PDV Hermione

Janeiro e fevereiro passaram de forma lenta e torturante, durante esses meses fomos atacados por difamações e insultos dentro do mundo mágico... As pessoas fiéis ao WW acusavam-me de adultério e de destruir uma das mais influentes famílias sangue puro no país... Já o Profeta Diário e o Quibler tinham as verdades escritas entre as suas páginas, mas não eram tão lidos quanto as mentiras do WW... Principalmente quando a entrevista da Astória saiu... nessa manhã a Daphne escreveu ao Draco a pedir desculpa pela irmã e que a poupasse, nem durante a guerra eu o vi tão furioso a ponto de poder matar, assim como a Narcisa... A mulher que nunca perdia a postura foi a casa da Daphne e quase que atacou a Astória, uma das maldições imperdoáveis para ser mais exata... Não foi bonito... Nessa noite jantámos todos juntos na Toca, pois o Hugo podia distrair-se com a Lily enquanto falávamos sobre o nosso próximo passo para os julgamentos e para o futuro das crianças...

FLASHBACK ON

— Acho que vou tirar o Scorpius de Hogwarts, quando este artigo chegar lá no mínimo os Slytherins e Gryffindors não vão ter misericórdia nele... - Murmurou o Draco ao meu lado e eu apertei a sua mão para tentar passar-lhe força...

— Não é bem assim. - Começou o George. - Todos os miúdos sabem que o que se passa com a Rose passa-se com o Scorpius, eles não vão deixar que as pessoas se metam com ele enquanto estiverem próximos.

— Draco, tu sabes que ele não vai aceitar abandonar Hogwarts... - Interviu a Narcisa com o tom de voz calmo. - Ele nunca irá querer deixar ou a pequena Rose ou o Albus sozinhos lá, ainda que estejam ao lado da família, ele sente-se responsável por estar com eles, ambos sabemos disso...

— Além disso, o Neville já respondeu à tua carta a assegurar que ia deitar-lhe o olho sempre que possível e ainda falou com o Fred e os Maraudes, eles vão protegê-los sem problema. - Lembrou a Luna.

— A tua mãe tem razão, assim como o George e a Luna, o Scorp não vai de forma nenhuma aceitar deixá-los... Logo agora... E não vai estar sozinho no castelo

— Amanhã vou lá para saber se ele quer vir para casa...

— E posso garantir que não vais sozinho. - Garanti confiante, conseguindo um sorriso do loiro.

— Hey Hugo, que fazes aqui nos avós? - Ouvimos a voz do Ron e todos corremos para a sala de estar, onde o mesmo estava, demasiado perto do Hugo e da Lily.

— Ronald Weasley, eu já te disse que não pões os pés aqui em casa! - Exclamou a Sra Weasley com tristeza e dor no olhar, nenhuma mãe deveria de ter de tomar esta atitude e mesmo com toda a situação do Percy há já alguns anos nunca vi os meus sogros com tanta tristeza pelas ações de um dos seus filhos...

— Eu estive em casa e reparei que as luzes estavam desligadas, então vim ver se o MEU filho estava cá. - Disse como se estivesse a falar do tempo... Eu fiz sinal para o Hugo vir para a nossa beira e ele veio, ainda que confuso, ele ainda não sabe a realidade completa de eu e o pai dele estarmos a divorciar-nos.

— Lily, Hugo, vão lá para cima brincar, nós, adultos precisamos de ter uma conversa séria. - Mandou a Ginny, mantendo o olhar sobre ambos enquanto subiam as escadas, provavelmente para o quarto da ruiva. - Agora, Ronald, já visto o Hugo, então já podes fazer o que a Mãe te disse mês passado e ires embora daqui.

— Tu não mandas, Ginny, és mais nova.

— Mais nova, mas entendo muito bem, o que significa lealdade, fidelidade e os votos que fiz no meu casamento! Enquanto tu, ó grande e poderoso adulto, mentiste à tua família completa, incluindo os teus próprios filhos, enganaste a tua mulher que antes de ser tua esposa e até mesmo namorada era a tua melhor amiga por anos, que salvou a tua vida mais vezes que podes contar, que foi a razão para as tuas notas não serem piores do que eram! A pessoa que esteve sempre lá para ti! Posso ser mais nova, mas a minha maturidade é o dobro que a tua, por isso, a porta é serventia da casa.

— Isso tu gostavas, primeiro vou buscar o meu filho e depois sim eu vou embora. - Afirmou de forma segura e eu cheguei-me à frente.

— Nem penses que vais tocar no MEU filho, Ronald, ele vai continuar comigo agora e sempre. - Assegurei, pondo-me entre ele e as escadas, sendo seguida por todos, até mesmo pela Andromeda e a Narcisa.

— Vocês não me podem deter, eu tenho o direito de ter o meu filho comigo.

— Não por muito tempo, Ron. - Comentou o Harry, que até hoje evitava falar com o ruivo sempre que podia, e sempre almoçava com a Ginny, a Luna e comigo e o Draco, sempre que o loiro não tinha de estar no St. Mungos.

— Vais mesmo escolher o lado dela?

— Eu estou a escolher o que é certo, Ron, não o que é fácil.

— Vocês vão todos arrepender-se por isto, especialmente vocês os dois. - Ameaçou o ruivo apontando para o Draco e para mim.

— Mais depressa arrependes-te tu pelo erro que cometeste, Weasley...

— Ronald. - Chamou a Sra. Weasley. - RUA!

FLASHBACK OFF

Desde essa noite que o Ron tenta ir lá a casa todos os dias para tentar ver o Hugo, mas nós, o Draco, a Ginny, o Harry, a Luna e eu, não o deixamos entrar nunca... uma vez ele tentou voar na sua vassoura até ao quarto do Hugo, mas foi apanhado Pela Ginny, Harry e Draco, que ao passar da hora que ele aparecia, achamos melhor que eles circulassem a casa com as vassouras para poderem ver o ambiente à volta...

Agora quase nas férias da Páscoa dos miúdos, as coisas iam dificultar um pouco... Era uma preocupação constante eles estarem na escola, onde a herdeira dos Gaunt estava completamente disfarçada e entranhada no meio da multidão de alunos... Eles podiam ser atacados a qualquer momento, virem para casa é a melhor opção, no entanto... aqui a Rose e o Scorp não vão poder andar pela Diagonal sem que fossem alvos de, no mínimo, olhares de desprezo... Mas... entre o perigo mortal e o ficarem duas semanas entre as suas casas, a Toca e o mundo muggle era melhor para eles...

— Pensando demasiado? - Questionou o Draco atrás de mim. Sim o Draco continua a vir cá a casa e bem... nós estamos realmente próximos... O Hugo sente-se bem com o Draco por perto, pelo menos até ao Ron aparecer... Quando aquele ruivo aparecia o Hugo simplesmente corria para ir ter com ele e está a ficar cada vez mais difícil não contar-lhe o que o pai dele fez...

— Estou... Este ano começou de forma bastante atribulada... E eu não posso esconder mais do Hugo o que realmente se passa... Já para não falar que, para variar, os miúdos correm perigo em Hogwarts... Draco já não sei o que fazer para não entrar num esgotamento nervoso...

O loiro virou-me para si e abraçou-me com carinho, enquanto passava a mão nos meus cabelos para transmitir a calma que precisava. Entretanto ouvimos um barulho vindo da sala, como tal separamos-nos e fomos ver o que se passava.

Chegámos à sala e vimos o Hugo no colo do Ron.

— Mãe, Draco, o pai está cá! E diz que voltou de vez! - Exclamou ele contente abraçado ao seu pai. O meu primeiro instinto foi pegar na minha varinha e conjurei um patronus para chamar a Ginny e o Harry, eu sabia que ia precisar da ajuda deles...

— Voltei querida! - Anunciou o Ron que nem nos filmes americanos... Senti a mão do Draco no meu braço para impedir-me de matar o pai dos meus filhos.

— Mione, estamos aqui, o que se passa... - A Ginny e o Harry saíram pela lareira da sala e pasmaram ao ver o Ron no meio da minha sala de estar.

— Voltei!

— Hugo, por favor, vai lá para cima brincar, já não falta muito para o jantar... - Pedi, rezando para que o meu filho fizesse o que lhe disse sem protestar.

— Okay, mãe! Até já pai! Depois de jantar queres jogar comigo e com o Draco xadrez?

— Hugo, por favor, vai. - Voltei a pedir. Ele assentiu e saltou do colo do Ron, correndo escadas acima. Assim que ouvi a sua porta fechar suspirei. - Abaffiato. Ronald, só vou pedir uma única vez. Sai. Da. Minha. Casa.

— Esta casa também é minha. - Afirmou com confiança.

— De onde é que tiraste essa ideia? A Mione comprou esta casa um ano depois da guerra.

— E no nosso casamento resolvemos partilhar bens materiais, e isso inclui a casa. Eu falei com a minha advogada e ela confirmou. - Informou com um ar de vencedor. - Então, cara esposa, tecnicamente, e já que eu nunca concordei em sair, esta casa também me pertence, ou seja, esta luta pela custódia vai-te sair mais cara do que pensas.