Os Marotos da Minha Vida escrita por Siaht


Capítulo 3
Padfoot


Notas iniciais do capítulo

Olá, minhas leitoras lindas e sensíveis!!!;D
Não pretendia demorar muito, mas faculdade em fim de período é basicamente o inferno na terra. Fiquei contente em saber que não sou a única que está sofrendo e se afogando em lágrimas com essa fic. Acho que esse capítulo é menos triste, mas vai saber. Hahaha
De qualquer forma, espero que gostem!!! ♥
Nos vemos nas notas finais!



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Sirius Black era um cachorro. E não apenas em sua forma animaga. Pelo menos, foi isso o que Lily Evans pensou durante muitos anos. Eles definitivamente não se davam bem e a implicância mútua durou bastante tempo. Nos primeiros anos, a ruiva via o rapaz apenas como o amigo irritante do – ainda mais irritante – Potter. Sirius era inconveniente, egocêntrico e galinha. Parecia sempre envolvido em um ar de rebeldia, que fazia a menina torcer o nariz.

Para o Black, por sua vez, a Evans era certinha demais e, muitas vezes, ele se questionava sobre o que diabos James havia visto na maldita garota que estava sempre o esnobando. Talvez fosse isso o que Sirius mais detestasse sobre ela. James era um cara legal, um verdadeiro irmão para ele, e se havia algo que o Back odiava era vê-lo machucado. Lily partiu o coração do Potter um milhão de vezes e isso era algo que Sirius achava difícil esquecer, ou perdoar.

De qualquer forma, os dois prefeririam se ignorar ao longo dos anos. Vez ou outra, a garota iria proferir alguns gritos contra o rapaz, por alguma brincadeira feita ao insuportável do Ranhoso, mas era tudo. O problema começou realmente quando Lily Evans finalmente cedera aos encantos de James Potter e eles começaram a namorar. No início, o Black ficou feliz pelo amigo, que havia conseguido o que sempre quis, mas, passados alguns meses, a situação se alterou. James já não era o mesmo e Sirius não gostava nada disso. De repente, o Potter havia se tornado mais responsável, parado de implicar o Ranhoso e passava a maior parte de seu tempo beijando aquela ruiva irritante. O maroto que conhecera estava morrendo e a culpa era toda da Evans!

Lily, por sua vez, detestava o modo como Sirius era capaz influenciar James a fazer besteiras. Quando parecia que o rapaz estava finalmente crescendo, o Black aparecia e botava tudo a perder. Isso sem falar em sua mania detestável de monopolizar a atenção do Potter, falando de assuntos idiotas como Quadribol, piadas infantis e, o pior item da lista, outras garotas. Às vezes, a ruiva achava que o rapaz fazia aquilo de propósito. Ela sabia que Sirius adoraria que James encontrasse outra namorada e, para ser honesta, ela também ficaria muito feliz se o maroto diminuísse seu núcleo de melhores amigos. Remus e Peter eram extremamente agradáveis, o Black poderia ser facilmente cortado da lista. De certa forma, a menina sabia que era egoísta pensar dessa forma, mas aquele cachorro pulguento (e como ela gargalhou ao descobrir que essa era a forma animaga do rapaz) conseguia tirá-la do sério.

A verdade é que, apesar de todas as diferenças, os dois possuíam duas coisas em comum: amavam James e eram pessoas ciumentas. Ao longo da vida, o Potter havia tido inúmeras namoradas e isso nunca incomodara Sirius, muito pelo contrário, mas Lily era diferente. Ela provavelmente havia lançado algum feitiço ou feito alguma poção do amor para o rapaz, era a única explicação para todo o poder que ela mantinha sobre o garoto, a única explicação para ela conseguir o que nenhuma mulher jamais conseguira: se infiltrar em meio aos marotos.

De repente, a ruiva era uma presença constante entre eles, conhecia todos os seus segredos e se sentia no direito de opinar em suas conversar. Moony e Wormtail não pareciam se importar e isso apenas aumentava a ira do Black. Quem diabos aquela garota pensava que era para chegar mudando tudo o que havia sido construído ao longo dos anos? Quem achava que era para monopolizar toda a atenção de James?

Se o garoto alguma vez a perguntasse, Lily iria lhe dar seu melhor sorriso presunçoso e dizer lentamente: “eu sou a namorada dele”, como havia feito um milhão de vezes com garotas que se ofereciam descaradamente ao Potter. Provavelmente colocaria uma ênfase ainda maior na palavra “namorada” para ver se Sirius entendia o recado. Como namorada ela tinha seus direitos como, por exemplo, privacidade, o que era difícil com aquele cachorro sempre por perto. Ou então um passeio romântico em volta do Lago Negro, o que seria ótimo, se James não estivesse ocupado fazendo armadilhas de bomba de bosta com o Black.

Para o Potter a situação era insuportável. Queria que a namorada e o melhor amigo se dessem bem, mas tudo o que conseguia era uma troca infinita de ofensas. Os dois queriam fazê-lo escolher, mas como ele escolheria entre sua alma gêmea e o irmão que a vida lhe dera? Era injusto, mesquinho e infantil! Na maioria das vezes, ele tentava não tomar partido, mas sempre contava até mil quando Sirius dizia que Lily era uma maldita Yoko Ono que iria destruir os Marotos.

Tudo isso mudou em uma noite especialmente chuvosa de verão. Lily havia tido uma briga feia com Petúnia e seu primeiro instinto fora correr para a casa de James. Ainda assim, o rapaz estava em um jantar de família e foi Sirius quem abriu a porta. Naquela época ele morava com os Potter, que o acolheram gentilmente quando fugiu de casa. Ainda assim, mal aguentava os eventos da própria família e dissera a James que já tinha planos. De fato os tinha, uma festa na casa de Emmeline Vance era sempre algo memorável e teria sido incrível se o rapaz não houvesse visto Marlene McKinnon aos beijos com Amos Diggory.

Precisou de todas as suas forças para não matar aquele lufano imbecil e percebeu que o melhor a fazer era ir para a casa se embebedar. A verdade, é que Sirius era de um tipo raro que não amava com facilidade, talvez fosse algo que adquiria com sua família doentia, ou uma consequência dela, mas a verdade é que ele evitava ao máximo sentimentos. O problema, contudo, surgia justamente quando alguém conseguia vencer suas barreiras e chegar ao seu coração. Sirius era intenso e não sabia fazer nada pela metade, sendo assim, amava por completo e, por isso, desejava manter aquela pessoa totalmente para si. Era assim com James, com os Marotos e com Marlene. Ele tinha medo de dividir, tinha medo de perder. E como não teria? Não tinha perdido qualquer amor que seus pais um dia nutriram por ele no exato instante em que Regulus, com toda sua perfeição sonserina, nascera?

De qualquer modo, o importante é que naquela noite foi Sirius, com uma garrafa de Whisky de Fogo nas mãos, quem abriu a porta. Lily o amaldiçoou mentalmente, afinal ele sempre estava por perto. Se não tivesse absoluta certeza da sexualidade de James, começaria a suspeitar daquela relação.

Chovia do lado de fora e, apesar de manter seu orgulho, estava claro que a menina havia chorado. Sirius suspirou descontente, enquanto a mandava entrar. James o mataria se deixasse sua namorada chorando na chuva, a ideia era tentadora, mas o Black não queria experimentar a ira do amigo. Por um longo tempo eles não disseram uma única palavra. Lily fungava em um canto do sofá, enquanto Sirius bebia no outro. Eles nunca entenderam exatamente o que aconteceu, mas em algum momento o rapaz ofereceu a garrafa a ruiva e ela aceitou. Bebeu um gole longo e detestou o sabor, mas continuou bebendo.

Em pouco tempo ela despejou toda sua história no maroto. Falou sobre como a irmã a odiava e todas as palavras horríveis que havia lhe dito, falou sobre como se sentia péssima com tudo isso e chorou. Sirius, que já estava mais do que bêbado, também não conseguiu reprimir as palavras e narrou todos os seus problemas familiares à ruiva e até lhe confessou que, apesar de tudo, sentia falta dos Black. Ela lhe consolou da melhor forma possível e quando se deu conta o garoto já lhe contava sobre seu relacionamento caótico com Marlene. Lily já conhecia toda a história de cor, afinal Lene era uma das suas melhores amigas, mas fora interessante conhecer o ponto de vista do rapaz. A ruiva não pode deixar de rir quando Sirius lhe disse que a McKinnon estava “fodendo com a sua cabeça”. Ora, era exatamente essa a intenção!

Os dois continuaram a beber e conversar, descobrindo ainda mais tópicos em comum, além das famílias desestruturadas. Lily era inteligente, divertida e amava os Beatles. Sirius também amava os Beatles e podia ser muito engraçado quando queria. E quando os Potter chegaram a casa encontraram o Black e a Evans dançando Yellow Submarine em cima do sofá. James gargalhou com a cena até ser preso pelos dois bêbados em um abraço. Afinal, apesar de todas as diferenças, Sirius e Lily amavam James, amavam Marlene, amavam os Beatles e amavam suas famílias, ainda que elas não necessariamente os amassem de volta.

Isso foi o suficiente para construírem uma amizade. Ainda iriam se implicar constantemente, mas já não era algo ruim. A ruiva ajudou o garoto a finalmente se acertar com a McKinnon e estava sempre ali para lhe dar um puxão de orelha quando fazia algo errado. Às vezes, ele recorria a ela quando precisava de um conselho mais sério ou apenas queria desabafar, aprendera que a Evans era uma boa ouvinte e quando o assunto era família os dois sempre acabavam bebendo um pouco de Whisky de Fogo e chorando juntos suas mazelas, e aquilo era estranhamente reconfortante.

Quando James e Lily se casaram, Sirius vez o discurso mais ridículo, constrangedor e moralmente duvidoso de todos os tempos. Uma parte da ruiva quis matá-lo por isso, mas a outra se sentiu grata, porque eram tempos de guerra e, apesar de todas as trevas, ele havia feito seus convidados sorrirem.

Lily costumava dizer que Sirius era o cachorro pulguento e maltrapilho que James a fizera aceitar em casa. No início, detestara o animal, mas com tempo aprendera a amá-lo de tal forma que o considerava um membro da família. E quando Harry nasceu e o Black foi escolhido como padrinho do garoto, ficou claro que já não havia como tentar expulsar o cachorro ou estabelecer qualquer limite.

Na noite em que Marlene morrera, Sirius e Lily beberam uma garrafa inteira de Whisky de Fogo em completo silêncio. Quando o sol finalmente nasceu, o Black confessou em um sussurro que no mesmo dia havia comprado um anel para pedir a mulher em casamento. Evitara compromisso durante toda sua vida, mas já não conseguia viver sem a McKinnon, além disso, Lily e James o fizeram perceber que construir uma família poderia ser algo incrível. Tudo o que a ruiva pode fazer foi abraçá-lo e, no momento, era tudo o que ele precisava.

No entanto, não houve abraços na noite em que James e Lily foram assassinados. Na houve nada além de uma dor descomunal e um desejo latente de vingança. James era seu irmão, seu melhor amigo, uma das pessoas que mais amara em sua vida. James era tudo o que ele teve por um longo tempo, o cara que o acolhera em sua própria casa, seu companheiro de todos os momentos. E Lily, oh, Lily fora uma amiga improvável, uma estranha e irônica companheira de bebida, a mãe de seu afilhado. Lily fora a garota que ele julgou que destruiria os Marotos, mas, na verdade, fora a cola que os transformou em uma verdadeira família.

Então, naquela noite em 31 de outubro, Sirius pegou sua varinha e saiu atrás daquele maldito rato, porque queria vingar James, mas também porque queria vingar Lily.


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Notas finais do capítulo

Bom, o capítulo acabou ficando maior, porque a relação entre os dois foi bem mais conturbada. Não sei exatamente a razão, mas super imagino Sirius e Lily competindo pela atenção do James e morrendo de ciúmes um do outro. Acho o Sirius um personagem super complexo e havia muito tempo que queria escrever algo sobre ele. Então, adorei escrever esse capítulo, o fato dele ser um pouco mais divertido também ajuda, já que chorei menos com ele. Hahaha
Eu simplesmente amo Yellow Submarine, para mim não existe música mais divertida. Hahaha
Bom, espero muito que tenham gostado! ♥
Beijinhos...
Thaís