Broken escrita por Whatever


Capítulo 2
Capítulo 2 - Relatos da 2ª vítima




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Jade permaneceu no hospital por uma semana, até que foi liberada para ficar em repouso em casa. Os pontos só foram retirados depois de mais uma semana, até que finalmente poderia seguir uma vida seminormal, tomando alguns remédios para ajudar no processo de regeneração e para passar a dor.

Klein a visitava todos os dias e as vezes dormia na casa dela quando necessário. No Plaza, as outras equipes perguntavam como estava sua recuperação e um boato de ter um casal novo começou a se espalhar.

Não havia nada entre os dois. Bom, bem que o rapaz queria. Mas não iria se aproveitar desse momento delicado para tentar se relacionar com ela de forma ainda mais afetiva.

Quando não estava com a jovem, Klein estava nos campos de batalha treinando. Ia todos os dias visitar o Cap’n, esperando receber alguma notícia do desgraçado. Em nenhum momento conseguiu pistas, apenas a descrição da arma feita pela sua amiga. Voltou a Warehouse sozinho várias vezes, mas de nada adiantou. O local onde Jade caiu ainda estava com sangue seco no chão.

Pensou em deixar essa busca de lado e se concentrar apenas na melhora da Inkaling, até que numa tarde, quando o sol estava quase se pondo, veio no jornal mais uma vítima.

Klein estava na casa de Jade na hora, sentado no chão junto com Alva, enquanto Jade fazia um coque com os tentáculos de Rose, ambas sentadas no sofá. A jovem se chamava Coral, tentáculos laranja, morena de olhos alaranjados. Ela perdeu a visão do olho direito ao receber um corte profundo no rosto. Estava no hospital recebendo tratamento e um dos membros de sua equipe estava relatando o ocorrido.

“Que merda! ” Alva exclamou “Seria o mesmo cara? ”

“Duvido muito, meu irmão encontrou uma arma afiada em Arowana Mall, mas estava quebrada e com um octarian morto ao lado” Rose disse “Ele mesmo o matou”.

Jade permaneceu em silêncio, olhando para a televisão.

“Deveríamos falar com essa garota, mas sem assustá-la. Talvez Coral seja introvertida...” Klein sugere.

Alva ri alto.

“Coral? Introvertida? Coral é a garota mais porra loca do Plaza. Eu já batalhei em um time com ela, a guria só dava tiro no saco e ainda teve a capacidade mental de usar um cara do time inimigo como escudo vivo contra uma inkazooka”

“Porra...” Klein ri “Vamos tentar falar com ela amanhã. Você tem contato com ela? ”

“Tenho de um amigo dela. Vou ligar para Dijon, ver o que consigo saber sobre alguma coisa”

***

Quando Alva comentou sobre Coral, Klein não imaginou que fosse tão doida. Ela preferiu ser tratada em casa do que no hospital, mas também precisa quase ser amarrada na cadeira para que ela fique de repouso.

Onde ela residia no último andar do prédio de Rose, então não foi difícil encontrar.

Alva o acompanhou só por ter já maior intimidade com esse pessoal, seria mais fácil para conversar.

Tocou a campainha, e um inkling amarelo, pele morena, olhos da mesma cor de seus tentáculos presos em um rabo de cavalo frouxo, com a orelha esquerda com três brincos de argola pequena, junto com um alargador 4mm e dois spikes no lábio inferior, abriu a porta.

“Fala aê Dijon!” Alva o cumprimentou rindo “Furou a boca desta vez? Daqui a pouco vai parecer uma peneira! ”

“Vai a merda, Alva! ” O inkling disse rindo “Entra aí, Coral está esperando vocês lá no terraço”

Klein cumprimentou o rapaz de forma tímida, imaginando que seria capaz de tomar um soco se falasse alguma besteira.

Imagine um apartamento um tanto apertado, mas com uma coleção de armas nas paredes. Além de armas, o resto da decoração vinha de discos de vinil presos na parede, estantes com cds, dvds e blu-ray diversos.

As caixas de som então, nossa. Talvez Coral fosse surda.

Subiu as escadas ao lado da porta de entrada e viu um contraste a base militar que acabara de sair. Na parte de cima, uma piscina pequena, um jardim colorido e um espaço para fazer festa. Klein começou a achar que ela era bipolar.

A jovem estava deitada em uma espreguiçadeira, os tentáculos amarrados em um coque com dois hashis segurando, com um ombrelone e óculos escuros a protegendo do sol. A costura no rosto ainda estava recente, e como ela era teimosa, Dijon deu um jeito dela pegar sol.

“Coral! Visita! ” Dijon gritou.

“Já ouvi...” Ela se vira e permanece sentada, olhando para os dois “E aí Alva! ” Ela o cumprimenta “Esse aí deve ser o Klein, prazer em te conhecer rapaz! Puxem uma cadeira, vamos conversar sobre o inconveniente! ”

Alva cochicha no ouvido de Klein quando foram pegar um par de cadeiras “Não falei que ela não dá a mínima pra nada? ”

“Notei...” Ele respondeu.

“Então... Coral. Minha amiga Jade está se recuperando de um incidente parecido com o seu, e eu e Alva estamos tentando pegar o filho da puta que fez isso com ela. E estamos achando que foi o mesmo que fez essa atrocidade contigo”

“Hm... Cês tão fudidos” Coral responde rindo “Olha, como eu posso te ajudar? ”

“Você se lembra da descrição do octarian que te atacou? Quero ver se bate com a descrição feita pela Jade quando ela estava no hospital”.

“Cara, todos os octarians são clones. Era uma vadia como qualquer outra, a diferença era a tatuagem tribal no rosto”

“Anota isso, Alva”

“Anotado, Sherlock...” Alva vira os olhos, tirando uma risada da inkling laranja.

“Como você foi atacada? O octarian surgiu de repente? Saltou na sua frente e te feriu? ”

Coral cruza as pernas, apoia o braço no joelho e fica dedilhando a bochecha, pensando.

“Foi muito rápido. Eu lembro que estávamos prestes a chegar no Zapfish. Dijon estava na frente com sua splatshot pro, eu o acompanhando a esquerda com minha jet squelcher, Caramel e Pantone estavam a direita. Não lembro as armas que estavam usando... Acho que um estava com splatshot e o outro com Blaster” Ela coça o queixo.

“Mas enfim! Éramos o time laranja contra aqueles octarians meia boca. Dijon pediu que nos separássemos para conseguirmos pintar o máximo de área antes de avançar em nosso objetivo, para termos como se esquivar de ataques. Feito isso, me escondi para proteger Dijon de longe, já que minha arma é de longo alcance. Foi aí que a merda aconteceu, escutei alguém cair atrás de mim e assim que me virei, senti aquela lâmina rasgar minha pele...” Ela tira os óculos, mostrando o ferimento “Gritei de dor e vi aquela puta olhando para mim rindo, e murmurando ‘Menos um’”

Coral fica em silêncio, olhando para o chão “Seria nesse momento que eu acenderia um cigarro”.

“Você fuma? ” Alva pergunta assustado.

“Só quando estou bem tensa. Normalmente é um cigarro bem fraco, pouco viciante e de gosto estranho para eu não me viciar. Fumo uma vez na vida e outra na morte”.

“Ah... Tá... Entendi. Quer que paremos de perguntar? ” Klein pergunta preocupado.

“Não, não! Podem continuar...”

“Não se lembra mais de nada? ”

“Ah, a partir daí Dijon deixou que Caramel e Pantone se encarregassem do Zapfish e foi atrás de mim. Me encontrando naquele estado deplorável...”Ela toma um pouco de ar “Foi culpa minha sermos derrotados. Sua amiga teve sorte de apenas perder os tentáculos. Isso cresce de volta. Já eu, vou ficar cega de um olho o resto da vida”.

“Será um pouco indelicado e idiota eu perguntar isso, mas você vai parar de lutar? ” Klein pergunta.

“Tá doido? Vou parar de lutar para fazer o que? Trabalhar em loja? Assim que isso aqui cicatrizar, babe, estou de volta no campo de batalha ”.

“Jade disse que vai parar de lutar...”

“Porque não traz a menina para falar comigo? Talvez eu a convença a voltar a lutar! ”

“Não sei... Talvez ela fique nervosa ao voltar, não sei se ela vai se acostumar e agir como antes...” Klein diz preocupado.

“Hey” Coral dá dois tapinhas em seu braço “Se você a ajudar, ela volta. Quero ajudar vocês a pegar essa vagabunda. Fale com Dijon lá em baixo, depois eu vou avisar ao resto de meu time. Pantone tá vindo pra cá jogar videogame com ele e vou aproveitar a oportunidade” Ela coloca os óculos de volta.

“Ok, farei isso! Obigado Coral, melhoras...” Klein a abraça, logo ela abraça e se despede de Alva.

A jovem permanece no terraço e observa os dois rapazes irem embora. Assim, começa a chorar sem soluçar. Deixava as lágrimas escorrerem em seu rosto, tentando liberar um pouco do medo que ainda estava sentindo. Aquele seu jeito doido agora não passava de uma armadura para se esquecer do ocorrido.

Dijon fechou a porta e foi ver como estava a inkling. Acabou que ela deixou um soluço escapar, o que chamou sua atenção.

“Cory” Era seu jeito carinhoso de chama-la “Não adianta esconder”

“Esconder o que? ”

“Que está chorando” Ele se aproxima e senta na cadeira que deixaram ali “Sua ferida está doendo? ”

“Não a de fora...”

O rapaz sente seu coração apertar e por surpresa, a pega no colo.

“O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? ”

“Vou cuidar de sua ferida interna” Dijon a puxa para um beijo.

A jovem cora e desvia o olhar.

“Já vi que vou curtir esse tratamento” Ela ri de forma maliciosa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Aceito críticas.



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