Doutor Estranho: O Diário de Agamotto escrita por Larenu
Notas iniciais do capítulo
Cá estamos nós novamente...
O salão oval em que eles caíram não era muito grande. A iluminação era pouca, resumida a duas tochas, mas era possível perceber que a única coisa demais ali era a enorme porta que Stephen Strange, Linda Carter, Wong e Johnny Blaze encaravam.
— Então é aqui. As catacumbas onde o lendário Diário de Agamotto se encontra está ao nosso redor. Senhores, atrás desse portão nós encontraremos dos mais diversos desafios, feitos para eliminar aqueles indignos de receber o Diário de Agamotto — contou Stephen.
O Doutor Estranho esticou os braços, tentando abrir os portões com sua magia. Não funcionou.
— Abrir o portão faz parte dos desafios, Strange?
Stephen assentiu.
— Ao que parece, sim.
Blaze bufou, achando aquilo ridículo. Amarrou as correntes às maçanetas e puxou. Chamas rodopiaram pelas correntes, incendiando os portões. Nada aconteceu.
— É uma questão de habilidade, Motoqueiro Fantasma. Não de força.
— Por que sua magia não funcionou então, Strange?
Os dois trocaram olhares ameaçadores. Ignorando-os, Linda se aproximou o portão e colocou a mão à enorme maçaneta. Tocou a fechadura e pegou um bisturi e uma agulha de injeção em seu bolso. Enfiou os dois no buraco da fechadura.
Um brilho percorreu o portão, fazendo uma espiral até chegar aos equipamentos médicos de Linda. Ela tentou gira-los, mas não funcionou. Então, o brilho rodopiou os dois utensílios. No lugar de um bisturi e uma agulha, agora havia uma chave dourada e brilhante.
Ambos Stephen e Johnny ficaram quietos e observaram-na.
— Nem sempre magia e poder são soluções — ela respondeu.
Os portões se abriram, revelando um corredor do outro lado.
Ao fim do corredor, na sala em que o grupo inimigo estivera, a passagem para a sala seguinte tornava a fechar. No altar, a esfera que seria usada para resolver o enigma começou a girar, voltando à posição de antes de chegarem àquela sala.
No canto da sala, a lagarta mágica fumava seu cachimbo. Ela era uma manifestação física de Agamotto fora de sua dimensão. A lagarta sumiu em meio à fumaça, que, desta vez, não se espalhou, pois aquele lugar era sagrado demais para que a lagarta o profanasse com sua fumaça.
— O tamanho é relativo — disse a voz da lagarta, ecoando pela sala mesmo depois dela ir embora.
Stephen Strange e seu grupo entraram na sala logo em seguida. A fumaça sumiu, bem como o som. O Doutor Estranho analisou o altar e as marcas nele. Wong pegou a esfera em suas mãos e a girou, tateando em busca de algum segredo.
— O tamanho é relativo — disse Linda, lendo a frase escrita na base do altar.
O Mago Supremo começou a flutuar, olhando o altar de cima.
— Tenho um palpite, mas me parece extremamente simples — disse Stephen.
— Deixe-me adivinhar. Magia?
O Doutor Estranho trocou um olhar irritado com o Motoqueiro Fantasma.
— Não. Simbologia simples, Blaze.
Wong olhou para o Mago Supremo.
— Você acha que...?
— Por isso mesmo estranhei. Me parece... tão simples. Apenas um circumponto?
A Enfermeira Noturna interrompeu-os.
— O que seria um circumponto?
— Um círculo com um ponto dentro — esclareceu Johnny Blaze.
Linda pensou um pouco.
— Faz sentido. Combina com a frase.
— Devemos arriscar? — perguntou Wong, ainda com a esfera em mãos.
— Não tenho total confiança. Se errarmos, pode haver alguma penalidade.
— Que haja — disse o Motoqueiro.
Com suas correntes, Blaze tomou posse da esfera e a posicionou no centro do altar. Imediatamente, a esfera afundou no ponto. Os dizeres na base do altar brilharam, bem como os contornos do circumponto no altar.
— Acertamos?
— Acho que sim, senhorita Carter — respondeu Wong.
— Falta algo — relatou Strange.
— E a novidade? — disse o Motoqueiro Fantasma, irritado.
— Já sei o que fazer — respondeu Wong, não permitindo que Stephen Strange respondesse Johnny Blaze.
Stephen suspirou, engolindo o orgulho e não respondendo ao Motoqueiro.
— Então faça, Wong.
Ele abriu a esfera ao meio, revelando um circumponto menor ainda. Na outra metade, puxou uma esfera menor ainda, do tamanho de uma bola de gude, e colocou no centro do símbolo. Em seguida, tornou a colocar aquela metade da esfera no centro do circumponto grande.
O símbolo menor também brilhou, marcando a conclusão do desafio. Então, a sala começou a tremer.
Uma sala à frente, o grupo formado por Emma Frost, o falso Wong, Jade, Barão Mordo e seu prisioneiro, o Doutor Druida, analisava friamente cada detalhe da sala. O enigma da segunda câmara era formado por três estátuas de pedra: uma à frente e uma de cada lado da sala. Elas retratavam um samurai, um gladiador e um cavaleiro medieval.
— “Os erros do passado se repetirão no futuro” — leu o Barão Mordo em voz alta.
A frase estava escrita em cima da estátua à frente deles, a do samurai.
— O que faremos? — perguntou Jade.
— Isto — respondeu o falso Wong.
Ele pegou o Doutor Druida amarrado com cordas enfeitiçadas que bloqueavam os poderes dele e o jogou no centro do triângulo que as estátuas formavam. Imediatamente, as estátuas começaram a se mover. Elas davam golpes no ar enquanto caminhavam na direção de Anthony Druid.
— Hora de lutar, Jade — disse Mordo.
Jade concordou e se posicionou. Em seguida, deu um salto e aterrissou no samurai. Começou a golpeá-lo na cabeça, quebrando as feições de pedra dele que lembravam um pouco a máscara do personagem V, do filme “V de Vingança”.
Com um chute, Jade arrancou fora a cabeça do samurai. Chutou-a longe, fazendo-a quebrar ao se chocar com a parede. Jade arrancou fora a mão com a katana, jogando-a na direção do gladiador e decepando-o também. Com a clava do gladiador, golpeou o cavaleiro e quebrou-o em várias partes.
Jogou a clava ao chão, quebrando-a também. Jade soltou um suspiro e voltou para junto dos demais. O falso Wong se aproximou dela, sorrindo. Apertou a mão dela e retornou ao grupo.
— E agora? — perguntou ela a Mordo.
O Barão Karl Mordo se virou para Emma Frost.
— Senhorita Frost, o que nos diz?
— É necessário um sacrifício.
O sorriso do falso Wong sumiu.
— Devemos sacrificar o prisioneiro, senhor? — perguntou Jade.
— Oh, não. Ele ainda nos é útil — respondeu Mordo.
Ele acenou para o falso Wong. Sem dó nem piedade, o falso Wong empunhou a espada de pedra do cavaleiro e a cravou no pescoço de Jade, cortando a cabeça fora. Jogou a cabeça de Jade no centro da sala.
— Adeus, Jade — ele disse.
Os olhos de Jade se abriram. Seus lábios começaram a se mover, pronunciando uma frase.
— Os erros do passado se repetirão no futuro.
Um capacete de samurai feito de pedra surgiu no ar e se encaixou à cabeça dela. As estátuas começaram a se reconstruir, com exceção da estátua de samurai. O corpo de Jade se levantou e caminhou até a posição onde antes estivera a estátua. A armadura samurai se reconstruiu e cobriu o corpo dela, transformando-a em uma estátua de pedra. No chão, a face cortada da estátua anterior se transformou em uma cabeça humana.
— Me parece que a frase se aplica perfeitamente a esta sala — comentou Mordo, andando na direção do que fora Jade.
Emma Frost esboçou um sorriso no rosto, e sorriu de verdade quando a parede atrás da estátua de samurai brilhou e sumiu.
— Prontos para avançar?
— Claro — disse o falso Wong, pegando o Doutor Druida e o colocando de pé.
Então, a parede atrás deles também sumiu. Doutor Estranho, Enfermeira Noturna, Motoqueiro Fantasma e o verdadeiro Wong entraram na segunda câmara.
— Fiquem parados onde estão.
O grupo inimigo avançou, com os heróis indo logo atrás. Quando todos haviam passado e a parede voltou a existir, uma voz fria e direta os fez não lutar.
— Quem são vocês e o que querem aqui?
Quando olharam em volta na sala, ficaram admirados com aquele lugar. A terceira sala lembrava uma gruta, mas seu chão era gramado e havia cogumelos gigantes em volta deles. Sentado num dos cogumelos estava o dono daquela frase: a lagarta, desta vez em tamanho humano, fumando seu cachimbo.
— Quem são vocês?
— Sou Stephen Strange — respondeu o Doutor Estranho, dando um passo à frente.
— E quem é Stephen Strange?
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E aí, gostaram?
Bom, quero deixar uma pergunta: quem já entendeu o porquê da lagarta e das referências a "Alice no País das Maravilhas"? A dica será: tem a ver com Agamotto.