A lenda de Alice escrita por Felype Nascimento


Capítulo 21
Novas e velhas memórias


Notas iniciais do capítulo

Eiei eu sei que demorei muito, muito e muito... Mas não precisa me apredejar... Ei! larga essa pedra!
Enfim, desculpe pela demora



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Raven

Sei que não é interessante ficar encima de uma árvore qualquer próximo a uma clareira abandonada, entediante até, mas para mim, isso é uma grande influência para que meus pensamentos aflorem e sinto que devo estar aqui, por algum motivo.. Eu devo estar aqui. É estranho como essa árvore interfere na minha vida; foi aqui que fui descoberta pela Kaezzy, foi aqui que eu me encontrei com a Alice pela primeira vez em sonhos.
Alice... sua idota! não devaria ter fugido sem avisar a ninguém, agora eu estou aqui, torcendo para ter uma ideia decente para evitar essa encrenca em que ela se meteu. Que saco, encosto minha cabeça no tronco da árvore e observo a distante praia.
–E pensar que tenho essa vista maravilhosa - escuto passos de alguém se aproximando, me ajeito para que não me veja.
Era uma garota: cabelos pretos e curtos, baixinha e de olhos vermelho e preto... Uma híbrida, será que ela está me rastreando? Droga, talvez não, espero que não. Ela se senta ao pé da árvore e fica observando as nuvens, eu desço lentamente sem fazer barulho e ela não me percebe, tento ver o futuro dela mas não consigo, que droga, mas ela parece inofensiva.
–Ei! Essa árvore é minha!- pulo quase em cima da garota, gritando, a assustando, ela faz uma cara de surpresa.
–Raven? - o que? Ela sabe meu nome? Isso me parece mal.
–Como sabe meu nome!?- a agarro pela gola e a puxo para perto de mim.
–Eu sei de muitas coisas- ela da um riso mais falso que o sorriso da bela de crepúsculo, isso me irrita.
–Não muda de assunto!- seguro sua gola um pouco mais forte.
–Eu pareço uma ameaça para você?- qualquer um que venha nesta árvore e saiba meu nome é uma ameaça -Eu sou como você, também tenho poderes - isso é suspeito, estreito os olhos e a solto devagar.
–Como não consegui lhe ver em minhas visões?
–Eu sou imune a alguns poderes, só quem pode me afetar é outro com olhos pretos- ela estaria falando da kaezzy? Bom, não sei e não acho que isso é relevante.
–Existem outros de vocês?
–Sim, um clã inteiro e gostaria de lhe contar uma história.
....

Minha cabeça dói, cada movimento é uma martelada, meus olhos ardem, mal consigo abrir-los, meu nariz está irritado e estou fungando a todo instante, não entendo porque isto está acontecendo. Mas porque diabos está tão escuro? Uso a luz do meu celular e vejo uma caverna bastante empoeirada, por que estou aqui?
–Nossa! Que burra! Por um momento esqueci que estava aqui- dou um tapa na minha testa e acabo rindo de mim mesma.
–Ai ai, minha cabeça! Okay, preciso sair daqui, posso até adoecer com toda essa poeira- me levanto e minhas costas se estalam, faço um buraco no teto e queimo meus olhos com a forte luz do sol -Que merda!
Após fazer uma massagem nos olhos saio de dentro do solo e volto a superfície, limpo minhas roupas que estam cheias de terra mas não funcionou. Parece que terei que comprar roupas novas e isso é uma problema, não entendo nada sobre escolher roupas, mas.. Talvez eu ache alguém que me ajude.
Quando saio de trás da casa do katsu eu avisto o garoto de olhos brancos andando com uma garota. Ow, até ele tem namorada e eu não.. Me lembro do arthur, por algum motivo. Vou andando por ai tentando achar uma loja de roupas, até ai tudo bem, mas, varias pessoas ficam olhando para minhas roupas sujas de terra e eu fico as olhando irônica. Qual a graça de ver uma pessoa mulambenta andando?
Paro na frente do que parece ser uma loja de roupas, justamente o que eu precisava. Entro na loja e vejo varios manequins, a maioria sem roupa.. Que estanho, também tinham dois rapazes por lá, um deles não tinha um dos braços, tadinho. Vou até o balcão e aperto o sino que estava ali em cima, espero uns instantes: 1 minuto, 2, 5. Aperto o sino mais vezes tipo umas milhões de vezes ai então me aparece o.. Senhor Guang?
–Querida Alice! Não sabia que ainda estaria por aqui!
–Eu pensei que vendesse materias escolares, o que faz em uma loja de roupa?
–Eu trabalho aqui! E lá! Dois turnos garantem a minha renda mensal- ela fala orgulhoso e levantando o dedo indicador -Pelo visto você andou brincando na lama- ele ri.
–Não foi bem isso...- ele me entrega umas roupas e eu provo uma a uma no vestiário, quando acho uma que gostei pergunto a sua opinião, ele age estranho, dizendo que os meus braceletes não combinam muito com a roupa e pede para ver-los, eu recuso, obviamente, ele pode ser algum infiltrado querendo meu poder. Pego a roupa e a pago desconfiada como sempre.
–Por que você suspeita de mim? Nuwa- arregalo meus olhos, como ele pode saber? Quem é ele? Tenho que fugir -Pensei que quisesse sua pedra da água- opa!
–Onde ela está?- ele gargalha
–Eu sabia! Você é ela! Hahahaha, você não mudou nada!- o velhinho que parecia antipático agora ficou contente, eu fico confusa. -Venha comigo vou te mostrar algo!- eu o seguro pelo braços com força e o encaro.
–Onde está a maldita pedra!?
–É, você não mudou nada- ele muda a postura para sério -Não está comigo! - ele deu de ombros.
–O queeeeee! Como você estava com ela pra início de conversa?
–Você que me deu sua babaca! Mas, ela não está mais comigo- ele olha desconfiado para os dois rapazes que estavam a poucos metros de distância -Rapido, venha comigo - se tem uma forma de encontrar a pedra eu vou encontrar-la, vou junto com ele para trás do balcão meio que um armário, lá ele pega uma caixinha toda entalhada a mão ele a abre onde eu vejo...
–A pedra! Mas você disse... - ele põe a mão na minha boca.
–Silêncio, os caras na loja são inimigos, você precisa sair, eu... Eu distraio eles- ele fala meio reseioso.
–Ao Kuang! Sabia que era você! Guang... Que disfarce horrível! - o rapaz de um braço só grita, arregalo os olhos ao saber que guang era o kuang, bom, esta meio na cara... Ele acena com a cabeça para mim e eu entendo instantaneamente que tenho que sair dali, pego rapidamente a caixa e uma das esferas de teleporte rapido que peguei do Arthur, a jogo logo no chão para formar o portal enquanto isso os homens avançavam eu ja estava preparando meus poderes quando vejo Ao Kuang pegando uma espada e se transformando em metade dragão, desaparece tudo a minha frente.
Não deu para ver muita coisa pois já estava fora de lá, estava em um parque, o mesmo que eu vi quando cheguei nesta cidade, estava ofegante, mesmo eu não tendo feito nada foi muita pressão que senti no ar. Vou para algum lugar onde há poucas pessoas e decido abrir a caixa, a abro e lá está a pedra da água, azul e brilhante, decido pegar-la.
No instante que a toco sinto outras memórias vindo, memórias de guerra, lutando ao lado de Ao Kuang e outros deuses que ainda não identifico, apenas uma fica clara para mim: Chang'e a deusa da lua. Também vejo eu cortando a pata se genbu, ele era uma tartaruga gigante quem diria que me daria tantos problemas, me vejo metade cobra, estranho, depois da minha cintura eu sou cobra. Me vejo criando uma nova humanidade, moldando os seres humanos com o barro e lhes dando a vida. Minha cabeça começa a doer.
–Ow! Flashback bizarro!- isso é divertido, mudo minha voz para séria, mesmo falando sozinha -Genbu.. Não é nem pelo seu poder de volta e sim por vingança, não importa, desta vez eu não cortarei apenas o seu braço!

Arthur
O carro para em frente a nossa casa, minha mãe se vira e fala animada:
–Arthur! Chegamos filho- ela olha para o relógio no pulso -O Chase não deve ter chegado ainda, podemos arrumar as brincadeiras, estou tão feliz!
–É... Hoje ele fica mais velho, vi-vaa
–Não está feliz por ele? Eu chamei varios amigos seus, também convidei aquela garota que ele gosta tanto! - droga! Você não devia ter chamado ela! Ele só fez isso porque você trouxe ela! Eu subo para meu quarto e fico por lá até a hora em que Chase chega.

....

–Arthur, ele chegou, quase todos já chegaram também, vamos - ela fala com o rosto para dentro do quarto.
–Eu ja vou mãe- falo desanimado.
–É o aniversário do seu irmão, mesmo vocês não tendo o mesmo pai ele ainda é seu irmão! Você precisa estar lá - mesmo que eu não queria, isso é uma lembrança e eu não posso mudar nada.
Eu e ela descemos das escadas e fomos para o quintal onde a festa iria acontecer, Chase perguntava onde estávamos e minha responde que está no quintal, ele vem e fazemos a surpresa, cantamos, brincamos e cortamos o bolo. Admito que essa festa foi bem legal... Até a hora de abrir os presentes.
–Eu quero abrir esse! - chase pega o presente retangular vermelho, o que minha mãe comprou.
–Não é melhor deixar para abrir depois? - pergunto a ele.
–Eu só quero abrir um - e assim ele fez, abriu o presente e viu que era um skate, ficou admirado e em seguida quis tentar andar... Péssima escolha.
E se posiciona em cima do skate, ainda no quintal com varias pessoas vendo, incluse a garota que ele gostava. Ao tentar ir para frente ele se descontrola no caminho e começa a esbarrar nas coisas, o skate topa com uma pedrinha no chão e o Chase é arremessado para cima da mesa onde se suja por completo, quando se levanta percebe que todos estavam rindo dele até mesmo Raven, a garota que ele gostava. Ele fica furioso, pega o skate e começa a quebrar-lo na mesa em que caiu, minha mãe fica perplexa com a atitude dele até porque ela nunca o viu tão violento, quando ele cansa corre para dentro de casa e em seguida minha mãe vai. É agora.. Eu também vou depois de um tempo, eles estavam no quarto do Chase e a porta entreaberta, eu consiguia ouvir e ver a conversa:
–Por que você achamou!? Agora ela me acha um idiota!
–Calma filho, eu só achei que gostaria de ver-la aqui.
–Não! Você não entende! Eu te odeio! Tudo isso é culpa sua! - ela se afasta um pouco -Tem medo de mim!? Eu também teria... -paro de ver e me escoro na parede, abraçando minhas pernas e meus olhos começam a lacrimejar
–Chase, largue isso, o que você vai fazer com isso? - isso foi o bastante para quebrar as barreiras de lágrimas nos meus olhos.
–Eu.. Eu não quero te ver nunca mais! Eu te odeio! - não faça isso chase.. Não faça.
–Filh... - escuto o som de seu corpo cair no chão, também escuto o som de algum metal cair no chão, já me banhava em lágrimas nesse momento.
–Mãe... Mãe? Mãe!? Acorda! Desculpa! Eu.. Eu não queria... MAAA..... - sinto meu corpo indo embora dessa memória triste como se estivesse viajando por mundos e quando abro meus olhos vejo uma garota ao meu lado, cabelos curtos e olhos vermelhos.. Também era bem baixinha e tem mais, estávamos na placa de Hollywood!


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