Doutor Estranho: O Diário de Agamotto escrita por Larenu


Capítulo 10
Catacumbas


Notas iniciais do capítulo

Cá estamos nós novamente...



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O salão oval em que eles caíram não era muito grande. A iluminação era pouca, resumida a duas tochas, mas era possível perceber que a única coisa demais ali era a enorme porta que Stephen Strange, Linda Carter, Wong e Johnny Blaze encaravam.

— Então é aqui. As catacumbas onde o lendário Diário de Agamotto se encontra está ao nosso redor. Senhores, atrás desse portão nós encontraremos dos mais diversos desafios, feitos para eliminar aqueles indignos de receber o Diário de Agamotto — contou Stephen.

O Doutor Estranho esticou os braços, tentando abrir os portões com sua magia. Não funcionou.

Abrir o portão faz parte dos desafios, Strange?

Stephen assentiu.

— Ao que parece, sim.

Blaze bufou, achando aquilo ridículo. Amarrou as correntes às maçanetas e puxou. Chamas rodopiaram pelas correntes, incendiando os portões. Nada aconteceu.

— É uma questão de habilidade, Motoqueiro Fantasma. Não de força.

Por que sua magia não funcionou então, Strange?

Os dois trocaram olhares ameaçadores. Ignorando-os, Linda se aproximou o portão e colocou a mão à enorme maçaneta. Tocou a fechadura e pegou um bisturi e uma agulha de injeção em seu bolso. Enfiou os dois no buraco da fechadura.

Um brilho percorreu o portão, fazendo uma espiral até chegar aos equipamentos médicos de Linda. Ela tentou gira-los, mas não funcionou. Então, o brilho rodopiou os dois utensílios. No lugar de um bisturi e uma agulha, agora havia uma chave dourada e brilhante.

Ambos Stephen e Johnny ficaram quietos e observaram-na.

— Nem sempre magia e poder são soluções — ela respondeu.

Os portões se abriram, revelando um corredor do outro lado.

Ao fim do corredor, na sala em que o grupo inimigo estivera, a passagem para a sala seguinte tornava a fechar. No altar, a esfera que seria usada para resolver o enigma começou a girar, voltando à posição de antes de chegarem àquela sala.

No canto da sala, a lagarta mágica fumava seu cachimbo. Ela era uma manifestação física de Agamotto fora de sua dimensão. A lagarta sumiu em meio à fumaça, que, desta vez, não se espalhou, pois aquele lugar era sagrado demais para que a lagarta o profanasse com sua fumaça.

O tamanho é relativo — disse a voz da lagarta, ecoando pela sala mesmo depois dela ir embora.

Stephen Strange e seu grupo entraram na sala logo em seguida. A fumaça sumiu, bem como o som. O Doutor Estranho analisou o altar e as marcas nele. Wong pegou a esfera em suas mãos e a girou, tateando em busca de algum segredo.

— O tamanho é relativo — disse Linda, lendo a frase escrita na base do altar.

O Mago Supremo começou a flutuar, olhando o altar de cima.

— Tenho um palpite, mas me parece extremamente simples — disse Stephen.

— Deixe-me adivinhar. Magia?

O Doutor Estranho trocou um olhar irritado com o Motoqueiro Fantasma.

— Não. Simbologia simples, Blaze.

Wong olhou para o Mago Supremo.

— Você acha que...?

— Por isso mesmo estranhei. Me parece... tão simples. Apenas um circumponto?

A Enfermeira Noturna interrompeu-os.

— O que seria um circumponto?

Um círculo com um ponto dentro — esclareceu Johnny Blaze.

Linda pensou um pouco.

— Faz sentido. Combina com a frase.

— Devemos arriscar? — perguntou Wong, ainda com a esfera em mãos.

— Não tenho total confiança. Se errarmos, pode haver alguma penalidade.

Que haja — disse o Motoqueiro.

Com suas correntes, Blaze tomou posse da esfera e a posicionou no centro do altar. Imediatamente, a esfera afundou no ponto. Os dizeres na base do altar brilharam, bem como os contornos do circumponto no altar.

— Acertamos?

— Acho que sim, senhorita Carter — respondeu Wong.

— Falta algo — relatou Strange.

E a novidade? — disse o Motoqueiro Fantasma, irritado.

— Já sei o que fazer — respondeu Wong, não permitindo que Stephen Strange respondesse Johnny Blaze.

Stephen suspirou, engolindo o orgulho e não respondendo ao Motoqueiro.

— Então faça, Wong.

Ele abriu a esfera ao meio, revelando um circumponto menor ainda. Na outra metade, puxou uma esfera menor ainda, do tamanho de uma bola de gude, e colocou no centro do símbolo. Em seguida, tornou a colocar aquela metade da esfera no centro do circumponto grande.

O símbolo menor também brilhou, marcando a conclusão do desafio. Então, a sala começou a tremer.

Uma sala à frente, o grupo formado por Emma Frost, o falso Wong, Jade, Barão Mordo e seu prisioneiro, o Doutor Druida, analisava friamente cada detalhe da sala. O enigma da segunda câmara era formado por três estátuas de pedra: uma à frente e uma de cada lado da sala. Elas retratavam um samurai, um gladiador e um cavaleiro medieval.

— “Os erros do passado se repetirão no futuro” — leu o Barão Mordo em voz alta.

A frase estava escrita em cima da estátua à frente deles, a do samurai.

— O que faremos? — perguntou Jade.

— Isto — respondeu o falso Wong.

Ele pegou o Doutor Druida amarrado com cordas enfeitiçadas que bloqueavam os poderes dele e o jogou no centro do triângulo que as estátuas formavam. Imediatamente, as estátuas começaram a se mover. Elas davam golpes no ar enquanto caminhavam na direção de Anthony Druid.

— Hora de lutar, Jade — disse Mordo.

Jade concordou e se posicionou. Em seguida, deu um salto e aterrissou no samurai. Começou a golpeá-lo na cabeça, quebrando as feições de pedra dele que lembravam um pouco a máscara do personagem V, do filme “V de Vingança”.

Com um chute, Jade arrancou fora a cabeça do samurai. Chutou-a longe, fazendo-a quebrar ao se chocar com a parede. Jade arrancou fora a mão com a katana, jogando-a na direção do gladiador e decepando-o também. Com a clava do gladiador, golpeou o cavaleiro e quebrou-o em várias partes.

Jogou a clava ao chão, quebrando-a também. Jade soltou um suspiro e voltou para junto dos demais. O falso Wong se aproximou dela, sorrindo. Apertou a mão dela e retornou ao grupo.

— E agora? — perguntou ela a Mordo.

O Barão Karl Mordo se virou para Emma Frost.

— Senhorita Frost, o que nos diz?

— É necessário um sacrifício.

O sorriso do falso Wong sumiu.

— Devemos sacrificar o prisioneiro, senhor? — perguntou Jade.

— Oh, não. Ele ainda nos é útil — respondeu Mordo.

Ele acenou para o falso Wong. Sem dó nem piedade, o falso Wong empunhou a espada de pedra do cavaleiro e a cravou no pescoço de Jade, cortando a cabeça fora. Jogou a cabeça de Jade no centro da sala.

— Adeus, Jade — ele disse.

Os olhos de Jade se abriram. Seus lábios começaram a se mover, pronunciando uma frase.

— Os erros do passado se repetirão no futuro.

Um capacete de samurai feito de pedra surgiu no ar e se encaixou à cabeça dela. As estátuas começaram a se reconstruir, com exceção da estátua de samurai. O corpo de Jade se levantou e caminhou até a posição onde antes estivera a estátua. A armadura samurai se reconstruiu e cobriu o corpo dela, transformando-a em uma estátua de pedra. No chão, a face cortada da estátua anterior se transformou em uma cabeça humana.

— Me parece que a frase se aplica perfeitamente a esta sala — comentou Mordo, andando na direção do que fora Jade.

Emma Frost esboçou um sorriso no rosto, e sorriu de verdade quando a parede atrás da estátua de samurai brilhou e sumiu.

— Prontos para avançar?

— Claro — disse o falso Wong, pegando o Doutor Druida e o colocando de pé.

Então, a parede atrás deles também sumiu. Doutor Estranho, Enfermeira Noturna, Motoqueiro Fantasma e o verdadeiro Wong entraram na segunda câmara.

— Fiquem parados onde estão.

O grupo inimigo avançou, com os heróis indo logo atrás. Quando todos haviam passado e a parede voltou a existir, uma voz fria e direta os fez não lutar.

— Quem são vocês e o que querem aqui?

Quando olharam em volta na sala, ficaram admirados com aquele lugar. A terceira sala lembrava uma gruta, mas seu chão era gramado e havia cogumelos gigantes em volta deles. Sentado num dos cogumelos estava o dono daquela frase: a lagarta, desta vez em tamanho humano, fumando seu cachimbo.

— Quem são vocês?

— Sou Stephen Strange ­— respondeu o Doutor Estranho, dando um passo à frente.

— E quem é Stephen Strange?


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

Bom, quero deixar uma pergunta: quem já entendeu o porquê da lagarta e das referências a "Alice no País das Maravilhas"? A dica será: tem a ver com Agamotto.



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