A OFERENDA escrita por Lervitrín8


Capítulo 9
Capítulo 08.


Notas iniciais do capítulo

:(
Não me matem, obg.



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Eva corre em direção à grade da gaiola, na tentativa de agarrar Magrit, mas a garota é bastante ágil e consegue se afastar antes de ser pega. Com um leve sorriso no rosto, Magrit encara Eva, seu olhar é frio e intenso.

― Qual o seu problema, garota? – Eva grita sacudindo as grades.

― Sou meio desastrada – Magrit dá de ombros e faz a cara mais angelical que pode, porém, ninguém mais acredita nessa Magrit.

― Eva, acalme-se! – digo baixinho.

― Como você quer que eu me acalme, Logan? Você entendeu o que ela fez? Eles tinham a chave para sairmos daqui e ela fez questão de deixar isso na montanha.

― Eu entendi Eva. Mas não podemos fazer nada! O que você quer que eu – enjaulado – faça?

― A obrigue a subir sozinha e buscar! – Eva anda de um lado para o outro, pensativa.

― Eva, como é que nós aqui de dentro vamos obrigar alguém do lado de fora a fazer algo?

― Vocês comeram o tatu? – Ricky questiona, escorando-se na gaiola.

― Sim – Winter comenta. – Os ossos e os restos foram jogados perto das árvores.

― Quem jogou? – ele questiona mais uma vez.

― Foi eu – Igor comenta, aproximando-se da gaiola. – Mas não me lembro de ter visto algo estranho, como um metal. Mas a gente pode ir procurar, se você quiser.

― Vamos! – Ricky e Igor saem juntos em direção à floresta, mas muito provável não conseguirão encontrar nada, devido à escuridão que toma posse do local. Estamos alguns dias aqui dentro e, confesso, não aguento mais. Creio que saindo daqui não irei reclamar mais por estar preso no Vale. Assim como não irei mais reclamar dos banhos em cachoeiras, estou até sentindo falta.

Estou sentado com as costas apoiadas na gaiola quando sinto a grade mexer, assim como a montanha, o perímetro da gaiola começa a diminuir, deixando-nos mais próximos um dos outros. Com o espaço restante não consigo mais deitar esticado no chão, ou seja, a situação nunca esteve tão crítica.

Igor e Ricky voltam caminhando lentamente, mas vejo que não possuem nada em suas mãos. Sei que Ricky fez o que podia, confio muito nele e sei que ele queria que eu saísse daqui.

― Não encontramos nada – ele afirma decepcionado. – Vamos tentar amanhã pela manhã. Preciso descansar, estou exausto.

― Certo! Obrigado mesmo assim – me limito a dizer.

Todos os outros se direcionam ao dormitório e mais uma noite teremos que passar do lado de fora.

― Eu não aguento mais isso – Winter desabafa.

― Eu sei que não está fácil, para nenhum de nós, na verdade – admito. Eva se distancia o máximo que pode e tentar dormir sentada.

― Será que não vamos conseguir sair nunca? – ela questiona.

― Acho que seremos obrigados a pensar em algo se isso continuar a diminuir – respondo.

― Me empresta o ombro pra eu dormir? – Impossível rejeitar seu pedido.

― Claro que sim, pode deitar – Winter encosta sua cabeça em meu ombro e, por fim, apoio minha cabeça sobre a sua e assim dormimos a noite inteira.

O dia seguinte passa se arrastando, como tem acontecido ultimamente. Ricky e Igor procuram na floresta novamente, mas não encontram nenhum tipo de metal dentre os ossos dos tatus.

― Amanhã é o dia em que os tatus aparecem – Hazel lembra. – Devemos pegá-los?

― Acho que é uma boa opção – Rose menciona.

No início da noite a gaiola diminui mais uma vez e desta vez o tamanho que nos resta é quase desumano. Precisamos ficar um ao lado do outro e quando sentados não conseguimos esticar as pernas. Provavelmente a partir de amanhã teremos que ficar somente em pé.

Outro dia vem e com ele a chuva. Já passamos por isso dentro da gaiola e a sensação de estar encharcado sem poder fazer nada ou quando a chuva cessar e continuar molhado é realmente desorientador. Desde cedo Alynn e Hazel estão próximas a árvore com o intuito de não deixar que os tatus apareçam sem serem percebidos.

― Eles estão aqui! – grita Hazel. Ricky e Igor correm em direção a árvore, mesmo embaixo de chuva, e com a ajuda das duas garotas, conseguem capturar todos os tatus. Ricky possui uma pedra pontiaguda e começa e destroçar os tatus, abrindo-os com muita agilidade.

― Não há nada no primeiro – ele grita para que possamos ouvir. – Digo, nada que possa tirá-los aí de dentro.

― Nós entendemos! – Eva retribui gritando.

― O segundo também não contém nenhum ferro – ele afirma.

― Creio que isso seja o normal – Eva implica mais uma vez.

― Ele está tentando te tirar daqui Eva – Winter argumenta. - Tem como não ser tão chata?

Eva parte para cima de Winter, mas estou no meio e me levanto de prontidão, segurando seus braços acima da sua cabeça e pressionando-a contra a grade.

― Tem certeza que quer continuar com isso? – questiono. – Posso pedir para Ricky utilizar sua agilidade para abrir suas costas.

― Acho que Ricky não iria ser contra a ideia – Winter comenta rindo.

― Basta Winter! – grito, ainda segurando Eva que apenas balança a cabeça afirmativamente. Depois de alguns segundos solto-a.

― Nada no terceiro também, infelizmente – Ricky passa as costas da sua mão sobre a testa, tentando enxugar a chuva que corre. Ele está repleto de sangue e por isso, continua seu trabalho. Leva os animais para a área coberta para limpá-los. Em seguida, dirige-se à cachoeira para lavar-se.

É difícil saber que horas são, uma vez que não temos o sol para nos basear. Todos sabem que hoje é o dia em que a garra vem outra vez, já que completa 7 dias que veio pela última vez.

― Será que um de nós será o próximo? – Eva sussurra.

― Acho provável – Winter responde. – Somos iscas fáceis.

― Temos que dar um jeito antes – comento.

― Nós estamos há dias trancados aqui e não arranjamos nenhuma alternativa, acho que não será de um dia para o outro que conseguiremos.

A gaiola encolhe novamente e dessa vez somos obrigados a nos levantar. Estamos colados uns aos outros e presumo que essa noite seja a pior de todas, embora acredite que não ficaremos a noite toda aqui. Além disso, suponho que ela encolheu antes do horário, pois embora as nuvens estejam presentes, o céu não escureceu o suficiente para sabermos que a noite já chegou.

― Sinto que hoje estaremos livres – comento.

― Estou em dúvida se acabo com a vida de Magrit ou com a de vocês dois quando sair daqui – Eva sibila e me faz revirar os olhos.

― Estou cansada de ficar em pé – Winter ri da própria desgraçada.

― Está vindo! – Eva comenta.

Olho para o céu e vejo duas garras vindo em direção ao Centro, uma ao lado da outra, ambas bastante rápidas. Uma para e posiciona-se exatamente em cima de nossa gaiola e a outra se aproxima um pouco mais do chão e lentamente abre suas garras, expondo o que existe dentro dela.

― O que é aquilo? – Brittanny questiona.

― Parece ser um casulo – Igor diz.

Ricky se aproxima lentamente da garra, espremendo seus olhos para tentar enxergar o que há dentro dela.

― Realmente, temos um casulo pendurado no topo da garra – Ricky anuncia. – E tem alguém dentro dela.

Ricky corre em direção à garra e tentar puxar o casulo, com o intuito de desgrudá-lo do metal.

― Não vou conseguir sozinho, alguém se arrisca? – Ricky pede ajuda aos demais, mas poucos são os que ousam ir para baixo da garra. Igor imediatamente corre para baixo da garra para ajudar Ricky – acredito que a convivência com o garoto tem tornado Igor mais corajoso. Brittany e Hazel, mais timidamente, aproximam e puxam o casulo para baixo.

― Está se mexendo! – Brittanny anuncia.

A pessoa que está dentro do casulo começa a bater na parede do mesmo, como se quisesse se livrar daquilo.

― Ele tem ar aí dentro? – Rose questiona de fora.

― Acho que não – Igor responde.

― Então temos que acabar com isso logo! – Ricky comenta. – Vamos nos pendurar no casulo quando eu disser já. Três, dois, um, já!

Os quatro pulam e penduram-se no casulo, que despenca quase que instantaneamente, fazendo com que seu material desaparecesse no ar, revelando um garoto com a respiração ofegante. No mesmo instante vejo a garra em cima de nós se abrir e abaixar lentamente. Toda a gaiola fica dentro da garra que se fecha aos poucos, erguendo-se no ar.

― Três oferendas? Não! – ouço alguma das garotas gritar do lado de forma, mas o pavor não permite que eu identifique a responsável.

As grades desaparecem e estamos envoltos apenas pelas garras, que ainda não estão completamente fechadas. A cada momento fica mais escuro dentro da garra. Percebo que Eva e Winter se põe de pé e resolvo fazer o mesmo. Winter começa a se espremer entre os espaços livres e vejo que seu corpo está praticamente todo para o lado de fora.

― Está muito alto! – ela grita.

― Pula logo! – Identifico Igor gritar.

Quando Winter se joga, sei que um de nós dois será a oferenda do dia. Corro em direção a Eva e lhe dou um soco no rosto, tentando atrasá-la. Ela vai ao chão e eu passo sobre ela para me aproximar do espaço que acredito estar mais livre. Ela agarra meus pés, interrompendo meu trajeto. Caio ao chão e Eva me arrasta para o centro da garra e me dá dois chutes do estômago, em seguida se joga entre um dos espaços livres.

Sou a oferenda da semana e não há mais o que fazer para sair daqui. De imediato as garras se fecham, tudo é escuridão. Não é o suficiente para me esmagar, então acredito que todas as outras oferendas estão vivas. Sinto a garra subir cada vez mais a plena velocidade. Sinto a pressão alterar e sinto um pouco de dificuldade em respirar. De repente, sinto algo se mexer dentro da garra. Aos poucos o metal entra em contato com a minha pele e uma luz acende dentro da garra e então posso ver nitidamente uma mini tela em minha frente, mostrando a morte de Ray e Charles. Sim, eles morreram e eu sei exatamente como vou morrer. O vídeo finaliza com uma única mensagem: “Não há saída. Todos passarão por isso, um por semana. Essa é a sua”. Após a tela ficar preta uma garra menor surge do teto e com o movimento de abrir e fechar começa a me triturar lentamente.


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Notas finais do capítulo

Gente, quero que vocês entendam... Não é fácil matar alguém, mas sei que existirá tempos mais difíceis. Enquanto houverem pessoas que não comentam - estou utilizando este critério, a princípio - é tranquilo eliminar alguém, depois não sei como irei fazer :/ FUJAM DAÍ ANTES, POR FAVOR.
Sim, temos um novo rapaz *o* Awn. Realmente, Elizabeth não era a última.
Espero que vocês gostem! Desculpa ter oferecido Logan, sei que muitos gostavam dele - inclusive eu - e muitos esperavam a morte de uma garota, mas não tive escolhas.

Lindos e lindas do meu coração, comecei uma nova fic em parceria com duas amigas fofas! Chama-se APÊ 3250. Postamos nosso primeiro capítulo na semana passada, deem uma conferida, tá bem interessante: http://fanfiction.com.br/historia/630584/Ape_3250/

Beijos pessoas e até mais!



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