Sing Sing é uma antiga penitenciaria á cinqüenta quilômetros da grande Manhattan, ali nem sempre a sorte trás boas coisas.

- O que faz aqui Tyller? – O assistente do diretor perguntou assim que o policial entrou pelo escritório.

- Vim fazer uma visita. – O policial falou com certo desdém.

- São dez horas da noite, não é hora de fazer visita pra nenhum cretino que esteja ai dentro. – O velho que tinha um bigode gordurento ralhou.

- Não pretendia falar com nenhum deles. Vim atrás de informações de um tal de Michael Newton.

O velho sentado em sua poltrona deu uma sonora gargalhada.

- O que o pequeno Mikey fez dessa vez?

- Por que Peter? O que ele aprontou antes?

- Bem, Tyller, não sou fofoqueiro, você sabe, mas pra você amigo, vou fazer uma exceção.  – Ele falou e se acomodou melhor na cadeira. – Mike ficou conosco bons anos, eu estava começando aqui quando ele chegou, e logo no primeiro dia eu fiquei me perguntando, o que um garoto tão novo tinha aprontado para tá aqui, nessas condições, ele não me parecia culpado ou capaz de nada, mas logo no primeiro mês ele mostrou do que era capaz.Com o tempo se arranjou com o pessoal do Carlo. Bem, você conhece aquele merda lá do Harlen, ele fez o garoto crescer. Há um mês atrás, o próprio Carlo veio buscá-lo. O pessoal tem falado que ele tá envolvido com a morte do Jordan, mas sinceramente, eu acho que aquele porco já foi tarde e que qualquer um para qual ele tenha se vendido, pode ter dado cabo da vida dele.

Tyller ouvia tudo concentrado em todas a informações que o gordo assistente do diretor estava passando, olhando pela janela do empoeirado escritório ele ligou os fatos mais rápido do que poderia imaginar.

- Harlen?

- O que? – O gordo perguntou sem saber onde o colega de profissão estava com a cabeça.

- Você disse que ele estava envolvido com o Carlo, aquele traficante do Harlen, certo?

- É, mas não vá menos prezando Carlo, apesar de não parecer, ele é um cara inteligente, cruel e frio.

Tyller, já sabia por onde começar, era uma questão de tempo para encontrar a jovem Isabella Swan, ele só esperava encontrá-la viva.

Em um outro lugar da cidade...

- Carlo?

- O que quer? Não falei para você ficar vigiando Mike?

- Falou...

- Pois então, o que está fazendo aqui?

- Chefe, outra garota, ela estava desacordada quando ele entrou no prédio com ela há algumas horas atrás...

- E você só vem avisar agora?

- Tentei avisa-lo, eu juro que tentei.

- Tá, tá. Não quero explicações. Sabe se é alguma garota de Sam?

- Chefe, conheço as garotas de Sam e conheço também as garotas que estão por aí nas ruas, mas a garota que ele trouxe, bem, essa não se parecia em nada com qualquer garota que andasse por aqui.

- O que quer dizer?

- Olha chefe, não sou muito ligado nessas coisas de mulheres, mas pelas roupas dela, ela não se parecia em nada com nenhuma garota que ande por aqui, só vi garota assim, lá pelos lados de Manhattan. Sabe? Essas dondocas que andam por aqueles lados...

- Sendo ou não, agora é minha vez de agir... Vá e fique vigiando a porta do prédio. Dessa vez ele não me escapa. Ele já me fudeu o bastante pra eu ficar agüentando...

Bella

Meu estomago há horas reclamava, minha boca estava tão seca que eu me sentia fraca. Um espelho a minha frente mostrava os meus cabelos colados em meu rosto devido ao suor e minha maquiagem borrada, transformando a pessoa a minha frente quase irreconhecível.

Meus braços queimavam da dor da corda em meus pulsos e meus pés descalços rasgavam em pequenos pedaços de vidro no chão, meu choro vinha incansável e eu só conseguia pensar em Lian, Edward, Ness, na minha mãe e no meu pai que a tanto tempo eu não via.

Um baque surdo na porta me tirou dos meus pensamentos.

- Minha flor, não precisa chorar, você sabe que o que eu estou fazendo para o bem do nosso amor. Olha vou tirar isso para você comer, mas tem que prometer que não vai gritar.

Instinto, é a única coisa que consigo imaginar uma hora dessas. Pois assim que ele tirou as amarras de minha boca, o grito se formou em minha garganta e ecoou pelo cômodo. Mas breves segundos depois um tapa ou soco proferido em meu rosto me fez calar e tudo se apagou novamente.

Há algumas quadras de distancia...

Um carro todo preto parado no meio fio de uma rua escura, denunciava o seu ocupante somente pela fumaça do cigarro saindo pela brexa da janela. Dentro um latino na faixa dos seus 40 anos conversava com um moreno que havia acabado de entrar no carro.

- Em troca do que você vai entregar um dos seus melhores homens?

- Já falei, te dou ele na bandeja, mas eu quero seus homens longe de minhas esquinas, longe do meu pessoal.

- Parece justo.

- Ele tá lá, tem uma moça que ele pegou há algumas horas atrás, ainda não sabemos quem é... Mas pelo que fiquei sabendo já deve ter tido o mesmo destino da outras.

- Bem, acho que seria bom terminar isso logo.

- Também acho.

- Vou chamar algumas pessoas para me ajudar.

- Assim que terminar o seu servicinho saía daqui, não quero ninguém sabendo de nosso acordo.

Bella estava deitada no colchão, Mike estava em pé ao lado da moça, ele segurava uma faca enorme, e no seu rosto radiava o ódio.

- É aquela criança, não é? Não se preocupe minha princesa, vou trazer ele para ficar com a gente.

Os olhos da moça deitada no colchão se arregalaram e no instante seguinte ela caiu em um chorro incansável. O homem que jazia em pé ao seu lado, perdeu a paciência de desferiu mais um golpe em seu rosto a fazendo fica desacordada.

- Vadia que só sabe chorar. – Ele resmungou e foi para sala, sentou em uma poltrona fétida para esperar a moça acordar novamente, ele queria te-la, mas ela teria que estar acordada.

Batidas na porta o tiram de seus devaneios, bufando ele foi até o olho mágico que mostrava que do lado de fora o seu chefe o aguardava.

- O que quer Carlo? – Mike falou sem abrir a porta.

- Abra a porta Mike, sabe que não sou homem de gritar em corredores.

Mike bufou novamente e abriu a porta, deixando Carlo e mais dois homens passarem.

- To acompanhado Carlo, não pode ser em outra hora.

- Sei que está, mas você já foi longe de mais com suas brincadeiras, e eu já tinha avisado para você parar.

Um dos homens que acompanhavam Carlo, era Sam, bandido reconhecido pela policia pela sua falta de escrúpulos e paciência. E naquela noite Sam estava especialmente excitado, ele faria tudo o que Mike havia feito com suas garotas.

Sam era um cafetão conhecido na cidade, suas garotas eram sempre bem procuradas, e apesar de um cliente ou outro dar uma dor de cabeça, nenhum deles era capaz de ir tão longe, era notório que Sam não gostava quem machucassem a sua mercadoria. E nem ele mesmo partia para cima de suas meninas, ele tinha outros métodos para as fazerem andar na linha, não que precisassem, pois a maioria trabalhava para ele por vontade própria.

- Este é Sam. – Carlo falou com um sorriso afetado no rosto.

Mike olhava de um homem para o outro, sua boca de repente havia ficado seca e a distancia de sua arma tinha sido o seu pior erro, ela estava no quarto, onde Isabella estava desacordada.

- O que pretende fazer Carlo? – Mike perguntou com os olhos arregalados, mas para sua surpresa em respondeu foi Sam.

- Você agora vai pagar, e vai pagar bem caro, minha vadia!