Adotada escrita por Marrychan


Capítulo 7
Capítulo 7 - Levante suas Bandeiras! No amor, vale tudo!


Notas iniciais do capítulo

Perdoe-me a demora em postar esse capítulo, eu fiz uma coisa que não fazia a muito tempo, desmaiar sobre a cama e dormir, então acabei atrasando um pouco para fazer o capitulo tanto que ele ficou um tanto mais longo, mas ai está - espero que curtam. o/ Fico feliz o tanto de pessoas que esta acompanhando a historia, espero que estejam curtindo o tanto que estou me divertindo em escreve-las.



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Não era um bom dia, não havia dormido muito bem aquela noite depois do que Kentin havia me dito, novamente, conseguia ouvir todas as palavras com os mais diferentes timbres quando me lembrava do que ele falava que éramos apenas irmãos, que devíamos continuar assim, aquilo sem duvidas me machucava. Eu não entendia, uma hora ele havia se declarado e na outra pedia para esquecer, como eu poderia esquecer alguém que me beijou? Inconscientemente passei o dedo indicador sobre os lábios me lembrando, ele não tinha lábios finos, e incrivelmente, o sabor que havia sentido aquele momento era diferente de Castiel.

– Chocolate... – Murmurava em um tom baixo, me lembrava aquelas bolachas que comíamos juntos, era até estranho me sentir assim.

Era hora de voltar ao meu mundo novamente, sinceramente não sabia o que me esperava naquele momento, pelo menos, não naquele dia. De alguma forma já esperava que Kentin se afastaria de mim hoje, mas, eu estaria bem com aquilo? Meus olhos percorreram o guarda roupa puxando uma blusa branca e uma calça jeans, o salto sempre me acompanhava nessas horas. Assim que sai do quarto eu vi a feição avermelhada de Kentin, ele parecia que queria falar algo e assim o olhei um tanto surpresa, não esperava por vê-lo assim tão...rápido.

– E..eu...eu...sabe, ontem, nós...eu o que eu disse... – Não entendia o que ele queria com aquilo, sinceramente, estava bem perdida.

– Vocês não vão comer não? – era nossa mãe, eu a olhei um tanto surpresa, eu a amava, mas aquela não era a melhor hora para aparecer, aquilo era algo importante.

– Nós vamos sim, vamos, Momo. – Kentin acabava por virar as costas e me deixar ali sozinha.

– Eu interrompi algo?

– Ah, não mãe, Kentin só pareceu pensativo, eu acabei de encontra-lo também.

– Entendi, venha, vamos comer.

O jantar foi incrivelmente silencioso, Kentin não falava comigo como normalmente faz, muito menos lançava algum olhar em minha direção. Pela primeira vez senti aquele sentimento de rejeição vinda dele, o gosto da comida ficava incrivelmente amargo o que me fez comer uma porção a mais de cereal para ver se aquele gosto ruim passava, mas fora inútil, era péssimo a sensação que estava sentindo aquele momento, principalmente aquele gosto amargo em minha boca.

Kentin acabou saindo em minha frente enquanto comia minha segunda porção de cereal, o que resultou em eu e meus passos silenciosos até a escola, se diziam que era extremamente torturante ir para escola eu acabava por sentir praticamente aquela sensação, não era a mesma coisa quando Kentin me acompanhava, não era divertido, era realmente ao contrario. Quando menos percebi já estava na escola, parecia uma eternidade aquilo, tentei passar despercebida das pessoas aquela vez, mas senti algo tapar meus olhos de repente, era uma voz feminina.

– Adivinha quem é.

– Rosalya? – Dizia e assim tocava sobre as mãos da mesma e esta me soltava rindo.

– Rosa só esta bom, eu já disse. – Ela parou e me olhou de cima abaixo, ela fez uma expressão quase de terror – O que aconteceu? Parece que você pegou a roupa mais básica do seu armário e saiu, esta deprimida? Ontem você estava uma fofura, mas hora você esta normal.

– Agradeço o elogio. – dizia um pouco sem graça – É que hoje é aula de pintura minha, praticamente tem chances de sujar a roupa então eu prefiro algo que você chama de normal. – apesar dela ser bastante simpática, não me sentia a vontade de comentar aquilo com ela – Mas estou com alguns problemas, mas nada que eu não possa resolver.

– Problemas? Hm, com seu irmãozinho? Achei até estranho você não vir com ele... pensei que viessem sempre juntos.

– Haha, não, ele tinha umas coisas para fazer acho. Bem, eu tenho que ir Rosa, depois nos falamos mais.

– Se diz, tudo bem então, vai á garota, e, por favor, não venha com uma roupa dessas amanhã, você fica mais bonita com outras roupas.

Acabei me deixando me divertir pelo momento, pelo menos meu senso de humor estava nos eixos, Rosa tomou seu rumo enquanto eu tomei o meu, eu ia direto para classe foi quando senti algo segurar meu braço, por um momento eu desejei ser invisível, eu só queria chegar na sala e desaparecer no meio de tantos alunos, mas isso não era possível naquele momento, talvez fosse uma forma errada de lidar com as coisas em querer fugir, mas eu não estava com vontade de ficar conversando aquele dia.

– Ei Moranguinho, esta com a cabeça a onde?

– Ah, é você. – Falava em um tom desanimado – Não é nada de mais, eu apenas estava pensando sobre a aula de hoje...

– Eu estou vendo essa sua animação ao me ver. – Ele dizia com uma careta dando um peteleco na minha testa – Fale, vamos, não é todo dia que você fica assim.

– Esta tão transparente assim?

– Para começar, Kentin não esta com você, e você com uma expressão de que alguém morreu e nunca mais vai voltar, venha, vamos conversar em um lugar mais sossegado.

Ele praticamente me arrastou para o Ginásio, de lá ele sentou um pouco mais longe do pessoal que estava jogando, ele acabou tirando uma pequena garrafa com água e me deu, não é como se eu quisesse estar ali, fora praticamente arrastada para aquela situação, mas no fim eu apenas soltava um suspiro pesado, o dia estava realmente estranho, dês que formamos uma família, eu nunca estive sozinha, mas eu não entendia porque aquele vazio aparecia novamente, era como naquele dia.

– Então?

– Você é alguém bastante persistente... – Murmurava em um tom desanimado – É que, depois de ontem a noite, aconteceu uma coisa quando voltamos para casa, eu e o Kentin.

– Hm, e ai?

– Ele me beijou... – Minha voz quase falhou em completar a frase, fora um sacrifício para criar coragem para olha-lo naquele momento, fora quando eu finalmente o olhei sua expressão foi formada de angustia – Castiel?

– Você, deve estar feliz com isso não? Afinal foi um beijo dele... – Ele abaixou o olhar acabando por rir – Não é?

– Não é isso. – Dizia enquanto desviava o olhar do dele – Eu me sinto estranha, eu sempre gostei muito dele, mas dês de ontem, ele se distanciou, ele falou que gostava de mim e depois disse para esquecer.

– E porque esta me dizendo isso?

– É porque, parece se sairmos dessa relação de irmãos, eu vou me sentir sozinha novamente... – Eu abaixava o olhar rindo – É patético, não é? Porque eu sinto que isso esta errado? Porque meu peito dói quando ele me toca, quando ele me beijou a mesma coisa? – Quando menos dei por mim minhas lágrimas começaram a cair – Eu não quero que ele me ignore, eu não quero me sentir sozinha de novo.

Castiel levantou de repente, eu o olhei um tanto surpresa e assim ele se aproximou de mim de repente e pegou sobre meu pulso começando a me arrastar para fora do lugar, eu não entendia nada do que estava acontecendo.

– C..Castiel, espere, o que você esta fazendo? M..me solte!

– Nós vamos resolver esse problema, eu estou cansado de ouvir sobre aquele quatro olhos o tempo todo, e odeio te ver assim, ele é uma das pessoas que não devia nem sequer lhe deixar assim.

– Castiel...

– Porque assim, você para de pensar nele e olha para mim. – Ele murmurava e um tom quase inaudível, até que me lembrava, ontem, ele também me beijou.

Eu acabava por parar de andar e puxar meu pulso com força o que o fez parar no meio do caminho, e assim ele me olhou, com a mesma expressão de angustia, eu não queria o ver assim, não é porque eu era gentil ou era amiga dele, mas, eu apenas não queria que isso acontecesse, ele sempre mostrava um semblante tão confiante e agora, estava completamente acabado. Era como se quebrássemos um espelho e voltássemos todos os cacos no lugar, mesmo que tentássemos esconder a imperfeição, ainda podemos ver os cacos.

– Eu estou feliz que meu primeiro beijo tenha sido com você, eu nunca me senti tão bem quando lhe beijava, o gosto do seu beijo é diferente do dele, mas isso não tira sua importância, porque eu gostei, eu gostei de sentir seu beijo então... – Meu rosto acabou tomando uma cor mais ruborizada, era quase impossível não ficar assim – Então, por favor... eu não quero ir falar com ele sobre isso, apenas deixe as coisas se resolverem.

– Tudo bem por você? – ele dizia enquanto me olhava, sua expressão tinha claramente melhorado – Talvez você não tenha percebido, e julgo que não, mas sua primeira paixão é ele, por isso ontem você sentiu-se mal, provavelmente sentiu uma dor no peito e angustia, isso se chama ciúmes, é isso que você esta sentindo por ele, ciúmes. – ele deu uma breve pausa e soltou meu pulso enquanto olhava nos meus olhos – É isso que eu estou sentindo por você, Momo, ciúmes. Eu sei que ainda seu coração esta presa a ele, mas eu definitivamente vou fazer você se apaixonar por mim novamente, e se eu falhar, vou tentar de novo, e se aquele quatro olhos não sabe valorizar o que ele tem na frente dele, eu sei muito bem.

Ele se aproximou de mim e me beijou, senti meu coração acelerar parecendo que quase ia sair para fora da boca, dessa vez não era um gosto amargo que saia da boca dele – não, mas um gosto que deixava meus lábios praticamente quase implorando para senti-los novamente, e apenas de pensar em pedir por mais beijos dele novamente me deixava completamente sem jeito e eu me sentia quase uma pervertida por ter tais pensamentos no momento, ele tomou minha mão e a beijou logo depois se afastando, fora quando eu senti minhas pernas vacilarem e eu cair na bancada sentada, eu não sabia como estava minha expressão, mas sem duvidas, sentia meu rosto queimar.

– Quente... – Murmurava escondendo meu rosto com as mãos – Quente, ele é quente...

Demorou um pouco para me recuperar, mas consegui chegar à sala de aula com minhas próprias pernas, acabei chegando um pouco atrasada que como punição faria lições extras, ou seja, ficar mais tempo na sala de aula, não que achasse ruim, mas mesmo assim tinha coisas para fazer depois das aulas. Minha cabeça ficou em outro lugar completamente, não conseguia me concentrar direito, praticamente minha cabeça estava tão cheio de coisas que mal conseguia me concentrar.

Finalmente as aulas haviam acabados porém eu tinha que ficar para fazer as lições extras, enquanto rabiscava as respostas na folha de caderno ouvi alguém se sentar em minha frente o que me fez olhar um tanto surpresa, era Kentin.

– Kentin?

– Por favor não diga nada, apenas escute, certo? Antes que eu perca completamente a coragem, eu sei que você beijou o Castiel. – Eu o olhei um tanto surpresa e fiquei com o rosto um pouco vermelho – Eu fui infantil em agir daquele jeito, que eu parei para pensar sobre o assunto, eu beijei a Íris e praticamente você fez o mesmo com Castiel, eu não tinha direito nenhum de reclamar ou ficar bravo com você, eu acabei deixando um clima estranho hoje de manhã entre nós dois, eu só precisava de um tempo para acalmar minha cabeça, me desculpe.

– Eu pensei que você começou a me odiar... – dizia enquanto brotava um sorriso sobre meu rosto e assim me levantei e o abracei com certa força – Eu me senti tão sozinha, eu não quero que isso aconteça de novo, desculpa, desculpa... não fique bravo comigo.

– Desculpa, esta tudo bem agora. – ele fez carinho sobre minha cabeça e sorriu – Fico feliz que não esta brava comigo, nós somos uma família acima de tudo, eu tenho mais coisas para falar com você, mas falamos em casa, certo?

Eu afirmei com a cabeça e ele apenas depositou um beijo sobre minha cabeça e disse que tinha algumas coisas para fazer, que me encontrava na saída. Sentia-me bem melhor aquele momento, foi como se um peso saísse de minhas costas completamente, assim que terminei eu fui me encontrar com Violette que já estava me esperando na sala de desenhos, fazia pouco tempo que fizeram aquela sala, mas estava sendo muito bem aproveitada pelos alunos, praticamente era mais eu e a Violette que ficava ali.

– Momo, bem-vinda. – ele largou os pinceis e foi me abraçar mas parou no meio do caminho olhando as roupas que estavam sujas de tinta – Eu lhe abraçaria, mas eu acho que não seria algo bom para sua blusa branca.

– Estou me considerando abraçada já, vamos trabalhar.

Violette era uma das minhas melhores amigas, praticamente a que mais puxei conversa quando cheguei nessa escola, ela é bem tímida, mas é uma boa garota. Ela se apaixonou por um garoto de cabelos azuis que no final descobrimos que ele gostava era de outra coisa, mas o garoto era bem simpático pelo que me lembrava, ele havia saído de férias por causa dos pais que tinha previsão para voltarem logo, podia ver que pela feição dela ela sentia a falta dele. Enquanto fazíamos nossas atividades ouvi a porta da sala se abrir, o que me fez olhar com uma certa surpresa, era Kamui.

– Imaginei que estaria aqui. – ele dizia rindo e assim se aproximou e entregou alguns papeis na minha mão – Depois de encarar o mau humor do nosso Presidente loirinho, eu finalmente fiz minha transferência e peguei os papeis para entrar no clube de arte, e você é a Presidente daqui atualmente, não?

– Ah, sim, a Violette me passou esse cargo depois que eu entrei apesar de que pouca gente sabe. – dizia pegando os papeis e olhando – Eu vou assinar e levo até o Nathaniel os papeis, pode deixar comigo, bem vindo ao clube Kamui.

– Eu esperava rosas e trombetas no fundo, mas seu bem vindo me deixa feliz. – ele riu enquanto começava a olhar as obras que estavam espalhadas pela sala – O pessoal daqui até tem talento, não? Eu ainda estou esperando para lhe desenhar.

– Quem é esse Momo? – Violette aparecia olhando curiosa para Kamui.

– Ah, é um dos novos membros do nosso clube, ele se chama Kamui. Eu vou aproveitar e entregar os papeis para o Nathaniel, já que eu volto.

– Haha, vai ignorar o que falei?

– Pare de ser bobo Kamui, vamos, temos o dia todo para isso, só deixe eu fazer isso e lhe mostro o resto das obras da sala. – dava uma breve pausa pronta para sair e olhava para Violette e sorria – Explique as coisas do clube para ele, assim já que eu voltar podemos fazer algo.

– A..ah certo!

Acabava por sair e ir na sala do Grêmio, estava um pouco suja de tintas e alguns pós que havia mexido, mas aquilo era o de menos. Assim que entrava na sala do Grêmio dava de cara com a Melody beijando o Nathaniel, por um momento eu pensei em sair de fininho da sala mas a situação estava um pouco complicada já que fui eu que abri a porta, Nathaniel me olhou assustado e assim olhei um pouco para o lado sem jeito.

– Desculpa, eu só vim trazer os papeis do clube... eu vou deixar os papeis aqui e vocês podem continuar.

Eu me aproximava e deixava os papeis em cima da mesa e me virava para ir embora, mas senti Nathaniel me segurar com uma expressão claramente aflita, e eu o olhava um tanto surpresa, e tinha um mau sentimento quanto aquilo, não ia dar certo se ele fizesse isso.

– Nathaniel, não se preocupe eu não vou falar nada de você e a Melody, eu só quero voltar para a sala do clube...

– Espera!

– O que pensa que esta fazendo Nathaniel? – Melody perguntava claramente com raiva – Solte-a.

Ótimo, eu queria estar em muitos lugares, fazendo muitas coisas, mas não ali naquele momento, estava querendo virar vapor, porque sabia, aquilo não ia acabar pacificamente.


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Notas finais do capítulo

Foi bem intenso escrever esse capítulo - espero que estejam curtindo, logo, logo vai sair o próximo! Fiquem a espera - até daqui a pouco. o/



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