A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 9
Capítulo 8 - Encontrado.


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaa!
Ontem foi meu aniversário, hehe :(
Bem, mais um capítulo para vocês. BEM-VINDA LEITORA NOVA!!
Espero que gostem desse capítulo, porque depois dele uma nova etapa da história começa.
Beeeeeeeeeijos



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Ainda eram 7 horas da manhã, quando o sino do abrigo noturno soou, acordando todos os que ali dormiam. Aline levantou atordoada com aquele barulho irritante que o sino fazia e Isaac levantou da cama rápidamente, e ficou de pé, encostando suas costas na parede branca, perto da porta.
De repente, um homem negro e baixinho apareceu na porta e disse:
– É o sino do café da manhã, depois vocês vão embora - E saiu.
Isaac pegou uma camisa na mochila e entrou dentro do banheiro para tomar banho. Aline voltou a deitar na cama, e tentou pensar em alguma coisa para conseguir dinheiro, sem precisar da prostituição. Lembrou que podia tentar trabalhar na casa de alguém fazendo faxina. Mas precisaria ter uma casa fixa, eles não iriam contratar uma mendiga para trabalhar em suas casas. Ela não tinha ideia do que poderia fazer, mas teria que ser rápida, porque se descuidasse dela e do irmão, logo iriam ser mortos.
Ela passou a mão pelo hematoma deixado em seu rosto. Sabia que tinha sido estuprada pelos homens naquela casa, mas tentava não pensar nisso, tentava manter um pensamento positivo e perseverante em relação a vida.
– Isaac? - Chamou a garota, ainda deitada na cama.
– O quê? - Gritou o irmão, embaixo do chuveiro.
– Já sabe pra onde nós vamos agora?
– Sair da cidade, talvez.
– Já tem ideia de qual cidade nós podemos ir?
– Não. - Isaac pareceu no batente da porta apenas com uma toalha enroscada na cintura. - Estou pensando em ver se consigo dinheiro o dia inteiro, e com isso juntamos para comprar uma passagem de ônibus para outro estado.
– Acho que não podemos mais nos recusar prostituír. Assim vamos ganhar dinheiro mais fácil e rápido. Precisamos de dinheiro rápido e fácil.
– O problema está no perigo que iremos correr. Não querem que machuquem você.
– Na verdade já machucaram. - A garota sentou na cama e começou a chorar - Eles me estupraram... - Isaac fechou o rosto, e foi até a irmã, que chorava desolada. Ela tentou ter que não contar, mas era necessário por aquilo pra fora.
– Agora é pessoal. Esquece a mudança de estado. Eu mesmo vou acabar com esses infelizes.
– Mas eles vão acabar matando você.
– Eles mataram... Quando eles encostaram em você. Eu só preciso juntar dinheiro. Estou determinado a acabar com esses filhos da puta.
O mesmo baixinho negro apareceu na porta novamente : - Já disse a vocês para irem tomar café. Vamos fechar aqui daqui a 20 minutos. Se não forem rápidos vão ficar sem tomar o café da manhã de vocês. - E saiu novamente.

Fábio passou o dia andando pelas ruas da centro para ver se encontrava Isaac e Aline, mas no meio de tantos desabrigados, não viu a presença dos dois em lugar nenhum. A consciência pesava mais do que uma rocha, ele sentia um enjoo forte, por ter trocado os dois por um carro, por dinheiro.
Quando não viu que não iria encontrar os irmãos, Fábio decidiu voltar para casa.
Assim que chegou em casa, pegou o celular que estava sobre a mesa de ferro da cozinha e começou a ver fotos e vídeos. O 3º vídeo era um íntimo que ele e Isaac tinham feito no aniversário de Fábio.
Isaac fazia uma dança sensual apenas de cueca, e Fábio estava nu, sentado, observando o rapaz que fazia aquela performance com maestria. De repente, Isaac retirou a cueca e expôs seu pênis ereto. Continou em pé, até que Fábio aproximou-se do rapaz e começou a fêla-lo. O quarto virou um auditório de sons sexuais. Gêmidos altos, baixos, sussurros, palavras promíscuas... Era um clima erótico que fez o rapaz que assistia o vídeo endurecer-se e não continuar a ver o vídeo.
Ele sentia-se tão excitado que começou a se masturbar na sala. Pensou em Isaac e como sentia falta das mãos dele no lugar das suas, da boca dele... E assim continuou, até chegar no ápice e gozar, e neste momento sentiu-se mais triste do que nunca. Se não fosse ele, o rapaz ainda iria estar ali. Fábio não chorava nunca, mas sentiu os olhos se encherem de água com saudade do rapaz, por mais que esse tivesse ido embora no dia anterior, ele nunca mais o veria, provavelmente. Então aproximou-se do saco preto que contia a droga deixada por Patrick, e fez uma carrerinha de pó em cima da mesa, inalando-o em seguida.


Isaac e Aline passaram o dia andando sem rumo, mas o sol já estava se pondo e eles não tinham conseguido dinheiro algum. Tentaram ficar na fila do abrigo noturno, mas quando chegou sua vez as vagas já haviam acabado, eles iriam ter que passar a noite na rua. Péssima notícia, já que era o lugar mais perigoso que eles poderiam estar. Estavam sem dinheiro e sentiam fome. Mesmo com a promessa de não voltar a fazer isso, os dois decidiram que iriam ter que se prostituir se quisessem comer, era necessidade. Mas iriam tomar cuidado. Isaac tinha um estilete no bolso da calça e Aline uma tesoura pequena de ponta fina também no bolso de trás da calça. Caso ouvesse algum imprevisto eles sabiam usá-la.
Caminharam até uma parte deserta da região e decidiram se prostituír por ali, e o mesmo lugar iria ser o ponto de encontro dos dois. O limite era até meia-noite. E eles estavam dispostos a qualquer cliente e qualquer coisa, só precisavam acumular dinheiro, mas eles não iriam contar com um pequeno problema.

Gilberto saiu do trabalho sentindo-se demasiadamente excitado. Ele tinha que transar com alguém e teria que ser rápido. Nunca antes sentiu-se com essa vontade louca, mas parecia que a idade estava passando e a vontade dele aumentando. Sua esposa não o satisfazia mais, ele queria homens agora.
Seguiu de carro até uma parte conhecida como o prostíbulo daquela área, e enquanto seguia de carro, reparou que não havia nenhum homem ali que ele poderia satisfazer-se, até ver um rapaz moreno, alto e atletico, não existou em parar o carro em frente ao rapaz.
– Ei - Chamou Gilberto.
– Pois não? - Perguntou Isaac parado em frente ao veículo do homem faminto que o chamou.
– Quando você cobra?
– 20 minutos 50 reais, 40 minutos 100. - Falou Isaac, irredutível.
– Não acha que está muito caro pra pouco tempo? - Falou Gilberto, com sarcasmo na voz.
– Não acho não. Qualidade custa mais caro. - O mais velho riu e abriu a porta do acompanhante para Isaac.
– Pode entrar, não mordo. - Isaac entrou e sentou-se do lado do homem e pôs-se a dirigir sem rumo.
– Então, você é...
– Prefiro não dizer meu nome. Você não vai querer saber do meu nome, e sim do prazer que eu posso te oferecer - Isaac colocou a mão em cima do membro do homem, e sentiu que este estava super endurecido. Gilberto parou de dirigir e estacionou o carro em um lugar deserto. Desceu junto com o rapaz e entraram no carro no banco de trás.
Isaac despiu-se e Gilberto apenas tirou a calça que usava. O rapaz iniciou um sexo oral no cliente que urrou de desejo quando sentiu a boca macia do mais jovem.
– Você é muito bom nisso, rapaz.
– Sou profissional do prazer - E ele continuou felando até Gilberto não aguentar segurar o gozo e ejacular na boca de Isaac. Ele não se importava mais quando isso acontecia, era necessidade.
– Me desculpe. - Falou Gilberto.
– Não tem problema... Você ainda quer transar ou já se sente satisfeito?
– Quanto tempo ainda temos?
– Depende. Você não disse quanto tempo vai querer.
– 40 minutos.
– Então tempos 25 minutos. Mais alguma coisa?
– Sim... - Gilberto segurou o rosto de Isaac e iniciou um beijo tranquilo com o outro, que conscentiu aquele beijo. Talvez fosse carência, mas ele não relutou.
Naturalmente eles começaram a transar, e antes de da penetração, o rapaz exigiu o uso de preservativo do outro e depois que este previniu-se, eles continuaram.

– Olha... Foi bom. - Falou Gilberto quando os dois chegaram no ápice.
– Que bom que gostou.
– É 100, mas eu vou te pagar 200 - E quando Gilberto abriu a carteira viu a foto do rapaz, que havia sido impressa por Inácio. Era o retrato falado mais idêntico que ele havia visto. - Escuta, por acaso você já salvou alguém de um assalto?
– Por quê quer saber?
– Porque o destino é um pouco irônico. Esse rapaz é você, não é? - Gilberto tirou a foto e mostrou para Isaac.


Aline já tinha conseguido um cliente, e faturou 100 reis em um sexo oral que fez no homem. Quando já se preparava para o próximo, duas prostitutas aproximaram-se dela a cercando.
– Você é nova aqui? - Perguntou uma moça com o cabelo cumprido, loiro cor de gema de ovo e olhos azuis de lente. A outra era uma ruiva com o cabelo cor pimenta.
– Sou. Mas não se preocupe, não vou tomar o lugar de vocês...
– Mas não vai mesmo - Falou a ruiva com autoridade.
– Rala peito. Se não sair por bem, vai sair na marra - Falou a loira.
– Ah é? Muito bem, então me tira na marra - A ruiva deu um soco tão forte no nariz de Aline, que acabou caindo e sentiu o sangue que escorria de seu nariz manchar a blusa branca que ela usava. A loira iniciou chutes e a ruiva a puxou pelos cabelos até o bueiro da rua, chutando mais uma vez, mas desta vez o nariz quebrado de Aline que só fazia gritar de dor.
– Repete que não vai sair na marra. REPETE - Falou a prostituita ruiva. Aline até cogitou usar a tesoura que ela trazia, mas eram duas. Ela sentia muita dor e chorava em silêncio. Resolveu ficar quieta, enquanto as outras saiam de perto dela.

– Sou eu. Como conseguiu isso? - Perguntou Isaac, assustado.
– Sei que se lembra de salvar um rapaz um dia desses. - Ele lembrava sim, isso lhe trouxe o maior problema de sua vida - Ele é meu filho. - Isaac riu.
– Seu filho sabe que o pai dele anda transando com homens? - Gilberto estalou a boca e continuou falando.
– Eu e a mãe dele resolvemos contratar um segurança para ele. E olha a sorte, era você quem nós procuravamos.
– Mas por que eu?
– Porque você o salvou. Ele faz questão que seja você. Por favor, você não vai mais se prostituir se aceitar ser o segurança do meu filho. Eu vou te pagar bem.
– Bem quanto?
– 2 mil reais está bom? - Isaac sentiu o poder de sua oração naquele momento. Sentiu que a mãe dele devia ter feito aquela tramolha para que tudo desse certo.
– Excelente. Mas te digo logo, não tenho casa e tenho uma irmã que anda comigo.
– Não tem problema. Você faz o seguinte, amanhã de manhã aparece na 9º DP daqui e procure por Denise Cavasin. Diga à ela seu nome e que foi você quem salvou Inácio Cavasin. Com certeza o Inácio vai te reconhecer e você vai começar a trabalhar pra gente.
Isaac sentiu um peso sair das costas. Agora ele teria onde trabalhar conseguir dinheiro para se armar e se vingar dos estupradores da irmã dele e supostos procuradores dele.
– Pode deixar, eu vou aparecer lá bem cedo. - Os dois se vestiram e Gilberto levou Isaac onde o encontrou. Ao chegar lá, o rapaz achou a irmã sentada em um banco de concreto distante do ponto onde combinaram. A garota tinha o nariz e a blusa suja de sangue. Chorava baixo para que as outras não ouvissem seu lamento.
– O que aconteceu? - Perguntou Isaac.
– Me bateram porque eu estava no espaço delas - A garota continuou chorando. Isaac sentou ao lado dela e passou o braço por trás de suas costas.
– Não se preocupe, a partir de amanhã não passaremos mais por isso.


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Notas finais do capítulo

reviews? bjsssssss