracteres que parecem fazer parte de um código.

– Espera um minuto...

Abro a pasta e ela me leva a outra, o mesmo aviso de senha aparece, depois que digito a página muda novamente, pede mais uma senha e arrisco a mesma, novamente outra página se abre.

Essa pasta se encontra cheia de vídeos e documentos, até fotos.

Natasha... – Ouço Tony começar a falar.

– Já vou, só um minuto. – Respondo.

Começo a ver mais da pasta e já me serve de prova, começo a copiar tudo para o pen-drive.

– Acho que a pasta anterior era só uma pasta de distração, para só passarmos informações inúteis e não procurarmos mais nada, bom, talvez até tenha algo na outra.

Eu acho que você já terminou a missão, sai logo dai, o homem tem uma arma e está quase na frente da sala onde você está!

Eu ainda não terminei a minha missão, se acalma.

O carregamento já está em cinquenta por cento.

Natasha é sério, sai dai.

Calma.

Como eu vou ter calma, você está jogando no computador por acaso, por que ainda não saiu dai?

Tem muita coisa, já está quase acabando, está em oitenta por cento.

Mas Nata...

Cala a boca, Stark! – Sussurro.

O homem está na frente da porta! – Tony agora grita em meu ouvido. – Por que você tem que ser tão teimosa e...

Pego a escuta em meu ouvido e jogo ela no chão, a porta da sala de descanso é aberta quando o carregamento chega a cem por cento. Tiro o pen-drive e o jogo em minha pasta. Sinto o olhar do homem sobre mim. Sei que nesse instante ele está apenas me analisando para poder chamar reforços.

Respiro fundo e levanto, pisando forte na escuta, rapidamente abro a porta e, antes que homem possa ter a chance de chamar ajuda, bato a pasta com força em seu rosto, sinto ele me chutar e dou um soco em seu rosto.

Pego um pano que está sobre a mesinha e enfio em sua garganta, logo em seguida jogando sua cabeça com força de encontro ao chão, várias e várias vezes. Sinto seu corpo mais pesado e sei que desmaiou.

Levanto e ajeito minha roupa e meu cabelo, já tirando as luvas. Abro a porta e saio da sala, andando direto para o elevador. Chego no térreo e misturo-me novamente com o mar de pessoas.

. . .

Chego na sede da SHIELD e vou logo para a sala onde Tony e Steve estão. Entro na sala e coloco a pasta sobre a mesa.

– Você por acaso ficou louca? – Tony grita para mim.

– E por que eu estaria louca? – Mantenho a voz neutra, mas por dentro já sinto uma raiva crescendo dentro de mim.

– Você poderia ter morrido ou sido capturada, você deve estar mesmo querendo cometer suicídio. – Stark ri sem humor.

Steve está encostado na parede, apenas observando nós dois.

– Eu estava fazendo o meu trabalho!

– Você já tinha pegado os arquivos!

– Não eram os verdadeiros!

– Mas você viu alguma coisa neles para ter copiado, já era o bastante!

– Você não é meu chefe e nem nada meu para decidir o que eu devo fazer ou não, ou o que é bom para mim ou não! – Dessa vez grito também.

– Eu sou o seu namorado!

Fico surpresa com as palavras de Tony, nós nunca havíamos discutido o que éramos, mas fico paralisada quando noto o que realmente tinha feito.

Olho de relance para Steve, ele havia se desencostado da parede e nós encarava em dúvida. Volto meu olhar para Tony, que fecha seus olhos e suspira.

– Droga.


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