(Trilha Sonora: For Fruits Basket - Ritsuko Okazaki)

.P.O.V. July.

Todos foram dormir nos seus colchões, então, eu decidi me deitar também, me virei na cama por bastante tempo, mas o sono não vinha, então, eu decidi fazer alguma coisa, pensei na festa toda e em tudo o que tinha acontecido, aquilo valia muito mais do que qualquer viagem para a Disney, eu passei a noite com meus melhores amigos, eu não troco isso por nada.

Não deu muito certo, porque eu fiquei animada ao pensar na festa, acho que eu ingeri açúcar de mais, mas, a questão não é essa, é que, como eu não consegui dormir, eu decidi fazer outra coisa, peguei meu cobertor, um travesseiro, me levantei do colchão e fui em direção a porta, tomando o maior cuidado para não esbarrar em ninguém, já que estavam todos dormindo.

Abri a porta, que rangeu um pouco, mas nada muito preocupante, saí para o campo e fechei a porta, andei até ficar longe da casa, em uma parte quase vazia, notei que tinha um cavalo pastando perto de onde eu estava. "O que será que ele está fazendo aqui sozinho?" pensei, me aproximei dele e percebi que era a minha égua.

– Kakori! - sorri, abraçando o pescoço da minha égua, ela era linda, toda preta.

Ela relinchou de volta contente e eu me sentei, perto da cerca, me cobri com o meu edredom e coloquei o travesseiro perto de mim, deitei, com a cabeça apoiada no mesmo, e comecei a olhar as estrelas, elas eram muito bonitas em noites como aquela. De repente, ouvi passos se aproximando, pensei que seria o caseiro que viria me repreender por estar aqui fora no sereno, fechei os olhos com força, já esperando a bronca.

– Oi... - foi a única coisa que eu ouvi.

Abri os olhos e me deparei com o Armin, que me encarava, curioso, Kakori se aproximou e cutucou ele com o focinho, ele se virou assustado e deu de cara com a égua, que o examinava cuidadosamente.

– Ahn, oi, cavalo. - ele afastou a cabeça dela de leve.

– É uma égua. - murmurei, me sentando.

Ele acenou com a cabeça, como se perguntasse se podia sentar do meu lado, e eu assenti. Ele se sentou e nós ficamos num silêncio constrangedor, até ele se virar para mim.

– Desculpa... - sussurrou, se mexendo, desconfortável.

– Pelo quê? - perguntei, confusa.

– Por te fazer pagar aquele mico na frente de todo mundo, aquilo foi uma coisa bem idiota...

– Eu... gostei do seu discurso. - sorri. - Se alguém me dissesse aquilo fora de um jogo, dependendo da pessoa, eu ficaria bem feliz.

– Como assim, dependendo da pessoa? - perguntou, curioso.

– Se fosse alguém que eu gostasse muito, por exemplo.

– Entendo... - ele murmurou. - Bem, era só isso, mesmo.

Eu me deitei novamente, com o Armin sentado do meu lado, encostei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos, passados alguns minutos, senti alguém mexendo no meu cabelo, era possível que fosse o Armin, ou a Kakori estava brincando com o meu cabelo.

Percebi que era o Armin, comecei a sentir ele fazendo carinho na minha cabeça, devia pensar que eu estava dormindo, eu não abri os olhos, fiquei parada ali, ouvi o trote da Kakori, meio longe, estava ficando muito cansada de repente, o efeito do açúcar devia estar passando, meus pensamentos começaram a se dissipar e eu acabei pegando no sono.