Minha menina escrita por Deh


Capítulo 17
Emily


Notas iniciais do capítulo

Então gente, a que tudo indica esse será o penúltimo capitulo.
Não ficou tão grande quanto o anterior, mas eu garanto que Emily começará a ceder.
Então estão esperando o que?



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Abri os olhos lentamente, demorei para me situar. Foi então que eu senti um aperto em minhas mãos e eu o vi. Meu coração acelerou, ele estava dormindo, mas parecia tão calmo, mas não do jeito Hotchner tradicional, ele parecia estar em paz. O que é raro para o homem que parece carregar o peso do mundo nas costas. Eu continuei ali, não precisei olhar muito ao meu redor para perceber que era um hospital. Foi então que fechei os meus olhos e os acontecimentos recentes vieram.

Eu me lembro do impacto em meu carro e a única coisa que pude fazer foi mandar Amanda fingir estar desmaiada, então eles vieram e me pegaram. Eu não me debati, eu fui de boa vontade, afinal Amanda estava muito perto e eles poderiam muito bem pega-la ao invés de mim. Quando me colocaram no carro a única coisa que senti foi um pano em meu nariz, eu inalei um sonífero e desmaiei. Acordei eu estava sentada e amarrada em uma cadeira, mas apenas minhas mãos estavam amarradas. Foi então que notei dois deles, um era o chefe o qual eu me aproximei enquanto estava disfarçada o outro eu não conhecia, ele segurava uma câmera enquanto o chefe me pergunta em francês coisas como meu nome, meu trabalho, minha família. Eu não respondi, e cada pergunta não respondida gerava uma punição. Eu sei que eles sabia tudo sobre mim, no momento em que eu fugi deles na França eu sabia que eles já deveriam ter minha ficha completa, mas eu não daria a eles o gosto de me ver falando da minha família e em seguida suplicando pela vida de cada um deles. Não, se fosse para mim morrer que fosse com dignidade. Depois que ele viu que eu não iria responde-lo, ele se aproximou de mim e me fez inalar o sonífero de novo. Eu poderia ter ficado lá por dias ou até mesmo algumas horas, pois eu não tinha a mínima noção de tempo. Foi quando eu senti alguém me desamarrando, eu não sabia se era um sonho ou realidade, esse alguém me pegou no colo e gritava por socorro, foi então que eu reconheci a voz, a única coisa que eu consegui murmurar foi “A...” E o restante apenas morreu na minha garganta.

Eu senti a mão dele afrouxar o aperto e abri os olhos, ele sorriu. O mesmo sorriso que eu me apaixonei há anos atrás, o mesmo sorriso que ele sempre guardou as sete chaves o mesmo sorriso que vejo em Amanda quando ela realmente está feliz “Você está bem? Quer alguma coisa? Eu vou chamar o médico” Ele estava prestes a levantar, mas eu agarrei a sua mão “Água” ele pegou um copo ao lado da minha cama e me entregou, eu tomei tudo, parecia que tinha dias que eu não tomava água, e na verdade era isso que eu temia. “Amanda?” eu perguntei “Ela está bem” eu soltei a respiração que nem saiba estar presa. “Como você está se sentindo?” ele perguntou preocupada “Dormente” eu respondi, “O médico disse que isso já era de se esperar devido aos seus ferimentos” ele me explicou “Pelo menos estou viva” eu o consolei “E com muito ossos quebrados” eu sorri “Relembrando os velhos tempos” ele não achou graça “Já vi você ser atingida por um carro e não quebrar nem mesmo o braço” eu rolo os olhos “Tempos difíceis” então percebo seu olhar penetrante “Quer conversar sobre isso?” ele se oferece “Não preciso, nós dois sabemos que eu fui treinada para esse tipo de situação Aaron” Eu vi seu corpo ficar tenso e vi ele prestes a se levantar “Fica aqui?” Ele me olhou curioso “Por favor?” eu não sei o que deu em mim, mas eu não queria ficar sozinha. Ele não me respondeu, ao menos não em palavras, ele sorriu para mim e fez que sim com a cabeça. Começamos a conversar sobre coisas aleatórias e depois ele me disse que Amanda e meus pais, sem falar de duas loiras quase mortas de preocupação queriam me ver, eu disse que mais tarde, conversamos por mais um tempo e eu adormeci.

“Ela está bem?” eu ouvi uma voz bem conhecida perguntar em um tom mais baixo que o habitual, “Sim eu estou” eu disse abrindo os olhos e vendo instantaneamente um sorriso aparecer no rosto da minha filha “Mamãe” ela se aproximou e agarrou em minhas mãos, Aaron estava bem atrás dela, com a mão sob seus ombros “Eu não te disse?” ele disse a ela, “Eu tive tanto medo...” ela olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas prestes a cair “Eu estou aqui querida e isso é o que importa” eu a consolei. Conversamos por mais um tempo, até Aaron dizer “Ei pequena o que acha de um sorvete?” ela parecia não aceitar bem a proposta “Não se esqueça que sua mãe tem mais visitas” ela suspirou e se despediu de mim, Aaron a acompanhou, mas quando ele estava prestes a sair ele sussurrou “Volto logo”. Não muito tempo depois dos dois saírem, entra em meu quarto um casal bem conhecido “Fiquei tão preocupada querida” mamãe disse sentando na cadeira ao meu lado e segurando minhas mãos “Eu estou bem mãe” eu disse e ela me deu um daqueles seus olhares de não discuta comigo, eu me limitei a sorrir, foi então que papai se pronunciou “Estamos feliz que você esteja bem querida, embora acho que agora seja o momento em que eu devo lembrar a você o quão perigoso e essa coisa de se disfarçar? Você tem sorte mocinha” “Pai” eu o repreendo e ele sorri “Ficamos tão preocupados com você Emily, você sabe que apesar de toda a sua rebeldia nós te amamos, certo?” eu sorri para aqueles dois, papai não usava o termo rebeldia, ele preferia dizer que eu tinha um espirito aventureiro e mamãe sempre brigava com ele, pois de acordo com ela isso era rebeldia. “Eu também amo vocês” Conversamos por um tempo, até papai dizer que já era hora, ele se despediu de mim e deixou mamãe para trás. “Teremos que viajar hoje, eu tentei mudar a data querida, mas não deu, eu queria tanto...” eu a interrompi, afinal eu já era adulta “Eu entendo mãe” eu disse a ela “Às vezes eu odeio meu trabalho” ela disse e eu respondi “Eu também” nós duas rimos. Ela se despediu de mim, logo depois ela disse “Siga seu coração e se eu te criei tão bem como eu imagino não fuja Emily. Diga logo a ele que o ama” eu senti minhas bochechas queimarem, por que as mães tem que ser assim? “Mãe!” eu a repreendi, mas continuei em um tom mais baixo “E se ele não me amar mais?” eu disse insegura, ela rolou os olhos, “Emily eu vi o olhar no rosto daquele homem e você sabe muito bem que eu não me engano, ele sempre te amou. Vocês dois é que são cabeça dura de mais”.

Alguns dias depois finalmente ganhei alta, e advinha quem é que me buscou? Se você diz Aaron Hotchner você com certeza acertou. Claro, ele trouxe Amanda também, já que ela estava ficando com ele desde que meus pais viajaram. O caminho de volta foi silencioso, mas um silencio acolhedor, Amanda estava olhando pela janela e eu fazendo o mesmo, ele dirigia tranquilamente uma vez ou outra ele me olhava sorrateiramente, parei de reparar e voltei meus pensamentos para quando JJ e Penélope me visitaram. Elas me abraçaram e Garcia confessou que ficou com muito medo de que eu pudesse morrer e que da próxima vez que eu fizesse ela passar tanto medo assim eu iria me arrepender seriamente, já JJ me confidenciou o quanto Aaron ficou preocupado comigo, ele foi até mesmo capaz de largar um caso em andamento para vir, e olha que até hoje, além dessa vez eu só vi isso acontecer uma vez, quando eu ganhei Amanda. JJ e Penélope me perguntaram se eu ainda o amo, não sei o que me assustou mais: a pergunta ou a minha resposta. “Chegamos” ele me tira de meus pensamentos.

Quando chegamos Amanda se despede dele e me dá um beijo, de acordo com ela, ela está exausta, Aaron fica mais um tempo, ele se oferece para fazer um chá para mim, o qual eu aceito. Eu sento no sofá esperando por ele, que não demora muito. Tomo o chá e conversamos mais um pouco, até eu reparar em nossa distância. Estamos realmente próximos e ele notou isso também é então que ao invés dele se afastar ele se aproxima cada vez mais de mim e me beija e eu retribuo. Não é um beijo lento nem devagar, até mesmo por que as coisas entre nós sempre foram tão intensas e esse beijo era a prova disso. Quando nos separamos para recuperar o folego, meu lado racional começa a se manifestar e quando ele se aproxima de mim mais uma vez, eu coloco as mãos no seu peito e o paro “Nós não podemos” eu consigo dizer, minha voz saiu como um lamento “Por que?” ele disse naquela voz rouca, o céus será que ele sabe o que isso faz comigo? “É tarde, você tem que ir e eu acabei de chegar de um hospital” eu justifiquei, ele pareceu absorver minhas palavras, ele sorriu, se aproximou de mim mais uma vez e me deu um beijo na testa acompanhado de um “Até breve” e saiu. Foi quando eu finalmente percebi o que eu disse a ela, eu não tinha dito que não podíamos, eu não tinha dito que eu não queria, eu apenas inventei desculpas e agora eu sei porque ele sorriu, ele sabe que conseguiu embolar meus pensamentos, ele sabe que ainda tem efeito sobre mim.

Algum tempo depois que ele saiu, Amanda aparece. Ela deita no sofá e coloca a cabeça no meu colo. “Por que eu tenho a sensação de que você estava observando?” eu digo a ela, ela não nega, apenas pergunta “Por que vocês se separaram?” Eu a encaro, ela nunca tinha me perguntado isso, da mesma maneira que eu nunca contei a ela, eu sempre diz que eu e Aaron não dávamos mais certo, mas eu sei que ela acabou de ver e ela não é boba, ela sabe que o que eu disse sempre foi uma desculpa, mas eu também não posso dizer a ela o verdadeiro motivo, ela é uma criança e isso é um assunto meu e do pai dela, então olhando mais uma vez para seu rosto eu apenas digo “É complicado” ela me encara “Por que é sempre complicado?” ela pergunta, e é uma boa pergunta, demoro um tempo para encontrar uma boa resposta, é então que eu digo “O mundo dos adultos é complicado” ela não diz nada, apenas sorri fracamente.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?
Desculpem qualquer erro de português.
Bjss e até breve



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