Play! escrita por Cactus Stories


Capítulo 53
Coincidências.


Notas iniciais do capítulo

Genteee, voltei!! Desculpa não ter postado esse fim de semana, mas, minha amiga veio aqui em casa de novo, e nós fomos pro Anime Summer (não, nós não vimos o Cellbits, fomos no domingo), eu comecei a assistir dois animes novos e estava com duas páginas de lição pra fazer.
Anyway, aqui está o capítulo, eu me inspirei em uma imagem que eu vi que me fez chorar um pouquinho (tipo litros), achei que não estava dando a atenção que eu gostaria para o Nath e a Lilly, então, aqui estão eles.



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.P.O.V. Nathaniel.

Estava voltando da ONG com a Lilly, ela tinha me convidado pra participar e eu aceitei, estava gostando da ideia de passar a tarde rodeado por gatos, e ela disse que e poderia levar a Branca, se ela fosse comportada, mas, perto do Risca de Carvão, a Branca nem nota os outros gatos.

Nesse dia em especial, eu e a Lilly tínhamos deixado os gatos no meu apartamento, e estávamos voltando pra lá. Estava chovendo forte, com raios e tudo, estávamos com pressa de chegar, mas eu vi uma cena que fez com que nós dois parássemos.

Um garotinho estava abaixado, com um guarda-chuva na mão, olhando para o interior de uma caixa, ele parecia estar... chorando? Nos aproximamos e vimos que havia um gatinho preto na caixa, eu encostei no ombro do garoto, que se virou para mim, assustado. Ele limpou as lágrimas na manga do casaco e olhou para nós dois.

– Por que está chorando? - perguntei, ainda com a mão no ombro dele.

– E-Eu achei esse gatinho na rua e levei pra casa, m-mas meus pai me mandaram trazer ele de volta... - ele gaguejou, graças ao choro.

– E você está preocupado com ele, por causa da chuva? - me abaixei para ficar do tamanho dele.

– S-Sim, e também... não quero que machuquem ele. - ele me encarou, com os olhos vermelhos de tanto chorar, os olhos dele eram da mesma cor dos meus, e eu sorri quando pensei nisso.

– Não e preocupe. - falei, depois de pensar um pouco. - Eu posso levar o gatinho para a minha casa.

– V-Você faria isso? - ele abriu um pequeno sorriso.

– Claro, eu já tenho uma gata em casa, não vai ser problema. - passei a mão no cabelo do garoto, que riu, me abraçando.

– Obrigado, moço. - retribuí o abraço. - Cuida bem dele, ok?

– Ok. - sorri, pegando a caixa com o gatinho e me levantando.

A Lilly olhou para mim, espantada, e depois sorriu, me abraçando, quando fui falar com o garotinho, ele já estava do outro lado da rua, correndo para casa. Olhei para o filhotinho dentro da caixa, ele não parecia saber o que estava acontecendo, quem seria irresponsável de abandonar um bichinho desses nessa chuva?

– Nath, por que você fez isso? - Lilly perguntou. - Podia ter dito que íamos levar o gatinho para a ONG.

– Eu já passei por isso, Lilly, ele não iria confiar em uma ONG, os animais ficam anos lá sem que ninguém os adote, e eu tenho a impressão que aquele garoto sabia disso, eu não vou levar o gatinho para a ONG, vou realmente levá-lo pra casa. - expliquei. - Não se preocupe, eu me viro.

– Como assim, já passou por isso? - ela virou a cabeça um pouco, confusa.

Voltamos a andar para casa e eu expliquei para ela o que tinha acontecido.

.FLASHBACK ON(9 anos).

Estava de viagem para uma cidade próxima, estava chovendo muito naquela tarde, e eu tinha saído um pouco mais cedo, quando ainda era sol, para brincar. Estava voltando para casa, correndo, na chuva, quando vi uma caixa com uma bolinha de pelos laranja dentro dela, me aproximei e vi que era um gatinho.

Eu amava gatos, peguei a caixa e corri para casa, entrando assim que a porta se abriu.

– Mãe, mãe! - chamei, animado. - Olha o que eu achei, posso ficar com ele?

– Onde você estava com a cabeça para trazer esse bicho nojento para casa?! - ela exclamou, ao ver o gatinho. - Você sabe que nós somos alérgicos, quer matar a sua irmã?!

– Mas mãe, está chovendo e... ele estava na rua...

– Nada de "mas"! Você vai levar esse bicho de volta para o canto onde achou, e vai deixar ele lá! - ela apontou para a porta. - E leve o guarda-chuva, se você voltar molhado a gente vai ter uma conversa!

Segurei as lágrimas e voltei para a porta, peguei o guarda-chuva do lado da porta e saí, voltando para a rua onde achei a caixa, ela estava deserta, e parecia estar enchendo depressa. Olhei para o gatinho dentro da caixa, ele parecia estar morrendo de frio, coloquei a caixa no chão e tirei o casaco, forrando a caixa com ele, lembrei do aviso da minha mãe, mas, pelo que eu vi, o gatinho ia ficar lá por um bom tempo, eu poderia voltar para casa correndo.

Coloquei o guarda-chuva no chão, de modo que protegesse o interior da caixa da chuva, me obriguei a não chorar por alguns segundos, mas, logo meu rosto estava molhado, e não só de chuva, mas também com as lágrimas que insistiam em cair, por que eu não podia cuidar do filhote, só até a chuva passar.

Me levantei e saí andando, mas parei no meio do caminho, eu não queria olhar para trás, fechei os olhos e fiquei parado na chuva alguns segundos, até sentir que a chuva havia parado. Abri os olhos e percebi que ainda estava chovendo, mas eu não sentia as gotas, olhei para trás e vi uma garota mais ou menos do meu tamanho, estendendo um guarda-chuva em cima de nós dois.

– Por que está chorando? - ela perguntou, preocupada. - E por que está nessa chuva?

– D-Deixei meu guarda-chuva ali. - sequei as lágrimas com força, apontando para a calçada com a caixa.

– Por que fez isso? - ela não esperou que eu respondesse, me guiou de volta até lá, parando ao ver o gatinho. - Oh, você decidiu proteger ele... - ela sorriu, pegando a caixa. - Por que não leva ele para casa?

– Minha irmã tem alergia... - respondi, tristemente.

– Por isso você estava chorando? - ela colocou a mão no meu ombro. - Não queria que fizessem mal para ele?

Assenti com a cabeça e ela secou uma lágrima que voltou a correr no meu rosto, ela se abaixou, pegou a caixa, tirou o meu casaco de dentro, me entregou, pegou o meu guarda-chuva, me fez vestir o casaco e pegar o guarda-chuva, e passou mão no gatinho laranja.

– Posso levá-lo para casa. - ela respondeu, segurando o gatinho. - Meus pais amam gatos.

– S-Sério?

– Sim! Vou dar o nome dele de Ferrugem, o que acha? - perguntou, olhando bem para o filhote.

Bom nome. - sorri fraco, passando a mão na cabeça do gatinho. - Tenho que voltar para casa, obrigado por cuidar dele.

– De nada. - ela deu um sorriso fofo, se afastando. - Não fique na chuva!

.FLASHBACK OFF.

– N-Nath... - ela sussurrou. - Quantos anos você tinha quando isso aconteceu?

– Nove, por que? - perguntei, confuso.

– Você não lembra? - ela perguntou, atônita.

– Do quê?

– Bem, digamos que a garota era uma certa ruiva otaku... - começou.

– E-Era você? - corei, encarando-a.

– O Ferrugem ainda está lá no café. - sorriu, me abraçando. - Ele era o meu gato preferido, quase trouxe ele pra cá, mas o Risca de Carão não gosta dele...


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