O Assassino De Reis - Finais escrita por Lianou
Notas iniciais do capítulo
Desculpe a enorme demora , caro leitor.
O motivo é que eu , no início desse mês , comecei a participar de um novo curso , o CIEE.
— Ah Lianou , então isso quer dizer que...
— É , funções administrativas.
Mas enfim , nem gosto de tocar nesse assunto. Essas primeiras semanas foram muito corridas por causa disso e acabei ficando sem tempo para editar o capítulo , pois ele já estava parcialmente pronto.
Tentarei manter o ritmo e enviar os próximos capítulos assim que possível. Já me acostumei com o horário.
Enfim , até breve.
Local : Escócia
Status : Nublado com neblina intensa
Dia : 14 de fevereiro
Horas : 08 : 34
Personagem : Merida
*
Seu andar era lento e abatido , não dormira a noite anterior , apenas chorava e se lamentava por não ter estado lá , ao lado de sua mãe para defendê-la.
Os corredores e as inúmeras escadas pareciam intermináveis. O castelo estava em silêncio , todos estavam esperando Merida pelo lado de fora.
Ao chegar na entrada do castelo , Merida abriu os portões e deu de cara com um trovão que a cegou por alguns segundos. Depois do clarão , ela notou que estava cercada por pessoas carregando flores e presentes de menor valor.
– Princesa Merida... - Disse uma senhora se aproximando de Merida. Ela ergueu o guarda-chuva por cima de Merida para protegê-la da chuva. - Meus pêsames... Sua mãe e seu pai estão com você…
Merida parecia não ouvir as palavras de conforto e começou a trilhar o seu caminho até o cemitério. A multidão reunida na porta do castelo a seguiu.
*
Ao chegar no cemitério , Merida foi recebida por quase todo o seu povo. Ninguém tentou falar com ela , pois seu olhar de tristeza espantava até os guerreiros mais fortes.
Ela só parou de andar quando estava bem na frente da lápide de mãe e de seu pai logo ao lado. Não havia palavras , nem mesmo lágrimas , apenas alguns sussurros entre a multidão reunida.
Pouco a pouco , as pessoas mais comovidas se aproximaram e deixaram seus “presentes” que se resumiam em flores e algumas moedas. Era uma forma de homenagear a antiga rainha e o rei. A cada presente deixado na frente da lápide , mais forte a chuva ficava.
Depois de algumas horas de muita chuva e homenagens , todos voltaram para suas casas e se protegeram do frio , menos Merida que escolheu ficar ali , ao lado da lápide da mãe e de seu pai.
– Isso não ficar assim... - Disse Merida deixando escapar algumas lágrimas.
– Pode ter certeza disso. - Disse um homem logo atrás de Merida.
Curiosa , Merida se virou e deu de cara com Flynn...ou o que havia sobrado dele.
– É bom ver você de novo. - Disse ele estendendo a mão para cumprimentá-la.
Merida ficou paralisada analisando a face deformada de Flynn repleta de cicatrizes e queimaduras.
– O que houve com você ? - Ela perguntou recusando o aperto de mãos.
– Isso ? - Ele se referia à sua face deformada. - É pra não deixar a dor ir embora... Todas as vezes em que eu olhar no espelho , todas as vezes que eu não conseguir dormir... Tudo será mantido como uma lembrança do que a Rapunzel sofreu…
– Você ficou maluco.
– Pelo menos eu sou um maluco que vai caçar os culpados. E você ? O que vai fazer ? Ficar aqui chorando com seus irmãos enquanto Kristoff , Elsa e Anna comemoram ? Ora , eles nem vieram para o funeral !!
– Eu não preciso dos pêsames deles. - Ela começou a voltar para casa. - Vá embora , Flynn.
E então , Flynn avançou e segurou o pescoço de Merida com força.
– Eu quero a sua ajuda... - Disse ele tentando conter sua raiva que estava prestes a despertar sua fúria. - Você vai me ajudar... Ou então... - Ele apertou mais ainda o pescoço.
Merida não conseguia falar e muito menos reagir. Mas , de repente , Flynn a soltou e ela caiu no chão tossindo.
– Vamos fazer eles pagarem. - Continuou ele rodeando Merida ainda no chão. - Não é só pela Rapunzel , é por sua mãe e pelo Fergus. Você , como filha e herdeira do trono , tem a obrigação de vingá-los !!
– O que está acontecendo aqui ?! - Perguntou um guarda que passava por ali.
Ao ver Merida no chão , o guarda sacou a espada e correu na direção de Flynn.
– Pare ! - Ordenou Merida tentando se levantar.
O guarda estava prestes a golpear Flynn , mas obedeceu Merida sem questionar.
– Princesa Merida , o que está acontecendo ? - Ele Perguntou confuso.
– Rainha Merida. - Corrigiu Flynn estendendo a mão para a mesma. - Ela não é mais uma criança.
Merida segurou a mão de Flynn e , com a ajuda do mesmo , se levantou e dispensou o guarda.
– Posso contar com você ? - Perguntou Flynn.
– Primeiro me conte o seu plano , se você tiver algum. - Ela Respondeu com um tom rude. - Vai simplesmente aparecer em Arendelle e…
– Sim , mas não sozinho. Tenho certeza que alguns aqui também desejam vingar sua mãe e seu pai. Porém , ainda é muito pouco para cercar Arendelle... - Ele hesitou em continuar. - Podemos convencer algumas pessoas a se juntarem a nossa causa…
– Quem vai ser maluco de querer enfrentar a Elsa ? Tirando eu e você , ninguém tem motivo para odiá-la.
– E os clãs que lutaram pela sua mão ? Podemos usá-los...? É claro que podemos ! Agora , vai ficar aqui chorando ou vai me ajudar ?
*
Local : Arendelle - Castelo
Status : Nublado com chuva forte
Dia : 14 de fevereiro
Horas : 09 : 12
Personagem : Elsa
*
– Acha mesmo que foi uma boa ideia ? - Perguntou Roger pensativo.
– Merida não vai nos ferir. - Garantiu Elsa , apesar de seu tom não conter muita confiança. - Ela não faria isso.
– Acredita nisso ? - Perguntou Kristoff que também estava presente na reunião. - De qualquer jeito , não é com Merida que eu estou preocupado , e sim Flynn.
– Flynn ? - Interrompeu Roger encarando o ferimento em seu braço provocado pelo mesmo. - É , concordo... - Ele desviou o olhar para Elsa que estava de costas com o olhar fixo no nascer do sol. - O que fazemos agora ?
– Esperamos. - Respondeu Elsa. - Ele não passa de um fantasma agora , não adianta procurá-lo. - Ela se virou de frente para os dois. - E receio que ele não queria conversar depois do que aconteceu... Não nos resta outras opções , apenas ficar com os olhos bem abertos.
Roger pensou na proposta de Elsa e , mesmo com um certo receio , disse :
– Não temos outra escolha , então... - Ele bufou. - Sim , vamos reforçar a segurança e esperar.
De repente , a porta da sala de reuniões foi aberta por um guarda que imediatamente abriu passagem para Hans que estava com as mãos atadas.
– Não tente nenhum truque ! - Ordenou o guarda empurrando Hans para dentro da sala e fechando a porta logo em seguida.
Hans caiu no meio de Kristoff , Roger e Elsa , ambos o encarando.
– Obrigado pela hospitalidade , retrata bem o pensamento de vocês sobre todos os outros... - Disse Hans num tom sarcástico.
– Por que ele está aqui ? - Perguntou Kristoff.
– Saíam. - Ordenou Elsa.
– O que ? Por que ? - Perguntou Roger confuso.
– Quero conversar com esse monstro a sós. Então , por favor , saíam.
Mesmo contrariados , Roger e Kristoff se retiraram.
– O que você quer ? - Perguntou Hans. - Me olhar pela última vez antes de me congelar ?
– Escreva. - Respondeu Elsa estendendo uma folha para Hans. - Escreva para sua mãe.
– Como é ? Pra que ?!
*
Local : Arendelle – Quarto de Anna
Status : Nublado com chuva forte
Dia : 14 de fevereiro
Hora : 09 : 26
Personagem : Anna
*
– No que você está pensando ? - Perguntou Olaf ao lado do berço em que Sophia dormia. - Anna ?
Nada além do silêncio. Anna encarava a bela paisagem pela enorme janela em seu quarto , calada e , para Olaf , entristecida.
Não era atoa já que Anna não parava de pensar em Rapunzel e todos os outros que estavam infectados pela praga e que foram exterminados sem misericórdia. Um sentimento de culpa pesava sobre seus ombros , pois foi ela quem teve a melhor chance de recuperar a cura , mas mesmo assim , ela a perdera para as chamas.
– Olaf... - Disse Anna num tom muito baixo sem desviar o olhar de sua janela. - Leve a Sophia para outro lugar... Eu...quero ficar sozinha por um tempo…
– Tudo bem , sem problemas.
Segundos depois , Anna ficou só.
Ela não conseguia parar de se culpar pelo o que aconteceu , não conseguia tirar o rosto de Rapunzel de sua mente. Ela sentiu ódio de si mesma , mas nada que pudesse apagar sua enorme tristeza. Tudo piorava quando ela pensava em Flynn.
– Triste , não é ? - Ela escutou uma voz serena bem ao seu lado.
Intrigada , Anna olhou para o lado e seu coração quase parou. E , por alguma razão que nem ela entendia , ela ficou sem palavras e sua respiração parecia cada vez mais fraca.
– Tudo que nós construímos...tudo que eu e Boo fizemos...e mesmo assim o que resta são lágrimas e medo…
– Thane ? - Perguntou Anna como se ela estivesse sendo sufocada por alguém.
– Eu te avisei , eu te mostrei o terror e você ignorou. Deixou que centenas de vidas se transformassem em cinzas. - Ele aproximou seu rosto do de Anna. - Consegue ouvir ? Os pedidos de ajuda ? Os sussurros de pessoas cercadas pelas chamas ? As últimas palavras de um pai para sua filha ? Consegue ouvi-los ?
– Eu…
– Você deixou isso acontecer.
E de repente , num piscar de olhos , Anna levantou de sua cama , despertando de um terrível pesadelo.
Ainda assustada , ela olhou ao redor procurando por Thane , mas só via Olaf e Sophia no mesmo lugar , era como se ela tivesse voltado no tempo.
– Anna ? - Perguntou Olaf. - Por que essa cara ? Teve um pesadelo ? Quer que eu chame o Kristoff ou a Elsa ?
– Não , não... - Respondeu ela calmamente. - Eu estou bem...eu acho...
Ela se levantou com medo de pegar no sono e ter outro pesadelo.
– Eu já volto Olaf. - Disse ela vestindo seu casaco preto. - Eu preciso...andar um pouco…
Sem demora , Anna abriu a porta e saiu de seu quarto. Por alguma razão que ela não conseguia entender , algo a chamava para o jardim do castelo , era como uma voz em sua cabeça. Intrigada , ela foi até lá.
*
Depois de caminhar por alguns minutos , Anna chegou na entrada do jardim , mas não seguiu adiante. Um homem estava encarando a bela paisagem do reino e do oceano de Arendelle , mesmo embaixo de chuva.
Ao ver o cabelo do homem , Anna imaginava que se tratava de Kristoff. Com isso em mente , ela foi até ele.
– Kristoff ? - Ela perguntou enquanto se aproximava do mesmo. - O que está fazendo nessa chuva ?
Kristoff manteve o silêncio , preocupando Anna. Mas antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa , um número gigantesco de pequenas folhas brancas começaram a voar pelo reino de Arendelle.
– Cada folha branca representa uma pessoa que morreu em Solitude. - Disse Kristoff soltando uma folha que logo se misturou as outras no ar.
Foi nesse instante que Anna notou que todos de Arendelle estavam fazendo a mesma coisa , cada um com uma folha branca em mãos. Logo em seguida , ela ficou de frente para Kristoff , encarando principalmente o curativo que escondia um de seus olhos.
– Nós dois fizemos isso. - Ele disse. - Nós deixamos aquela cura ser destruída em Anor Londo. Tudo isso é nossa culpa. - Quando Anna estava prestes a responder , Kristoff a segurou e a encarou. A chuva começou a ficar mais intensa a partir daquele momento. - Você também está tendo os pesadelos , não está ? Rapunzel não para de aparecer em minha cabeça…
– Kristoff...nós…
– Nós dois sabemos o que aconteceu.
– O que queria que eu fizesse ? Deixasse você para trás ?
– Talvez fosse a melhor decisão !
Essa frase machucou o coração de Anna , tanto que ela recuou. Kristoff ficou em silêncio e abaixou a cabeça.
– Desculpe… - Disse ele levando a mão até sua testa. - É que...essa culpa...essas vozes… Você também está…
– Estou assim tanto quanto você. - Ela respondeu segurando a mão do mesmo. - Vamos tentar esquecer tudo isso...por favor… Nós passaremos por isso juntos...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!