Alice

Eu estava sendo seguida por uma costureira realmente de mal humor, mas nada me abalaria nesse dia. Era os últimos retoques do meu vestido e Bella estava linda em um vestido que eu mesma havia desenhado, havia ficado simples e delicado como um vestido que ela gostaria.

Ao entrar na sala do ateliê em que ela estaria, nada encontrei a não ser uma flor despedaçada no meio da sala. Um calafrio percorreu o meu corpo.

Corri para a mesinha onde havia deixado minha bolsa. Rápidamente digitei os números.

- Edward.

- Oi, Alie.

- Bella, Ed, Bella.

- O que tem ela. Me fale. – Ele falou com urgência e eu comecei a chorar.

-Ela sumiu. A bolsa dela está aqui, e tudo q encontrei foi uma maldita rosa vermelha no chão. Ed? Ed? – Agora tudo o que eu escutava era o silencio vindo do outro lado do telefone.

A costureira que estava sem saber o que fazer chamou o estilista que me ajudou a tirar o vestido, e logo que Edward chegou eu já estava vestida com minhas roupas normais. Logo chegou um rapaz que ele logo me apresentou como um policial que estava cuidado dos ataques sucessivos ao escritório de Bella, eu chorava silenciosamente, mas algo estava me deixando inquieta, algum detalhe que eu estava perdendo, e por alguma razão sem saber qual, eu sabia o que tinha que fazer. Procurei tão rápido na agenda do eu celular que devo ter passado algumas vezes pelo número desejado sem notar, mas assim que seu nome brilhou na tela a tecla SEND foi apertada, e logo eu escutei o sinal que estava chamando. Sem demorar muito uma voz masculina atendeu a minha chamada.

- Oi

- Quanto tempo, ao que devo a surpresa?

- Bella desapareceu.

- Eu sabia. Porra! Quando você liga, nada de bom pode ser.

- Não diga isso.

- Desculpe...

- Só liguei, por que tem algo me escapando e eu não sei o que é.

- Do que você está falando?

- Ela nunca desapareceu assim, nunca sem avisar a ágüem, a não ser no dia...

-Sim, naquele dia. Oh meu Deus! Ele já está solto há semanas.

- Ele está solto?

- Há semanas atrás. Eu a avisei, como ela pode ser tão descuidada.

Minhas pernas tremiam e eu não escutava mais nada, Edward que estava conversando com o policial veio me amparar.

- O que foi Alice?

- Ed. – Meu choro agora insistente caia pelo meu rosto. – Oh meu Deus, Ed. Foi ele, eu tenho certeza, foi ele.

- Ele quem? – Edward me balançava sem dó, como se isso fosse fazer com que a resposta saísse mais rápido de minha boca.

- Mike, Ed, Mike.

Ele ficou pálido e me soltou. Aos poucos seu rosto foi tomando compreensão do que eu havia lhe dito.

Não havia o que fazer, Bella era adulta, e a policia não estava aceitando queixas de desaparecimentos antes de 24 horas do ocorrido. Todos ficamos apreenssivos, Edward que já havia chorado, se irritado e feito quase a todos enlouquecer, estava agora recluso em um canto. Fazia apenas cinco horas do ocorrido, mas nós sabíamos, que se realmente Mike tivesse pego Bella, uma hora dessas talvez ela já não estivesse mais viva.

Bella

Eu estava tomando consciência, sentia minha garganta arder, meu corpo todo estava muito dolorido. Fui abrindo os olhos devagar, senti que alguém me observava, mas ainda estava tudo muito confuso para mim.

Me lembrei de ter acordado com Edward, de ter o beijado, de ele ter falado que me amava mais que tudo. Lembro de embalar Lian mais que o tempo me permitia, e te-lo deixado no colo de Edward que observava-nos. De antes de sair da um beijo na testa de Nessie. Lembro que encontrei Alice e tomamos um café. Lembro de ela me pendindo ajuda para fechar o seu vestido de noiva, e de suas apontações de que se não fosse pelo Jasper estaria se casando de rosa choque. De nossas risadas. Da caixa azul. Do vestido rosa clarinho que se misturava tão bem com a cor da minha pele. E de ver Mike, mesmo depois de tanto tempo ele ainda parecia o garoto que me levou a oito anos de terapia. A rosa vermelha.

Isso me fez alarmar. Onde eu estava? Onde estava Mike? Mas logo uma de minhas perguntas foi respondida. Ao sentir uma mão gélida em meu ombro.

- Boa noite, minha Bella adormecida. – Ele falou. Olhei para cima e notei que ele havia me colocado uma mordaça e amarrado meus pulsos e pernas.

- Vejo que acordou bem disposta hoje. – Olhei ao redor, me vi sentada em uma cadeira de madeira no meio de um cômodo todo vermelho. Olhei de volta para ele, que tinha no rosto marcas que o tempo lhe proferira, atenuado também por um quê de loucura em seu olhar.

- Vou preparar algo para você comer. Sei o que deve estar pensando. Por que eu passei tanto tempo fora, sem dar noticias, não é mesmo? – Eu estava ficando com muito medo daquilo tudo.

- Devo dizer que foi contra a minha vontade, mas não se preocupe agora, minha querida, teremos todo o tempo de agora em diante. – Ele me olhou com um olhar quase enlouquecido. Eu tremi.- Agora vou fazer algo para você comer, já volto.

Olhei ao redor e vi uma cama encostada em uma das paredes vermelhas o chão estava imundo e com vários respingos do que eu acreditei que fosse tinta, uma porta-janela dava para ver que já havia anoitecido. Ao longe pude escutar o barulho de uma TV, talvez na sala ou de algum vizinho. O barulho do noticiário me clareou a mente, ou deveria ter desaparecido há mais ou menos uma oito horas. Tentei me mexer, mas nada consegui. Meu Deus o que eu iria fazer agora?