Chato escrita por Bia


Capítulo 9
Importuno


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Como vão?
Bom, desculpem a minha demora, minha internet está realmente deplorável, por isso ando aproveitando cada momentinho em que ela revive. O.k., vamos ao capítulo! Quero que pense naquela pessoa que só fala merda o tempo todo, que realmente não sabe o momento certo de soltar determinados comentários, que sempre faz aquelas surpresinhas desagradáveis ao soltar umas pérolas embaraçosas. Imaginou? Ótimo!
Boa leitura!



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Capítulo 9: Importuno.

“As coisas boas vêm com o tempo. As melhores, de repente”.

Quem foi o idiota que disse isso?

Talvez, em um universo paralelo onde minha vida foi abençoada com a sua inexistência, eu pudesse gostar de acontecimentos repentinos, de surpresas, de diálogos que me deixassem sem reação.

Mas, nesta dimensão, onde todas as catástrofes que acontecem na minha vida só acontecem por causa de você, não tenho o luxo de dizer que gosto de “surpresas”.

Você é, simplesmente falando, importuno. Parece que, dentro de você, bem incrustado em sua alma, há uma espécie de despertador que indica o horário certo para você soltar suas pérolas. Lembro-me que uma vez eu estava debatendo com o professor de biologia (também responsável por avaliar meu TCC dali a três meses) sobre a satisfação da faculdade de Bioquímica na USP, suas vantagens e desvantagens - chegamos no tópico “Pós-Graduação” quando você, sarna, me apareceu.

O primeiro pensamento que me ocorreu foi, sem dúvidas “o que diabos você está fazendo aqui? O sinal de saída já bateu há dez minutos, vá para casa, ”.

Você simplesmente arruinou minhas chances de receber qualquer apoio daquele professor quando se intrometeu naquela conversa, puxando assunto como se estivesse debatendo ali há anos (lá se iam minhas expectativas de ganhar um novo contribuidor para o meu TCC…), tendo a audácia de dizer na maior cara dura que “faculdade é para tolos”.

Não me surpreendi quando o professor de biologia me olhou enviesado, como se eu houvesse dito aquele absurdo, resmungando um “não sabia que você andava com esse tipo”.

Aquele era um diálogo que me deixou sem reação por diversos instantes, por isso mesmo meu ódio por “surpresas”.

Nem preciso dizer que soltei mesmo os cachorros em você depois disso, discutindo contigo o caminho inteiro até a minha casa, já que você me fez o desfavor de me acompanhar. Minha mãe pediu para que você entrasse e tomasse uma xícara de café com bolo de cenoura, mas pela primeira vez na vida você foi decente e recusou com educação.

Você é tão chato, que teve a cara de pau de me mandar um total de trinta e uma mensagens aquela tarde inteira, todas elas recheadas de pedidos orgulhosos de desculpas. Só fui ver, de fato, o tanto de mensagens no dia seguinte, já que te bloqueei pela décima quarta vez na quinta mensagem inconveniente - com toda a certeza você me faria te desbloquear depois, como sempre.

No dia seguinte, você me apareceu na porta da minha casa às seis e meia da manhã, vestindo um moletom e bermuda, com um enorme buquê de bromélias, rosas e copos-de-leite; e, enganchado ao buquê, havia um cartão com “me desculpa” em itálico. E eu lá, plantada na porta, de pijama e pantufas, meu pai bem atrás de mim, tomando uma inocente xícara de café, mais incrédulo que eu.

Viu por que eu odeio surpresas? Você sempre dá um jeito de fazer com que uma situação ótima vire péssima ao realizá-la no momento errado. Você é tão… Importuno.

E quanto eu mais penso nisso, mais eu tento odiá-lo por toda essa sua montanha de defeitos, sempre carregado de sinônimos errados, de instantes imperfeitos e deste seu sorriso desleixado, que, de uma forma realmente inesperada, conseguiu roubar tudo de mim com as melhores intenções.

E é exatamente isso o que você é: terrivelmente importuno.


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Notas finais do capítulo

Eu sou importuna, mas nunca é proposital, juro. Enfim, penúltimo capítulo da fic, o próximo já irá ser a apresentação dos personagens ;)



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