Existence escrita por FranMary


Capítulo 2
Coleção de memórias




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Kuroko estava dormindo no momento. Ele estava em um quarto particular dentro de um hospital. Estava sozinho. Seus colegas de time estavam, naquele momento, jogando nas semifinais do campeonato.

O vento soprava para dentro do quarto, uma sombra de alguém apareceu em seu lençol. Uma mulher adulta de roupas negras estava do seu lado. Olhava-o com certa tristeza em seus olhos para o rosto do Kuroko.

— Lembre-se Tetsuya – disse a mulher, enquanto pegava em sua mão....

“A cada noite dormida, era mais um pesadelo a se colecionar. Mortes, vingança, assassinato, risos maléficos, lágrimas, alguém especial morrendo rente a seus olhos. Os olhos do Kuroko Tetsuya viram tudo isto.

Brincadeiras de crianças ecoavam pelo corredor de um hospital, havia um garoto próximo à recepção. Ele estava de cadeira de roda. Somente ouvia os risos e as gritarias, viu correr as crianças. Seus pais foram buscá-lo – ou melhor, seus responsáveis foram buscá-lo. Era mais um dia para se colecionar.

Depois daquela guerra ao qual participara, já não era mais o mesmo. Antes de colocarem novamente para o mundo exterior, ele participara de várias sessões de terapia. Com o tempo, ia esquecendo uma cena ou outra da guerra, até esquecer completamente.

Era sempre assim e, no final de tudo, esqueceu a si mesmo. Aquela pessoa que conheci já não existe ou simplesmente está dormindo dentro de uma jaula trancado por correntes submersas em seus sonhos mais efêmeros. Pergunto-me o que você fará quando essas lembranças voltarem à tona?”

“Pecados não podem ser perdoados”

— Seja forte – disse a mulher saindo do seu quarto.

Os raios do pôr do sol entraram no seu quarto, reluzindo tudo. Aquela garota, ao qual foi o estopim para levá-lo ao hospital, estava olhando pela janela de seu quarto. Seu olhar inexpressivo olhava para o sol sumindo entre as nuvens.

— Você me disse uma vez que me seguiria e me protegeria, eu acreditei – disse ela, sem tirar seus olhos das nuvens. — Meras ilusões, certo? Estávamos com medo, muito medo. Como seria ver outras pessoas? Como nós agiríamos na sociedade? Eu era feliz. Mais a verdade é que não podemos existir, porque esta sociedade não permitiu nossa existência. Por quê? Porque nossa existência é um fardo para eles.

Ela se vira para a cama ao qual o Kuroko está dormindo. Indo até ele, pegando em sua mão e posicionando-o em seu rosto macio, ela fecha seus olhos. Ao abrir, seus olhos estavam lacrimejando.

— Eu quero protegê-lo, onii-chan. Por isso não se esforce tanto para lembrar o que lhe aflige, certo?

A garota misteriosa descansa sua mão na cama, se levanta e vai até a porta que fora aberta por alguém do lado de fora. Olhando pela última vez antes de sair do quarto.

“Uma cantiga triste ecoa em um jardim. Duas crianças estavam de mãos dadas, de repente, uma delas é levada por outro alguém. Saindo correndo atrás, tropeçara e viram eles se afastando, até que a imagem desaparecesse em frente aos seus olhos lacrimejantes.”

Kuroko acordara ofegante, estava tremendo muito. Ao olhar para sua mão, sentiu um leve desapontamento. Colocando em seu peito e apertando como se estivesse sofrendo de uma parada cardíaca, lágrimas caiam. Kuroko estava chorando.


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