Kentin ficou olhando Kamui com uma expressão indescritível, ele parecia não saber o que dizer, até que Kamui se levantou e foi para perto de mim e se sentou em minha frente como se esperasse algo, eu o olhei um pouco aflita sem saber o que deveria fazer primeiro, eu nunca havia beijado na vida, e aquela seria a primeira vez, eu não me sentia tão a vontade para tal, e assim desviei o olhar do dele por alguns minutos.

– E..eu nunca beijei alguém... – Eu dizia de forma um pouco sem graça – E..eu não sei bem o que deveria fazer... – Ele me olhava um tanto surpreso, e assim exibiu um sorriso calmo sobre os lábios.

– Tudo bem, apenas relaxe, e curta comigo, certo?

Eu afirmava com a cabeça e fechava um poucos os olhos, e esperava, senti uma das mãos dele tocando sobre meu rosto o que me fez olha-lo, olhos tão azuis, parecia que ia me perder no meio deles, meu coração começou a bater realmente muito rápido aquele momento, foi quando vi o rosto dele ainda mais perto, o que me permiti fechar os olhos novamente. Foi estranho a sensação, sentia uma sensação diferente sobre meus lábios, parecia que algo estava protegendo meu lábios, quando eu vi, a mão de Nathaniel estava no meio de nós dois.

– Pronto, já teve seu beijo, se afaste.

– Haha. – Kamui ria e assim se afastava erguendo as mãos – Esperto, vamos lá, o jogo apenas começou, certo?

Por um momento senti meu coração que quase ia sair da minha boca, eu coloquei a mão em meio ao meu peito sentindo o quão forte estavam os batimentos cardíacos, pareciam que nunca ia se aquietar, Nathaniel pegou os palitos e começou a dar para que puxassem novamente, dessa vez saiu Kamui com o palito maior e Castiel com o palito menor, ambos se olharam e sorriram.

– É, é nosso carma sempre um puxar o outro, mas bem irmãozinho, vou lhe dar algo bem divertido. – Ele deu uma breve pausa – Dê o primeiro beijo na Momo, creio que um lugar privado seja melhor, então pode leva-la para algum cômodo a dentro...você se importa Íris?

– Não, de forma alguma. – Kentin e Nathaniel lançaram um olhar mortal quase sobre ela, que a fez quase recuar um pouco com o corpo.

– E...espera.. – Eu dizia com o rosto completamente vermelho – E..eu não sei se estou pronta para isso, vai ser meu primeiro beijo e... – Eu abaixava um pouco o rosto sem jeito – E..eu não sei como se faz...

Castiel apenas se levantou e segurou minha mão subindo para dentro da casa da Íris, dávamos de cara com a cozinha, e assim o mesmo trancou a porta, e conseguia ouvir uma discussão, mas não conseguia ouvir direito o que falavam. Castiel soltou minha mão e andou um pouco sobre o lugar parecendo pensativo.

– Que coisa, ainda que é um desafio, não é algo tão fácil assim de se fazer... – Ele dizia e logo me olhava e se aproximava, o que me fez recuar um pouco e ficar contra a porta, o rosto dele estava realmente muito próximo – Seus lábios são realmente bem rosados, lembra um morango... – Ele dizia enquanto passava o polegar sobre meus lábios – Dá vontade até de mordê-los...

– M...mordê-los?

– Haha, relaxe, eu não vou fazer isso para seu primeiro beijo, eu vou ser gentil, afinal... eu estou sendo seu primeiro, e de alguma forma, isso me deixa feliz. – ele se aproximou de minha orelha e sussurrou baixo chamando meu nome – Momo.

– C...Castiel... – Eu acabava por fechar os olhos com força e assim o sentia que ele parava, e o olhava novamente, ele estava sorrindo.

– Olhe para mim, não quero que perca essa momento.

Pela primeira vez fiz um esforço para permanecer com os olhos abertos tentando não desviar um momento se quer daquele momento, um dos braços dele contornaram minha cintura me puxando para mais perto dele, não é como se eu houvesse alguma escapatória ali, afinal, eu que estava me sentindo a presa ali, meus olhos se fixaram nos dele por alguns momentos, castanhos, uma cor tão simples aquele momento, pareciam esconder algum segredo que praticamente pareciam brincar para que eu adivinhasse. Sentia o toque dele com a mão livre sobre meu rosto, e assim meu olhar desviou para os lábios dele e sentia que quase meu coração ia parar de bater a qualquer momento com aquilo, o cheiro do perfume que ele usava ficou mais aparente aquele momento, durante todo o tempo que eu o conhecia nunca havia sentido o cheiro do perfume, apenas com aquela aproximação me era permitido sentir o doce aroma, quase me fazia me embriagar por ele aquele momento.

Estava praticamente a mercê de seus braços que me seguravam com firmeza, como se eu fosse escapar, e assim o ato fora feito, a sensação dos lábios frios me causavam um arrepio, logo depois o gosto amargo me invadia a boca, provavelmente era da bebida que ele havia tomado anteriormente, ele pressionou os lábios contra os meus como se pedisse passagem por algo, e eu o segurei sobre os ombros com certa força, meu corpo tremia, não como se estivesse com medo ou não estivesse gostando da sensação, mas, por um simples momento, senti minhas forças irem embora como se eu fosse cair ali, ele afastou um pouco o rosto e me olhou, seus bochechas estavam tão avermelhadas quanto seu cabelo.

– Esta com medo? Esta tremendo... – Ele sussurrava baixo ainda me segurando com certa força, e assim apenas maneava a cabeça negativamente.

– Eu apenas sinto que minhas pernas vão me trair a qualquer momento, eu estou sem forças. – Ele riu e assim me segurou um pouco a baixo da cintura e me segurou sobre seus braços me levando até a mesa me deixando sentada ali, eu o olhei vermelha e me permiti segurar em seus ombros que eram bastante largos e puxa-lo para perto – D...desculpa, não sou tão boa assim em beijar...

– Não precisa se desculpar. – Ele dizia inclinando a cabeça levemente para o lado, e assim se aproximou novamente de mim, o sorriso sobre os lábios dele era bem notável, e assim ele começou a dar vários selinhos repetidos sobre meus lábios que terminaram em um beijo um beijo um pouco mais demorado, até que ele se afastou – Abra mais a boca, me acompanhe.

Minha guarda havia completamente abaixado, não dizia nada e apenas afirmava com a cabeça e fechava os olhos enquanto uma das minhas mãos iam até os cabelos avermelhados dele, fora quando eu senti o gosto amargo da bebida novamente, que já não chegava mais a incomodar, fora quando senti a língua dele pressionar sobre meus lábios como se pedissem passagem e assim o fiz, sua mão deslizou sobre minha perna cravando levemente as unhas sobre a mesma que me fez abrir um pouco mais os lábios que fazia um gemido abafado sair, a língua dele se encontrava praticamente com a minha que timidamente seguia o ritmo dele, que aos poucos se tornava ainda mais denso, quando sentia que os pulmões quase brigavam por um pouco de ar o beijo foi cessado com apenas a saliva que única por curtos momentos aquele beijo, ele me olhou sorrindo.

Eu respirava com um pouco mais de dificuldade, aquele beijo parecia que eu fui ao céu e voltei em poucos momentos, e logo quando parecia que ele ia dizer algo, um barulho sobre a porta era bastante audível, e assim Castiel riu e balançou a cabeça tocando suavemente sobre meu rosto depositando um pequeno selar de lábios.

– Vamos, seu irmão deve estar louco.

Castiel me ajudou a ficar de pé novamente, pelo menos as forças nas pernas haviam voltado, assim que Castiel abriu a porta eu vi praticamente Kentin o pegar pelo colarinho, ele estava realmente irritado com aquilo.

– Seu desgraçado! – Ele gritava com a expressão quase irreconhecível, eu o olhava um pouco aflita, e assim segurava sobre o braço dele e ele me olhava, senti um calafrio passar sobre minha espinha quando o olhar dele encontrou comigo.

– O solte, Kentin, ele não fez nada, o solte.

– Ele lhe beijou! – Ele dizia irritado acabando por soltar Castiel e me olhava, sua expressão se tornava aflita, e assim Kamui se intrometia no meio rindo.

– Calma, ele não a beijou na boca, certo Castiel? – Kamui o olhava sorrindo, e assim Castiel apenas afirmava com a cabeça de modo calmo – Viu.

– No máximo que eu dei foi um beijo no rosto dela, nada de mais, você fica aflito por pouco sabia? Como a Moranguinho disse, não fizemos nada de mais, certo? – Ele me olhava com o mesmo sorriso de antes, e assim meu rosto se tornou um pouco mais ruborizado, enquanto afirmava com a cabeça.

– Eu disse. – Kentin pareceu aos poucos se acalmar, assim ele me abraçou, ele parecia aliviado com tudo aquilo, pela primeira vez – eu não me senti feliz sobre os braços dele, meu coração doía quando ele me tocava daquele jeito.

– Vamos encerrar o dia por aqui. – Nathaniel falava – Temos aula amanhã, e creio que temos que descansar, mesmo que um pouco.

– Eu concordo, o dia foi longo demais. – Ambre falava com um certo desgosto.

Acabamos cada um indo para sua casa, antes de ir embora Castiel acabou pegando meu numero de celular escondido de Kentin, e não demorou para chegarmos em casa, parecia que não havia ninguém ali.

– Nossa mãe acho que não esta. – Kentin dizia pensativo – Provavelmente ela deve ter saído para algum lugar depois que fomos para a festa.

– Possivelmente. – Eu dizia subindo as escadas, e assim sentia algo segurando meu pulso, era Kentin que me olhava com uma expressão confusa.

– Podemos conversar?

Kentin me acompanhou até meu quarto, eu me sentei sobre a cama e ele do meu lado, eu abracei o travesseiro e o olhei esperando ouvir o que ele tinha para me dizer, ele parecia estar criando coragem e assim finalmente conseguia ouvir a voz dele.

– Nós saímos uma época com a Íris, mas não foi nada sério. E hoje eu meio que acabei cedendo a ela, não era para isso ter acontecido, eu gosto dela, mas não dessa forma e creio que ela também não. – Ele deu uma breve pausa e desviou o olhar para o chão enquanto continuava a falar – No meu caso, foi para suprimir minha vontade que tanto tenho guardado isso... isso não era para mim sentir.

– Kentin... – eu o interrompia enquanto sorria um pouco sem graça – Eu, não tenho o direito de me intrometer na sua vida nesse quesito, somos só irmão, não? Como você disse...

Foi quando de repente eu senti os braços dele me contornando em um abraço, forte, me sentia praticamente presa ali, e senti o peso do meu corpo ir para trás e quando eu dei por mim, vi a imagem de Kentin com o rosto completamente vermelho, e ele se aproximou de modo rápido e senti os lábios dele de encontro aos meus, senti meu coração disparar, e instantaneamente acabei virando meu rosto para o lado tentando empurra-lo para longe de mim. Que inutilmente senti ele segurar ambas as minhas mãos.

– N..nós somos irmãos Kentin! Não podemos fazer isso!

– É por isso que eu estava tentando me controlar! – ele gritava e eu acabava por parar e olha-lo, e assim olhava sobre os olhos dele, ele parecia aflito – Eu percebi que comecei a gostar de você mais que uma irmã, mas eu não conseguia ir além disso, por isso eu acabei cedendo a Íris, pensei que poderia mudar minha visão que eu tinha de você mas, não... em pensar que outra pessoa a beijou me deixou fora do controle. Eu quero lhe beijar, lhe tocar, e não lhe entregar para mais ninguém, Momo...

Ele acabou me soltando, e começou a tocar sobre meu rosto aos poucos, e assim ele se aproximou e começou a distribuir beijos sobre meu rosto, e a cada beijo sentia um arrepio percorrer meu corpo, até que o senti o parar e olhar para mim, eu o olhava e acabava desviando o olhar, e assim o ouvi rindo e senti a pressão do corpo dele sair de cima de mim, eu me levantava e o via indo embora do meu quarto, ele não olhava para meu rosto.

– Esqueça o que eu disse, certo? Vamos ser só apenas, irmãos.