Always, sister escrita por AlineEmilie


Capítulo 8
Green Eyes


Notas iniciais do capítulo

Perdoem minha demora...Vida corrida



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História da minha vida, pensou a ruiva tentando fechar os botões do sobretudo, falhando miseravelmente.Essa era a historia de sua vida, se decepcionar com as pessoas a sua volta, foi assim com seu pai adotivo, sua mãe, Rumple e até o mágico de Oz.A mulher se perguntava se o destino gostava de pisar em seus sentimentos...A esperança era algo que ela aconselhava Regina a ter...Mas como ela poderia indicar algo que nem acredita?O frio estava intenso, a bruxa sentia suas lágrimas ficarem frias antes mesmo de descerem por seu rosto.Maldita rainha da neve, murmurou para si mesma abraçando o próprio corpo enquanto caminhava sem rumo, afinal para onde ela iria?

Sua casa não era uma opção...Muito longe, a casa de Regina...Lá seria o primeiro lugar que a morena procuraria por ela...E Zelena não queria ser encontrada.Queria ficar sozinha, se esconder dos maus do mundo...Ou melhor das pessoas más que existem no mundo, ironia ou não ela era uma delas a pouco tempo.

Zelena nunca quisera o mal de ninguém...Na verdade foram poucas as pessoas que sofreram a ira de seu coração comprimido, mas...Ainda havia aquilo em sua mente...Ela havia matado uma pessoa...Não escolheu outro caminho, talvez houvessem mais opções...Mas ela apenas tirou a vida de um homem sem pensar nas consequências.

Sou mesmo um monstro...Pensou deixando um sorriso triste escapar entre as lágrimas geladas, ela não sabia onde estava, não conhecia muito da cidade, mas não se importou, precisava ficar o mais longe de tudo.

A ruiva queria ignorar os pensamentos, fechar os olhos, mas sua mente não permitia.Ela precisava ser salva...Não acreditava em si própria por estar pensando tal coisa, porém era a verdade...Ela precisava de amor, precisava de alguém que se preocupasse com ela, precisava ser amada, não como irmã ou como filha, ela precisava ser amada como mulher.

"Todos possuem uma alma gêmea. .." as palavras de Regina retumbaram em seu subconsciente.Todos?Seria mesmo possível que alguém lhe desse o que precisava...Amor?Apenas um louco, pensou com um suspiro de descontentamento.

A mulher rangeu os dentes caminhando mais rapidamente, abaixando a cabeça ao ver algumas pessoas caminharem por ali "Não importa como se sinta por dentro Zelena, lembre-se de sempre colocar um sorriso no rosto"...Agora ela entendia o por quê de aquelas palavras de seu pai serem suas companheiras...Para quê mostrar seus sentimentos as pessoas?Elas só vão pisar neles e fazer com que você tenha arrependimentos.

Sou do tipo de pessoa que precisa da solidão.E ao mesmo tempo precisa do amor, rebateu seu subconsciente.A briga interna fez com que seus passos apressassem ainda mais, numa falha tentativa de espantar a bagunça que se formava ali.

Um backe, chão escorregadio e um pequeno e sonoro "PLAFH".

– Droga! - Exclamou ao perceber que havia tropeçado em alguém, levando ambos ao chão.

– Desculpe... - E ela já estava se levantando, pronta para continuar com seus passos apressados e sua briga consigo mesma.

– Espere...Você se machucou?...Esta chorando. - Zelena o olhou, mas novamente baixou os olhos limpando os vestígios de lágrimas que haviam restado.

– Não é por isso que estou chorando... - Mesmo que a ruiva tentasse foi impossível que sua voz não saísse embargada.

– Então... - O moreno franziu a testa, a mulher ignorou o quanto aquele homem era bonito e resolveu sair dali logo, antes que alguém tivesse a maravilhosa idéia de empalar sua cabeça.

– Espere... - E então uma mão agarrou a sua, a bruxa olhou para o tal homem desconhecido espantada, não só por seu gesto, mas também pela quentura que se espalhou por toda extensão de seu antebraço, acabando com um pouco do frio que ela sentia.Zelena soltou sua mão rapidamente, mais rápido do que poderia, encarando receosa os belos pares de olhos claros que lhe encaravam estáticos.

– Eu, me desculpe. - Ele sorriu ainda com aquele olhar estático, o que deixou a ruiva desconfortável.

– Mas...Posso lhe ajudar... - Franzindo a testa levemente a ex-bruxa má se perguntou o por quê de alguém daquela cidade estar sendo gentil com ela.Além de Ruby e Henry...Ela não havia feito muitos amigos.

– Não sabe quem eu sou? - Questionou, cruzando os braços, percebendo que nuvens se formavam acima de suas cabeças, logo uma bela tempestade estaria atacando Storybrooke.

– Sei... - Ele respondeu e a mulher torceu os lábios, esperando mais acusações e remorsos.

– Você é a ruiva que acabou de tropeçar em mim, e que aparentemente está precisando conversar. - Lentamente Zelena ergueu a cabeça, o cenho franzido e uma interrogação no rosto.

– Eu sou a vilã que ameaçou a vida de todos a menos de duas semanas. - O moreno deu de ombros, os lábios rosados e desenhados se comprimindo por um momento.

– Não é mais...Pelo que eu saiba a rainha da neve é loira. - O que aquilo tinha a ver com a conversa a bruxa não sabia...Mas algo na voz daquele homem passava a tranquilidade que ela havia perdido à muito tempo, quando ainda era uma criança.

– Você vem? - Ele dobrou o braço, indicando que ela deveria agarrá-lo.

– Você pode ser um assassino...Sei lá um louco... - O homem sorriu correndo os dedos pelos cabelos quase negros dispostos no belo tapete.

– A loucura é só outra palavra para ambição...Mas não sou um assassino.

– Como vou saber? - Ele riu baixo.

– Acho que vai ter de confiar em mim. - É claro que ela não confiava em uma pessoa que acabara de conhecer...Porém havia algo naqueles olhos, naquelas rajadas douradas cortando o verde claro, no fundo ela sabia que deveria segui-lo, mas ao mesmo tempo se questionou o por quê faria aquilo...

– Tudo bem... - E ela suspirou agarrando o bíceps do homem, notando que era mais alto que ela.

– E então...Qual seu nome?

Um suspiro, um único suspiro.Regina continuava na mesma posição, sua mão enfiada no casaco ainda sentindo dor, suas lágrimas já estavam secas, os olhos ardiam e a cabeça pendia para o lado.Com a mão um tanto trêmula a ex-prefeita curou os ossos quebrados, se levantando com certa dificuldade e concertou o espelho.

– Por favor, diga-me que a encontrou. – O rosto de Sidney tremeluziu, os olhos fundos e o sorriso irônico.

– E quem seria a da vez?Branca de Neve?A senhorita Marian?Emma Swan? – Regina revirou os olhos sentindo uma enorme vontade de quebrar sua mão no espelho novamente.

– É muito difícil acompanhar as inimigas de vossa majestade...

– Não estou no humor para jogos, Sidney... – E ela realmente não estava.

– Preciso saber onde a Rainha da Neve está escondida...Ou par.. – Ela hesitou, iria perguntar para onde Zelena havia ido, mas se repreendeu mentalmente, sua irmã estava chateada consigo, o melhor a se fazer era esperar a frustração baixar, afinal a ruiva era uma Mills, e todos sabiam o que acontecia quando um Mills se enfurecia.

– Se eu não posso descongelar a Marian, vou forçá-la a fazê-lo... – Seria mais fácil simplesmente dizer a Robin que não conseguia?Seria....Mas ela fizera uma promessa e a cumpriria a qualquer custo.

– Você ainda não se esbarrou com ela? – Sidney quase riu, mas o homem teve de reprimir tal coisa, mesmo dentro do espelho podia perceber o sangue da morena correr mais rápido nas veias.

– Desculpe-me dizer:Então você tem uma nova tarefa:

– Encontre a Rainha da Neve, ou saberá o que é realmente sentir muito. – Ameaçou cortando qualquer outro comentário de seu servo.

– Sim, Vossa Majestade. – Seu tom de voz foi quase ao sarcasmo, mas a mulher não ligou, ela podia sentir um certo pingente pesando em seu bolso, e um pensamento inusitado correu por sua mente, estava na hora de devolver aquilo a sua verdadeira dona.

– Sra. Swan que surpresa desagradável! – Exclamou com um sorriso sarcástico, quando a loira adentrou nada educadamente sua cripta com algumas folhas em mãos.

– Infelizmente, estou meio ocupada, tentando salvar a esposa de meu amor verdadeiro.Ah e claro localizar minha irmã que pode estar caída em alguma vala. – Emma franziu a testa, porém revirou os olhos.

– Ou não ouviu? – Um sorrisinho irônico e seus olhos recaíram novamente para o livro de feitiços em suas mãos.

– O que sabe sobre isso? – A xerife foi direto ao ponto, estendendo os papéis.

– Você e a Rainha da Neve são velhas amigas...Conhecidas na melhor das hipóteses... – A ironia era uma das armas que não matavam, pensou a prefeita não dando grande importância para a foto.

– Não me lembro dessa conversa. – Continuou a loira, tentando chamar a atenção da ex -prefeita.

– Esperava que você se lembrasse... – Internamente Regina revirou os olhos.

– Ele tirou-as quando você o mandou me espionar.Ele não disse nada sobre isso? – Suspirando ela fechou o livro, notando que com Emma ali não conseguiria estudar, incrível como sra.Swan conseguia ser irritante.

– Por que discuti com a Rainha da Neve?

– Ele nunca mencionou nada. – E tentou finalizar aquela conversa.

– Talvez você tenha esquecido a gorjeta. – A mulher se surpreendeu como uma certa risada lhe fez falta naquele momento, Zelena achava sua ironia uma estranha forma de entretenimento.E sua risada era algo que gostava de ouvir.

– Terei que falar com Sidney, então.Mas ninguém sabe onde ele está. – Emma lhe olhou, tentando ver algum vestígio, ou uma mudança de humor.Mas Regina permaneceu estranhamente tranqüila, os olhos presos nas páginas do livro.

– Você o viu? – Ela sempre pode saber quando Regina mentia, mas naquele dia, as coisas estavam diferentes.

– Tenho estado muito ocupada com Marian, no problema que você me criou. – A bruxa encarou os olhos da xerife, não gostava de ser fria daquela forma, mas sua paciência estava quase totalmente esgotada.Além de que...Já bastava que Zelena soubesse de suas mais novas maldades.

– Acho que vou deixar você voltar a ele. – Lentamente a loira começou a se afastar, sua voz denunciava que estava chateada, ela quase se tornara amiga de Regina, e agora...O mais próximo era o posto de arqui inimiga.

– Algum progresso em descongelá-la? – Emma sempre imaginou que ser a “Salvadora” tinha relação com ajudar a tudo e todos, e nunca errar.Mas...Não foi bem assim que as coisas ocorreram, principalmente em relação a morena sentada frente a si.

– Não é da sua conta. – Cortante, como sempre.

– Poderia ser. – A ex-prefeita ergueu os olhos para o teto se questionando mentalmente se ela não iria embora nunca

– Sei que não sou a feiticeira do ano, mas se quiser ajuda com o feitiço, me avise. – Ofereceu a ajuda, não por quê queria realmente ajudar Marian, ela mal a conhecia, mas por quê queria se desculpar com Regina.

– Está se oferecendo para me ajudar? – A mulher fechou o livro, olhando a mais nova caminhando para a saída.

– Apesar de tudo, você fez muito por mim, então sim.Você me apoiou. – Concluiu.

– Quero que saiba que também te apoio. – Regina deixou que um pequeno sorriso lhe escapasse, mas...Não satisfeito, ou feliz.

– Sra. Swan, uma coisa é certa.Você nunca me apoiou. – Novamente ela foi dura nas palavras, mas continuou mesmo assim.

– E nunca irá. – Sua decepção era perceptível, ela gostaria de entender porque mesmo que os heróis estivessem na cidade...Tudo parecia recair sobre si.

Emma se deu por vencida e...a deixou sozinha, ela precisava de tal coisa.

– Bem, onde é? – Ao menos uma coisa boa, pensou a mulher se erguendo do baú que permanecia sentada.

– Acho que uma troca de favores é justa, não acha? – Ela o olhou, uma sobrancelha perfeitamente erguida em ironia, os olhos melancólicos e cheios de tudo aquilo.

– Estou me cansando deste espelho... – Olhou em volta.

– Vamos ver se sua informação traz algum resultado.Então discutiremos sua liberdade. – Não sorriu ou esbanjou qualquer piedade em sua expressões.

– Acha que vou entregar minha vantagem antes de receber algo em troca? – O homem riu. – Acha que sou imbecil?

– Acho que te prendi no espelho duas vezes.Se acha muito apertado então... – Regina sorriu de lado.

– Talvez gostaria de voltar à sua cela no hospital.

– Acho que não tenho o poder que imaginava. – A morena suspirou, se não bastasse os próprios problemas tinha de aturar um espelho com problemas emocionais?

– Ouça com cuidado...Vou guiá-la até ela.

Loucura, era loucura, completa e total loucura.Aquilo com certeza não era normal...Porque Zelena aceitara a ajuda de alguém que mal conhecia, ela a terrível e cruel Bruxa Má havia aceito ter seus problemas ouvidos, e o homem não parecia se importar, não a julgava, ou expressava sua opinião sem ouvir seu lado, esbanjava um olhar compreensivo enquanto levava o copo de chocolate quente aos lábios e pousava sobre a mesa.

Existem pessoas boas nesse mundo...Claro que existem, apesar de ainda estar um tanto chateada, ela tinha de admitir que Regina havia mudado...Até mesmo Rumpelstiltskin passou por si sem franzir o nariz, ou revirar os olhos.E...Ela também havia mudado, pouco que fosse, mas havia.Normalmente se alguém tentasse ser gentil com ela seria banido para outro reino.No entanto agora ela estava ali, no que parecia ser a única lanchonete daquela cidade conversando com uma pessoa que aparentemente não se incomodava com o fato de se existir uma divisão de vilões e heróis.

A vida é realmente engraçada...

– O que foi? – Questionou o moreno, se contagiando com aquele minímo sorriso que a ruiva lentamente deixou se formar em suas feições.

– Apenas pensando... – E tomou um pequeno gole do Milk Shake, experimentando novas coisas, novos sabores, novas sensações, principalmente novos sentimentos.

– Se sente melhor? – Ele tamborilou os dedos na mesa, procurando os olhos da bruxa no meio de suas mechas ruivas.

– Bem melhor... – Ela ergueu a cabeça do copo.

– Obrigada. – O homem sorriu, satisfeito por poder encontrar aqueles belos olhos, ele não conseguia ver os boatos se concretizarem, não conseguia ver crueldade, ou maldade naquela mulher, talvez a insegurança e um pouquinho de insanidade, mas nada que fosse perigoso.Ela sorriu de lado e baixou a cabeça novamente, as bochechas levemente coradas.

Zelena se pôs a observar as pessoas, apenas para não ter de encarar os olhos frente a si, estava vermelha, disso sabia, mas o porque...Isso ainda era um mistério.A noite estava bonita lá fora, nuvens carregadas de chuva se posicionavam por todo o céu azul escuro.

O sininho soou, a porta bateu, e o som chegou até os ouvidos da ruiva, que em um gesto impensado virou a cabeça para a entrada do local, apenas para encontrar os olhos castanhos de sua irmã, que pediam por redenção.

– Ãnh...Podemos conversar? – Zelena não saberia dizer se as palavras foram realmente estas, estava ocupada demais, tentando captar cada movimento inofensivo da morena até a mesa.

Notou que ela e o moreno se cumprimentaram com a cabeça, uma leve franzida de testa por parte de sua irmã, e agora dois pares de olhos sobre si.

– Tudo bem... – Murmurou, afinal não poderiam continuar “Brigadas” para sempre, e quanto mais rápido a reconciliação...Bom ao menos as possibilidades de maldições e corações em pó eram menores.

– Eu...Vou ver você de novo? – A pergunta a surpreendeu, olhando para o homem compreensivo e que aparentemente não era um assassino.

– Talvez... – E sorriu, voltando-se para a irmã, que revirou os olhos e a puxou pelo braço.

– Até logo...Espero. – Ainda pode ouvir as últimas palavras, no entanto logo seus pensamentos foram cortados, pela brisa fria que vinha de fora da lanchonete.

– Melhor nós conversarmos em nossa casa. – Ela não contestou, mas a palavra “nossa” ficou rondando sua mente, ela só havia escutado aquela palavrinha uma vez....Porém não era hora de relembrar o passado, o poder a fizera ser “Wicked” e ela não permitiria que isso acontecesse novamente.

– Vamos. - E juntas saíram da lanchonete, deixando para trás dois olhos verdes encantados com uma certa ruiva de traços insanos.


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Notas finais do capítulo

Alguma ideia do boy magia?



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