A lenda de Alice escrita por Felype Nascimento


Capítulo 22
Dia atarefado


Notas iniciais do capítulo

Desculpem toda essa demora, mas está ai, um longo capítulo para vocês e espero que gostem.



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Chase - 8 de janeiro

Thrum! Thrum! Thrum!

Acordo com o barulho da porta do apartamento, quem será a essa hora, me levanto da cama com muito sono; pisando devagar o suficiente para perder um corrida contra tartarugas. Escuto o bater da porta novamente.
–Eu já to indo caramba!- grito com a voz sonolenta, abro a porta e vejo um mensageiro, o olho por uns momentos esperando ele falar o que quer... Ele fica mudo -Fala logo o que você quer!
–Ah, me desculpe senhor Chase...- senhor? Gostei disso -Eu vim pegar a encomenda do ZK, por favor não me mate..- reviro os olhos e vou pegar a sacola de demônios.
–Diga a ele que eu nunca trabalhei com esse tipo de coisa, talvez não esteja tão bom- jogo a bolsa nele -Agora vai embora! - fecho a porta na cara dele.
Vou em direção ao banheiro, esfregando meus olhos, fico me encarando no espelho e vejo meus olhos cansados, lavo meu rosto e escovo os dentes normalmente.
Vou até o quarto e pego meu bloco de anotações, nele está tudo o que preciso para cumpir meu objetivo, faltam poucas coisas:
Botões azuis
Tinta roxa e azul
Limpadores de cachimbo
Agulhas e tecido
–Okay, falta pouco... Preciso me apressar, só me restam 5 dias para o grande dia.
Pego uma jaqueta preta, camisa vermelha, calça qualquer, tennis e uma mochila para levar tudo. Hora de enfrentar o mundo. Passo o dia procurando os melhores valores para comprar os itens.. O que? Economia é vida! Acabo pegando todas as coisas e um pouco mais, aqui na China as coisas são uma pechincha, enquanto caminho pela cidade vejo umas casinhas de madeiras bem organizadas.
–Que estranho, eu não me lembro disso estar aqui quando vim pela primeira vez- decido entrar na rua das casas de madeira, é bem interessante, do nada um garoto aparece em minha frente.
–Vá embora!
–O que?- enrrugo a testa, o garoto tinha olhos cinza escuro e cabelos castanhos também escuro.
–Eu sei dos seus propositos, eu sinto sua aura maligna!- ele aponta para mim.
–A qualé garoto! Me deixa em paz, eu só estou olhando...- ele se aproxima rápido de mim.
–Saia ou serei obrigado a lhe expulsar- o olho desafiadoramente.
–Tenta!- ele hesita, dou um sorriso, bato o ombro no ombro dele e me viro para ir embora -Muleque, qual seu nome?- falo virado de costas, ele fica calado me encarando
–Ok, nunca hesite... Isso mostra que você é fraco!- viro o rosto e olho para ele, ao fazer isso avisto o Arthur a uma distância considerável, ele não me vê, vou embora logo para que ele não me veja.

(Já em casa)

–Se o Arthur está lá, provalvelmente a Alice também estará e se a Alice e o Arthur estam lá, entaaaao a Raven está lá! Eu preciso ir lá hoje a noite! O problema é aquele garoto, ele me notou em questão de segundos... Hm, preciso de um jeito que ele não me detecte- estalo os dedos -Já sei! Vou fazer um boneco de mim mesmo, bloquear minha mente com algum ritual, invadir aquela mini-cidade e achar a Raven, preciso coletar cabelo e sangue dela e para isso preciso de um anestésico para ela não acordar no corte... -Enxugo o suor da minha testa com a mão e coloco meu cabelo para trás - Ufa! Preciso fazer uma lista... Cade me bloco de notas!?

(Algumas horas depois)

Preparo o círculo para o ritual de transferência de energia, do meu corpo para o meu boneco, termino os símbolos necessários, na minha tronco e no chão. Com o boneco no meio do círculo começo a fazer a transferência, ponho a mão no recipiente com o pó e faço uma linha de mim até o boneco, furo meu dedo com uma agulha e o sangue que sai eu uso para escrever um simbolo em minha testa depois gotejo duas gotas do meu sangue no boneco e com os olhos fechados falo as palavras-chave:
–Odaminani otejbo etse a lanrac oproc etse ogilretni otseg etsed oiem rop.
Abro os olhos e pego o capacete de vidro que produzi.
–Mis aroga, ops! Falei errado.. Bom, ja estou conectado com o boneco e estou meio que invisível mentalmente. Agora preciso me preparar para a invasão.
Coloco uma roupa furtiva: camisa preta de manga comprida com capuz, luvas pretas, calça jeans e sapato preto. Também pego meus "acessórios": cinto com porta coisas, neles coloco esferas de veneno e agulhas, um potezinho de antídoto, bombas de fumaça e entre outras coisas, pego minha manopla que esconde laminas em cada um dos dedos da mão direita, equipo a pulseira lançadora de agulhas no braço esquerdo, por ultimo uma máscara para cobrir boca e nariz.
–Agora já estou preparado- olho para a janela e vejo a claridade do dia - .... Que merda! Vou ter que esperar anoitecer...- bato com a mão a minha testa.

Arthur
Isso é estranho, a uns minutos eu estava em um avião indo para a China, depois estava na placa de Hollywood com uma garota de olhos vermelhos chamada Shanbi, momentos depois. China. Ela possue uma teleporte mais eficiente do que o meu, ela nos levou de um canto do mundo ao outro em uma só vez e eu teria que fazer o portal umas 3 ou 4 vezes, é algo surpreendente talvez eu peça alguma dica a ela sobre aperfeiçoar meus portais.
Ela nos trouxe para uma cidadezinha de madeira, todas as casas aqui são de madeira e isso é irritante, não paro de pegar farpas nos dedos...
Vou para a sala da Shanbi, fui chamado por algum motivo, eu não acho que ela seja perigosa talvez um pouco estressada. Abro a porta da sala e vejo a Shanbi conversando com... Raven?
–Raven? Eu não sabia que estaria aqui.
–É.. Nem eu- ela está meio estressada: braços e pernas cruzadas, balançando a perna direita, olhando com raiva para a Shanbi. Acho que elas ja estavam conversando por um tempo e uma não confia na outra.
–Então, o que vocês podem me contar? Por que estavam vindo para China?- Shanbi pergunta.
–Você não cansa de perguntar as mesmas coisas!?- Raven bate a mão na mesa.
–Bravinha né - Raven encara a Shanbi por uns segundos, ela chuta a mesa a frente dela que é arremessada na frente da Shanbi, enquanto ela ia embora. Eu ja estava preparando o portal para impedir que acerte a Shanbi, me precipitei, a mesa e os o objetos pararam no ar e voltam ao devido lugar, ela não mexeu um dedo se quer, depois ela olhou para mim deu um sorriso com a cabeça inclinada e olhos fechados.
–Voltando ao assunto..- ela se senta.
–Desculpe a Raven, ela sempre se baseia sua confiança no poder dela e já que não consegue ver seu futuro ela fica meio.. Tensa.
–Eu entendo.
–Ei, você também tem um olho preto!
–Também?
–Sim, nossa líder a Kaezzy tem olhos amarelo e preto, ela nos lidera a um tempão, ela envelhece bem devagar- ela fica pensativa por uns momentos.
–Arthur! Eu tenho muita coisa para fazer, entaao... Poderia sair?
–Ahh, claro- saio de lá e fico andando pela cidadezinha de madeira, soube que aqui há várias pessoas com habilidades interessantes e são chamados de kiturnes -ESPERA AÍ! Talvez tenha alguém aqui com a mesma habilidade do falecido Gunter!(localizar pessoas) Isso seria perfeito para achar a Alice- passa uma garota do meu lado -Ei garota, por acaso vocês tem alguém que consiga localizar uma pessoa?
–Bom, temos bastante até, localizadores por cheiro, por toque, por energia - qual seria melhor... Cheiro! Acho que tenho algo da Alice na mochila, pego a minha mochila e procuro algo.. Acabo achando o colar que eu fiz para ela: ela é composto de uma pedra verde central.
–Isso é perfeito!- ela estende a mão para pegar o colar, eu não deixo.
–Isso não é dela... Não ainda...
–Então não tem jeito, caso encontre algo vá até aquela casa- ela aponta -É lá que vive a Lyla, uma das rastreadoras.
–Obrigado de qualquer forma- vou para o quarto que Shanbi deixou para mim e Raven, quando chego la vejo a Raven sentada na cama, irritada, com os pés em cima da cama e encostada na parede -O que foi agora?- pergunto pendurando minha mochila.
–Aquela garota! Eu... Eu não confio nela! Ela é muito irritante!
–Ela está nos ajudando a achar a Alice, você não queria achar-la?- sento perto dela.
–Queria... Quero! - ela suspira -A verdade é que... Eu me sinto tão inútil- ela começa a ficar com voz de choro e a fungar -Eu não consigo ver mais nada relacionado a Alice, a ultima vez que a vi foi na muralha... - ela começa a chorar -E agora aparece essa garota dissendo que vai achar a Alice sendo que eu não consegui fazer isso! Eu nem consigo ver o futuro da Shanbi! Não sei se devemos confiar nela...- vou para mais perto dela, fico do lado, a abraço forte até que ela se console.
–Eu... Acredito em você, você vai achar um jeito...- ficamos abraçados por um tempo.

Chase
Anoiteceu, chegou a hora. Com a roupa, mochila e as "armas" prontas, eu saio do predio e ando pelas ruas devagar, não tem muita gente a essa hora e isso é muito bom, estou a 20 metros de distância da entrada da cidadezinha. Penso no que aconteceria se houvesse um incendio, riu com isso.
–Há guardas a cada 10 metros, tanto no chão quanto no muro- me sento no chão atrás de uma parede -Ok, preciso distrair eles... Ja sei!- nos pontos cegos eu coloco bombas de fumaça e progamo para 2 minutos.
Fico proximo a abertura e espero o tempo, olho para o meu relógio: 10... 9.. 8... 7.. 6... 5, coloco a máscara que tampa o nariz e boca e ajeito o meu capuz. A fumaça escapa pelas entradas das bombas. Enquanto os guardas se distraiam com a fumaça eu entro imperceptível, vou andando pelas ruas devagar e vejo os guardas voltando aos seus postos, respiro fundo por um momento.
–Bem legal esse clima pesado...- Dou uma risada.
Entre os becos vou andando, as casas aqui são bem simétricas e isso me irrita mas enquanto eu ando vejo uma construção diferente, bem no centro da cidade, me parece uma prefeitura ou algo do tipo -É bem chamativo.
É possível que lá esteja algum tipo de registro e que seja possível localizar a Raven, não poderei entrar pela porta, tenho certeza, decido escalar a lateral do prédio quando chego no primeiro andar ultilizo minha manopla e corto o vidro usando as lâminas, consigo entar em silêncio, vou andando pelos corredores vagarosamente por uns segundos vendo os nomes das salas que passavam por mim: centro de segurança, centro de saúde, sala de registo.
–Essa aqui!- olho pelo vasculhante e vejo alguém organizando os papéis -Ótimo... Quem fica acordado até essa hora? - pego uma cápsula com o gás que causa uma dor extrema como o a picada de varias abelhas, coloco no lança agulha e miro no rapaz, acerto na perna dele e ele cai no chão. Entro na sala e procuro por R, R de Raven, P... Q... R! Quadrante 3 casa 25, o garoto começa a se tremer.. Acho que está em convulsão.
–Mas que merda! - injeto uma uma injeção nele -Quieto! Esse é o antídoto! Não irei te matar, não é o meu alvo- vou embora, pela mesma janela que entrei, desta vez usando uma corda que peguei da mochila.
Vou andando até achar a casa da Raven, sempre com cuidado para não ser visto, não foi muito difícil de encontrar a casa porque todas tem identificação, a janela do quarto da Raven estava aberta e entro sem nenhum problema. A vejo dormindo, antigamente até gostaria dessa visão mas agora só me causa desprezo, pego a anestesia corporal que injeto nela e marco 1 minuto no meu relógio.
–Agora é só esperar fazer efeito. Não é nada pessoal Raven, bom, na verdade é pessoal sim, se você não tivesse rido de mim ou mesmo não ter ido, minha mãe ainda estaria viva! É tudo culpa sua!- lágrimas descem do meu rosto, minhas mãos fechadas tremem isso pode ser raiva ou nervosismo ou até mesmo... Culpa, o relógio começa a apitar e enxugo os olhos.
Pego a lâmina e faço um corte no braço da Raven, um que consiga fazer o sangue pingar, coleto sangue dela em um frasco pequen não pego mais que o suficiente, faço um curativo no braço, corto parte do cabelo dela bem discreto e coloco em um frasco também.
–Tenho tudo que preciso, adeus Raven, até dia 13- saio de lá, vou até a entrada/saída e desta vez eu joguei sonífero nos guardas e sai correndo, vai ser legal a partir de hoje.


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