Os Marotos da Minha Vida escrita por Siaht


Capítulo 4
Wormtail


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitoras queridas da minha vida!!!;D
Tudo bem com vocês?
Bom, gostaria de pedir desculpas pela demora, mas a faculdade estava sugando minha vida. Além disso, esse foi um capítulo bem difícil de escrever, porque não é fácil falar sobre o Peter Pettigrew. Temos menos informações sobre ele do que qualquer outro Maroto e o fato dele ter se tornado um maldito traidor faz com que eu o odeie muito. Ainda assim, ele nem sempre foi um traidor e tudo é tão complicado que fiquei bem empacada. De qualquer forma, espero que gostem!
Aproveito a oportunidade para agradecer à linda Miller pela recomendação maravilhosa. Muito obrigada mesmo e esse capítulo é dedicado à você!
Vou parar de enrolar e deixar vocês lerem, nos vemos nas notas finais!



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Lily Evans nunca pensou muito sobre Peter Pettigrew antes de começar a namorar James. O rapaz gordinho estava sempre seguindo Sirius, ou rindo de algumas das piadas estúpidas do Potter, mas nunca chegou verdadeiramente a incomodá-la. Contudo, também não era como Remus, de quem apreciava bastante a companhia. A verdade é que, para ela, o garoto era completamente indiferente. E para ele a situação era bem semelhante. A Evans era a menina dos olhos de James e, na maioria das vezes, o assustava bastante com suas explosões de fúria contra o Potter.

Ainda assim, quando a ruiva finalmente cedeu às investidas do maroto, se tornou figura constante na vida dos rapazes e, aos poucos, ela e Peter começaram a se conhecer melhor. Wormtail não era o tipo de pessoa que se destacaria na multidão, baixinho, gordinho e completamente desajeitado era constantemente eclipsado pelos amigos. Sua relação com eles era bastante ambígua, pois ao mesmo tempo que os amava, sentia inveja. Queria ser como eles, o que era estranho, já que era um deles. Mesmo assim, não se sentia realmente parte do grupo. Como conseguiria acreditar verdadeiramente que estava no mesmo patamar que James, Sirius e Remus? Os amigos eram incríveis, inteligentes, carismáticos, bonitos e talentosos de incontáveis maneiras, ele era apenas Peter, um gordo inútil e desajustado.

Em casa as coisas não eram melhores. A mãe se matava de trabalhar para conseguir criá-lo sozinha, já que seu pai a havia abandonado grávida. Às vezes, o menino se pegava pensando sobre o homem, queria saber quem era, o que fazia da vida, a razão de ter partido. Será que era uma criatura tão repulsiva a ponto de nem mesmo o pai tê-lo desejado? Sua mãe fazia o melhor que podia, mas trabalhava tanto que não tinha muito tempo para o filho.

Tudo isso fez de Peter um garoto carente e inseguro e Lily, sempre tão boa em ler as pessoas, percebia tudo isso no rapaz. Havia certa tristeza em seu olhar que ele costumava esconder com suas piadas e comentários estúpidos, mas nada passava despercebido pela ruiva. Então, um dia ela se sentou ao lado dele durante uma aula de poções, matéria em que o garoto tinha mais dificuldades, e o ajudou sem que ele sequer pedisse. Aquilo deixou todos surpresos, mas a menina não se importou.

Os dois conversaram bastante durante toda a aula, assuntos triviais, é verdade, mas aquele foi um grande passo e a situação se repetiu pelo resto do ano. Com o tempo as conversas foram se tornado mais íntimas e os dois começaram a gostar verdadeiramente um do outro.

Lily era doce, inteligente e tratava-o com o carinho que ninguém mais tinha por ele. É claro, que os Marotos eram amigos do rapaz, mas garotos são garotos e esse tipo de amizade é pautado em xingamentos, socos e pouca demonstração de afeto e Peter precisava de afeto. Precisava de palavras doces, abraços e alguém que escutasse sobre seus sentimentos e não zombasse deles, a Evans era essa pessoa.

Já a menina via o Pettigrew como um garoto divertido e doce, alguém que sempre sabia contar a piada certa para lhe arrancar risadas e que não conseguia perceber como era uma pessoa incrível. Peter passava tanto tempo se comparando aos amigos que se esquecia de ver suas próprias qualidades e talvez tenha sido isso o que envenenou sua alma.

De qualquer forma, Lily sempre fora extremamente maternal e esteve sempre ali para proteger e defender o menor e mais indefeso de seus marotos. Era ela quem (literalmente) puxava a orelha de Sirius e James quando eles começavam a implicar Peter, era ela quem dizia a Remus que ele precisava ter um pouco mais de paciência quando se propunha a ensinar algum conteúdo ao amigo, era ela quem lhe dava os conselhos mais úteis e eficazes quando se tratava de garotas. Fora a Evans também a responsável por seu namoro com Mary Macdonald.

Diferente dos amigos, Peter nunca teve muitas namoradas e sabia que estava longe de ser o sonho de consumo das meninas de Hogwarts, mas ao longo dos anos havia desenvolvido uma paixão platônica por Mary Macdonald. A garota conseguia ser tão desajeitada quanto ele, mas era linda, divertida e tinha uma imensa paixão por fotografia. O rapaz adorava tudo sobre ela, seu jeito tímido, seus joelhos sempre esfolados por algum tombo e sua risada anasalada. Para sua sorte, Lily era uma das melhores amigas da menina e ficara muito feliz em bancar o cupido.

Peter quase não acreditou quando Mary, extremamente corada, aceitou seu convite para sair e acreditou menos ainda quando ela, abandonando toda a timidez, e selou seus lábios aos dele, afinal eles já tinham tido três encontros e o garoto não tinha coragem de tomar a iniciativa. Mary não se importava com seus quilos a mais, com sua baixa estatura, ou com o fato dele ser um desastre em uma vassoura. A menina não idolatrava James, Sirius e Remus e só tinha olhos para ele. Às vezes, Wormtail não conseguia acreditar em sua sorte e até se livrara de suas inseguranças e inveja por um algum tempo. Infelizmente, a menina acabou sendo assassinada nos primeiros anos na Guerra Bruxa, levando consigo tudo de puro e inocente que havia no rapaz.

Lily tentou confortá-lo após o funeral da jovem, mas Peter simplesmente a ignorou e preferiu ficar sozinho com sua tristeza, ódio e rancor. De repente, a felicidade alheia o incomodava como nunca e quanto mais a guerra se intensificava, mais sombrio e individualista ele se tornava.

Então, quando a hora chegou, entregou James e Lily ao Lorde das Trevas, porque, no fim das contas, era um covarde e já não pensava em ninguém além de si mesmo. Por que deveria? Sempre esteve em último lugar, relegado á sombra dos grandes Moony, Padfoot e Prongs, era o mascote deles, o imbecil que alimentava seus egos, aquele que nunca esteve à altura dos marotos. James, Sirius e Remus sempre conseguiam tudo o que queriam, a vida inteira tiveram atenção, garotas, boas notas e sucesso de incontáveis maneiras. Peter era apenas um rato minúsculo e patético, tentando acompanhar animais muito maiores e fortes. Ratos não foram feitos para receber atenção ou amor, a eles cabe o desprezo e o nojo. Ainda assim, ratos são muito bons em se esconder e não havia dúvidas de que Peter era um rato.

Mas não se engane, Wormtail chorou após entregar os Potter. Chorou, porque James fora seu amigo por anos, porque Sirius e Remus nunca iriam perdoá-lo, porque havia segurado Harry no colo um milhão de vezes – e o garoto sempre lhe sorria inocente. Chorou, porque o homem que Mary um dia amou não era um traidor. Chorou, porque uma garota ruiva havia um dia amado um rato e dado a ele todo o carinho que possuía.

Enquanto corria as escadas para salvar o filho, a garota, já uma mulher, suspirou tristemente ao entender o que acontecera. No fim, Peter sempre fora um garotinho perdido e assustado, ela queria odiá-lo por isso, mas seu coração se negava e só conseguia pensar em seu bebê amado, em seu marido lutando pela vida, na irmã que a odiava, em Severus – não o homem que se tornara, mas o menino que um dia fora – e em seus marotos, afinal eles sempre foram dela, e o Pettigrew ainda era um deles.

Em uma de suas grandes ironias, a vida fez de Peter o animal de estimação de uma família de ruivos, apenas para lembrá-lo diariamente da garota que traíra e matara. Ele podia ter ido embora, se escondido em qualquer outro lugar que não trouxesse memórias, mas sabia que, após tudo o que fizera, qualquer castigo seria pouco.


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Notas finais do capítulo

Olha, eu realmente não acho que isso tenha ficado muito bom, mas escrever sobre o Peter foi uma das coisas mais complicadas que já fiz e espero que tenha ficado descente. O próximo capítulo é sobre o James, poque o melhor sempre fica para o final, e também é o último da história. Já estou chorando com a ideia.
Espero que tenham gostado e até o próximo!
Beijinhos...
Thaís